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domingo, 26 de setembro de 2021

Dilma merece ser vice de Lula - Revista Oeste

Augusto Nunes

O falastrão que odeia leitura e a mulher que não fala coisa com coisa nasceram um para o outro

 Dilma Rousseff e Lula | Foto: Estadão Conteúdo

Dilma Rousseff e Lula | Foto: Estadão Conteúdo

Em 16 de maio de 1990, depois que seu filho Christian matou com um tiro na cabeça Dag Drollet, namorado da irmã Cheyenne, Marlon Brando isolou-se numa sala da casa em Beverly Hills até chegar a hora da entrevista coletiva. Caminhou em direção aos jornalistas e, antes que as perguntas começassem, disse uma frase que parecia ter acabado de sair do script de um filme em que o filho de um grande ator mata com um tiro na cabeça o namorado da irmã:

— A tragédia bateu em minha porta.

Quem pronunciou as seis palavras exemplarmente encadeadas? 
Um homem golpeado pelo drama terrível? 
Ou o gênio das telas interpretando o personagem? Jamais se saberá. “O grande ator não é gente como a gente, é outra coisa, muito misteriosa”, dizia o jornalista Paulo Francis. “E Marlon Brando é o melhor de todos os tempos.” Para amparar a avaliação, Francis evocava a cena de O Último Tango em Paris em que o protagonista chora ao lado do túmulo de sua mulher. “Era mais que um choro, era um uivo”, deslumbrava-se meu amigo. “Era uma tristeza fora do alcance do homem comum. Nem o mais inconsolável dos viúvos conseguirá chorar daquele jeito.”
Francis talvez mudasse de ideia se testemunhasse a performance de Lula no dia em que Dilma Rousseff enviuvou da Presidência da República, ao fim do casamento de cinco anos infelizes para quem consegue enxergar um palmo adiante do nariz. Nunca antes neste país, ou nunca antes neste mundo, viu-se alguém tão desoladoramente arrasado quanto o fabricante do poste que instalou no coração do poder até que se consumasse o despejo. Encerrado o velório sem cadáver no Palácio da Alvorada, um punhado de militantes do PT acompanhou por alguns metros a partida da mulher demitida pelo impeachment.  
Perdido no grupo de carpideiras, um Lula catatônico zanzava à deriva, com o olhar de quem sobe os degraus do cadafalso, o rosto castigado por rugas recém-nascidas e vincos que avisavam: nunca mais apareceria por ali sequer o esboço de um sorriso.

A passagem do tempo, o cerco movido pela Lava Jato, a temporada na cadeia, a namorada nova — essas e outras ocorrências desviaram as preocupações para outras direções. O sofrimento causado pelo calvário de Dilma agora parece suportável. Mas o luto continua. Na semana passada, a ex-presidente revisitou a memória do seu criador durante outra discurseira, de novo marcada pela insistência em algemar a liberdade de expressão com o que já se chamou “controle social da mídia” e ressuscitou rebatizado com outro codinome: “regulação da mídia”. Vistos de perto, tanto o controle quanto a regulação têm cara de censura, jeito de censura — e são isso mesmo: variações da velha censura, sempre camuflada por fantasias em farrapos. “A imprensa precisa respeitar limites”, berrou o palanque ambulante para outra plateia amestrada. “Não podemos esquecer que a mídia apoiou descaradamente o golpe contra Dilma Rousseff.”

Os institutos de pesquisa já entregaram a faixa presidencial ao chefe do maior esquema corrupto da História

Aos olhos malandramente estrábicos do ex-presidente presidiário, a queda de Fernando Collor em 1991 não tem parentesco com golpe nenhum. Com o apoio do PT, a bancada majoritária dos descontentes apenas utilizou o instrumento do impeachment, prescrito pela Constituição. Tampouco pode ser considerada golpista a campanha “Fora FHC”, deflagrada em janeiro de 1999, semanas depois da segunda vitória de Fernando Henrique sobre Lula no primeiro turno. 
E só negacionistas, terraplanistas ou genocidas ousam enxergar algum tipo de golpe na pilha de pedidos de impeachment erguida pelas tribos derrotadas em 2018. 
A coisa só se transforma em conspiração fascista se o alvo desfila na ala dos democratas que não admitem discordâncias nem toleram o convívio dos contrários. Dilma Rousseff é o mais vistoso destaque desse monumento ao cinismo.
 
Caso efetivamente ache que a sucessora comandou um governo admirável, caso acredite mesmo que perdeu o emprego porque só pensava nos pobres, Lula não pode perder a chance de reparar a injustiça na eleição do ano que vem
Como se sabe, os institutos de pesquisa já entregaram a faixa presidencial ao chefe do maior esquema corrupto da História. 
Que tal completar a chapa com Dilma candidata a vice — e, por que não?, ceder-lhe metade do mandato para que conclua a obra rudemente interrompida? 
Dois anos no poder não são pouca coisa, atesta o resgate parcial do besteirol acumulado por Lula em 2003 e 2004. 
Extraídos de excelente artigo de Dora Kramer, os momentos aqui reproduzidos avisam que, perto do colecionador de diplomas de doutor honoris causa, Jair Bolsonaro é um apóstolo do politicamente correto.

Ao sancionar o Estatuto do Idoso, Lula exortou os aposentados a “não ficarem em casa atrapalhando a família”. Ao recepcionar portadores de deficiências físicas, o presidente animou-se ao reconhecer um deles: “Estou vendo o Arnaldo Godoy sentado, tentando me olhar, mas ele não pode me olhar porque é cego. Estou aqui à tua esquerda, viu, Arnaldo?”. Numa audiência concedida a atletas que disputavam vagas na delegação que viajaria para a Grécia, Lula desejou-lhes sorte na Paraolimpíada de “Antenas”. Com a mesma delicadeza foi contemplado o gênero feminino. Depois de esquecer Marisa Letícia dentro de um carro na Espanha, procurou redimir-se num falatório no Rio: “A galega engravidou no primeiro dia porque pernambucano não deixa por menos”. Disposto a deixar claro que nunca foi preconceituoso, viu em Pelotas, no interior gaúcho, “um polo exportador de viados”. (Assim mesmo: com i.)

Entre uma grosseria e um pontapé nas boas maneiras, caprichou no espetáculo da ignorância. Aboliu 3.000 quilômetros de fronteira ao anunciar que, além do Chile e do Equador, também a Bolívia não estava na lista dos países vizinhos do Brasil. Na Síria, dissertou sobre um certo “continente árabe” e ergueu um brinde com bebida alcoólica ao presidente, que é abstêmio por motivos religiosos. Poderia ter evitado algumas agressões a conhecimentos elementares se não achasse que “leitura é pior que exercício em esteira”.  
A catarata de cretinices prosseguiu, mas deixou de inundar o noticiário jornalístico para abrir espaço ao cortejo de escândalos que começou com o Mensalão, chegou ao clímax com o Petrolão e só cessou quando o Supremo Tribunal Federal resolveu atender ao apelo de Romero Jucá e estancou a sangria.

Também Dilma Rousseff mereceu a carteirinha de sócia do clube dos incapazes capazes de tudo. Entre incontáveis espantos, a inventora do dilmês enxergou um cachorro (oculto) por trás de cada criança. Compreendeu que tudo seria diferente se fosse possível estocar vento. Aconselhou Barack Obama a evitar que a pasta saia do dentifrício. Descobriu que o coronavírus é esperto, solerte e ataca na horizontal. Ensinou que é mais sensato dobrar metas inexistentes. E, na mais assombrosa de suas façanhas, provou que é possível presidir o país — durante cinco anos sem falar coisa com coisa, sem declamar uma única frase com começo, meio e carregando na cabeça baldia um neurônio solitário.

Nascidos um para o outro, Dilma merece ser vice de Lula e Lula merece ter Dilma como vice. Quem não merece essa dupla de nulidades arrogantes é o Brasil que pensa e presta.

Leia também “Lula e a mulher-aranha”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 16 de junho de 2021

DEUS ME PROTEJA DE MIM! (e ninguém me é mais perigoso).

Adriano Marreiros

 Eu pedi a Deus: não às agências de “checagem” e aos arautos da censura

“Deus me proteja de mim”, diz a canção de Chico César e do saudoso Dominguinhos, que também diz que “Caminho se conhece andando e então vez em quando é bom se perder”.  

Ouço isso enquanto vejo comentários sobre um tal documentário que tem buscado apavorar os usuários das redes sociais e que estaria fazendo que muitos estejam saindo delas.  Não duvido que estejam.  Muita gente acha que fulano é gente boa porque critica a corrupção.  Que ciclano é gente boa porque quer evitar que nos enganem com “fake” news.  A música prossegue pedindo mais a Deus: que me proteja “da maldade de gente boa” Muito sábia: como é que vou andar pelo caminho e me perder, procurando o que é a verdade, se tem “gente boa” que quer me impedir de andar, se tem “gente boa” que quer cassar o meu direito de me perder: mas, principalmente, porque tem “gente boa” que quer evitar a todo custo que eu tenha o direito de me achar?

Mas como assim? Que isso? Eles querem o seu bem, o BEM MAIOR pra Sociedade.  As agências de “checagem” e seus arautos (do establishment “progressista”) fazem isso por bondade, por amor a você  e contradiscursos de ódio”, que é como se chama qualquer coisa que não considerem “progressista”.  Na caixa de som, por bluetooth, a canção, por coincidência pede a Deus, desta vez, que me proteja também “da bondade de pessoa ruim”.

Sinceramente, não sou de criticar sem ver, mas não verei o tal documentário que pretende convencer que as redes trouxeram tudo de pior e que, por dedução, a imprensa tradicional e órgãos do Estado e do globalismo seriam os únicos confiáveis, os únicos que me iluminarão com a verdade...  Ele pode até pretender me fazer achar um caminho seguro pra trilhar, mas eu prefiro mesmo, bailando ao som da sanfona de Dominguinhos, me perder, porque “Perdido fica perguntando, vai só procurando e acha sem saber”...

Há dois anos, na mudança, achei um caderno de crônicas e poesias em que o então Cadete Marreiros, de 20 anos (1991), comentava que chamavam de opinião pública a opinião publicada.  
Naquele tempo, só publicava quem os editores dos jornais, os editores das revistas, os editores da Sociedade permitiam.  
As redes sociais permitiram que qualquer um publique sem as autorizações desse governo oculto, ou dessa panelinha, ou dos poderosos ou como você queira chamar.  
Permitiu que se publicasse muita besteira e muita sabedoria.  Muita coisa errada e muita coisa certa. Muita mentira e muita verdade.  
Mas a expressão mais exata é: permitiu publicar sem pedir licença ao poder, aos poderosos.  É o que se chama LIBERDADE DE EXPRESSÃO.  É o que se chama AUSÊNCIA DE CENSURA.  É o que se chama DEMOCRACIA DE VERDADE: pois, pela primeira vez na História, ao menos desde a Grécia antiga, o povo não precisou de intermediários, de “iluministas” nem de “editores” para expressar sua opinião, pela primeira vez podemos realmente falar em opinião pública, pela primeira vez podemos exercer a cidadania desde o tempo da Ágora dos gregos.
Ah, mas esse excesso de liberdade é perigoso?!  E as “fake” News?  Tolinho, o problema da Liberdade de expressão, ao longo de toda a História, nunca foi com as notícias falsas.  
Você realmente acha que agora é?  
Que o perigo está na liberdade de buscar a verdade? 
Que está na verdade, nos fatos reais? E a voz anasalada do Chico Cezar, justo nessa hora, lembra que “Perigo é se encontrar perdido, Deixar  sem ter sido, Não olhar, não ver”.

Muitos querem fazer você não olhar pra não ver o óbvio e, do jeito que as coisas andam, não sei como vai ser.  Recorro à Fé e reitero a Deus, Nosso senhor, e não aos burocratas e censores de plantão, o pedido do poeta:

Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa

Da bondade da pessoa ruim
Deus me governe e guarde ilumine e zele assim... 

 

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

 

 Conservadores e Liberais

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

O campeão da proteção florestal - Revista Oeste

Evaristo de Miranda

Aos fatos: o Brasil ocupa 6,3% das terras continentais do planeta e suas áreas protegidas representam 12,3% das existentes. Quinta nação em extensão territorial, o Brasil é a primeira em áreas protegidas 

 

 Foto: Shutterstock

Nenhum país dedica mais território à proteção da vegetação nativa do que o Brasil. E a manutenção das florestas deve-se muito à Coroa portuguesa. No século 16, as Ordenações Manuelinas reuniram toda a legislação portuguesa, com vários artigos de proteção às florestas e até proibição do uso do fogo (livro V, tit. 83). A Coroa portuguesa estendeu sua aplicação ao Brasil. O corte de árvores madeireiras só podia ocorrer com autorização legal. Havia uma lista das chamadas árvores reais preservadas. Daí deriva a expressão madeira de lei: evoca a madeira protegida pela lei desde os primórdios do povoamento português no Brasil.

k you for watching

Alvarás, regimentos, ordenações e outros instrumentos dos governadores-gerais enriqueceram esse embrião de legislação ambiental. O Regimento do Pau-Brasil, de 1605, foi a primeira lei de proteção florestal. Ciente das desordens e abusos na exploração do pau-brasil, de como a árvore se tornava rara e as matas se degradavam, El-Rei fez o Regimento, após tomar informações de pessoas de experiência das partes do Brasil, e comunicando-as com as do Meu Conselho”.

Primeiramente Hei por bem, e Mando, que nenhuma pessoa possa cortar, nem mandar cortar o dito pau-brasil, por si, ou seus escravos ou Feitores seus, sem expressa licença, ou escrito do Provedor Mor de Minha Fazenda, de cada uma das Capitanias, em cujo distrito estiver a mata, em que se houver de cortar; e o que o contrário fizer incorrerá em pena de morte e confiscação de toda sua fazenda.

O Regimento previa penas pesadas a quem excedesse sua licença de corte. O excedente era sempre confiscado. Acima de 10 quintais, multa de 100 cruzados
Mais de 50 quintais, açoite e degredo por dez anos em Angola. Ultrapassando 100 quintais, pena de morte e perda da fazenda. O Regimento ainda criou uma espécie de auditoria independente: uma devassa anual da Coroa sobre a administração e os administradores do corte do pau-brasil, seus registros, autorizações anuais…

Essas e outras medidas permitiram o manejo sustentado das matas de pau-brasil por três séculos. A exploração da espécie não foi sinônimo de desmatamento, como pensam alguns, mas garantiu a manutenção da floresta atlântica até o século 19. O último carregamento de pau-brasil foi exportado em 1875. A exploração não cessou devido ao desaparecimento da espécie, mas por razões comerciais: perda de competitividade da tinta vermelha produzida com a madeira, devido à entrada das anilinas no mercado de tinturaria.

As políticas florestais da Coroa portuguesa e do Império do Brasil lograram manter a cobertura vegetal quase intacta até o final do século 19, com poucos locais alterados. Já no século 20, apenas entre 1985 e 1995, [já na famigerada Nova República.] a mata atlântica perdeu mais de 1 milhão de hectares, mais do que a área desmatada ao longo de todo o período colonial!

Segundo Carlos Castro, autor de doutorado na Universidade de Brasília sobre a gestão florestal no Brasil, de 1500 aos nossos dias, “em vez de imputar a Portugal a culpa por ter nos deixado uma herança predatória, talvez devamos aprender com as práticas conservacionistas que os portugueses preconizaram e tomarmos consciência de que a destruição das florestas brasileiras não é obra de 500 anos, mas principalmente desta geração”.

Nas três últimas décadas, nossa herança florestal ganhou segurança com a criação de áreas protegidas pelo Poder Público. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) considera como áreas protegidas as unidades de conservação da natureza e as terras atribuídas a populações tradicionais, como esquimós, aborígenes e indígenas.

Entre os países, a definição das unidades de conservação da natureza varia bastante e inclui diversas categorias de proteção. Nos parques naturais europeus, a presença humana e atividades econômicas são possíveis sob certas restrições, incluindo cidades, agropecuária e várias atividades. No Brasil, apenas as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) permitem atividades e, em grau menor, as reservas extrativistas. As unidades de conservação integral, como estações ecológicas ou parques nacionais, excluem presença humana ou atividade econômica.

Até a promulgação da Constituição Federal de 1988 existiam 248 unidades de conservação, ocupando área total de 198.599 quilômetros quadrados, ou 2,3% do Brasil. Em 30 anos, elas foram multiplicadas por oito. Hoje são 1.871 unidades de conservação federais, estaduais e municipais, incluindo APAs. Elas ocupam 1.544.333 quilômetros quadrados, ou 18% do país.

Até a Constituição de 1988, havia 60 terras indígenas decretadas, somando 161.726 quilômetros quadrados, ou 1,9% do Brasil. Hoje são 600 terras indígenas numa área total de 1.179.561 quilômetros quadrados, ou 14% do Brasil.[para que tanta terra para índios, se eles não querem cuidar nem agricultura  de subsistência - querem que o governo os sustente em tudo.]

.........

A extensão dessas áreas protegidas equivale a 54% do território europeu ou à soma das áreas de 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovênia, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Reino Unido.

O Brasil ocupa 6,3% das terras continentais do planeta e suas áreas protegidas representam 12,3% das existentes. Quinta nação em extensão territorial, o Brasil é a primeira em áreas protegidas. Entre os dez países de maior dimensão territorial Rússia, China, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Índia, Argentina, Cazaquistão e Argélia —, o Brasil protege mais. A média das áreas protegidas desses países é de 11,0%, contra 30,3% no Brasil. A proteção ambiental brasileira é quase três vezes maior.

Conforme dados da Unep, em grande parte, as áreas protegidas estão localizadas em terras marginais: desertos desabitados (China, Austrália, Argélia, EUA), regiões polares e subárticas (Alasca, Sibéria) e montanhas inaptas à ocupação humana (Andes, Rochosas).

No Brasil, porém, a maioria das áreas protegidas reúne terras com potencial madeireiro, agropecuário e mineral. A dificuldade em manter sua integridade é grande em face das demandas sociais e das pressões econômicas, sobretudo na Amazônia. Cuidar dessa extensão territorial é um enorme desafio de gestão.

Leia na Revista Oeste, a MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 27 de abril de 2021

Confusão no Reino Unido - o primeiro-ministro e sua mulher - Vilma Gryzinski

 

Bafafá à inglesa: o premier, a mulher dele, o ex-amigo e o ‘rato falante’

Boris Johnson está na posição altamente desconfortável de enfrentar escândalo que envolve sua companheira e ex-aliado que virou inimigo

[Nota do Blog Prontidão Total: avaliamos a importância desta notícia e de outras resultantes de tudo que foi dito na Senado Federal em função da  CPI Renan Calheiros e, decidimos, sem medo de ser feliz, que esta matéria é mais importante.]

Mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda, aconselhavam Sun Tzu e Michael Corleone. Mas o que um político pode fazer quando os amigos e potenciais inimigos se envolvem em disputa pelo poder com a própria mulher?  Como qualquer marido sensato, Boris Johnson optou pela mulher, Carrie Symonds, quando ela travou uma guerra de bastidores com seu mais importante assessor político, o genial e mercurial Dominic Cummings.

Mente brilhante por trás da campanha vitoriosa do Brexit, Cummings foi para casa em novembro do ano passado, com um pote até aqui de mágoa, e Carrie emplacou o assessor que queria como chefe de gabinete. Agora, Cummings está mandando a conta. E não é pequena. Vingança que se come fria tem mais poder.

Em posts inflamados que foram comparados a bombas nucleares, detonando Boris e Carrie, que antes de fingir que é uma cordata e silenciosa companheira trabalhava na assessoria de imprensa do Partido Conservador, conhece todo mundo e, como o caso acontece na terra de Shakespeare, merece ser chamada de Lady McSymonds.

Foi na época de assessora que conheceu Boris, sugou-o da esposa com quem tinha quatro filhos e acabou morando na ala residencial do sobrado número 10 de Downing Street, com o filhinho nascido em fim de abril do ano passado quando o pai ainda se recuperava de uma Covid das bravas. Uma reforma no apartamento oficial no célebre endereço provocou uma das maiores encrencas de Boris. Cummings relata ter apontado que seria não só antiético como potencialmente criminoso sondar milionários que fazem doações polpudas aos conservadores para saber se poderiam bancar os custos da reforma.

 Boris Johnson e Carrie Symonds


 

As obras foram feitas de qualquer maneira, ao custo de 200 mil libras, irrisório pelos padrões brasileiros de suntuosidade com dinheiro dos outros, mas potencialmente explosivos para Boris. Outra bomba: segundo Cummings, Boris disse que preferiria ver “os corpos se empilharem” a decretar um novo lockdown, em outubro, o que acabou fazendo de qualquer maneira. O primeiro-ministro e companhia negaram veementemente. “Estamos entrando no capítulo farsesco dessa história, com fontes anônimas, assessores anônimos, eventos anônimos. Nada disso é sério”, disse o secretário da Defesa, Ben Wallace.

Problema: apesar do aspecto novelesco, os assuntos são sérios e ninguém sabe o que mais Dominic Cummings tem em seu saco de maldades.  Entre outros detalhes que o primeiro-ministro preferiria esquecer, está a discussão sobre quem seria o integrante do governo que vazava assuntos sigilosos com tanta frequência que foi apelidado de “rato falante”. O maior suspeito, por incrível coincidência, era o melhor amigo de Carrie no governo, Harry Newman. 

Diz Dominic Cummings que quando o caso começou a ganhar corpo, Boris Johnson  ficou aborrecido e sugeriu que a investigação interna fosse suspensa. “Se for confirmado que Newman é o informante, então vou precisar demiti-lo e isso me causará problemas muito sérios com Carrie (pausa). Talvez pudéssemos suspender a investigação sobre o vazamento”, disse o primeiro-ministro, segundo Cummings.  Resposta do ex-assessor: “Disse que seria uma loucura e totalmente antiético. Ele não poderia cancelar uma investigação que afetava milhões de pessoas só porque poderia implicar amigos da sua namorada”.

Partidários de Carrie partiram para a defesa com o argumento clássico: ela está sendo alvo de ataques sexistas, provenientes de intrigantes que adoram atribuir interferências à clássica figura da mulher mandona. Eles pintam um quadro em que Cummings – apelidado de “Demonic” pela esquerda revoltada com o Brexit, mas agora tratado com entusiasmo pela mesma turma por causa dos estragos que está causando no governo conservador – e seu grupo formavam um “time dos meninos”, hostil a mulheres em geral e a Carrie em particular.

Foram eles, supostamente, que vazaram o apelido dado a Carrie, “Princess Nut Nuts” – palavra usada nos dois sentidos, como sinônimo de maluca e também no sentido estrito, nozes, uma referência ao que chamavam de seu rosto de esquilo. Carrie Symonds tem 33 anos, 23 a menos do que o futuro marido – eles iam se casar na Grécia no ano passado, mas a festa foi adiada por motivos óbvios. Foi criada só pela mãe, advogada que trabalhava no Independent e teve um caso com um dos fundadores do jornal, desinteressado em se envolver com a filha.

Em junho de 2019, a polícia foi chamada por causa de uma briga de casal no apartamento dela, onde Boris estava morando provisoriamente. Depois, ficou claro que o vizinho responsável pelo chamado tinha planejado conseguir um flagrante por antipatia política.  Motivo aparente da briga: uma taça de vinho derrubada num sofá branco. Apesar da gravidade do delito, o casal superou tudo e Carrie toma o cuidado de aparecer pouco em público, embora seja considerada, em particular, especialmente influente no quesito causas ambientais. 

E, como ficou comprovado, em assuntos políticos também, uma garantia de que, como tudo na carreira de Boris Johnson, o futuro reserva uns bons solavancos. Detalhe relevante: o primeiro-ministro tomou um empréstimo do comitê conservador e está ressarcindo as boas almas que bancaram a reforma em Downing Street. Os percalços de Boris coincidem com notícias excepcionalmente boas. Na prática, a epidemia já acabou, graças à combinação de lockdowns parciais e a brilhante campanha de vacinação. O número diário de novos casos caiu para menos de 2 000 e as mortes estão na casa das poucas dezenas.

O Goldman Sachs previu que a economia este ano vai crescer espetaculares 7,8%, mais do que as projeções para os Estados Unidos. O Brexit causou um soluço no começo do ano, mas já está sendo absorvido sem traumas. É claro que quando tudo está indo muito bem, um perigo inesperado ataca. Atualmente, o nome dele, para Boris Johnson, é Dominic Cummings.

Vilma Gryzinski - Blog Mundialista - VEJA


segunda-feira, 29 de março de 2021

A perseguição à Lava Jato conduz o Brasil a superar a Grécia “sofista” do século V a.C. - Sérgio Alves de Oliveira

Quem observar de perto o lamentável processo da decadência que abalou nos últimos anos os alicerces políticos, econômicos e sociais da Grécia, deveria também saber que essa sua trajetória tão “baixa” na marchada civilização ,nem sempre foi assim. Nos seus áureos tempos,os helênicos forneceram ao mundo alguns dos seus maiores pensadores, principalmente filósofos, que tiveram decisiva influência nas boas conquistas da humanidade. De fato,o Século V a.C, em particular, se constitui no período mais brilhante da civilização helênica. As guerras vitoriosas contra os persas,as riquezas e terras conquistadas,o intenso comércio,e o desenvolvimento das artes e das ciências,fizeram a Grécia atingir a plenitude da sua civilização.

Mas esse apogeu material e econômico provocou, especialmente em virtude de uma riqueza mal distribuída, a corrupção dos costumes,da política, da “Justiça”, das tradições religiosas e morais, bem como o surgimentos de muitos“ oportunistas”, tipos daqueles “caras” que, em grande quantidade, a partir de 1985, no Brasil, se adonaram dos cargos políticos eletivos, governamentais e legislativos e também judiciários nos tribunais,estes nomeados pelos respectivos governantes ,tudo “carimbado” pelo Poder Legislativo. O péssimo ambiente social, político e econômico, reinante na Grécia dessa época foi a principal causa do surgimento dos SOFISTAS, cuja postura cética e relativista conquistou as inteligências mais frágeis, diante do descrédito que as escolas de filosofia pré-socráticas haviam contaminado a filosofia.

Os sofistas, antigos professores de música, passaram a “ensinar ” filosofia para o povo . Eram homens venais,sem escrúpulos e convicções, sedentos de riquezas, poder e glória ,”trabalhando” justamente numa época de crise do pensamento grego. Ensinavam a juventude ateniense, atraída pelos encantos da eloquência,a arte de defender os “prós” e os “contras” de todas as questões,o segredo de tirar partido de qualquer situação. 
Serviam-se das armas da razão para destruir a própria razão,e sobre as ruínas da verdade,erigir o próprio interesse em norma suprema de ação. Os maiores expoentes sofistas foram Protágoras (481 a.C-411 a.C),que deixou imortalizada a frase, “o homem é a medida de todas as coisas,das coisas que são,enquanto são,e das coisas que não são,enquanto não são” (até parece frase de Dilma), e Górgias, o “niilista”, que escreveu ”Do não ser”.

Essas estratégias e táticas sofistas, especialmente do uso abusivo da “dialética”, foram desenvolvias bem mais tarde com maestria por Hegel e Karl Marx, no que chamaram de “estratégia das tesouras”, pela qual a esquerda passaria a mandar no mundo onde houvesse alguma “democracia” e “eleições”, sempre indicando dois candidatos fortes de esquerda, um “explícito”, ”radical”, outro “disfarçado”, ”moderado”, polarizando entre eles a eleição.

E a esquerda brasileira não perdeu tempo. Adotou à plenitude a “estratégia das tesouras” no chamado “Pacto de Princeton”, assinado por Lula, representando o então “Foro San Pablo”, e FHC,pelo “Diálogo Interamericano”, nos Estados Unidos, em 1993. A partir daí, FHC e Lula foram eleitos e se alternaram no poder durante alguns anos. Não há como questionar, portanto, o “parentesco” próximo entre a escola sofista e o socialismo/comunismo.

Mas o vírus sofista não se limitou a contaminar a juventude da Grécia Antiga, e o socialismo/comunismo,a partir do “Manifesto Comunista”” (1848), de Karl Marx. Foi bem mais longe.  Influenciou forte também o “nacional-socialismo”, o NAZISMO, de Adolf Hitler, a partir da sua “Mein Kampf” (Minha Luta), de 1925, escrito na sua juventude enquanto estava preso,cuja “dialética” se resumia em repetir uma mentira tantas vezes quantas necessárias, até ser aceita como verdade, estratégia desenvolvida com maestria pelo Ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.

Sócrates (469 a.C-399 a.C) veio ao mundo com a principal missão de combater e destronar os sofistas, buscando livrar a juventude ateniense dessa perniciosa influência. Notabilizou-se pela firmeza de caráter, nobreza de coração e grande inteligência. Combateu e pulverizou a “dialética” (“estratégia das tesouras”), desenhada por Hegel e Marx,e usada por FHC /Lula, no tal (“Pacto de Princeton”), vazia,superficial e interesseira dos sofistas,impugnando os deuses humanizados da mitologia homérica.

Devido ao “aparelhamento” sofista do Estado e das leis gregas, onde o mais grave dos crimes era falar a verdade, mais que matar,estuprar e roubar, Sócrates foi acusado pelos seus inimigos sofistas de corromper a mocidade,pelas verdades que ensinava,e por isso condenado à morte e executado bebendo o veneno “cicuta”. ”Conhece-te a ti mesmo”, para o Filósofo,seria a introdução a todo o conhecimento. Frente a um adversário, fazia-lhe uma série de perguntas até forçá-lo a cair em contradição e reconhecer a sua ignorância.

Foi grande a influência filosófica e pedagógica de Sócrates. Seus discípulos prosseguiram e aperfeiçoaram a sua obra,dentre os quais Antístenes, Aristipo,Euclides, Platão e Xenofonte. É claro que não vai ser preciso falar ou escrever sobre todas as “coisas” absurdas que se passam no Brasil de hoje para fazer-se uma analogia de quase absoluta “identidade” com o que acontecia “ontem” na Grécia sofista.

A total inversão dos valores preconizada pelos “canalhas” sofistas da Grécia Antiga repete-se com extrema fidelidade na arena política e judicial brasileira de hoje. Tanto quanto na Grécia sofista, no Brasil as últimas instâncias dos Poderes Legislativo e Judiciário federais, contaminando” de cima para baixo todos os demais poderes públicos hierarquicamente inferiores, estão sob direção deles, dos novos sofistas, dos sofistas/comunistas brasileiros, que provocaram uma espécie de “renascimento” nocivo da Escola Sofista da Antiga Grécia.

Tanto quanto os canalhas da Grécia sofista perseguiram e mataram Sócrates, por ele não abdicar da verdade, aqui e agora os novos sofistas/esquerdistas “tupiniquins”, responsáveis diretos pelo “renascimento” sofista, ”travestido” de socialismo/comunismo, absurdamente passaram a perseguir sem qualquer limite alguns juízes de direito e desembargadores federais, promotores de justiça e procuradores, diretamente envolvidos na chamada “Operação Lava Jato”, que se dedicaram de corpo e alma a acabar com uma corrupção sistêmica que teria desviado dos cofres públicos a quantia estimada em 10 trilhões de reais,enquanto o Brasil foi comandado pela esquerda,especialmente depois de FHC,de 1995 em diante,e mais ostensivamente durante a “Era PT”,de 2003 a 2016.  
E está sendo justamente esse “aparelhamento” que a esquerda deixou no Brasil, inclusive nos tribunais, ”capitaneado”,em última instância, pelo próprio Supremo Tribunal Federal, com maioria nomeada pela esquerda, transformado agora em “capitão-do-mato” da “vingança” da esquerda contra as condenações de muitos dos seus componentes,o grande responsável por essa surpreendente “virada” ,que está surpreendendo e deixando o mundo perplexo, com total cobertura e apoio de uma grande mídia “venal”,comprada com parte dos 10 trilhões de reais roubados.

Termino o meu artigo recomendando a indispensável irretocável leitura do texto hoje publicado “STF funciona como um escritório de advocacia para ladrões milionários”, de autoria do jornalista J.R.Guzzo.   Aí dá para se compreender como pode um famoso advogado , “soltador” de corruptos, junto ao Supremo, adentrar nesse tribunal e nos gabinetes dos seus Ministros, vestido a “rigor”, de “bermudas”, deixando-se fotografar, com muito orgulho na expressão facial, num verdadeiro acinte contra a Justiça brasileira (verdadeira).

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo