Como
brasileiro que disponibilizou energias para ajudar construir um país
melhor, principalmente, para os meus filhos e netos, aquiesço às suas
lúcidas opiniões esplanadas na presente matéria (artigo “O grande
inquisidor do Senado”), por me sentir enojado com o que está acontecendo
na CPI do Covidão, em razão do comportamento da sua cúpula e senadores
que conduzem a CPI com “verdades” prontas sobre a pandemia, o vírus
chinês e o combate à pandemia.
O grande
problema é que não dão voz às testemunhas que não falam o que certos
membros querem ouvir e, também, não corroboram o que já consta no
Relatório preparado, antecipadamente, pelo relator, fato que alguns
senadores da CPI confirmam. As testemunhas que falam os que eles querem
ouvir, são tratadas com educação, gentileza, não são interrompidas em
suas falas e, ao final, são elogiadas.
Veem-se
incoerências, inverdades, ataques gratuitos, insultos a autoridades do
Poder Executivo, em especial ao Presidente da República e do Poder
Executivo Federal, em desobediência ao Regimento do Senado Federal que
prega à não agressão a autoridades dos demais Poderes da República.
Veem-se agressões verbais e ataques pessoais a médicos e cientistas que
buscam, na lida cotidiana e não em discursos, salvar a vida de
brasileiros, utilizando-se de meios baseados em suas reiteradas
experiências e observações clínicas.
Não sou
médico nem cientista, mas posso afirmar com base em leituras e vivência
que a Ciência avança e se desenvolve não apenas em laboratórios (e
plenários políticos) ou estudos clínicos, mas com base em observações e
evidências adquiridas através da pratica de seus profissionais. Hoje
(16/06), quando lhe escrevo, assisti às oitivas do ex-governador Witzer e
dos médicos que se apresentaram à CPI. Nas duas oportunidades ficou
patente a ignomínia, a discriminação e a conduta suspeita de alguns
membros.
No caso do
ex-governador, ficou evidente o acordo de lhe conceder tempo para
destilar ódio ao presidente da República, mediante acusações descabidas e
sem provas, utilizando-se de um discurso rasteiro. Cumprido o acordo,
ele se retirou da sessão em desrespeito ao Senado Federal, seus membros,
à própria CPI e ao povo brasileiro. Também, ao meu sentir, faltou com
respeito à decisão judicial que lhe concedeu o direito de comparecer ou
não comparecer e ficar calado.
É nesse ponto que quero me posicionar. Pelo que o
Presidente da CPI leu no habeas corpus, foram essas as questões básicas
ali descritas. É dizer, não estava ali prescrito que o ex-governador,
caso optasse pelo comparecimento, poderia se retirar no momento em que
achasse conveniente, pois lhe estava garantido o direito de não
responder às perguntas e se manter em silêncio. Por isso levanto a
questão do acordão.
Deveria o
Presidente da CPI determinar que o ex-governador não se retirasse,
informá-lo de que só o poderia fazer após o encerramento da sessão, sob
pena de ser preso por tentativa de uso da CPI e do Senado Federal para
uso político e desconsideração aos senadores, senadoras e à população
brasileira que querem saber da verdade, em respeito à saúde pública e
aos milhares de vidas perdidas. Muito mais
graves e oportunistas ainda foram as atitudes do relator e do
vice-presidente, que se deixaram o Plenário da CPI para não ouvirem e
para nada perguntarem aos médicos convidados. Como vai o relator
construir a verdade em seu relatório?
Como vai o vice-presidente
aprová-lo ou não, se não presenciaram ou contribuíram para a busca da
verdade? Optaram por fugir do debate!
Enfim, como
não sou ingênuo, não posso levantar a dúvida de que o o relator e o
vice deixaram o presidente da CPI de calças curtas, em razão dos motivos
óbvios que os olhos viram e os ouvidos escutaram.
Transcrito do site: Puggina.org
Antônio Bastos- São Luis-MA.