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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

"Se eu errar, o PT volta", diz Bolsonaro em entrevista exclusiva

Presidente eleito fala da montagem do governo, reafirma o papel dos militares no ministério e sinaliza a determinação de colocar seu programa em marcha sem demora, começando pela reforma da Previdência. Na semana que vem, ele estará em Brasília 

 Em entrevista exclusiva, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, avisa que seus ministros terão carta branca para nomear seus secretários, diretores das delegacias regionais e por aí vai. “O que estou cobrando dos ministros é produtividade”, diz ele, sentado na pequena varanda improvisada na entrada de sua casa, com uma mesa redonda de madeira transformada em cenário para a entrevista à Rede Vida de Televisão, com tempo cronometrado: 15 minutos. “Precisa de terno? Não, né?”, pergunta ele, à vontade com a camisa de manga curta amarela, uma das cores da sua campanha, e calça jeans. A Embaixada do Brasil em Cuba parece estar com os dias contados: “Qual negócio podemos fazer com Cuba?”, pergunta, ao criticar a forma como os profissionais da ilha ficam apenas com parte dos salários do programa Mais Médicos. Antes de começar a gravação, avisa: “Não posso errar, senão o PT volta”.

As críticas, agora, não se restringem ao PT.
Ao falar da importância que dará ao Ministério da Defesa, Bolsonaro emenda com uma crítica direta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O simples fato de colocar um general de quatro estrelas (Augusto Heleno) para ocupar o posto, diz, dará aos militares garantia de um assento em reunião ministerial: “A criação do Ministério da Defesa foi para tirar os militares da mesa ministerial”, acusa. O presidente eleito garante que as Forças Armadas, “o último obstáculo para o socialismo”, serão chamadas a participar da concepção de políticas públicas e propostas em várias áreas do governo.

Esta semana ainda, apesar do feriado, Bolsonaro pretende indicar mais um ministro, mas não tem pressa em anunciar todos. Também decidiu não mais juntar as pastas de Meio Ambiente e Agricultura. Porém, isso não significa que colocará na primeira alguém com o perfil de Marina Silva ou Sarney Filho: “Quem vai indicar é o senhor Jair Bolsonaro”.

Na semana que vem, ele estará em Brasília, a cidade que lhe deu mais de 70% dos votos. Será a primeira vez que virá à capital da República depois da eleição. Vai cuidar da transição e visitar os presidentes dos Três Poderes, mas na quinta-feira retornará ao Rio de Janeiro. Quanto à posse, o mais provável é que desfile em carro fechado, uma vez que decidiu seguir “religiosamente” as determinações dos serviços de inteligência da Polícia Federal, da Abin e do Exército.

Durante a campanha, o foco na segurança púbica foi muito grande. O governador do Rio de Janeiro fala em atiradores de elite. É por aí que temos de encarar o crime no Brasil?
A forma de engajamento do Exército Brasileiro no Haiti era exatamente essa. Elemento armado com um fuzil passa a ser um alvo. Temos vivenciado aqui no Rio momentos parecidos, verdadeiro bonde de pessoas armadas com fuzil. Como enfrentar esse tipo de gente? Não vai ser com flores nem com “entregue suas armas”. Agora, estamos numa área urbana. Numa troca de tiro aqui, o efeito colateral seria desastroso. O que eu defendo é uma retaguarda jurídica para o policial ou para o homem das Forças Armadas, uma vez em operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Que não se preocupe com uma possível condenação na frente por estar cumprindo a missão. E, para o cidadão comum, tenhamos também garantia da posse de arma de fogo, levando-se em conta o referendo de 2005. Dois terços da população decidiu pelo direito de comprar armas e munições. Então, o presidente ou quem quer que seja não tem o direito de frustrar essa vontade popular. Obviamente, a posse de armas de fogo com alguns critérios. Ficha criminal, estar em dia com a Justiça, exame psicológico, exame prático e o registro da arma passa a ser definitivo e não temporário, como é no momento.

O senhor disse que o ministro Sérgio Moro terá liberdade para nomear secretários e cargos dentro do Ministerio da Justiça e da Segurança Pública. A mesma carta branca será dada a outros ministros? 
O que estou cobrando dos ministros é produtividade. Igual ao Paulo Guedes: sentei à mesa com ele. Quando eu falei que não entendia de economia, pensei que a imprensa fosse levar para o lado da minha humildade, e é verdade. Ou será que eu tenho que entender de medicina para nomear o ministro da Saúde? Então, é inflação baixa, dólar compatível para exportação-importação, a taxa de juros, é não aumentar a dívida interna, que está chegando próxima a R$ 4 trilhões, não aumentar a carga tributária. Perguntei: é possível? Ele falou: é. Bem, ele é uma pessoa renomada dentro e fora do Brasil. Nunca integrou governo nenhum. Nós temos que acreditar nele. Não temos alternativa, porque, como está o Brasil, a tendência é quebrar, é se transformar numa Grécia. Então, essa carta branca ele tem.

MATÉRIA COMPLETA, Correio Braziliense


 

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Contra Bolsonaro, Haddad posta vídeo de criança atirando no pai

Imagens divulgadas pelo candidato traz frase 'É melhor Jair se acostumando', utilizada pelo adversário

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad , publicou nesta quarta-feira em sua conta no Twitter um vídeo que mostra uma criança atirando com uma arma contra o próprio pai. É uma crítica ao seu adversário no segundo turno da eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PSL), que defende a flexibilização do Estatuto do Desarmamento.  
[Quem deseja ser criança novamente e ter uma arma de fogo ao alcance das mãos, é Haddad - arma que ele usaria para atirar no Lula por o ter colocado em uma fria.]
 
O vídeo traz a frase “É melhor Jair se acostumando?”, adaptando uma expressão utilizada pelos apoiadores de Bolsonaro, e termina com um apelo: "Vote pela vida".  Na publicação em sua conta no Twitter, Haddad escreveu apenas "É pela vida".
A peça começa com uma criança brincando com bonecos, enquanto seus pais o chamam para comer. O menino vai para o quarto do pais e pega uma arma no armário. Aos risos, 
ele a aponta para o pai e atira. [a postagem de Haddad é tão sem sentido, tão estúpida, que tudo indica deve ter sido sugerida pelo presidiário de Curitiba, durante a última visita íntima do poste petista àquele condenado;
para não desperdiçar o precioso tempo de nossos estimados leitores - 'ninguém' e 'todo mundo', lembramos que flexibilizar o famigerado 'estatuto do desarmamento' não implica em permissão, ou mesmo sugestão, para que armas de fogo sejam guardadas ao alcance de crianças.
Aliás, qualquer ser humano,  com o mínimo de sensatez, sabe que nem faca de mesa deve ser guardada ao alcance de crianças - até mesmo um garfo tem que ser guardado fora do alcance dos pequenos.]



O Globo

[ os advogados do Haddad caminham para usar a mesma tática dos rábulas que defendem (ou defendiam) o presidiário de Curitiba, qual seja, tudo para eles é motivo de contestação na Justiça.
Entraram com uma ação contra Bolsonaro e sua coligação -
'Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos',
- alegando que eles possuem elevado número de seguidores no Facebook e Instagram (mais de 10.000.000;
consta que já estão com outra ação pronta, que deve ingressar na Justiça ainda hoje, alegando que a candidatura de Bolsonaro deve ser investigada, devido o capitão ter recebido quase 50.000.000 de votos.] 

ÍNTEGRA DA MATÉRIA, Clique aqui

 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O candidato do PSL revela como combateu o kit gay: dizendo preferir filho morto em acidente a um “que apareça com um bigodudo por aí”. Tá…

[nada mais deprimente para um pai que ver um filho de mãos dadas com outro macho e apresentando: 'este aqui é minha esposa' ou 'meu marido';

ou ver crianças sendo criadas de forma assexuada, aguardando chegar a adolescência para que decidam se querem ser homem ou mulher (os 'acessórios' com os quais nasceram, de nada valem.)

Bons tempos aqueles em que fazíamos o que éramos ou o que gostávamos - a criança e os pais -, não existia o maldito 'politicamente correto' para impor regras; 

Aprender a usar uma arma de verdade é essencial; tive a oportunidade de com dez anos de idade (tenho sessenta e uns) ter meu primeiro contato com armas de fogo, armas reais, nada de armas de brinquedo, de dez disparos acertei oito... mas, isso é outra história.]

Bem, então vamos para um território que o candidato conhece bem. Voltam os entrevistadores: “Em entrevista para a revista Playboy, em 2011, o senhor disse a seguinte frase: ‘Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí’. Voltaria atrás?” Respondeu o homem que pretende entregar o país para o presidente Paulo Guedes:
“Negativo. Não foi do nada. Naquela época, o governo estava com um programa para combater a homofobia e apareceu o kit gay. Minhas frases foram importantíssimas para combater a questão de ensinar sexo para criancinha a partir de seis anos de idade.” Entenderam? Bolsonaro julga ter combatido o tal kit afirmando que prefere um filho morto a um filho gay. E não se arrepende.

“Ontem fiz outra (foto com criança simulando arma). Chega de frescura! Quando era criança, brincava de arma. Não vejo maldade nenhuma”

Indagaram os entrevistadores de O Globo a Jair Bolsonaro:
“Um garoto não poder ver um beijo gay, mas pode fazer gestos como se estivesse com armas?”
Referiam-se ao fato de, na quinta em Goiânia, o candidato ter ensinado uma garotinha, quase um bebê, a simular com a mão uma pistola. E veio esta pérola como resposta:
“Pelo amor de Deus! Você quer comparar beijo gay com isso? [beijo gay é repugnante, nojento, imundo; já o manuseio de uma arma  é útil, necessário; já basta no Brasil só policiais e bandidos podem portar armas.

Aprender a usar uma arma de verdade é essencial; tive a oportunidade de com dez anos de idade (tenho sessenta e uns) ter meu primeiro contato com armas de fogo, armas reais, nada de armas de brinquedo, de dez disparos acertei oito... mas, isso é outra história.] Essa foto foi tirada de maneira totalmente espontânea, o pai autorizou e tudo. Ontem fiz mais uma. Chega de frescura! Quando eu era criança, brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado. Um filho vê o pai policial armado todo dia. Não vejo maldade nenhuma nisso. As crianças do Brasil têm que ver as armas como algo ligado à responsabilidade e de proteção à vida.”

Está tudo aí. Entre o beijo gay e a morte, a morte. Se não for por acidente, quem sabe por uma pistola, com as quais as crianças devem ir se acostumando… Vote em Bolsonaro. Ele não sabe nem o nome do presidente do Banco Central nem o que é dividendo. [para ser o presidente perfeito, basta apenas Bolsonaro encontrar uma forma de transmitir, na área economica, a segurança que Alckmin transmite - mesmo, repito, o tucano representando mais do mesmo.
Infelizmente não podemos fazer a junção Alckmin + Bolsonaro.] Também não sabe o que vai fazer com a economia. Tudo isso é com Paulo Guedes. Mas ele já deixou claro o que quer para as nossas crianças.



domingo, 1 de julho de 2018

Rio não terá guardas municipais armados, apesar da decisão do STF



Lei Orgânica não permite o uso de armas por agentes, liberado pelo STF

[quer complicar? procure o STF;

quando quer a Suprema Corte atropela a Constituição; quando não convém ao 'supremo' entendimento, até uma Lei Orgânica municipal barra tudo - é dado a  um texto elaborado por vereadores mais força que  a Constituição Federal.]


A decisão, em caráter liminar, do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar porte de arma a todos os guardas municipais do país, não deve surtir efeitos na cidade do Rio. A Lei Orgânica do município, segundo informou a Guarda Municipal, não permite que os agentes utilizem armas de fogo em serviço.

A medida liminar que autoriza os profissionais das guardas municipais a usar armas até mesmo durante seus dias de folga ainda precisa passar pelo plenário do STF, mas já é válida. A decisão de Moraes, em ação apresentada pelo Diretório Nacional do DEM, suspende parte do Estatuto do Desarmamento, que estabelece que só podem ter porte de arma guardas municipais de capitais e de municípios com mais de 500 mil habitantes.

No caso de cidades com população entre 50 mil e 500 mil habitantes, o uso da arma só poderia ocorrer em serviço. A decisão de Moraes suspende essas especificações para estipular que, independentemente do tamanho do município, os profissionais têm direito ao porte, a serviço, ou não.
A decisão não agradou a especialistas em segurança pública. [quando esses 'especialistas' se manifestam pode ter certeza que o parecer 'especializado' é sempre para ferrar os profissionais da Segurança Pública.]  Para o sociólogo Inácio Cano, coordenador do Laboratório de Análises da Violência da Uerj, a mudança é preocupante: — Vai descaracterizar a Guarda Municipal, tornando-a uma “mini polícia”. Além disso, o uso do armamento fora de serviço pode ser perigoso. Muitos policiais são mortos na folga porque são reconhecidos pelas armas.

Coordenadora do Centro de Estudos de Cidadania da Universidade Candido Mendes, Julita Lemgruber, também acredita ser uma decisão equivocada:
— Quanto mais armas em circulação, mais crimes vamos ter. [óbvio que a 'especialista' não se refere às armas em poder dos bandidos - os tais especialistas sempre querem desarmar a polícia (chegou a ser cogitado há algum tempo retirar da PM o direito de portar fuzil.)]




quarta-feira, 6 de junho de 2018

Bolsonaro é quem que mais aborda o tema da violência. Quer armar ainda mais um país em que 71,1% do massacre vêm de armas de fogo!

Estamos a quatro meses da eleição. O candidato que mais se aproxima do tema “violência” é Jair Bolsonaro. E de um modo estupidamente errado. Propõe armar a população. Nada menos de 71,1% dos 62.517 homicídios de 2016 se deram por armas de fogo. Em Sergipe, 85,9%. São dados do Atlas da Violência. 

No Distrito Federal, onde Bolsonaro passa parte do tempo, 67,9%. E ele quer mais armas. O resto é silêncio. Interrompido por quase 45 mil estampidos que acertaram fatalmente o alvo.

Blog do Reinaldo Azevedo
 
[O cerne do problema é que atualmente no Brasil grande parte das armas está em mãos erradas ; para está com a polícia e outros órgãos de segurança = portanto, em mãos certas.
Outra grande parte está com bandidos =, assim, mãos erradas.
Com Bolsonaro as armas existentes e outras que,  necessariamente,  serão acrescentadas,  passam também  a ficar com pessoas de BEM e com isso acaba o monopólio da policia e dos bandidos.
FATO: a maior parte dos 62.571 homícidios é cometida por bandidos - as autoridades policiais são responsáveis por pequena parte deste número e maior parte da pequena parte ocorre quando o policial efetua disparos no estrito cumprimento do dever legal;
a maior parte das mais de sessenta mil mortes é de autoria de bandidos - duas coisas ocorrerão:
-  grande parte dos mortos passará a ser formada por bandidos mortos por ação da polícia, no estrito cumprimento do dever legal, e por justa reação, ato de legítima defesa do cidadão de BEM.
Em face de ser mínimo o número de cidadãos de BEM mortos pela polícia - só em casos excepcionais, situações fortuitas e eventuais, raras - e que com a posse e porte de armas livres haverá uma redução no número de pessoas de BEM assassinadas por bandidos e mais bandidos serão abatidos, repetimos pela justa e legal ação da polícia e também das pessoas de BEM, o número total sofrerá alguma redução e o de bandidos mortos aumentará.]

LEIA TAMBÉM: Até o Atlas da Violência se esforça um tanto para ignorar o feito de São Paulo

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Flórida: policial ficou do lado de fora enquanto ouvia tiroteio

Câmeras de segurança mostraram que o policial encarregado de proteger a escola ficou por 4 minutos parado no exterior do estabelecimento

Um policial armado encarregado de fazer a segurança da Marjory Stoneman Douglas High School, onde no dia 14 de fevereiro um atirador matou 17 pessoas, não chegou a entrar no prédio para deter o atirador. Imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia mostrou o oficial do lado de fora da escola por ao menos 4 minutos enquanto os tiros eram escutados.
Mulher abraça uma jovem em um ponto de controle da polícia perto da Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas, na Flórida onde 17 pessoas foram mortas por um ex-aluno armado - 14/02/2018 (Mark Wilson/Getty Images)
 
O oficial Scott Peterson protegia a escola desde 2009, segundo informou a imprensa local, e estava de plantão e uniformizado no momento da tragédia. Nos Estados Unidos, há diversos oficiais encarregados de fazer a segurança de escolas e as suas atribuições variam de acordo com o Estado. Na Flórida, esses oficiais devem documentar incidentes e realizar prisões.

No momento em que Nikolas Cruz, de 19 anos, começou a atirar no interior da escola, Peterson deveria ter entrado para intervir, mas ao analisar as câmeras de segurança da instituição, o xerife Scott Israel viu que o policial chegou ao local 90 segundos após Cruz e ficou do lado de fora por pelo menos 4 minutos. Segundo ele, o tiroteio durou 6 minutos.
“O que eu vi foi um policial chegar ao lado oeste do prédio 12, assumir uma posição e ele nunca entrou”, disse Israel. Questionado sobre o que o policial deveria ter feito ele respondeu “Entrado. Abordado o assassino. Matado o assassino”.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


domingo, 14 de janeiro de 2018

Brasil se abre a empresas estrangeiras fabricantes de armas



Empresa austríaca de pistolas semiautomáticas conquista espaço no mercado brasileiro de armas a partir de contratos firmados sem licitação com corporações policiais. Compradores dizem que produto é exclusivo

Uma série de contratos firmados sem licitação por órgãos de segurança pública com a austríaca Glock destinam uma fatia significativa dos recursos do mercado nacional de armas para a empresa. Desde que vendeu o primeiro lote de pistolas semiautomáticas para uma instituição brasileira, em 2005, a multinacional tem avançado no comércio interno e nos últimos três anos fechou negócios que chegam ao patamar de R$ 21 milhões.


Levantamento realizado pelo Correio, com base em publicações do Diário Oficial, aponta que desde a primeira transação entre a companhia e o setor público os recursos envolvidos ultrapassam os R$ 31 milhões. Os dados revelam a abertura do Brasil para a indústria internacional de armas e a quebra de um monopólio que durou 90 anos para os fabricantes nacionais. A briga pelo mercado pode aumentar o lobby para mudanças e até eventual queda no Estatuto do Desarmamento, a partir da pressão da indústria.

Os números que movimentam esse mercado milionário seguem desconhecidos, já que desde a fusão da Taurus com a Companhia Brasileira de Armas (CBC), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deixou de divulgar o montante referente ao setor. O último dado levantado pelo IBGE é de 2014. De acordo com dados do órgão, entre 2012 e 2014, a produção e comercialização de armas de fogo movimentaram cerca de R$ 350 milhões por ano.

Os contratos realizados pela Glock se aproximam de 10% deste valor. Somente para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), como o Correio revelou em reportagem de 17 de dezembro, a Glock firmou contrato de R$ 18 milhões para a venda de 10 mil pistolas calibre 9x9mm para serem usadas pelos agentes da corporação.

 O primeiro contrato da companhia austríaca com uma instituição brasileira foi com a Polícia Federal, em 2005, para a aquisição de 5 mil armas, sendo 4 mil pistolas do modelo G-17. Na época, a empresa recebeu o montante de R$ R$ 5,1 milhões. Neste mesmo ano, a Glock apresentou ao Exército Brasileiro um pedido para implantar uma fábrica em território nacional. O contrato e o interesse no mercado interno coincidiram com o momento em que os brasileiros iam às urnas para decidir sobre o comércio de armas de fogo. Ao longo dos anos a empresa foi escolhida para fornecer armamento para instituições de diversos estados.


Em 2017, de acordo com publicações oficiais, a Glock vendeu quatro lotes de armas para órgãos públicos. A maior compra foi realizada pela Polícia Militar do Paraná, que adquiriu 850 pistolas por R$ 1.383.219,34. A PM do Distrito Federal fez a compra de 250 pistolas por R$ 410 mil. No Rio de Janeiro, em 2015, a Polícia Militar pagou R$ 715 mil por pistolas que foram distribuídas para agentes que fazem o patrulhamento urbano e combate ao crime organizado. A corporação não informou a quantidade de equipamentos comprados. O Ministério Público do DF comprou 30 pistolas da Glock, no valor de R$ 46 mil. 

O avanço das empresas estrangeiras no mercado nacional ficou mais evidente com a edição da legislação que trata do setor de armas. Uma mudança na portaria R-105, do Exército Brasileiro, que está sendo avaliada pela Casa Civil permitirá a importação de revólveres, espingardas e pistolas para órgãos de segurança pública. A mudança que colocou em prática a abertura de mercado para companhias do exterior veio por meio da Portaria 841, de 4 de setembro de 2017, em que o governo autorizou a Ruag Indústria e Comércio de Munições Ltda, da Suíça, a atuar no território nacional.

Essa mudança representou o fim do monopólio da CBC, que durou 90 anos por conta da proibição de exportar produtos do exterior quando existe oferta na indústria nacional. O que pesou nesta alteração da lei foram as falhas identificadas nas pistolas 24/7 da Taurus, que, de acordo com o Ministério Público, disparavam sozinhas e apresentaram defeitos de fabricação.  Com a entrada de gigantes estrangeiras do setor de armas, o lobby para mudanças e até a queda em leis que restringem o comércio de armas podem aumentar. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a entrada de armas em circulação vem crescendo no país. Em 2004, cerca de 5 mil armas entraram em circulação por meio do porte concedido para cidadãos. Em 2014 esse número se aproximou de 50 mil, apresentando um crescimento de 1000%.

A compra de armas pelos órgãos de segurança pública é autorizada pela Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército (DFPC). Na falta de uma agência reguladora, a diretoria funciona para monitorar e definir regras para aquisição de armas. A DFPC também é responsável por autorizar a importação de qualquer tipo de armamento por parte de instituições nacionais. À reportagem, a DFPC informou que “não possui nenhuma responsabilidade no processo administrativo de compra das armas, somente na permissão para a aquisição”.  Em novembro do ano passado, um acordo entre deputados permitiu a votação de projetos de lei voltados para a segurança pública. Entre as intenções estava a de votar a revogação do Estatuto do Desarmamento. No Senado Federal tramita o projeto 175/2017, que prevê a realização do plebiscito no mesmo dia das eleições de 2018 com a finalidade de propor a queda da lei que restringe o porte de armas.


Outro lado
Consultadas pela reportagem, as instituições citadas alegaram que “a compra de armas da Glock ocorre por conta da ausência de produto similar na indústria nacional”. As PMs do DF e do Rio de Janeiro responderam que as armas da Glock são padronizadas para o Bope. A arma adquirida “trata-se de um equipamento diferenciado, de qualidade e operacionalidade reconhecida internacionalmente e utilizado por diversas forças especiais e policiais no mundo, inclusive a SWAT, nos EUA”. A Polícia Rodoviária informou que “o processo de compra seguiu as formalidade legais exigidas, estando o processo de compra de acordo com a legislação vigente”.


O MP do DF afirma que a inexigibilidade de licitação ocorreu por conta da inviabilidade de competição, prevista no artigo 25 da Lei nº 8.666, “uma vez que a pistola é o único produto a possuir um sistema de segurança, conhecido por Sistema de Ação Segura”. Segundo a nota, “isto é atestado por meio de laudos e pelo Instituto Nacional de Criminalística, que destacaram que o sistema é exclusivo das pistolas Glock e objeto de patentes”. O MP disse que a empresa apresentou preço “muito abaixo do praticado no mercado para este mesmo modelo”, além do baixo custo de manutenção, o que “significa economia de recursos no longo prazo”.

Correio Braziliense