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quinta-feira, 30 de junho de 2022

Qual o impacto da queda do desemprego na campanha de Bolsonaro? - O Estado de S. Paulo

Alexandre Calais*

Taxa ficou abaixo dos 10% pela primeira vez desde 2016

Esta é a primeira vez que a taxa de desemprego fica abaixo de 10% desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, quando ficou em 9,6%. O resultado também foi o menor para o trimestre encerrado em maio desde 2015, quando estava em 8,3%.

Em igual período de 2021,[ápice da pandemia] a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua ficou em 14,7%. No trimestre encerrado em abril de 2022, a taxa de desocupação estava em 10,5%.

O País ainda tem 10,631 milhões de desempregados. [quando Bolsonaro iniciou o Governo, recebeu do presidente Temer um Brasil com  12,669 milhões de desempregados - uma herança maldita do desgoverno do PT/PMDB
Evolução de 2012 a 2018: Desde 2012, quando registrou 7,1 milhões de desempregados, esse número vem crescendo, em 2015 foi de 8,8 milhões, e logo se tornou, em 2016, 12 milhões; e em 2017 e 2018, 13 milhões. 
Em 2019, nos primeiros trimestres que incluem trimestres do próprio ano, há uma redução do desemprego
Não pode ser olvidado que a última pandemia havida até 2018, ocorreu na primeira metade do século passado. 
Já o presidente Bolsonaro iniciou 2020, já no primeiro trimestre sob  os efeitos da pandemia  COVID-19, que ainda persistem até o presente, arrefecendo lentamente.]

Se considerada toda a mão de obra subutilizada, que inclui quem trabalha menos horas do que gostaria e quem não procura emprego por acreditar que não encontraria uma oportunidade, falta trabalho para 25,401 milhões de brasileiros. No entanto, a taxa de desemprego ficou abaixo do patamar de dois dígitos pela primeira desde o trimestre terminado em janeiro de 2016.

“Esse é um processo de recuperação que segue em curso”, resumiu Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Para o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a queda na taxa de desemprego tem influência da resiliência da atividade econômica no primeiro semestre deste ano, mas também reflete o não retorno ao mercado de trabalho, após a pandemia de Covid-19, de uma parcela da população, formada principalmente por mulheres e idosos. “Quando comparamos maio com fevereiro de 2020, temos ainda 2,8 milhões de pessoas a mais fora da força de trabalho. São pessoas que não conseguiram retornar ao mercado”, afirmou Imaizumi. “As mulheres sofreram mais com a pandemia, quando tivemos um desmantelamento grande na rede de apoio e assistência em relação ao cuidado das crianças. No caso dos idosos, está muito relacionado a aposentadorias precoces, o medo de pegar covid e sequelas de longo prazo pós-infecção”, disse o analista.

 Brasil cria 277.018 empregos formais em maio

A LCA Consultores acredita que a redução da taxa de desemprego a um dígito tenha recebido também impulso gerado pelas medidas de estímulo adotadas pelo governo, como a antecipação do 13º salário do INSS, os saques extraordinários do FGTS, a redução da bandeira tarifária de escassez hídrica e a desoneração fiscal de combustíveis, energia elétrica e comunicação. Isso de alguma forma tem ajudado a vermos números melhores na atividade e, consequentemente, no mercado de trabalho”, apontou Imaizumi.

Os números da Pnad Contínua acrescentam um viés de alta à projeção do C6 Bank de crescimento de 1,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, afirmou a economista Claudia Moreno. Ela agora prevê que a taxa de desemprego desça a 9,2% no trimestre encerrado em dezembro.

Educação e saúde
O mercado de trabalho mostra recuperação desde o segundo semestre de 2021, embora o movimento não tenha ocorrido simultaneamente para todas as atividades, disse o IBGE. Os serviços presenciais demoraram mais a gerar vagas, mas já se vê mais recentemente a volta da ocupação nessas atividades, que agora têm como destaque as áreas de educação e saúde.

Mais 2,282 milhões de pessoas passaram a trabalhar em apenas um trimestre, fazendo a população ocupada alcançar um recorde de 97,516 milhões. “(A alta na ocupação) Tem a ver com a conjuntura favorável do ponto de vista sanitário. Tem também uma demanda maior por trabalhadores pelas atividades econômicas, sejam na condição de trabalhadores formais e de informais”, disse Adriana Beringuy, do IBGE.

No trimestre terminado em maio, houve melhora no emprego com carteira assinada, que já superou o patamar pré-pandemia, mas também crescimento no emprego informal, que também alcançou contingente recorde: 39,1 milhões de pessoas, ou 40,1% dos trabalhadores em atividade.“A gente já observa desde o fim do ano passado que não apenas o trabalho informal vinha sendo o majoritário no processo de recuperação da população ocupada”, lembrou Beringuy.

MATÉRIA COMPLETA - Economia & Negócios - O Estado de S. Paulo 

domingo, 3 de maio de 2020

Insegurança institucional - Merval Pereira


O Globo


Falta de confiança atrapalha

O risco de mau uso de ampla base de dados 

A dificuldade que o IBGE está encontrando para acessar os números telefônicos de brasileiros para realizar pesquisas não presenciais por causa da Covid-19 é devida a sermos um país com alto índice de crimes digitais e termos um governo inconfiável institucionalmente, que confunde órgãos de Estado com os de governo.



Prova disso é o decreto de outubro do ano passado que instituiu o Cadastro Base do Cidadão, que será uma “base integradora” de dados pessoais de todos os brasileiros, com o objetivo de regulamentar o compartilhamento de dados entre diversos órgãos do governo. Houve polêmica à época, pois especialistas apontaram o perigo de termos vagos no decreto, abrindo caminho para a utilização sem controle de dados, e descumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados que entrará em vigor em agosto deste ano. Já existe no Congresso uma proposta para alterar o decreto governamental, dando segurança ao cidadão de que seus dados não serão utilizados indevidamente. O decreto não foi aprovado ainda devido à crise da Covid-19. [qualquer Decreto editado pelo Presidente da República, JAIR BOLSONARO, é alvo da sanha modificadora do Legislativo ou suspensora do STF.
Por isso é que o diagnóstico
"Estamos assim: os governadores mandam nos estados, os prefeitos nos municípios, o presidente não manda em ninguém e o STF manda em todo mundo”. Luís Ernesto Lacombe. 
" está se tornando um bordão.]

A presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, está disposta a reescrever a instrução normativa que orienta o uso dos dados das operadoras telefônicas para a complementação da PNAD-Contínua e a PNAD Covid-19, explicitando o cumprimento de várias normas nacionais e internacionais de segurança de dados, exigidas pelos autores da ação de inconstitucionalidade acatada liminarmente pela ministra Rosa Weber que será julgada na próxima quarta-feira no plenário virtual do Supremo.



A maioria delas já é adotada pelo IBGE, e outras estão definidas na própria Medida Provisória, como nomeação de encarregado de proteção de dados, realização de auditoria externa, parâmetros de segurança, transparência e controle de acesso dos dados, anonimização, garantia do exercício dos direitos do titular dos dados, formas de descarte.
Definição do uso está dada na MP, assim como a limitação do período da utilização dos dados, até o fim da emergencia sanitária. Seria relativamente fácil, como se vê, garantir a segurança dos dados com as normas internas do IBGE. Elas têm regras rigorosas, e nunca houve desconfiança sobre o uso indevido dos dados.

Nas pesquisas presenciais, todos os dados são coletados e o pesquisador sabe exatamente com quem está falando. Se algum pesquisador quisesse fazer algo de ilegal, saberia até mesmo como é a casa por dentro, pois até anos atrás era uma ação cidadã participar de pesquisas que permitem ao governo definir politicas públicas.  Nos últimos tempos, com o aumento do índice de criminalidade, tem sido mais difícil fazer as pesquisas domiciliares, porque as pessoas têm medo de abrir a porta. Por isso está havendo essa reação aqui, e não em outros países. Além da falta de confiança no governo.  

A preocupação é o governo ter um instrumento que ninguém tem: todas as características do cidadão, e mais o número do telefone. A Receita sabe quanto um determinado cidadão ganha, mas não sabe se é negro ou branco, urbano ou rural, quantos filhos, se mora na favela ou no asfalto, se no interior ou capital. [sic]  E não sabe o telefone.[sic] O problema mais delicado, por isso, é o tamanho da amostra. O IBGE alega que tecnicamente é preciso ter uma base de 200 milhões de telefones para dar continuidade à pesquisa PNAD-Contínua que começou ano passado. Há juristas e especialistas em segurança de dados, no entanto, que consideram que esse volume de informação é desnecessário e perigoso de estar nas mãos do governo.

A estranheza tem a ver com inconfiabilidade do governo, não do IBGE. Se o governo quiser, poderá ter uma base de dados que ninguém tem para campanhas políticas direcionadas, mandar WhatsApp e SMS com fakenews à vontade. [qual a razão de tanta desconfiança?como bem lembra o articulista "Se o governo quiser, poderá ter uma base de dados ..." e de caráter reservado.]Por mais que a presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra considere impossível isso acontecer, pelas barreiras de segurança impostas pelo próprio governo, além de ofensivo ao órgão e aos técnicos que o compõem, essa desconfiança é um fato, e denota o grau de insegurança institucional que vivemos. Ao mesmo tempo, deixar de fazer as pesquisas seria admitir a falência do Estado brasileiro.

Merval Pereira, jornalista - O Globo





sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

O olhar do BC sobre a economia - Míriam Leitão

Nos últimos três meses o Banco Central ficou mais otimista. No relatório que divulgou ontem, o BC fez uma revisão para cima da projeção de crescimento deste ano e do próximo e indicou que a alta será puxada pelo investimento e pela melhora na construção civil. Acha que a inflação ficará num nível “confortável”, o que permitirá juros em níveis baixos por um longo período. O mercado de crédito está crescendo 6,9% este ano e no ano que vem vai se ampliar mais 8,1%. Tudo isso se vê no Relatório de Inflação, divulgado a cada três meses, e que na verdade é uma avaliação geral sobre a economia.

Em crescimento, a diferença não é tão grande, mas nestes tempos bicudos qualquer número depois da vírgula já se comemora. O BC subiu de 0,9% para 1,2% a estimativa para o PIB deste ano e de 1,8% para 2,2% a de 2020. O problema mais sério da economia continuará sendo o mercado de trabalho, que terá queda gradual da taxa de desemprego.

Em novembro, foram criadas 99 mil vagas formais, segundo divulgou o Ministério da Economia. O número veio acima das projeções de mercado e é o melhor novembro em uma década. Isso ajudou a impulsionar o Ibovespa, que bateu mais um recorde e chegou a 115 mil pontos. No acumulado do ano, o país já gerou 948 mil vagas com carteira assinada, um pouco mais que os 858 mil do mesmo período de 2018. Mas que ninguém se iluda. A recuperação é lenta e tem números oscilantes tanto no Caged quanto no IBGE. E dezembro, no emprego formal, costuma ser negativo. Essa geração de vagas que houve até agora em 2019 não é suficiente para absorver nem o aumento anual da força de trabalho. A última Pnad apontou aumento de 1,4 milhão de pessoas na força de trabalho em 12 meses e mostrou que o emprego informal é o que mais cresce nesta recuperação.

Na visão do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, o PIB vem ganhando força, ainda que haja disparidade entre os setores da economia. Enquanto o comércio já vem melhorando há mais tempo, os serviços têm dados mais fracos, e a ociosidade da indústria continua muito elevada. A boa notícia aconteceu na construção civil, que teve estimativa de crescimento deste ano revisada de 0,1% para 2,1%. Kanczuk acha que essa melhora deixou de ser apenas em São Paulo e já acontece em vários estados do país. — As séries não contam uma história só, elas são um pouco diferentes, algumas já mostram uma tração, outras ainda andam de lado. O importante é ter visão global. Há essa divergência, mas a economia está acelerando desde o segundo trimestre — disse Kanczuk na apresentação do Relatório.

O presidente Roberto Campos Neto acha que a construção civil ganhou impulso pelas mudanças feitas pelo BC no financiamento imobiliário, com o uso do IPCA para a correção dos contratos. Segundo ele, em algumas linhas mais baratas já houve redução em mais de 25% no valor das prestações. Se todos os contratos forem renegociados, Campos Neto aposta que até R$ 2 bilhões podem ser liberados no orçamento das famílias. Ele acredita que os bancos vão querer negociar taxas mais baixas para não perder clientes porque a portabilidade está crescendo.

O comércio internacional tem revisões para baixo. Para se ter uma ideia, a previsão que o BC faz de exportação para este ano caiu US$ 7 bilhões desde o relatório de setembro. E para o ano que vem encolheu em US$ 11 bilhões. O déficit em transações correntes será de US$ 51 bilhões este ano e de US$ 57 bilhões em 2020.  O Relatório deu poucas pistas sobre os rumos do Copom e o mercado continua em dúvida se haverá novo corte, e, havendo, se será de 0,25 ponto ou meio ponto. O BC pregou novamente “cautela” na condução da política monetária e reforçou que precisará acompanhar a evolução dos dados.

Os números do relatório estão melhores, mas é bom ter em mente que 1,2% é praticamente o mesmo crescimento do PIB do ano passado e do ano anterior. Esse triênio 2017-2019 termina com uma taxa pífia do PIB. O Banco Central e os bancos voltam a apostar que em 2020 o ritmo de expansão da economia não apenas será maior como será o começo da retomada. Que desta vez tenham razão.

Blog da Míriam Leitão, jornalista - Alvaro Gribel, de São Paulo, O Globo



domingo, 1 de setembro de 2019

Trump? Só Trump? - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Quem está de olho na Amazônia e oferece ajuda para ter ‘retorno’? Só a Europa? Os EUA não?

Depois de isolar o Brasil do mundo desenvolvido, com sua retórica virulenta e desprezo à preservação do meio ambiente e às comunidades indígenas, o presidente Jair Bolsonaro tenta dar a volta por cima criando um cerco à França, uma das mais sólidas democracias do Ocidente. Já telefonou para os líderes dos EUA, Japão, Espanha e Alemanha e recebeu em Brasília o mediador do seu conflito com o mundo, o chileno Sebastián Piñera, mas, obviamente, sua maior investida e grande aposta é o ídolo da família, Donald Trump

[todos sabem que de há muito, o mundo inteiro está de olho na Amazônia - não só na floresta, na tão decantada biodiversidade, mas, também e especialmente nas riquezas minerais - uma olhada no mapa das reservas indígenas se percebe uma certa ordenação geográfica que as deixa mais vulneráveis a incursões estrangeiras, pela proximidade com algumas fronteiras.

Que continuem de olho, só não entrem.]

Sem apoio dos EUA o G-7 não decide e não faz nada. Logo, Trump é meio caminho andado para neutralizar Macron e, assim, Bolsonaro marcou um gol quando as portas da Casa Branca se abriram para encontro fora da agenda de Trump com o deputado Eduardo Bolsonaro, candidato a embaixador do Brasil em Washington, e o chanceler Ernesto Araújo. O presidente americano é cabo eleitoral de Eduardo, depois de endossar o  pedido de agrément de próprio punho. Ninguém confirma, nem desmente, mas é razoável supor que Bolsonaro aproveitou o telefonema para Trump, no pico das queimadas da Amazônia e da crise com o G-7, para pedir: “Ô, Trump, recebe o garoto aí! Ele tá precisando de uma força pra passar lá no Senado!”

A visita teve duplo objetivo. Dar uma forcinha para Eduardo, que encontra forte resistência da opinião pública e dos senadores para um salto tão absurdamente grande, e arrancar algum compromisso dos EUA em relação à Amazônia, para efeitos políticos internos e externos. Que compromisso? Dinheiro? Equipes? Equipamentos? Ou um chega pra lá público em Macron? E a coisa não é assim tão simples, depois de Bolsonaro, o pai, ter praticamente rechaçado R$ 300 milhões da Alemanha e da Noruega no Fundo da Amazônia e feito exigências e insinuações para aceitar a “esmola” de US$ 20 milhões (mais de R$ 80 milhões) dos europeus.

“Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém – a não ser uma pessoa pobre, né? – sem retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá?”, provocou o presidente brasileiro. Será que Trump, e só Trump, ofereceria ajuda sem “retorno”? Será que só os europeus estão sempre de olho na Amazônia? Os EUA nunca? O que os americanos querem lá? Duas curiosidades: o americano deu longa entrevista a jornalistas após o encontro com os brasileiros, mas não disse uma palavra sobre Eduardo, Jair, Brasil, Amazônia. Só pensava, e falava, sobre o furacão Dorian. E as fotos só saíram no dia seguinte.

Desse jeito, a seca vai passar, as queimadas vão apagar e nem o Brasil destina parte dos milhões do fundo da Petrobrás, nem os europeus mandam seus euros, nem Trump anuncia seus dólares para salvar as florestas, enquanto Bolsonaro mantém, firme, o discurso da soberania e a tese de que os europeus (só os europeus...) querem mesmo nos roubar a Amazônia. [todo ano ocorrem queimadas na Amazônia e vão continuar ocorrendo - época de seca torna mais fácil até a combustão espontânea;
este ano é que o presidente francês, precisando desesperadamente melhor usa imagem interna e externa - que vai piorar por esses dias com a volta dos 'coletes amarelos',  tentou fazer um escândalo que foi respondido à altura pelo presidente do Brasil - JAIR BOLSONARO - (que só não foi 100% magnifico na resposta, por ter valorizado por demais o francês,  dando atenção demasiada) que os inimigos do presidente e do Brasil, frustrados com o fracasso das divulgações do intercept = intercePTação - tentaram maximizar e conseguiram novo fracasso.]

As queimadas, aliás, começam a perder espaço para a economia, depois que o risco de recessão técnica foi superado pelo crescimento de 0,4% no último trimestre e a Pnad confirmou a tendência de recuperação de empregos. Agora é monitorar a mais nova crise da Argentina e desfazer os nós do Orçamento de 2020.
O dinheiro acabou, o setor público é o grande entrave para a recuperação econômica e só há uma saída: assim como está aprendendo a negociar com as grandes democracias, Bolsonaro vai ter de finalmente aprender a negociar com o Congresso, por onde passeou por 28 anos.

Ou revisão do teto de gastos, ou fim da “regra de ouro” ou crédito suplementar de R$ 367 bilhões. Senão, adeus investimentos e Bolsonaro vai ter de cortar salário de servidor. Como? Só Deus sabe. Atirar em Macron e fazer reverências a Trump não vão dar um jeito nisso.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo 
 
 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Gestão corrupta e inconsequente da dupla medonha Lula-Dilma, tem como resultado desemprego, que já atinge mais de 12 milhões

Taxa de desemprego de 11,9% é recorde e atinge 12 milhões de pessoas. Grupo de desempregados é 33% maior que no mesmo período do ano passado
A taxa de desemprego no país atingiu 11,9% no trimestre encerrado em novembro, maior desde o início da série histórica, iniciada em 2012, e o número de desempregados atingiu 12,1 milhões, informou o IBGE na manhã desta quinta-feira. Há um ano, a taxa ficou em 9% e no trimestre usado como base de comparação, encerrado em agosto de 2016, a taxa havia atingido o patamar histórico de 11,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Mensal.
Na avaliação do IBGE, tanto a taxa de desemprego quanto o contingente de desempregados ficou estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior usado como base de comparação, quando 12 milhões de pessoas buscavam emprego. Em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado, esse grupo cresceu 33,1%, o que equivale a 3 milhões de pessoas a mais em busca de trabalho.

A população ocupada foi estimada em 90,2 milhões. Ficou estável em relação ao trimestre de junho a agosto de 2016 e recuou 2,1% em comparação com igual trimestre do ano passado, quando 92,2 milhões de pessoas tinham trabalho, o que representa uma redução de aproximadamente 1,9 milhão de pessoas ocupadas.

EFEITO SAZONAL
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, ressalta que, depois de dez trimestres consecutivos de alta da taxa em relação ao trimestre anterior usado como comparação, a taxa se estabilizou. É efeito da sazonalidade do período, quando historicamente a taxa estabiliza ou reduz por conta da contratação de trabalhadores temporários e de menor procura por emprego por conta das festas de fim de ano: - Você vinha com queda expressiva da ocupação e aumento da desocupação até o trimestre encerrado em outubro. O resultado era que a taxa estava aumentando também. 
Agora, com dois terços do último trimestre do ano captados nesse trimestre, a desocupação para de subir e a ocupação para de cair. De certa forma é uma resposta a esse período sazonal.Esse cenário está longe de ser favorável porque ainda temos 12 milhões de pessoas desempregadas e a taxa média de desemprego esse ano já está em 11,2%, contra os 8.5% registrados em 2015, mas já é uma trégua dentro do atual contexto.
Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada ficou em 34,1 milhões de pessoas - estável em relação ao trimestre de junho a agosto de 2016, mas 3,7% menor (ou menos 1,3 milhão de pessoas com carteira de trabalho assinada) em relação ao mesmo trimestre de 2015.
Na comparação entre o trimestre encerrado em novembro e o encerrado em agosto, além dos empregados com carteira no setor privado, ficaram estáveis o grupo de trabalhadores domésticos, no setor público e os trabalhadores familiares auxiliares. Tiveram alta os grupos de trabalhadores sem carteira, de 2,4% ou mais 246 mil pessoas, e de empregadores, de 5,5% ou mais 216 mil pessoas. Caiu o número de trabalhadores por conta própria (1,3% ou menos 297 mil pessoas ocupadas nesse grupo). Em relação ao mesmo período do ano passado, ficaram estáveis os grupos de trabalhadores domésticos, de empregados no setor público e de empregadores. Subiu o número de empregados sem carteira, 3,5% ou mais 350 mil pessoas). Encolheram, além do grupo de trabalhadores com carteira, os grupos por conta própria (3% ou menos 673 mil pessoas) e de auxiliar familiar (13,6% ou 331 mil pessoas a menos nessa atividade).

Por atividade, os grupos de trabalhadores no comércio, na administração pública e no transporte e armazenagem ficaram estáveis nas duas comparações. Os trabalhadores na agricultura caíram nas duas comparações ( 3,9% entre os trimestres desse ano e 4,7% em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2015), assim como os na construção ( quedas de 2,2% e de 9% respectivamente). Tiveram alta nas duas comparações os grupos de empregados no setor de alojamento e alimentação ( de 4,6% e de 7,8%, respectivamente) e de trabalhadores em outros serviços (5,7% e 7%). A ocupação na indústria ficou estável em relação ao trimestre encerrado em agosto de 2016 e seguiu caindo na comparação anual (8,2% ou menos 1 milhão de trabalhadores).

RENDIMENTO FICOU ESTÁVEL
O rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas (R$ 2.032) ficou estável frente ao trimestre de junho a agosto de 2016 (R$ 2.027) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.041). A massa de rendimento real habitual em todos os trabalhos das pessoas ocupadas foi estimada em R$ 178,9 bilhões. Segundo o IBGE não mostrou variação significativa em relação ao trimestre de junho a agosto de 2016 e caiu 2,0% frente ao mesmo trimestre de 2015.
Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em novembro de 2016 foi calculada a partir das informações coletadas em setembro, outubro e novembro. O Ministério do Trabalho divulga, em Brasília, às 16h30m, os resultados de novembro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Fonte: Folha de S. Paulo

 

 


 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Desemprego no Brasil sobe para 10,2% no trimestre até fevereiro, diz IBGE



Este é o maior resultado da série histórica iniciada em 2012, que chega pela primeira vez aos dois dígitos
A taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em fevereiro deste ano foi estimada em 10,2% para a totalidade do país, ficando 1,2 ponto percentual acima da taxa do trimestre encerrado em novembro de 2015 (9%) e superando a do mesmo trimestre do ano anterior, que havia sido de 7,4%. O Brasil tem hoje 10,4 milhões de pessoas sem ocupação.

Os dados do desemprego foram divulgados hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua). Este é o maior resultado da série histórica iniciada em 2012 e chega pela primeira vez aos dois dígitos. A pesquisa indica que o desemprego atingia no fechamento do trimestre encerrado fevereiro 10,4 milhões de pessoas, crescendo 13,8% (mais 1,3 milhão de pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro do ano passado. No confronto com igual trimestre do ano passado (dezembro, janeiro e fevereiro) a alta do desemprego chegou a 40,1% (mais 3 milhões de pessoas).

Já a população ocupada constatada pelo IBGE no fechamento do trimestre encerrado em fevereiro era de 91,1 milhões de pessoas, apresentando redução de 1,1%, quando comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2015 (menos 1 milhão de pessoas). Em comparação com igual trimestre de 2015, houve queda de 1,3% (menos 1,2 milhão de pessoas).

Os dados indicam que o número de empregados com carteira assinada no setor privado apresentou queda de 1,5% frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015 (menos 527 mil pessoas). Na comparação com igual trimestre do ano anterior, a redução foi de 3,8% (menos 1,4 milhão de pessoas).

Rendimento
Os dados divulgados hoje pelo IBGE sobre a Pnad Contínua do trimestre encerrado em fevereiro indicam que o rendimento médio real recebido pelo trabalhador brasileiro fechou fevereiro em R$ 1.934, ficando estável frente ao trimestre de setembro a novembro de 2015, que foi de R$ 1.954. No entanto, houve queda de 3,9% quando a comparação se dá com o mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.012). Já a massa de rendimento real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas em todos os trabalhos fechou fevereiro em R$ 171,3 bilhões, uma redução de 2% em relação ao trimestre de setembro a novembro do ano passado e redução de 4,7% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

Carteira de trabalho
A queda de 1,5% no total de trabalhadores com carteira assinada no trimestre fechado em fevereiro significa que 527 mil trabalhadores do setor privado deixaram o mercado formal. Na comparação com igual trimestre do ano passado (período de um ano), a redução foi de 3,8% (-1,4 milhão de pessoas).

Já a categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada apresentou redução de 3,8% (-382 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e de - 4,8% (-493 mil pessoas) quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. A participação de empregadores apresentou redução de 5,8% (-233 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e, em relação ao mesmo trimestre de 2015, caiu 5,4% (-215 mil pessoas).

Já a categoria dos trabalhadores por conta própria acusou aumento de 3,0% (676 mil pessoas) em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2015 e, na comparação com o mesmo trimestre de 2015, constatou-se aumento de 7,0% (1,5 milhão de pessoas). Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em fevereiro de 2016 foi calculada a partir de dados coletados em dezembro/2015, janeiro/2016 e fevereiro/2016.

Fonte: Agência Brasil