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terça-feira, 2 de abril de 2019

Devastação da confiança

A confiança derrete e caem e as expectativas de crescimento, enquanto o governo tropeça e o presidente se distancia das negociações com o Congresso

A confiança derrete e caem as expectativas de crescimento, enquanto o governo tropeça e o presidente se distancia das negociações com o Congresso. O Índice de Confiança Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu em março de 96,7 para 94 pontos, o nível mais baixo desde outubro, mês das eleições. No mercado já se fala em expansão econômica abaixo de 2% neste ano, e a tendência das projeções é convergir para 1,5%, segundo o consultor e ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore. Na batalha pela reforma da Previdência, o objetivo mais urgente, o governo é representado principalmente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, fechou questão a favor do projeto de mudança previdenciária, mas o grande aliado de Guedes no Parlamento, por enquanto, é o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, filiado ao DEM. 

Enquanto o chefe de governo dava prioridade a uma visita a Israel, sua terceira viagem ao exterior em três meses de mandato, empresários e analistas baixavam suas apostas em relação ao desempenho dos negócios. Depois de “uma onda de otimismo com o novo governo”, o recuo de agora parece estar ligado “ao desapontamento com o ritmo lento da economia e com a manutenção de níveis elevados de incerteza econômica”, disse Aloísio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas da instituição.
 
O Índice de Confiança Empresarial da FGV sintetiza avaliações do quadro presente e expectativas em relação aos três meses seguintes. O indicador de situação atual caiu para 89,9 pontos, com redução de 1,5, e retornou ao nível de novembro. Já o índice de expectativas, com recuo de 2,9 pontos, escorregou para 98,1, o menor patamar desde 
outubro. Em março, os índices de confiança de todos os setores foram menores que no mês anterior. No trimestre, o da indústria avançou 0,5 ponto, enquanto os de serviços, comércio e construção recuaram. Todos continuaram abaixo de 100, linha divisória entre expectativas positivas e negativas. O “otimismo” abaixo de 100 corresponde a uma avaliação menos negativa de uma situação presente ou esperada.
A piora das expectativas em relação ao desempenho da economia vem sendo mostrada há semanas pelo boletim Focus, atualizado semanalmente pelo BC e baseado em consultas a cerca de cem instituições financeiras e consultorias. Em um mês caiu de 2,30% para 1,98% a mediana das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, segundo os números divulgados nesta segunda-feira. Na segunda-feira anterior, o número apresentado foi 2,01%.Na semana passada o BC e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) também divulgaram suas novas projeções para este ano. Nos dois casos o crescimento estimado para a expansão do PIB caiu para 2%. 

Os números frustrantes do trimestre final de 2018 já indicaram um avanço próximo de 2% em 2019, observou o economista  Affonso Celso Pastore num evento promovido pelo Estado. Depois de um primeiro trimestre muito ruim, “com cheiro de crescimento nulo”, as projeções do mercado tendem a convergir para 1,5%, acrescentou. Qualquer otimismo gerado pela aprovação da reforma da Previdência, segundo sua avaliação, só produzirá efeitos em 2020. “Para 2019, com ou sem reforma, o quadro é de crescimento muito baixo”, concluiu. 

Os economistas consultados na pesquisa Focus também voltaram a diminuir suas projeções para o crescimento industrial. A mediana das estimativas caiu de 2,57% na semana anterior para 2,50%. Um mês antes estava em 2,90%. Baixo crescimento industrial significa expansão econômica de baixa qualidade, com menor criação de empregos formais e menor difusão de tecnologia.anhos de produtividade podem ocorrer na agropecuária, mas neste ano as perspectivas do setor também são de crescimento modesto. Concessões na área de infraestrutura poderão animar segmentos da indústria, mas a transmissão do estímulo tomará algum tempo. Se a confiança continuar escassa, nem a retomada no próximo ano estará garantida.

O Estado de S. Paulo

 

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Inadimplência atinge 62 milhões de brasileiros e afeta 3% do crédito



A taxa de inadimplência ao crédito do sistema financeiro no Brasil chegou a 3,04%, ou em termos absolutos R$ 96,6 bilhões de um saldo total de R$ 3,168 trilhões. Os dados preliminares, relativos ao mês de setembro, são do Banco Central (BC). Os valores não discriminam as contas em vermelho de empresas e pessoas físicas. A inadimplência diz respeito a dívidas em atraso há mais de 90 dias.

A dívida a bancos, operadores de cartão de crédito, financeiras e leasing aflige metade (52%) dos brasileiros com “nome sujo” no Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC Brasil. Conforme o birô de crédito, em setembro, 62,6 milhões de pessoas estavam “negativados”, equivalente à população da Itália ou pouco menos de um terço da população adulta com 20 anos ou mais – conforme cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 209 milhões de brasileiros,194 milhões com idade a partir de 20 anos (conforme cálculo estimado na última quinta-feira,8).


Em relação às instituições financeiras, tabela das Estatísticas Monetárias de Crédito, disponível para download na página do BC, a inadimplência junto a essas instituições equivalem a 2,7% dos saldos. No caso das instituições financeiras privadas nacionais, a proporção é de 3,8%. Para as instituições financeiras estrangeiras, o percentual é de  2,6%. A maior parte do montante da inadimplência é devida aos bancos públicos (46,27%). Em segundo lugar, às instituições privadas de capital nacional (41,28%). Em terceiro lugar, às instituições de capital estrangeiro (12,45%).

Crise, desemprego e dívida

“A inadimplência sempre cresce com o desemprego. Quando o país entrou em crise, a partir de 2014, nós tínhamos 51,8 milhões de CPF negativados. A crise, de 2014 pra cá, colocou mais 10 milhões na inadimplência”, descreve Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.  Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, confirma que a recuperação do trabalho, e portanto da renda, é o que faz com que quem esteja inadimplente possa colocar em dia as contas em atraso, especialmente os mais pobres. “Quando o consumidor que tem a renda menor voltar para o mercado de trabalho, ele vai pagar a dívida, resolver esse problema”.

MATÉRIA COMPLETA, leia aqui 



quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Juros do cartão de crédito crescem e acumulam 370,1% ao ano

Mesmo após novas regras para modalidade, taxa retorna ao patamar de fevereiro

- Em meio à queda da taxa básica, a Selic, e quatro meses após a implementação das novas regras para o crédito rotativo do cartão, as taxas de juros da modalidade chegaram a 370,1% ao ano em junho, segundo informou o Banco Central nesta quinta-feira. No mês anterior, a taxa foi de 333,4% ao ano.

Desde o dia 3 de abril deste ano ninguém pode ficar mais de 30 dias no crédito rotativo do cartão, por determinação do BC. Pelas novas regras, se na data do vencimento o cliente não tiver feito o pagamento total do valor da fatura, o restante terá que ser parcelado ou quitado.

Por isso, já em abril, a taxa sofreu uma redução e teve seu menor valor do ano, com 284%. Mesmo assim, de lá pra cá, os números voltaram a subir gradualmente nos meses seguintes, e hoje retornaram ao mesmo patamar de fevereiro, quando fechou o mês em 370,7%.

MERCADO DE CRÉDITO
O mercado de crédito brasileiro iniciou o terceiro trimestre com retração de 0,6% no estoque total em julho sobre o mês anterior, a R$ 3,062 trilhões de reais. No acumulado do ano, o estoque total apresenta retração de 1,4%.


Os dados do BC mostraram ainda que, considerando apenas o segmento de recursos livres, a inadimplência foi de 5,6% em julho, repetindo a mesma taxa de junho.
No período, o spread bancário — diferença entre o custo de captação das instituições financeiras e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final — teve alta de 1 ponto percentual, a 37,6 pontos percentuais.

Os juros médios, por sua vez, avançaram a 46,6% em junho, sobre 46,2% em junho, voltando a subir após quatro quedas seguidas.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Políticos desesperados

Sem a modernização das relações trabalhistas, o Brasil continuará sendo um dos países mais caros do mundo para se investir 

O deputado Beto Albuquerque, vice-presidente do PSB, saiu-se com esta preciosidade: as reformas propostas pelo governo Temer são "devastadoras para partidos que querem ter candidatos a presidente em 2018". Repararam? Não é que as reformas sejam boas ou ruins para a estabilidade e o desenvolvimento do país. Isso não interessa. Só interessa saber se as reformas ajudam ou atrapalham o futuro candidato presidencial do PSB. E como há muitos grupos de pressão contra a reforma, o PSB, embora sendo parte do governo Temer, tendo ministério e cargos, declarou-se contra as propostas de Temer. E não renunciou a nenhum de seus postos no governo.
 
Não pode haver demonstração mais explícita de fisiologismo  - essa praga que trouxe a política brasileira ao ponto que está hoje. Impressiona mais ainda que políticos tão experientes não tenham percebido que essa postura é de uma estupidez monumental. Ou, talvez, tudo isso indique que estão desesperados.Dito de outro modo: manobras como essa do PSB não têm chance de prosperar.
 
Primeiro, porque o presidente Temer, que é do meio, sabe como lidar com esse pessoal. Por exemplo: no começo do debate, o presidente despachou ministros e economistas para convencer parlamentares sobre a necessidade das reformas. Nestes dias, não mandou ninguém para argumentar com o PSB. Simplesmente mandou dizer que o partido perderia cargos e sinecuras. Foi o suficiente para que boa parte dos deputados socialistas - socialistas! - voltassem para o lado das reformas. Fizeram contas: manipular verbas e serviços do governo pode gerar mais votos do que se manifestar contras as reformas.
 
Funcionou porque a alternativa do PSB, uma vez demitido do governo, era cair na oposição tipo "Fora Temer", fora tudo, que sabidamente já está ocupada. Ou seja, o PSB, aqui usado como exemplo, porque vários outros partidos e políticos pensam da mesma forma, entendeu que poderia se colocar da seguinte maneira: jogar para a torcida organizada e votar contra as reformas, mas continuar no ministério e nos demais cargos, oferecendo verbas, serviços e obras para sua clientela. Achava que podia ganhar dos dois lados.
Perderam a noção. 
 
Se as reformas trabalhista e previdenciária, nessa ordem, não forem aprovadas, o governo Temer acabou. Sem a modernização das relações trabalhistas, o Brasil continuará sendo um dos países mais caros do mundo para quem quer investir e ganhar dinheiro honestamente. Logo, não haverá retomada consistente. Sem a reforma da Previdência, o setor público vai quebrar - sim, pensem no Rio de Janeiro. É verdade que o governo federal tem mais instrumentos que os estaduais. Sem a economia propiciada pela reforma da Previdência, Temer pode tentar, no desespero, um forte aumento de impostos. Para isso, a turma da fisiologia estará pronta. Esse pessoal adora mandar a conta para os contribuintes.
 
Mas as ruas impedirão esse aumento de impostos. O pessoal está farto desses políticos e desses impostos. Sem dinheiro extra, as contas públicas naufragam e afundam junto o país. Isso quer dizer o seguinte: a dívida pública sobe de maneira explosiva; o governo só consegue se financiar pagando juros de agiota; logo, o BC tem que voltar a subir a taxa básica, aumentando os custos de financiamento de pessoas e empresas; a economia desacelera por falta de investimentos e consumo; não há geração de empregos; o governo arrecada ainda menos impostos; a despesa continua aumentando porque não foram votadas as reformas. Quebrado.
 
Mesmo que se consiga um aumento geral de impostos, não vai adiantar. Pessoas e empresas não vão pagar, porque ficarão diante da alternativa: pagar ao governo e quebrar ou não pagar e tentar sobreviver. A economia também não pode andar nesse ambiente. Não, isto não é terrorismo. É apenas a descrição do que já aconteceu em tantos países, inclusive o Brasil, que cometeram os mesmos equívocos. Mesmo, portanto, que o PSB e outros conseguissem votar contra as reformas e permanecer no governo, não adiantaria nada. A crise política e econômica - na sequência da Lava Jato - levaria ao limite o desprezo da população pelos políticos e pela política partidária. Seriam todos eliminados, como ocorreu na Itália, por exemplo.
 
Na verdade, essa devastação pode ocorrer mesmo que o governo Temer consiga votar as reformas. Os efeitos da Lava Jato permanecerão no cenário. Daí o desespero dos velhos políticos. Faz sentido. Mas está claro que a única chance deles, ainda que remota, é votar as reformas e colocar o país numa marcha de recuperação econômica e social. Num ambiente mais calmo, com algum crescimento, algum emprego, quem sabe o eleitor seja mais tolerante.
 
Tomara que não. E outra coisa. O nome em ascensão é João Dória, cuja principal virtude é definir muito bem o seu lado: pelas reformas, pelas privatizações, pela redução do Estado, contra Lula e o PT.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, Jornalista.
 
 


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Corte nos juros melhora expectativas

Inflação em baixa permite redução forte da Selic, perspectivas são animadoras para taxas ainda mais baixas, e isso aumenta otimismo com relação à volta do crescimento

A aceleração no corte dos juros, empreendida pelo Banco Central na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), representa, antes de tudo, um realinhamento da autoridade monetária com a posição que vinha se tornando majoritária, entre economistas e analistas em geral, de que o BC precisava apressar o passo do afrouxamento da política anti-inflacionária. Depois da segunda reunião com o modesto corte de 0,25 ponto percentual, deixando a taxa básica de juros (Selic) em 13,75%, aumentou a crítica de que a autoridade monetária estava muito conservadora diante de um cenário claro de inflação em baixa.

Foram feitas, inclusive, análises de cunho mais político sobre uma hipotética — e desnecessária — preocupação de Ilan Goldfajn de, por meio de um conservadorismo em excesso, marcar a autonomia de sua equipe no BC em relação ao Planalto, muito diferente do que acontecera no relacionamento no governo Dilma entre o Planalto e a instituição, no período de Alexandre Tombini.

Importa é que o corte de 0,75 ponto nos juros, deixando a Selic em 13%, injeta mais otimismo nas expectativas para 2017, que não eram muito animadoras no início de dezembro.  Mas a inflação se manteve ladeira abaixo, o IPCA foi de apenas 0,3% em dezembro — abaixo mesmo do 0,36% da última previsão para o ano feita pelos analistas no relatório Focus, do BC —, e houve confiança no Copom na redução mais forte. Que poderá se repetir na próxima reunião.

Neste último relatório, fechado na sexta-feira passada, a mediana das apostas do mercado é que a inflação de 2017 será de 4,81%, muito próxima da meta de 4,5%. Talvez ela seja atingida ainda este ano. Os 6,29% da elevação dos preços, no ano passado, já foram importante vitória, porque representou uma corte de aproximadamente quatro pontos percentuais em relação aos 10,67%, de 2015, símbolo da desregrada política fiscal da gestão Dilma Rousseff. Foi, assim, possível encerrar o ano com a inflação abaixo da margem superior de tolerância de 6,5%. As expectativas de que a economia crescerá no segundo semestre começam a ser antecipadas. Reforçam o otimismo as estimativas de uma safra agrícola das melhores — e que também ajuda a impedir que os alimentos voltem a pressionar o IPCA.


Juros e inflação em baixa são variáveis básicas da equação do crescimento do PIB. Mas não as únicas. É certo que a tendência do cenário é de melhoria, mas ainda existem dúvidas sobre o ajuste fiscal, muito dependente da reforma da Previdência, ainda a ser deliberada pelo Congresso, e da situação dos estados, também cruciais para o equilíbrio das contas da União.

A Lava-Jato e seu potencial de desestabilização política do governo não pode ser esquecido, nem deve ser descartada a possibilidade de, a depender da forma com que Donald Trump assuma a Casa Branca, no final da semana que vem, o Copom ter de ajustar seus sensores, caso o banco central americano (Fed) acelere a elevação dos juros. Basta que Trump e seu anunciado protecionismo aticem a inflação americana. Mas não se trata de problemas que não possam ser esgrimidos pelo BC. Não apenas os juros brasileiros continuam com boa margem para cortes, como a própria distensão do ambiente econômico e dos negócios é um fator a ser levado em conta.

Fonte: Editorial - O Globo

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Tombini considera ‘significativas’ as mudanças na previsão do FMI

Informações econômicas relevantes serão consideradas na reunião do Copom

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, classificou como “significativas” as mudanças das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira. O organismo internacional revisou a projeção de retração econômica de 1% para 3,5% neste ano. Para o ano que vem, a expectativa passou de crescimento de 2,3% para estagnação da economia. O FMI atribui a fatores não econômicos as razões para a rápida e pronunciada deterioração das estimativas.

Após essa forte mudança de cenário por causa da crise política e de confiança no governo, Tombini divulgou uma nota à imprensa. Não é usual que um presidente do BC publique um comunicado para comentar as previsões do FMI. “O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avalia como significativas as revisões das projeções de crescimento para o Brasil em 2016 e 2017, realizadas pelo Fundo Monetário Internacional, e divulgadas hoje na atualização do relatório ‘World Economic Outlook’”, diz o comunicado.

Na curtíssima nota, Tombini ainda ressalta que “todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) são consideradas nas decisões do colegiado”. O encontro da cúpula do BC começou nesta terça-feira. Amanhã, a diretoria divulgará a decisão em relação à taxa básica de juros (Selic).

A aposta dos analistas é que haja aumento dos juros que estão em 14,25% ao ano porque as previsões para a inflação de 2016 já estão em 7%. A promessa do BC é deixar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dentro do teto da meta, que é 6,5%. No ano que vem, o objetivo é atingir o centro da meta de 4,5%.

JUROS FUTUROS CAEM
Após a nota de Tombini, as taxas dos contratos de juros futuros curtos recuavam com força e passavam a mostrar chances majoritárias de elevação de 0,25 ponto percentual na Selic nesta semana. O inesperado comentário reforçou o sentimento de que o Copom pode até deixar o juro básico como está. — É no mínimo estranho o BC soltar um comunicado como esse no primeiro dia da reunião do Copom. Ainda acredito que a chance maior é de subir os juros, mas não ficaria surpreso se vier manutenção — disse o chefe da mesa de juros da corretora Icap, Arlindo Sá.

Segundo cálculos da Reuters, os DIs, que até a véspera apontavam chances majoritárias de elevação de 0,50 ponto percentual na Selic, passaram a mostrar aumento de apenas 0,25 ponto, a 14,5%. A leitura é de que ou o BC mantém os juros, ou sobe pouco e culpa a fraqueza da atividade — disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.
O comunicado vem em um momento de inflação de dois dígitos, apesar da profunda recessão econômica no Brasil. Alguns economistas vêm levantando dúvidas sobre a eficácia de aumentos de juros nessa conjuntura, mas a maioria ainda vinha apostando em aumento de 0,50 pontos percentual na Selic nesta semana, segundo a pesquisa Focus do BC e levantamento da Reuters, entre outras razões devido às fortes sinalizações nesse sentido dadas pelo próprio BC.

Na última reunião do Copom, dois dos oito integrantes do colegiado votaram por um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa.

A queda do dólar sobre o real também contribuía para o recuo dos DIs, após dados fracos sobre o crescimento da China alimentarem expectativas de estímulos na segunda maior economia do mundo. A recuperação dos preços do petróleo também sustentava o apetite por risco nos mercados globais.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 29 de abril de 2015

COPOM e Joaquim Levy, aumentam juros e com isso facilitam aumento dos lucros do Itaú, Santander e Bradesco

BC eleva juros básicos para 13,25% ao ano

Foi a quinta alta seguida da Taxa Selic para controlar a inflação [quinta alta seguida para manter a inflação rumo aos 10% mas sem ultrapassar.]
Com as expectativas crescentes para a inflação neste ano, o Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, aumentar os juros básicos em 0,5 ponto percentual para 13,25% ao ano. A elevação, já esperada pelo mercado financeiro, foi a quinta seguida. O BC não deu sinais de que vai parar por aí. Publicou exatamente o mesmo comunicado da reunião anterior e deixou a porta aberta para mais aperto monetário. Com isso, a taxa Selic chegou perto do patamar de 2008, quando o mundo estava mergulhado na crise econômica. O cenário, entretanto, é bem diferente do daquela época. 

Há sete anos, o mundo vivia o colapso do subprime, um choque do preço de commodities, perspectiva de desemprego. Já o Brasil crescia a uma taxa de 5,2% com uma inflação de 5,9%. A alta era para conter esse nível de aumento de preços. Atualmente, a previsão é de recessão econômica de 1,1% neste ano. Já o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em nada menos que 8,13% no acumulado dos últimos 12 meses. E a expectativa do mercado financeiro é que o índice, usado oficialmente no sistema de metas, encerre o ano acima disso: 8,25%.

UM ANO PERDIDO
São números muito distantes do teto da meta estabelecida pelo próprio governo. O objetivo determinado pela equipe econômica é que a inflação seja de 4,5%, mas há uma margem de tolerância de dois pontos percentuais. No entanto, 2015 é considerado um ano perdido e o BC já avisou que só conseguirá chegar no alvo no fim do ano que vem. Segundo o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito, seguir no ritmo de aumento de 0,5 ponto percentual é um sinal de que o BC pretende ancorar as expectativas para o ano que vem. Elas ainda estão longe do centro, em 5,6%, mas um pouco mais comportadas que a inflação deste ano. O BC quis dizer que já que 2015 está perdido, tem de concentrar seus esforços no controle da inflação do ano que vem — explicou o analista ao lembrar os perigos que podem surpreender como o aumento do preço de commodities, que afeta a inflação daqui.

DÓLAR EM ALTA
Além disso, a valorização do dólar, principalmente, no primeiro trimestre, ainda terá impacto nos preços. E o poder de fogo do Banco Central está reduzido neste ano, já que a maior parte da inflação é de preços administrados, ou seja, das tarifas de serviços públicos como energia elétrica. Esse preços não respondem às altas do juros. Assim, a política do BC tem de frear apenas a parte da inflação dos preços livres. Para fazer com que isso tenha impacto no preço final, é preciso de apertar com mais força a política de controle da inflação.  — A ideia é perder esse ano, mas recuperar os outros três, mas não acho que isso vá acontecer analisa o economista-chefe da Austin Rating.

No comunicado, o BC não deixa claro que pretende encerrar a alta dos juros. Repetiu que “avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual para 13,25% ao ano sem viés”. O texto é conciso e dá a entender que o aperto da política contra a inflação continuará. [só que o aperto do BC faz a inflação subir, o emprego cair, o PIB desabar, a recessão aumentar  e a estagflação se elevar.]