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domingo, 6 de agosto de 2023

Leite defende bloco Sul-Sudeste lançado por Zema, e governadores do NE falam em ‘estímulo à cisão’

Governadores do Norte e do Nordeste criticam declarações de colega mineiro ao Estadão, enquanto Eduardo Leite reforça defesa por mais equilíbrio para Sul e Sudeste

O anúncio pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em entrevista ao Estadão, de uma frente para “protagonismo” das regiões Sul e Sudeste colocou de lados opostos os gestores estaduais do Norte e Nordeste e os colegas das outras regiões. 
O nome do governador mineiro foi o tema de política mais comentado do País no Twitter.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), saiu em defesa da frente anunciada por Zema. O tucano foi um dos líderes apontados pelo mineiro como potencial candidato à Presidência nas próximas eleições. De acordo com Leite, o que o grupo quer é agir por mais equilíbrio na reforma tributária e não “discriminar” nenhuma região. “Nunca achamos que os Estados do Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais Estados. Ao contrário: a união deles em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo, nos unirmos em torno do que é pauta comum e importante aos estados do Sul e Sudeste”, disse o governador gaúcho à reportagem.

Zema afirmou que os governadores do Sul e do Sudeste querem mais “protagonismo” na política e na economia e vão agir em bloco para evitar perdas econômicas contra as outras regiões. Além disso, o governador de Minas estimulou o lançamento de um candidato de direita do grupo à Presidência nas eleições de 2026. “Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”, afirmou Zema ao Estadão.

“Está sendo criando um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade? Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, emendou o governador. “Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político”, concluiu.

Já o governador da Paraíba e presidente do Consórcio Nordeste, João Azevêdo (PSB), afirmou que Zema cometeu equívocos e foi “infeliz” nas declarações. Para Azevêdo, o governador mineiro estimula uma divisão entre as regiões no País e não deve ter o apoio dos demais gestores estaduais na mobilização. [OPINIÃO: a leitura atenta da entrevista deixa claro que NÃO se trata de uma divisão política entre as regiões e sim de uma OPÇÃO pelo PROGRESSO, pelo CRESCIMENTO, por MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA PARA OS BRASILEIROS.
Já o Norte e Nordeste em sua maioria OPTOU, ao votar no desastre petista,  pela MISÉRIA, pelo ATRASO, pela CORRUPÇÃO, pela ROUBALHEIRA. 
Só um exemplo: o Maranhão ocupa, há vários anos, o posto de ESTADO MAIS ATRASADO DO Brasil e os cinco piores IDH são o dos estados de Alagoas, Maranhão, Piauí, Paraíba e Sergipe. Não é DISCRIMINAÇÃO e sim FATO: Nos cinco estados Lula venceu.]
 
(...)

De acordo com Zema, as regiões Sul e Sudeste têm mais de 50% da população e são as que mais produzem, mas não recebem o mesmo retorno quando o assunto envolve benefícios financeiros e políticos. Uma das frases que mais incomodou lideranças do Nordeste foi comparar o processo a “dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixar de lado as que estão produzindo muito”, nas palavras do governador de Minas.

(...)

A fala de Zema também foi criticada por um colega do Sudeste, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), outro aliado de Lula. “Sobre a entrevista do Governador Zema (MG) para o jornal Estado de SP, é importante deixar claro que é sua opinião pessoal. O ES participa do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) para que ele seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”.

ÍNTEGRA DA MATÉRIA


O Estado de S. Paulo 
 
 

terça-feira, 9 de maio de 2023

Licença para gastar - Revista Oeste

Branca Nunes


O arcabouço fiscal de Lula e Fernando Haddad permite ao governo esbanjar dinheiro público sem risco de punição 

 

 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Montagem Revista Oeste/Lula Marques/ Agência Brasil/Shutterstock


Enquanto o PL 2630, também conhecido como Lei da Censura, espera na Câmara o momento de votação, outra ameaça acampada no Congresso espreita o bolso dos brasileiros. Batizado de arcabouço fiscal, o protótipo de projeto econômico apresentado por Fernando Haddad em 30 de março tem mais de 3 mil palavras, centenas delas rigorosamente incompreensíveis, que em resumo conferem ao governo federal licença para gastar — muito, e sem nenhum risco de punição.

A maior inovação do texto é de ordem linguística. Se quisesse facilitar a vida do brasileiro comum, o governo batizaria a novidade de plano fiscal, ou sistema fiscal
A opção por arcabouço confirma que governantes em dúvida não estão aí para explicar. Preferem confundir. 
Fundamentalmente, a lei de Haddad aposenta duas regras essenciais para manter a economia do país no rumo certo. Uma é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), aprovada em maio de 2000, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A segunda é o teto de gastos, que começou a vigorar em 2016, na gestão Michel Temer.

“A LRF criou regras mais duras de como os governos deveriam lidar com as contas públicas e tornou ilegal a irresponsabilidade fiscal”, explica o economista Hélio Beltrão. “Com essa lei, o governo ficou obrigado a estabelecer com antecedência — e a respeitar — a meta de gastos para os três anos seguintes.” O desrespeito à LRF pode custar uma série de punições, que incluem o impeachment ou a prisão de prefeitos, governadores e do presidente. Ignorar esses riscos foi um dos erros que encurtaram o mandato de Dilma Rousseff, por exemplo. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Agência Brasil

O teto de gastos criou outra regra essencial para o equilíbrio das contas: o aumento das despesas para o ano seguinte deve limitar-se à inflação do ano corrente. “Antes do teto, os governos costumavam aumentar as despesas em média 6% acima da inflação”, lembra Beltrão. “O argumento de que tal limite compromete gastos com educação e segurança, por exemplo, é mentiroso”, complementa a economista Marina Helena, que ocupou a Diretoria de Desestatização do Ministério da Economia. “O problema do Brasil nunca foi falta de dinheiro, mas dinheiro gasto da forma errada. O teto obriga o governo a gastar melhor.”
 

De acordo com uma pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil gasta 5,6% do PIB em educação, perdendo apenas para Suécia, Bélgica, Islândia, Finlândia e Noruega. O valor médio dos demais países fica em 4,4%. Ao mesmo tempo, o Brasil é um dos 20 piores entre os 80 países que participam do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

O projeto de Haddad substitui o teto de gastos por um “piso de gastos”, permitindo o aumento das despesas em no mínimo 0,6% e no máximo 2,5% acima da inflação

Em contraponto ao argumento de que o teto de gastos já foi ultrapassado em outras ocasiões, como ocorreu durante a pandemia de covid-19, Beltrão pondera: “Para que o teto fosse furado, foi preciso aprovar uma emenda constitucional no Congresso. Houve uma longa discussão. O teto já sofreu reformas, mas nunca ocorreu a derrubada completa, como Lula e Haddad querem agora”.
 
Irresponsabilidade fiscal
Depois de atravessar a campanha presidencial sem divulgar um único projeto econômico, Lula conseguiu, em dezembro de 2022, que o Congresso aprovasse uma Proposta de Emenda à Constituição aumentando o limite do Orçamento em quase R$ 200 bilhões. Duas das “justificativas sociais” apresentadas pelo governo eleito: o aumento do salário mínimo e a manutenção em R$ 600 do Auxílio Brasil, novamente rebatizado de Bolsa Família.Foto: Reprodução/Google

A proposta da vez provocará um rombo ainda maior no Orçamento. Com o codinome Lei de Responsabilidade Fiscal 2.0, o arcabouço autoriza o governo a gastar mais e elevar o peso dos impostos. Embora limite a despesa a 70% do aumento da arrecadação, o projeto substitui o teto de gastos por um “piso de gastos”, permitindo o aumento das despesas em no mínimo 0,6% e no máximo 2,5% acima da inflação.

“O plano de Haddad é focado na arrecadação”, resume o economista Alan Ghani. “O governo pretende aumentar a arrecadação seja via impostos, seja via endividamento, seja via inflação”, acrescenta Marina Helena. “Caso a arrecadação cresça, gasta-se mais. Caso não cresça, gasta-se menos. Mas sempre se gasta. Assim, o dinheiro das famílias e das empresas, que deveria ser investido, vai para o governo.”Economista Alan Ghani | Foto: Reprodução Rumble

Entre os impostos já criados está a taxação, a partir de 2024, de brasileiros com investimentos no exterior. Para rendimentos entre R$ 6 mil e R$ 50 mil, a tributação será de 15%. Acima desse valor, o imposto alcançará 22,5%. Rendimentos de até R$ 6 mil estão isentos. Outra proposta que não avançou nos moldes originais taxava empresas varejistas como Shopee e Shein.

Apesar dos novos impostos, todos os economistas ouvidos por Oeste consideraram inatingívela arrecadação prevista pelo governo. “A projeção de crescimento de despesas e receitas é incompatível com a realidade”, conclui Marina Helena. “Para cumprir uma, não conseguirá cumprir a outra.”

O futuro do atraso

O plano econômico de Haddad ignora qualquer tipo de punição para o governo federal. “Na prática, o governo revoga o crime de responsabilidade”, afirma Beltrão. Marina Helena emenda: “O arcabouço fiscal se resume a entregar ao governo um cheque em branco para ele gastar à vontade, sem a menor responsabilidade”.

O medo de sofrer penalidades favoreceu a aprovação de projetos importantes cujo objetivo era o controle dos gastos públicos, caso da Reforma da Previdência e da minirreforma administrativa. “O principal problema do Brasil é a organização das contas públicas”, reitera Beltrão. “O governo tem muitos gastos e não quer parar de gastar. Cortar despesas nunca é uma opção.” O excesso de gasto público e o gigantismo do Estado sempre bloquearam o crescimento sustentável da economia brasileira.

Segundo Beltrão, o arcabouço é uma guinada que pode aproximar o Brasil da Argentina. Para o economista, é decepcionante ver o país destruir normas que vinham tentando corrigir as contas públicas há mais de 20 anos. “Voltar à gastança de antes é catastrófico, decepcionante, perigoso e irresponsável.” Ubiratan Jorge Iorio, colunista econômico de Oeste, sintetiza o sentimento em seis palavras: “O Brasil está andando para trás”. 
O arcabouço é uma guinada que pode aproximar o Brasil da Argentina  - [caso isto venha a ocorrer, os brasileiros estão f ...; ]-  Foto: Ricardo Stuckert/PR

Confrontado com tais horizontes, as bolsas de valores caíram e os investidores aguardam apreensivos a votação no Congresso, que pode acontecer a qualquer momento. A proposta do governo confirma o que Fernando Haddad confessou, em tom de brincadeira, num vídeo que circulou pelas redes sociais antes de assumir o Ministério da Fazenda: “Apesar de dar uns pitacos, eu estudei dois meses de economia”. Tradução: Haddad acabou de assumir a chefia do exército federal num tipo de batalha que nunca travou. 

Leia também “O Brasil visto pelos arqueólogos do futuro”
 
 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A economia fica para ‘depois’. Pois o ‘depois’ chegou - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Após dois anos de covid e de repressão, a pobreza aumentou no Brasil, mas os responsáveis pelo desastre põem a culpa no governo

Descobriu-se de repente, neste final de ano, um acontecimento realmente prodigioso: a pobreza aumentou no Brasil, após dois anos de covid e de repressão, inclusive policial, contra a atividade econômica. Quem poderia imaginar uma coisa dessas, não é mesmo? Fazem lockdown. Fecham o comércio e a indústria. Suspendem os serviços. Proíbem as pessoas de trabalhar – até camelô foi perseguido pela polícia.

Transformam o Brasil num país de fiscais. Agridem, como nunca antes, a liberdade de produzir – a de produzir e mais um caminhão de outras. Daí, quando se vê que há 13 milhões de desempregados e milhares de negócios reduzidos à ruína, se escandalizam: o Brasil ficou mais pobre. 

Eliane Cantanhêde: Totalmente irracional

Como a vida política neste país se reduz cada vez mais à fraude, à mentira e à eliminação da lógica, nada mais natural que o partido dos iluminados-progressistas-etc., que se dá o direito de pensar por todos, tenha chegado à uma conclusão falsa sobre o desastre. A culpa, dizem os viajantes desse bonde, é do “governo”.  
A calamidade na economia atingiu todos os países do mundo, sem nenhuma exceção – ricos ou pobres, bem ou mal governados, democracias ou ditaduras. Há inflação mundial. Há desemprego mundial. Há aumento na pobreza mundial. Mas só o governo do Brasil é culpado. No resto do mundo a culpa é da covid.

Essa falsificação é especialmente grosseira, malandra e mal intencionada quando se considera que no Brasil, por decisão do Supremo Tribunal Federal e com o pleno acordo da elite pensante, as “autoridades locais” ganharam a exclusividade no trato da epidemia. Dizem que não foi assim, mas foi exatamente assim, na prática – já que nenhuma das suas decisões, segundo ordenou o STF, podia ser contrariada pelo governo federal ou por quem quer que fosse. Governadores e prefeitos, na verdade, foram colocados acima da lei.

Todo mundo está cansado de saber o que fizeram: reagindo como uma manada em pânico, as “autoridades locais” se jogaram de corpo e alma no “fecha tudo”, no “fique em casa” e no “cale a boca” e adoraram isso, porque nunca mandaram tanto. A prioridade, repetida até enjoar, era “salvar vidas”. O “ser humano” vale mais que “os negócios”, diziam, e a economia deveria ficar “para depois”. É melhor cancelar um CNPJ do que um CPF – quem não se lembra deste lema, considerado então a quinta essência da sabedoria humana? 
Para os ricos, tudo bem: puseram máscara, fizeram “home office” e continuaram circulando nos seus SUVs. Para os pobres, foi uma tragédia. Não passou pela cabeça das “autoridades locais”, do STF e da elite que a imensa maioria da população brasileira precisa trabalhar todos os dias para sobreviver. Não pode ficar “em casa”. Não é opcional.

A economia fica para “depois”? Pois então: o “depois” chegou. Agora, como o batedor de carteira que tenta se safar gritando “pega ladrão”, os responsáveis pelo desastre lamentam a miséria que causaram e põem a culpa no governo. Nada mais normal, nesse Brasil doente que está aí.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Governadores querem reunião com cúpula das Forças Armadas

Governadores pedirão encontro com integrantes das cúpulas militares, para a próxima semana, com o objetivo de discutir as manifestações de 7 de setembro. PMs organizadores dos atos têm adotado tom ameaçador contra instituições e a democracia [senhores governadores, cuidem dos assuntos estaduais, cuidem de cumprir a determinação que receberam de executar ações de combate à Covid -  ações em que os senhores são as autoridades máximas,  nem o presidente da República pode interferir, exceto para pagar as contas feitas pelos senhores.
Deixem as Forças Armadas com o presidente da República, que conforme determinação constitucional é o comandante supremo da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Se  os senhores se envolverem em assuntos da alçada federal , vão esquecer de governar seus estados - função para a qual foram eleitos.]
 
Governadores de vários estados do país vão pedir uma reunião com a cúpula das Forças Armadas para falar sobre as manifestações de 7 de setembro em favor do presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Os gestores locais pretendem diminuir as tensões e externar aos militares preocupações com o tom ameaçador que os organizadores dos atos têm adotado contra as instituições e a democracia.

A preocupação dos governadores com o 7 de Setembro aumentou após a descoberta de que policiais militares estavam usando as redes sociais para convocar os colegas de farda a participarem dos atos do Dia da Independência — o regulamento da corporação proíbe manifestações políticas de seus membros.

Na segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria, um dos principais adversários de Bolsonaro, anunciou o afastamento do coronel Aleksander Lacerda, que chefiava o Comando de Policiamento do Interior-7 da PM do estado. Além de convocar “os amigos” para as manifestações, o oficial dirigiu ofensas ao próprio governador, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e ao STF.

Os gestores estaduais pretendem que a reunião com a cúpula das Forças Armadas seja presencial e ocorra na próxima semana. A ideia surgiu ontem, um dia depois da reunião do Fórum Nacional dos Governadores. Durante o evento, com o mesmo objetivo de prevenir casos de violência e outras perturbações, 25 chefes de Executivos estaduais e do Distrito Federal decidiram pedir uma reunião com Bolsonaro e com os presidentes do Congresso e do STF. [nos parece que os inúmeros compromissos do presidente da República para governar o Brasil, não permitem ao presidente participar de reuniões para as quais é convidado sem uma razoável antecedência.
Acreditamos que ele talvez responda aos senhores propondo a reunião para o próximo mandato.] O ofício que trata dessa solicitação diz que o objetivo é “identificar e pautar pontos convergentes e estratégias visando salvaguardar a paz social, a democracia e o bem-estar socioeconômico da população brasileira”.
 
 Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA

domingo, 22 de agosto de 2021

O divórcio - Carlos Alberto Sardenberg

Primeiro, foram empresários da chamada economia real. Depois, a eles se juntaram banqueiros e economistas do primeiro time. E agora, o mercado financeiro também entrou no processo de divórcio com o governo Bolsonaro e, muito especialmente, com o ministro Paulo Guedes.

As previsões para aos números macroeconômicos já vinham piorando há semanas: perspectiva de inflação, juros e dólar em alta, expectativa de PIB cada vez menor para este e o próximo ano. Mas isso era percepção. “Só” percepção, se dizia, que poderia mudar assim que o governo e o Congresso se entendessem sobre um orçamento minimamente equilibrado para 2022 e, com sorte, sobre algumas reformas (tributária?) e privatizações.

Aliás, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, procurou acalmar os mercados justamente com essa tese: tudo isso passa quando o governo mostrar de onde vem o dinheiro para os diversos gastos. Mas na semana passada aconteceu algo real no mercado financeiro, que não acontecia há mais de ano: nos contratos de futuros, os títulos do governo foram negociados a juros de quase 11% anuais.

Isso revela enorme desconfiança em relação à capacidade do governo entregar qualquer coisa que ao menos pareça controle de contas públicos – ou seja, gastos abaixo do teto – ou reformas. Aliás, ontem o ministro Guedes praticamente sepultou a reforma do Imposto de rendano que foi um raro momento de bom senso. Ele disse que se for para piorar o sistema, então é melhor deixar como está – que é muito ruim.

Sempre pensamos que era impossível complicar e pesar ainda mais o sistema tributário brasileiro. Pois as últimas discussões sobre a reforma do IR mostram que estávamos todos errados. E reparem: há bons projetos de reforma tributária já longamente discutidos e que até alcançaram um bom nível de apoio. Mas uma mudança dessas exige um presidente que lidere não apenas sua gente, mas todo o país, incluindo governadores, prefeitos, empresários e as pessoas, enfim todo mundo que sofre os efeitos positivos ou negativos do sistema de pagamento de impostos. E mais um ministro da Economia que também saiba ligar o mundo econômico com o político.

Não é o caso, nem de um nem de outro. Tudo somando e subtraído, temos: o ritmo de recuperação deste ano cai em relação ao previsto no início do ano, quando se achava que a vacinação permitiria a abertura plena da economia; o crescimento em 2022 está apontando para menos de 2%, que é o – baixo – nível de expansão natural do Brasil; desemprego permanecendo elevado; inflação e juros em alta.[se deixar por conta dos desejos do ilustre articulista, o Brasil já está pior do que o Haiti. 
Lula já está eleito, com um estoque de votos que serão utilizados nas eleições 2026 para eleger a 'engarrafadora de vento'.
Aquela mistura de evangélica com ambientalista e pró aborto, a candidata escalada para perder, será a líder da terceira via e irá para o segundo turno em 2022.
O incrível é que na ótica da matéria NADA, absolutamente NADA de BOM aconteceu no Brasil = é o NEGACIONISMO de tudo de BOM que aconteceu, está e vai continuar acontecendo no Brasil.
Felizmente,  para o Brasil e os brasileiros, são apenas desejos, meros devaneios.]

O dólar deveria cair, não é mesmo? Se os juros estão altos, se a renda fixa e os títulos do Tesouro voltaram a ser atraentes, era de se esperar que investidores externos viessem com  muitos dólares para aproveitar desses rendimentos. Ainda mais que os juros continuam a zero lá no mundo desenvolvido. Mas o dólar continua alto por aqui, bem acima do 5 reais. É outro claro sinal de desconforto. É seguro investir num país em que o presidente é ameaça às instituições e o governo tem duas políticas econômicas? Sim, duas: uma, a supostamente liberal do ministro Guedes e a outra, do orçamento paralelo, ou secreto, comandado pelo Centrão.

Assim nos encaminhamos para um ano de eleições gerais. Bolsonaro está confinado a seu núcleo duro e nada indica que possa sair dali. Sua popularidade desmancha semana a semana. Isso abre uma enorme avenida para Lula, que já está jogando em todo o país. Mas também abre espaço para a terceira via, um candidato de centro – que ainda não está em campo. Mas toda aquela gente que está em processo de divórcio com Bolsonaro procura justamente essa terceira via. Seria ridículo ter votado em Bolsonaro para tirar Lula e depois votar em Lula para tirar Bolsonaro.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 21 de agosto de 2021

 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

O chanceler - Alon Feuerwerker

Análise Política

O depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo à Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19 foi, como se esperava, um exercício permanente dos senadores oposicionistas para aproximar-se do alvo definido desde o início: o presidente da República. Até o momento, nenhum dos assessores do chefe do governo cedeu. [nem cederão, não há motivos para ceder; e o general Pazuello que depôs hoje e muitos esperavam sair preso da CPI, deu uma enquadrada no presidente e no já manjado (pelas mancadas) relator Calheiros = o general solicitou, com um tom de exigência, de comando, que não fossem apresentadas perguntas simplórias.]

A administração governamental do tema vacinas aqui no Brasil está se mostrando uma peneira. Alguém terá de responder por isso ao final. [primeiro será necessário que mostrem, como provas já que interpretações não valem - a existência de vacinas disponíveis, em prazos compatíveis, aprovadas pelos órgãos competentes  e que o Governo recusou tais ofertas.] Essa é a disputa.
É óbvio que as ações do governo brasileiro na pandemia obedeceram a um comando central, mas para CPIs não basta dizer "eu acho". Tem de achar a digital. Claro que a aritmética pode tudo. Se houver seis dos onze senadores dispostos a chancelar uma tese ela estará no relatório final. Mas sem a "bala de prata" ficará mais fácil ao governo atrair pelo menos dois dos seis na hora h.

Para inverter a hoje maioria. Aliás, é preciso tomar um certo cuidado com diagnósticos a partir da combatividade demonstrada pelos senadores. É possível que em alguns casos essa combatividade com os peixes pequenos venha a servir de atenuante para a hora em que se tiver de tomar posição sobre os grandes.

Amanhã é esperado o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele deverá ser inquirido sobre os dois pontos nodais da CPI até agora: vacinas e cloroquina. Como tem a prerrogativa de não responder questões cuja resposta possa incriminá-lo, será pressionado mas terá como neutralizar. A expectativa maior é sobre o que Pazuello dirá a respeito de Jair Bolsonaro. Se essa couraça não for furada no depoimento do general, restará à CPI o caminho sempre mais trabalhoso de vasculhar documentos. E nesse meio tempo o governismo prosseguirá lutando para arrastar os governadores ao cadafalso.[governadores e prefeitos que formam o grande leque das 'autoridades locais' serão levados ao cadafalso e lá vão falar - a maior parte deles encheu os bolsos com dinheiro público e quando apertados vão falar - os pequenos costumam falar no primeiro aperto.
Até hoje nenhuma pergunta foi feita sobre respiradores comprados em adegas, superfaturados, entregues parcialmente e parte dos dos entregues com defeitos sérios.
Tem muita coisa a ser explicada - criminosa mesmo; até agora o que tentaram colar no governo Bolsonaro, e fracassaram, foram erros, que se justificam com o jargão = só erra,  quem trabalha.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista politico

 

quinta-feira, 29 de abril de 2021

A trapaça da CPI da Covid - O Estado de S. Paulo

J.R. Guzzo

Não há nada a ser explicado nessa comissão: governadores e prefeitos estão exatamente no centro do escândalo; até uma criança sabe quais são os Estados onde mais se roubou, inclusive oxigênio

 
Edilson Rodrigues/Ag. Senado

Os peritos em ciência política, desses que sempre aparecem nas mesas redondas de televisão, provavelmente estão lhe explicando, em detalhes e com oratória de universidade, como são complexos os pontos centrais (e os laterais, também), dessa CPI que o Senado acaba de inventar com o objetivo oficial de apurar atos de inépcia, negligência ou má fé que teriam sido cometidos pelo governo federal no combate à covid.  
Mas não é preciso mais do que três minutos de observação, realmente, para se concluir que não há complicação nenhuma. Basta ver quem são os senadores que estão na CPI, fazendo o papel de polícia que corre atrás do bandido. Que complicação poderia haver? 
[ex-ministro Teich! por ser o senhor um homem honesto, ainda que tivesse o DNA da desonestidade - presente em 90,99% dos políticos brasileiros -  seu envolvimento com a política foi, felizmente, rápido, nos preocupa o fato do senhor correr o grave risco de ser preso na CPI da Covid - talvez o único a ser preso. 
Explicando: lhe faltam o traquejo politico, a malandragem dos criminosos, o jogo de cintura, a habilidade em responder o que não lhe perguntaram e silenciar sobre o perguntado,  havendo sempre o risco de lhe fazerem uma pergunta para enrolar o meio campo, o senhor se 'perder', falar a verdade, e ser preso em flagrante delito por perjúrio. Fique alerta. 
No Brasil, as palavras costumam ter o sentido que os interrogares atribuem para aquele momento.]

O presidente na CPI, não menos que o presidente em pessoa, é um senador do Amazonas que já teve a própria mulher, além de irmãos, presos por roubalheira maciça justamente na área da saúde; ele próprio, senador Omar Aziz (PSD-AM), figurão da política amazonense e de Manaus, está metido há cinco anos em encrenca feia com a Operação “Maus Caminhos” – e um de seus desdobramentos, a “Cash Back” – que a Polícia Federal iniciou em 2016 para investigar corrupção na sua zona de influência.

O representante titular do PT é o senador Humberto Costa, notável por ter o apelido de “Drácula” esteve envolvido no prodigioso escândalo dos vampiros, que roubavam sangue dos hospitais quando ele era ministro da Saúde do governo Lula. É como “Drácula”, por sinal, que Costa está registrado no célebre Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira Odebrecht, na lista de políticos comprados pela empresa e guardada em seus computadores.

Está no papel de mocinho e juiz, também, outro peixe graúdo na coleção da Odebrecht – o “Whiskey”, codinome do senador Jader Barbalho, do Pará. Ele é descrito, respeitosamente, como “veterano” da política; de fato, está relacionado há décadas, sempre, entre os políticos mais investigados por corrupção neste país. Enfim, acredite se quiser: aparece na CPI, e no cargo de relator, o senador Renan Calheiros, simplesmente ele – o “Atleta” do listão da empreiteira, e com certeza o membro mais enrolado com o Código Penal que há no Senado do Brasil ou, possivelmente, de qualquer senado do mundo.

É preciso, diante disso, dizer mais alguma coisa? Os especialistas podem ficar explicando o assunto pelo resto da vida, mas não há nada a ser explicado: a CPI da Covid é uma das mais espetaculares trapaças que já se praticou na política brasileira. Até uma criança de dez anos de idade sabe que os dois Estados onde mais se roubou na covid, inclusive oxigênio, são justamente Amazonas e Pará; pois é dali, bem dali, que vêm dois dos mais lustrosos investigadores da CPI. 

Parece brincadeira, mas não há nada de brincadeira nisso tudo. Ao contrário: estão levando muitíssimo a sério o trabalho de impedir que a verdade sobre a corrupção que marcou o combate à covid seja revelada um dia.  
Governadores e prefeitos, as “autoridades locais” a quem o STF entregou autonomia para lidar com o problema (e que receberam do governo federal no último ano RS$ 60 bilhões de reais em verbas das quais em grande parte não precisaram prestar contas), estão exatamente no centro do escândalo. 

Nessas horas, nada melhor do que sair gritando “pega ladrão”.

J. R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 9 de abril de 2021

FECHAMENTO DOS TEMPLOS: QUAL O REAL OBJETIVO POR TRÁS DISSO?

Claudia Roberta Sies Kubala

Nestes tempos em que muitos estão passando por algum sofrimento devido à atual situação, seja pela perda de um ente querido, pela falta de recursos ou pelo aumento do medo e ansiedade, observamos uma verdadeira batalha sendo travada contra as Igrejas e Templos. Neste momento, você pode estar se perguntando: mas o que uma coisa tem a ver com a outra?

Desde que a doença começou a demonstrar seus efeitos, medidas foram tomadas por governadores e prefeitos e, em alguns casos, observamos resultados desastrosos obtidos através de decretos que levaram pessoas à fome, depressão e miséria.  
A fórmula adotada uniu o medo, a supressão de direitos e a opressão de quem pensa diferente, criando um caos social que, provavelmente, possui um único objetivo. 
Em meio a esta grande turbulência, não há dúvida de que uma boa parte da população se mantém firme através da fé, buscando alento junto a seus. Então, qual seria a melhor forma de "quebrar as pernas" de quem ainda se mantém de pé? Bingo!

Já dizia Gramsci: "o mundo civilizado tem sido saturado com cristianismo por 2000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que suas raízes sejam cortadas."

Muitos se questionam e vão até as mídias sociais de políticos para perguntar por que não se preocupam com ônibus e metrôs lotados, bailes funk e pontos de tráfico, ao invés de manterem as Igrejas fechadas. Mas esta não é a questão, visto que, a intenção por trás do fechamento dos templos vai muito além do controle do vírus. 
Esta é apenas uma das formas de implementar um desastroso regime conhecido por muitos, onde Deus é o Estado, fazendo com que o homem deixe de lado a Lei Natural e, consequentemente, suas virtudes, incluindo a coragem, para se tornar um servo daqueles que se encontram no poder.
Alguns se utilizam de artimanhas abusando de versículos bíblicos para tentar convencer os fiéis de que não há necessidade de ir à Igreja. Outros, nos chamam de genocidas por colaborar com a propagação do vírus
Um argumento pífio, quando paramos para pensar durante um momento e lembramos o que ocorre nos mercados, bancos, entre outros estabelecimentos, lembrando que os locais de culto estão funcionando com apenas 25% de sua capacidade. 
O fato é que estar em uma Igreja para receber a sagrada Comunhão, confessar, ouvir a Palavra, chorar por nossas perdas, gera uma sensação de conforto e nos oferece a força necessária para enfrentar mais um dia.

O Brasil, como a Polônia, é um país majoritariamente cristão, fato este que se demonstra como um grande obstáculo para o estabelecimento de um regime revolucionário. Por isso, não devemos deixar de lutar pela nossa fé, pois, apenas dessa forma, iremos garantir um futuro em que nossos filhos e netos poderão desfrutar de sua liberdade.

Conservadores & Liberais - Claudia Roberta Sies Kubala


sábado, 13 de março de 2021

VAI FICAR POR ISTO MESMO? - Ponto Crítico


PERGUNTA

Depois de tantas e absurdas intervenções do STF, todas com o calculado e firme propósito de IMPEDIR que o presidente Jair Bolsonaro coloque em prática o PROGRAMA DE GOVERNO para a qual foi eleito, DEMOCRATICAMENTE, pela maioria dos eleitores que foram às urnas no final de 2018, e, mais recentemente, a decisão MONOCRÁTICA do ministro confessadamente petista, Edson Fachin, que por conta própria simplesmente resolveu ANULAR as condenações de Lula relacionadas à Lava Jato, a pergunta que cabe, notadamente àqueles que não se conformam com tantas INJUSTIÇAS é a seguinte: VAI FICAR POR ISTO MESMO?

O POVO QUE SE DANE
Pois, a considerar o ensurdecedor silêncio e enorme apatia das FORÇAS ARMADAS, INSTITUIÇÃO esta que, segundo diz, de forma nítida e inquestionável transparência, o artigo 142 da Constituição Federal, tem o real poder de INTERVIR no STF, a RESPOSTA que existe neste grave momento da história do nosso empobrecido Brasil, infelizmente, é a seguinte: VAI FICAR, SIM, POR ISTO MESMO! Em outras palavras, ou sem meias palavras, isto significa: - O POVO BRASILEIRO QUE SE DANE!

O ESSENCIAL E O SUPÉRFLUO
Como se não bastassem as nojentas INTERVENÇÕES em outros Poderes da República, somadas às corriqueiras decisões e julgamentos que são tomados a todo momento, de forma MONOCRÁTICA ou COLETIVA, pelos ministros da Suprema Corte, os sofridos brasileiros ainda são obrigados a cumprir inconcebíveis DECISÕES impostas também por inúmeros governadores e prefeitos - DITADORES -, como é o caso, por exemplo, do GAÚCHO-TIRANO Eduardo Leite, que do alto de sua fantástica estupidez passou a definir, para surpresa e estupefação do povo gaúcho, o que é ESSENCIAL e o que é SUPÉRFLUO, tanto para quem produz quanto para quem consome.

VOLTADAS PARA A MINORIA - PRIMEIRA CLASSE
 Pois, envolvidos por este fétido ambiente onde a LIBERDADE é tal qual manga de colete, os brasileiros de bem, atônitos e incrédulos, já não sabem a quem recorrer. Todos, infelizmente, já perceberam que nem as INSTITUIÇÕES que são comandadas por representantes eleitos pelo povo funcionam para o bem de todos, e muito menos aquelas cujas autoridades não foram eleitas pelo povo, Melhor: todas funcionam apenas para o bem e a felicidade de uma minoria privilegiada, de PRIMEIRA CLASSE que NÃO FAZ QUALQUER PRODUTO E/OU SERVIÇO, mas curte a boa vida às custas da maioria que integra a miserável SEGUNDA CLASSE.

PENSAMENTO IDEOLÓGICO
Esta é a nua e crua realidade que paira sobre o nosso imenso e triste Brasil. A Constituição Federal, que serviria como norte para definir os DIREITOS E DEVERES de todos os cidadãos, foi absurdamente substituída pelo FÍGADO DOS MINISTROS DO STF, que simplesmente resolveram FAZER AS LEIS. Se por algum momento as decisões foram tomadas com base na interpretação da LEI MAIOR, de uns tempos para cá, para surpresa de muitos brasileiros, todas passaram a ser tomadas de acordo com o pensamento IDEOLÓGICO-SOCIALISTA - dos integrantes da Corte Suprema, cuja maioria foi escolhida pelos governos petistas.

CARTA DE POUCA RELEVÂNCIA
Como, a curto e médio prazo, só as Forças Armadas, como manda o artigo 142 da CF, poderiam mudar o quadro atual, ou seja, através de uma necessária INTERVENÇÃO NO STF, com nítido propósito de COLOCAR A ORDEM NO SEU DEVIDO LUGAR, infelizmente não é isto que deve acontecer. Observem que o ÂNIMO E VONTADE QUE SOBRA no ambiente da população de bem (maioria) é IGUAL à TOTAL FALTA DE ÂNIMO E VONTADE DAS INSTITUIÇÕES, principalmente das Forças Armadas. Esta providência, - CONSTITUCIONAL- , para que fique bem claro, está definida na nossa Carta Magna, que mais parece uma CARTA DE POUCA RELEVÂNCIA. 

Gilberto Simões Pires - PONTO CRÍTICO

 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Propostas que limitam poder dos governadores sobre as polícias estaduais são criticadas

Projetos em tramitação na Câmara promovem reorganizações estruturais e, na visão de analistas, enfraquecem mecanismos de controle 

Especialistas em segurança pública ouvidos pelo GLOBO criticaram os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que reorganizam a estrutura das polícias estaduais, em especial a Polícia Militar. Para eles, a proposta é corporativista e perigosa, porque, ao dar muita autonomia, diminui o controle sobre as corporações. O projeto limita, por exemplo, os poderes do governador para nomear e demitir o comandante da PM. Para os estudiosos do tema, os projetos atendem tanto aos interesses corporativistas policiais, como aos do governo do presidente Jair Bolsonaro. — Vejo com muita preocupação. Na democracia, as polícias têm que passar pelo controle da política, no bom sentido do termo. Não podem ser autônomas, gerir a si próprias. Têm que estar de alguma maneira monitoradas pelos governadores. Isso é bom para a democracia — afirmou Luís Flávio Sapori, coordenador do Centro de Estudos de Segurança Pública da PUC-Minas.

[As mudanças devem começar pela Secretaria de Segurança Pública (nome tradicional e o mais adequado para centralizar o comando sobre as polícias civis e militares, órgãos responsáveis pela Segurança Pública nos estados - as denominações secretarias ordem pública, defesa social, são inadequadas) que deve ficar sob o comando de um oficial general.
A Polícia Militar deverá, por óbvio, ter como comandante-geral  um Coronel PM, da ativa, se aplicando os mesmos princípios,  entendimento, com as devidas adaptações,  ao cargo de comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar. Quanto a direção geral da Polícia Civil, será exercida por indicado pelo secretário de Segurança Pública, que possua amplo conhecimento sobre a atividade policial.
A Constituição Federal estabelece que as polícias militares  são 'forças auxiliares' das Forças Armadas, condição que impõe a necessidade de amplo entrosamento das policiais militares com as FF AA.
Os da esquerda dirão que tal sistema, com algumas diferenças, era o vigente durando o Governo Militar. Funcionava de forma satisfatória - e o que funcionava melhor do que agora pode voltar, deve voltar.
As polícias precisam ser prestigiadas, acabar com a cultura nefasta de que o policial é sempre o culpado. Quanto aos policiais militares serem julgados pela Justiça Militar, sob o CPM e o CPPM, nada mais correto, são forças auxiliares e devem estar sujeitas aos  códigos aplicáveis às Forças Armadas. 
O conceito de crime militar precisa ser revisto de modo a que todos os ilícitos cometidos por militares (Forças Armadas e Forças Auxiliares)ou por civis contra militares e os cometidos em área sob administração militar, devem ser considerados crimes militares.]

Entenda:  Bancada da bala articula com governo projeto que diminui autonomia de governadores sobre as PMs

— É um projeto perigoso. Autonomia demais de uma força policial armada é sempre ruim. Valorizar as polícias, pensar carreiras, evitar politização, isso sim é saudável, mas não dando autonomia sem nenhum controle e supervisão — avaliou Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Foto: Fabiano Rocha - Agência O Globo

Lima destacou a necessidade de uma lei orgânica para a polícia, já que a legislação atual é da época da ditadura. Mas isso não pode ser usado para emplacar retrocessos nem para promover uma “blindagem institucional” da polícia. Ele ressaltou que, no passado, após a Revolução Constitucionalista, que opôs São Paulo ao restante do país, foi promovido um enfraquecimento das polícias estaduais frente às Forças Armadas, tendo como princípio a indivisibilidade do território nacional. O projeto, em sua avaliação, vai na linha oposta.

No projeto que trata da Polícia Militar, quem diz o que pode e que não pode é o conselho da própria polícia. Ou seja, as polícias ficam mais poderosas que as próprias Forças Armadas na determinação de suas ações e estratégias. É bastante preocupante, porque acho que pouca gente notou, os governadores não colocaram no radar que eles vão virar meros gestores de pagamento — disse Lima, destacando que as Forças Armadas precisam prestar contas ao Congresso.

Sapori apontou mais alguns problemas, como o foco numa estrutura militar nos moldes das Forças Armadas, em vez de se centrar no policiamento, e a integração das polícias ao governo federal. Um dos artigos do texto do relator do projeto, o deputado Capitão Augusto (PL-SP), prevê a criação do Conselho Nacional de Comandantes Gerais de Polícia Militar (CNCGPM) e do Conselho Nacional de Comandantes Gerais de Bombeiros Militares (CNCGBM), com assento e representação no Ministério da Defesa e no Ministério da Justiça. — Na medida em que autonomiza, você dá vazão a interesses corporativos e, mais do que isso, está fortalecendo uma autoridade federal sobre as polícias, porque passam a constituir estrutura do Ministério da Defesa, através dos seus conselhos. E me parece que isso atende muito aos interesses do governo Bolsonaro, porque aumenta a possibilidade alinhamento político e ideológico das Polícias Militares — afirmou Sapori.

'Ganha-ganha'
Lima destacou que o projeto traz ganhos mútuos para policiais e para Bolsonaro, tendo sido negociado nos bastidores por integrantes do governo. É um "ganha-ganha", tanto da parte dos policiais, porque conseguiriam aprovar uma blindagem institucional, que garantiria privilégios bastante significativos, e por outro lado, no governo Bolsonaro, ele conseguiria consolidar um certo controle de corações e mentes. Com isso ele consolidaria uma série de  esforços de cooptação dos policiais para sua base eleitoral — disse Lima.
Os especialistas vêm outros problemas que demonstram o corporativismo da proposta, como a possibilidade de policiais que ganhem uma eleição voltarem à polícia após o fim do mandato (hoje eles não podem); a possibilidade de progressão de carreira quando o PM é indiciado ou réu [ser indiciado ou réu não significa ser culpado, o que torna  justo que o policial em tal condição siga sua carreira normalmente - se condenado, seja punido na forma da lei e no posto em que se encontrava no momento em que a sentença condenatória transitar em julgado.
Outra situação que não pode ser mais adiada é a implantação definitiva do excludente de ilicitude.]  e o avanço da Justiça Militar na análise de crimes contra a vida praticados por policiais contra civis. Eles também criticam o aumento de atribuições que o projeto confere às PMs, como a possibilidade de fiscalizar empresas de segurança, uma tarefa hoje da Polícia Federal (PF). — Há o risco de você diminuir ainda mais o controle sobre as milícias, porque o processo de regulação não vai ser nacional, vai ser local — disse Lima

Brasil - O Globo

 

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Saudades do Mandetta - Nas entrelinhas

“A Fortuna de Bolsonaro pode ser comparada à do presidente Trump, que também defendeu o uso de cloroquina e se opôs ao isolamento social”

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, ontem, um relatório do ministro Vital do Rêgo que resume o que todo mundo estava vendo: falta de diretrizes e coordenação entre entes federados e órgãos oficiais no combate à covid-19, por culpa do governo federal. Esse era o ponto forte da gestão de Luiz Henrique Mandetta, defenestrado do cargo porque o presidente da República ficou enciumado da popularidade adquirida pelo então ministro da Saúde e discordava da estratégia de isolamento social que havia adotado. Bolsonaro queria distribuir cloroquina a todos os infectados e implementar a atual estratégia de “imunização de rebanho”.

[a notória competência e amplos conhecimentos do ilustre articulista, no jornalismo e na cultura geral, nos obriga a poupar nossos dois leitores, "ninguém e todo mundo", de uma tediosa explanação sobre crescimento exponencial - sabemos que o crescimento exponencial pode resultar de dobrar em um curto espaço de tempo.

Felizmente, o número de mortes - apesar de trágico, desesperador - não cresce de forma exponencial, e o de recuperados, ainda que de forma lenta, representa sempre um percentual crescente em reação ao total de infectados.
Em que pese que a mídia tem sempre uma propensão a não citar o número de recuperados (quando cita não o faz com o destaque indispensável = atualmente gira em torno de 70% do total de contaminados.
Aliás, chega a ser interessante que a mídia reclamou de omissão de dados nas informações do Ministério da Saúde - informações apresentadas com profissionalismo, as do Mandetta eram comícios.
Agora, que recebem informações completas e sem atrasos,  reclamam da ausência do ministro interino da Saúde.] 

Quando Mandetta saiu da Saúde, em 16 de abril, o Brasil contabilizava 1.924 mortes; hoje, já são quase 54 mil, uma tragédia anunciada. Na ocasião, as pesquisas mostravam que 76% dos entrevistados aprovavam o desempenho do ministro da Saúde, que antes era avaliado positivamente por 55%. A pandemia havia catapultado sua popularidade, graças ao excepcional desempenho na liderança do Sistema Unificado de Saúde (SUS). Ao contrário, a atuação de Bolsonaro, que havia entrado em guerra com os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e se descolado de Mandetta, havia oscilado para baixo, de 35% para 33%. Os ciúmes do clã Bolsonaro — verbalizado nas redes sociais e entrevistas do presidente da República — puseram tudo a perder. Para substituir Mandetta, Bolsonaro escolheu o médico oncologista Nelson Teich, que ficou apenas um mês na pasta e caiu fora, depois da fatídica reunião ministerial de 22 de abril, cujas imagens revelam seu espanto com o que aconteceu na ocasião. A essa altura da pandemia, já eram mais de 14 mil mortos.

Os ministros militares do Palácio do Planalto — os generais Augusto Heleno (GSI), Rego Barros (Casa Civil), Fernando Azevedo (Defesa) e Luiz Ramos (Secretaria de Governo) — bem que tentaram segurar Mandetta no cargo, mas foi um esforço em vão. A ala radical do governo, liderada por Carlos Bolsonaro — que não faz parte do governo, mas tem grande influência no governo — já havia selado o destino de Mandetta. No início de abril, Bolsonaro disse à rádio Jovem Pan que o subordinado deveria “ter mais humildade” e “ouvir um pouco mais o presidente”. Ao saber da crítica, Mandetta falou com o chefe por telefone e ouviu dele que deveria “pedir demissão”. Respondeu: “O senhor que me demita”. Era o fim da linha.

Efeito Orloff
No relatório apresentado ao Tribunal de Contas, Vital do Rêgo critica a ausência de integrantes técnicos da área de saúde no comitê de gestão da pandemia governo: “Os cargos-chave do Ministério da Saúde, de livre nomeação e exoneração, não vêm sendo ocupados por profissionais com essa formação específica”. Segundo ele, isso pode levar a decisões não baseadas em questões médicas e científicas, o que resulta em “baixa efetividade das medidas adotadas de prevenção e combate à pandemia, desperdícios de recursos públicos e aumento de infecções e mortes”. O TCU recomendou a inclusão, como membros permanentes do Comitê de Crise da Covid-19, dos presidentes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, com direito a voz e a voto. Entretanto, o governo não é obrigado a cumpri-la.


O relatório também destaca a ausência de ampla divulgação das ações de enfrentamento à crise de saúde pública e recomenda a inclusão de um representante da Secretaria de Comunicação Social no Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP). O TCU determinou, porém, que a Casa Civil passe a divulgar no prazo de 15 dias na internet as atas das reuniões do Comitê de Crise e do CCOP. A Fortuna de Bolsonaro pode ser comparada à do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, que também defendeu o uso de cloroquina e inicialmente se opôs ao isolamento social, embora agora tente se reposicionar, depois de ver sua reeleição caminhar em direção ao brejo.

Hoje, Trump amarga 14 pontos atrás do seu concorrente democrata, Joe Biden. Agora, o principal aliado de Bolsonaro na política externa, embora se declare seu amigo, cita o Brasil como mau exemplo a ser seguido no combate à pandemia. Bolsonaro cometeu um erro fatal ao demitir Mandetta, com quem dividiria o prestígio. Como diria o Conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz em O Primo Basílio, as consequências sempre vêm depois. A flexibilização precoce do isolamento social por governadores e prefeitos, pressionados por Bolsonaro, está provocando o aumento do número de casos da covid-19, inclusive, onde a pandemia estava sendo controlada. Além disso, o governo perdeu o rumo na economia em meio à recessão.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense


sábado, 6 de junho de 2020

De quem é a culpa na catástrofe da Covid-19 no Brasil? J.R. Guzzo

Gazeta do Povo

Houve até agora muito pouca cobrança – no mundo oficial, entre os “formadores de opinião” e no resto do Brasil que costuma se manifestar a respeito de tudo – sobre as responsabilidades pela catástrofe da Covid-19 no Brasil. Alguém tem alguma culpa nessa tragédia?

Os fatos estão aí, à vista de todos. O número de mortos, segundo os números oficiais, já passou dos 33 mil. A economia do país está em ruinas; as estimativas mais moderadas calculam que o PIB de 2020 vai cair em torno de 7%. As medidas de controle tomadas até agora paralisaram a produção, o trabalho e a vida em sociedade, sem afetar em nada a evolução da doença. Três meses depois de ter começado, a epidemia está matando mais de mil pessoas por dia. O que os responsáveis pela administração pública têm a dizer sobre isso tudo? “Fique em casa”. Só isso e nada mais.

As responsabilidades em torno da Covid-19 estão muito claras: o STF, desde o começo, entregou aos estados e prefeituras a exclusividade na administração da epidemia; 
ninguém, no governo federal ou no Legislativo, tem o direito de mexer uma palha a respeito do assunto. 

O governo pode tirar dinheiro do Tesouro para pagar as despesas que as “autoridades regionais” mandam para cima dele; não há nenhum limite quanto a isso. Mas está proibido de fazer qualquer outra coisa, e se tenta fazer é ignorado, simplesmente, pelos 27 governadores e 5.500 prefeitos do Brasil.

Muito bem: na conta de quem, então, devem ser debitados as mais de 33.000 mortes da epidemia? 

Muito bem: na conta de quem, então, devem ser debitados as mais de 33.000 mortes da epidemia? Se as “autoridades locais”, como decidiu o STF, têm poderes de ditadura para fazer o que lhes dá na telha em relação à doença, também tem de ter a exclusividade nas culpas.

Quem manda e desmanda em relação à epidemia (no Brasil de hoje o cidadão morre de “coronavírus” por decreto do governador) acha que a culpa é da cloroquina, da população que não entende o “distanciamento social”, da falta de patriotismo e sabe lá Deus o que mais – de qualquer um, em suma, salvo deles próprios, que tomam todas as decisões. É óbvio que governadores e prefeitos estão obtendo resultados calamitosos na sua ação de combate ao vírus.

Os seus três meses seguidos de plenos poderes, seus confinamentos e proibições, suas multas e ameaças, suas agressões aos direitos individuais e suas compras sem licitação produziram, até agora, uma montanha de mortos. Talvez seus nomes fiquem na memória da população, quando vierem pedir votos outra vez.

J.R. Guzzo, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo