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domingo, 31 de dezembro de 2023

Intolerância religiosa - A perseguição extrema de cristãos na Nigéria, um grito silenciado por liberdade religiosa

Vozes - Gazeta do Povo

Crônicas de um Estado laico

Decoração de Natal na cidade nigeriana de Ibadan, uma semana antes dos ataques islâmicos contra cristãos no Natal.

Decoração de Natal na cidade nigeriana de Ibadan, uma semana antes dos ataques islâmicos contra cristãos no Natal.| Foto: Samuel Alabi/EFE/EPA

Há uma crença equivocada segundo a qual apenas minorias podem ser alvo de perseguição, uma lógica que desconsidera a perseguição religiosa, especialmente contra cristãos, um povo pacífico por sua própria teologia. Além da perseguição educada que atinge os cristãos, como o cancelamento e a mordaça, tão presentes atualmente no Brasil e denunciadas nesta coluna, ocorrem também lamentáveis episódios de perseguição extrema em diversas partes do mundo, destacando-se o caso da Nigéria.

A perseguição religiosa extrema na Nigéria tem crescido ano após ano, enquanto entidades internacionais permanecem indiferentes e o mainstream faz questão de esconder tudo. 
Com uma população de pouco mais de 200 milhões – semelhante, portanto, à do Brasil – dos quais 100,5 milhões são cristãos, a Nigéria subiu da nona para a sexta posição na lista dos 50 países onde os cristãos enfrentam maior perseguição nos últimos dois anos, de acordo com os dados fornecidos pelo Portas Abertas.
No mais recente capítulo dessa tragédia, ocorrido durante as celebrações natalinas entre os dias 23 e 25 de dezembro, grupos islâmicos atacaram pelo menos 20 aldeias cristãs no estado de Plateau. 
Enquanto o mundo celebrava o nascimento de Jesus Cristo, nossos irmãos nigerianos foram brutalmente massacrados por causa de sua fé. Segundo relatório da ONG nigeriana Intersociety, mais de 40 mil cristãos foram mortos nos últimos anos por causa de sua fé, enquanto 18,5 mil cristãos desapareceram permanentemente. 
Além disso, 17,5 mil igrejas foram atacadas e 2 mil escolas cristãs foram destruídas. 
Nesse contexto, 6 milhões de cristãos foram forçados a fugir do país, e 4 milhões são deslocados internos.


    A perseguição religiosa extrema de islâmicos contra cristãos na Nigéria tem crescido ano após ano, enquanto entidades internacionais permanecem indiferentes e o mainstream faz questão de esconder tudo

Na situação ocorrida neste Natal, os relatos de cristãos residentes na Nigéria revelam que os ataques resultaram na morte de 160 pessoas e deixaram mais de 300 feridos, muitos dos quais foram encaminhados para tratamento em hospitais. 
Entre as vítimas, predominam mulheres, crianças e idosos, grupos vulneráveis que enfrentam maiores dificuldades para escapar desses ataques brutais. 
A organização Portas Abertas aponta que a perseguição extrema enfrentada pelos cristãos na Nigéria está relacionada a uma agenda organizada de islamização forçada, que tem se intensificado ao longo dos anos. Desde a adoção da sharia, em 1999, essa islamização, utilizando meios tanto violentos quanto não violentos, agravou-se, com ataques de grupos militantes islâmicos aumentando desde 2015. 
Boko Haram e ISWAP são alguns dos grupos liderando essas ações violentas, resultando em mortes, danos físicos, sequestros e violência sexual, impactando principalmente os cristãos. 
Nos estados onde a sharia foi implementada, os cristãos enfrentam discriminação e exclusão, enquanto os convertidos enfrentam rejeição familiar e pressões para abandonar o cristianismo, muitas vezes acompanhadas de violência física.
 
O contexto à luz dos direitos humanos universais
Neste contexto, é imperativo recordar os princípios fundamentais da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
A perseguição religiosa, tanto extremada quanto educada, viola diretamente o artigo 18, que proclama o direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião.  
No mesmo artigo, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos garante o direito de ter, manter e mudar de crença, bem como de exercê-la, enquanto o artigo 12 da Convenção Interamericana de Direitos Humanos traz a mesma garantia.

Em nossa obra Liberdade Religiosa: 
- fundamentos teóricos para proteção e exercício da crença, defendemos que a liberdade religiosa ordena e estrutura o próprio sistema político em que se encontra: 
1. garantindo o pluralismo de ideias emanado de um ecossistema variado de crenças, fundamento de qualquer democracia plural e inclusiva; 
2. é um princípio de organização social e de configuração política, porque contém uma ideia de Estado oriunda da cosmovisão e dos sistemas de valores das confissões religiosas; 
3. potencializa o exercício e o gozo dos direitos civis e políticos. A pessoa religiosa que possui os âmbitos de sua crença e o exercício protegidos exerce os direitos civis e políticos com a tranquilidade de que aquilo que é mais sagrado não será tolhido nem violado pelo Estado; e 
4. é a pedra nodal do sistema de liberdades, visto que, se o ser humano tem negado pelo Estado seu direito mais íntimo de crer e de exercer sua crença, todas as outras liberdades serão prejudicadas, seja diretamente pelo Estado, seja pela aniquilação da autonomia da vontade da pessoa religiosa de exercê-los.

Assim, a defesa da liberdade religiosa é um dos pilares fundamentais para quem pretende proteger a dignidade e os direitos humanos. A liberdade religiosa é a base para a construção de sociedades pluralistas e inclusivas, onde a diversidade de crenças não é apenas tolerada, mas valorizada como um componente enriquecedor do tecido social.

Situações como a vivenciada pelos nigerianos devem ser enfrentadas pelas Nações Unidas e por todas as entidades que atuam com direitos humanos, e devem ser denunciadas pela mídia internacional – aliás, alguém viu alguma matéria de jornalões do eixo Rio-São Paulo sobre os ataques? 
Reportagens sobre a necessidade de um olhar eficaz das Nações Unidas sobre a Faixa de Gaza são constantes, enquanto denúncias em face da política de apartheid contra os cristãos na Nigéria e em outros países dominados pelo Islã, assim como as perseguições que ocorrem em regimes totalitários como Coreia do Norte e China, passam incólumes.

A União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos e o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) emitiram importante nota denunciando esse lamentável fato ocorrido na Nigéria, conclamando todos à oração pelos cristãos que vivem em situações de perseguição extremada e “para que a comunidade internacional, bem como o governo brasileiro, tenha uma posição firme contra a perseguição religiosa ocorrida na Nigéria e em qualquer outro país do mundo, adotando medidas eficazes para rechaçar qualquer discriminação e perseguição aos cristãos e pessoas de qualquer religião que querem apenas viver suas vidas em paz, seguindo suas doutrinas religiosas e adorando a Deus”.

Diante dessa realidade, é urgente que a comunidade internacional se una em solidariedade e aja para proteger a liberdade religiosa, promovendo um mundo onde a crença de cada um seja respeitada e celebrada como um elemento vital da riqueza cultural da humanidade. 
Os autores dessa coluna reforçam seu compromisso em denunciar essas atrocidades, clamar por justiça e promover a liberdade religiosa como um direito humano fundamental. 
Que a luz da solidariedade ilumine o caminho daqueles que enfrentam a escuridão da perseguição, e que a esperança prevaleça sobre a intolerância, construindo um futuro em que todos possam viver e adorar livremente, sem temer pela própria fé.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Thiago Rafael Vieira,
colunista  Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

As travessuras de Dino - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Era uma vez um menino muito travesso chamado Dino. Ele só gostava de usar camisa vermelha desde criança. 
Mais tarde, assumiu que era um comunista, graças a Deus! 
Como bom comunista, Dino enaltecia os piores regimes do planeta. Quanto mais totalitarismo, censura, perseguição a inocentes, mais Dino aplaudia.

Dino virou ministro da Justiça numa aliança "para salvar a democracia". Era a piada pronta, pois o país não era bem uma nação que merecesse tal título, mas sim um grande circo. Logo no começo de seu mandato, uns arruaceiros desesperados resolveram invadir instituições de estado.

Dino ficou lá, com seu sorriso diabólico, só acompanhando os acontecimentos que poderia impedir. Ele mesmo meio que confessou para a imprensa aliada, sem saber que haveria uma CPMI em que a oposição cobraria as imagens.

Tanto o governo de Dino como a mídia subserviente trataram os acontecimentos daquele fatídico dia como o maior atentado golpista contra a democracia na história do país. Com base nisso, o aliado ministro supremo chegou a prender, de férias em Paris, mais de mil "meliantes", que teriam tentado dar um golpe usando algodão doce como arma.

Os parlamentares da CPMI exigiram, então, as tais imagens. O governo, que chamou aquilo tudo de ato golpista e não queria a abertura da CPMI para investigar, ficou de embromação e mandou a pelota para o campo supremo. Autorizado a entregar as imagens, Dino disponibilizou somente duas câmeras de segurança, enquanto um deputado da oposição provou existirem várias outras.

Os jornalistas prostituídos não se incomodaram, pois para eles basta a narrativa de Dino. Mas os insistentes opositores não desistiram, pois Dino ainda não conseguira transformar esse grande circo num típico país comunista, sua eterna inspiração. Aí algo teve de ser dito para dar alguma explicação, por mais fajuta que fosse, aos deputados e senadores.

"Imagens do Ministério da Justiça e Segurança Pública em 8 de janeiro foram apagadas",
dizia a chamada. "A justificativa é que as gravações ficam salvas por 15 dias e são excluídas para abrir espaço de armazenamento no sistema", constava no subtítulo. Puxa vida! Logo as imagens daquele dia tão importante, que o próprio Dino chamou de golpe terrorista?!

Quanto custa um hard disk com terabytes de capacidade de armazenamento? É bem baratinho, não é mesmo?  
Para salvar a democracia, então, creio que o valor compensasse. 
Mas nada disso importa. O tal país, como já disse, é um enorme circo, e o povo assume compulsoriamente o papel de palhaço.

Dino apenas sorriu uma vez mais, imaginando o contorcionismo dos jornalistas que comprou e transformou em militantes. Com sua pança esparramada no sofá caríssimo pago pelos trabalhadores, Dino se lembrou de quando era apenas um travesso menino na escola, e chegou sem seu dever feito.

A professora cobrou explicações, pois valia ponto, e o garoto Dino, rindo, apenas disse: "O cachorro comeu meu dever, professora". E depois saiu gargalhando, direto para o circo com tenda vermelha...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 10 de junho de 2023

Três questões para Deus nesse momento de perseguição - Deltan Dallagnol

Gazeta do Povo - VOZES

Justiça, política e fé

Três questões para Deus nesse momento de perseguição - Foto: Bigstock

Eu estava sentado na poltrona do avião junto à porta de emergência.
A cabine do avião estava escura. O avião tinha decolado havia pouco e muita gente já havia fechado os olhos para descansar nas duas horas que separavam Brasília de Curitiba. Inclinei meu corpo para olhar através da janela. O céu estava lindo e estrelado. A grandeza do universo trazia paz num momento conturbado.

No dia anterior, a última terça-feira, minha cassação do cargo de deputado foi executada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.  
Muita gente havia clamado que a Mesa defendesse o povo, a democracia e suas atribuições diante de uma decisão do TSE que “legislou”, criando uma hipótese de inelegibilidade inexistente para me “caçar”
Contudo, como acontece tantas vezes, a voz da população foi barrada nas portas dos palácios de Brasília.

Naquela própria quarta-feira, poucas horas antes, outra bomba foi lançada sobre mim. Por seis votos a cinco, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu as decisões da primeira instância da Justiça Federal favoráveis a mim, que suspendiam o procedimento do Tribunal de Contas da União que me cobra mais de R$ 3 milhões de reais.

    Contudo, como acontece tantas vezes, a voz da população foi barrada nas portas dos palácios de Brasília

O procedimento do Tribunal de Contas é esdrúxulo. A Justiça Federal disse que há “manifestas e evidentes ilegalidades”, além de “indícios de quebra de impessoalidade”, ou seja, de perseguição política.  
Foi conduzido contra os pareceres da área técnica do TCU, contra o parecer do Ministério Público do TCU e contra o entendimento do Ministério Público Federal
Três dos quatro ministros do TCU que me condenaram foram atingidos pela Lava Jato e seus desdobramentos. O relator, além disso, é aspirante a uma vaga no STF de Lula e estava no jantar de lançamento de sua pré-candidatura à presidência.
 
Todos, menos a área política do TCU, haviam entendido que os gastos da força-tarefa da Lava Jato foram legais e adequados. Foram feitos com passagens e diárias para trazer procuradores de todo país para Curitiba, a fim de recuperar 15 bilhões de reais.  
Além disso, todos disseram que, se houvesse alguma irregularidade, eu não teria nenhuma responsabilidade, porque eu não recebi nem paguei os valores, ou seja, não era nem beneficiário nem ordenador dessas despesas. Um juiz técnico e concursado apontou na mesma direção.
 
Contudo, o STJ suspendeu as decisões da primeira instância, inclusive a sentença que anulava o procedimento do TCU
Esse tipo de medida no STJ só é emitida em situações muito excepcionais, quando as decisões judiciais questionadas geram um risco grave e sistêmico, o que está longe de ser o caso. 
Dentre os 6 votos que me prejudicaram, estão dois ministros citados em delações da Lava Jato e um terceiro cujo filho foi acusado. Agora, o procedimento do TCU poderá avançar, inclusive sobre o patrimônio da minha família.
 
Há muito tempo há uma reação contra a Lava Jato, executada de várias formas e no barco da reação tem muita gente poderosa. 
Há gente que sinceramente acredita, ainda que equivocadamente, que a Lava Jato cometeu excessos, e esses são os que menos me preocupam. Os mais vingativos e poderosos são os que atacam a Lava Jato por seus acertos. E agora tem um novo time: os que querem agradar Lula, que quer vingança, para ser nomeado ou influir em nomeações para altos cargos da República. 
São inimigos em quantidade e poder excessivos.


    Três dos quatro ministros do TCU que me condenaram foram atingidos pela Lava Jato e seus desdobramentos

Olhando para a imensidão do universo e as estrelas, no silêncio e escuro do avião, eu imaginei uma experiência de uma conversa com Deus, com três perguntas.

Deus, a injustiça é muito grande. O Senhor me abandonou?

- Aonde quer que você vá, as pessoas têm abordado você com uma mensagem de confiança, de força e de resiliência. Olhe para a quantidade de pessoas que estão sofrendo a sua dor e a sua injustiça, que reflete a injustiça que reina no seu país. Olhe para aqueles que lhe contaram que choraram com o que lhe aconteceu, olhe para aqueles que lhe dizem que oraram e estão orando por você, olhe para todos que lhe param e pedem “não desista”. Eu estou cuidando de você por meio de todas essas pessoas.

Meu coração se fortaleceu. Ao mesmo tempo, eu ainda tinha preocupações muito concretas para colocar diante de Deus e avancei para a segunda pergunta.

Deus, agora eles vão avançar sobre o patrimônio da minha família. 
O Senhor conhece o meu coração e sabe que estou disposto pessoalmente a pagar o preço de lutar por justiça, mas a injustiça é muito grande e agora vai atingir quem eu mais amo. 
Dói buscar justiça e ver a injustiça se abater justamente sobre a vida da minha família, da minha esposa e dos meus filhos.

- Quando foi que eu permiti que você e sua família fossem tocados? Quando você foi condenado a pagar mais de cem mil reais por conta do Power Point, eu não fiz choverem mais de doze mil pix em menos de 36 horas na sua conta? Não foi mais de meio milhão de reais sem você abrir a boca para pedir? Quando você viu qualquer coisa parecida, homem de pequena fé? Não tema. Seja forte e corajoso.

O meu coração foi reconfortado, mas eu ainda imaginei colocar uma última questão para Deus:

Sim, Deus, mas estou sendo perseguido e fui impedido de seguir no caminho de transformação que havia sonhado. O que eu faço agora?

- Há muito tempo, dei a Moisés uma direção para sair do Egito com os israelitas. Então, quando eles viram no seu encalço os exércitos egípcios que queriam matá-los e renovar sua escravidão, e então se depararam com o Mar Vermelho à frente, ficaram desorientados. Moisés clamou a mim e Eu respondi, dizendo: “por que você está clamando a mim? Diga aos israelitas que sigam avante”. Siga avante no seu firme propósito.

Não sou Moisés e estou longe de ser um dos meus heróis da fé, mas eles são exemplos, modelos e referências para mim e milhões de cristãos. Aquele momento de reflexão nos céus, olhando para a imensidão da criação, foi um momento precioso, em atitude de oração, que vou guardar comigo. Há toda uma população que quer seguir na direção de um país em que os governantes se curvem aos interesses do povo e não aos seus próprios interesses. Todos querem um país mais justo e próspero. É preciso reunir essas pessoas, organizar os esforços e avançar, com trabalho, estratégia, perseverança e fé.
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Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima


Deltan Dallagnol, colunista e ex-deputado - Gazeta do Povo - VOZES

 


quinta-feira, 18 de maio de 2023

Brasil volta à era do vale tudo - Cassação de Dallagnol é absurda- O Globo

Merval Pereira 
 
[IMPORTANTE:  o título deste Post é AUTÊNTICO, consta em O Globo - está devidamente linkado, portanto não se trata de 'fake news'. Optamos por este destaque tendo em conta ser prova de que órgãos da velha imprensa, que fizeram o L começam a se arrepender.
Além do jornal O  Globo, temos o Estadão, a Folha, VEJA e outros órgãos que começam a ser forçado - pelos FATOS - a criticar a corja que servilmente serviram e ainda servem, mas começam a se rebelar.
Leiam  também: 

O sistema é f*#@  Também do Merval]

Deltan Dallagnol (Podemos-PR)


Deltan Dallagnol (Podemos-PR) Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
 
A cassação do deputado Dalton Dallagnol não surpreendeu. 
Está claro que ele e Sergio Moro são os alvos preferenciais do esquema político que venceu. 
Depois do combate à corrupção, estamos vendo todos sendo absolvidos, ou tendo seus processos anulados e arquivados. [e, na sequência, vendo o Brasil condenado a ser governado por um ex-presidiário (que não foi inocentado, foi apenas descondenado) que não tem sequer um rascunho (ou minuta) de plano de governo, só tem um objetivo = acabar com o BRASIL.]
Ninguém foi julgado, e quem foi teve a pena anulada. 
 
Há uma clara perseguição aos dois, que representam a operação Lava-Jato, que está sendo ou já foi desmontada. A sentença do ministro Gonçalves diz que Dallagnol pediu demissão do MP para evitar uma punição
O caso é que não havia nada contra ele quando saiu, mas o juiz argumentou que existiam 15 processos que poderiam causar alguma condenação. 
Mas condenar alguém sobre algo que poderá acontecer é uma coisa de doido. O fato concreto é que não tinha nenhuma punição a Dallagnol quando ele saiu do MP.

É um absurdo o que aconteceu, não tem como imaginar outra coisa. Em um julgamento que levou um minuto, fica muito claro que a decisão estava tomada antes. Faz parte de um processo. O MP do Paraná e o ex- juiz Moro são símbolos de um período em que a corrupção foi combatida.

Pode-se dizer que houve excessos, mas os fatos não foram alterados; existiram, o dinheiro foi roubado, muito foi devolvido. Hoje, todos dizem que foram obrigados a delatar. Até Emilio Odebrecht escreveu um livro onde afirma que não houve roubo na Odebrecht.

Renan Calheiros e Eduardo Cunha estão comemorando nas redes a condenação do Dallagnol. Isso é exemplar, dá para entender por que estão comemorando e por que houve a condenação.  
É a tal frase famosa do Romero Jucá: acabar com isso e fazer um grande acordo com o STF e tudo. Foi feito.

O mesmo aconteceu na Itália. O sistema se reorganiza e consegue dar a volta. Agora todos os partidos e políticos estão sendo anistiados. Essa sequência de fatos não é à toa, nem coincidência. É o resultado de uma reviravolta da política brasileira, uma volta aos seus primórdios, onde vale tudo.

 Merval Pereira, colunista - O Globo

 

sábado, 18 de março de 2023

Liberdade de expressão“Satirizar Jesus pode; gordos, não”: no governo Lula, cresce a perseguição a humoristas - Gazeta do Povo

Vida e Cidadania - Gabriel Sestrem

Movimentações recentes em Brasília, em especial após o início do novo governo Lula, têm acendido “luz amarela” quanto à liberdade de expressão. Entre humoristas, cresce a preocupação com possíveis censuras de ordem identitária vindas de atores dos Três Poderes da República.

Logo no início do novo mandato, em 11 de janeiro, Lula sancionou uma lei que equipara a injúria racial ao crime de racismo. A norma, que vem sendo chamada de “lei antipiadas”, acrescenta dispositivos à chamada Lei do Racismo que representam riscos à liberdade de expressão de comediantes. O principal deles é enquadrar como crime de racismo a contação de piadas sobre grupos que possam ser considerados minoritários.

Sem descrever de forma mais precisa a quais grupos as piadas estão proibidas, o texto sancionado determina que os crimes previstos na Lei do Racismo passam a ter as penas aumentadas de um terço até a metade “quando ocorrerem em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação”.

Para fechar ainda mais o cerco contra comediantes e aumentar as possibilidades de enquadramento como racismo de declarações meramente jocosas, que fazem parte da atividade humorística em palcos de stand-up, a lei também determina que se a prática do suposto racismo ocorrer no contexto de atividades artísticas ou culturais destinadas ao público, o autor também será proibido de frequentar esses locais por três anos.

Como reflexo da radicalização ideológica que tem marcado o início do governo Lula, alguns ministérios também têm lançado mão de iniciativas que podem afetar a liberdade de expressão em geral e também alcançar humoristas. Uma delas é a criação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU) que vem sendo chamado de "Ministério da Verdade". Criado pelo governo petista com o alegado objetivo de combater “desinformação sobre políticas públicas", o novo órgão desperta o temor de prática de censura contra opositores – parlamentares da oposição buscam barrar a procuradoria pela via legislativa.

Em outra medida, o Ministério dos Direitos Humanos anunciou, em fevereiro, a criação de um grupo de trabalho que propõe combater “o discurso de ódio e o extremismo”. A equipe, no entanto, é formada por militantes de esquerda, muitos deles dedicados ao identitarismo, que costuma criminalizar quaisquer referências jocosas a grupos considerados minoritários. O grupo será comandado pela ex-deputada federal Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) e terá a participação do youtuber Felipe Neto.

Primeira denúncia contra humorista após sanção da “lei antipiadas”
É comum que comediantes de stand-up façam piadas sobre praticamente todos os grupos sociais e políticos, principalmente aqueles em maior evidência. No entanto, iniciativas – desde cancelamento na internet até processos criminais – contra humoristas que se arriscam a incluir em suas piadas grupos minoritários costumavam se restringir a artistas maiores, conhecidos pelo grande público.

No mês passado, entretanto, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) acionou o Ministério Público de São Paulo contra o humorista Bruno Lambert por suposta discriminação contra deficientes físicos e violação do Estatuto da Pessoa com Deficiência. A representação criminal está relacionada a um vídeo de uma apresentação do humorista, que não é famoso, publicado em suas redes sociais em que ele narrava um caso em que teria se relacionado sexualmente com uma mulher cadeirante.

Na denúncia, a deputada disse que Lambert cometeu capacitismo, que é a discriminação contra pessoas com deficiência, e que as falas do humorista denotaram “machismo latente" pela maneira "explícita" e "jocosa" como descreveu a narrativa da relação sexual.

O anúncio da denúncia nas redes sociais da parlamentar repercutiu mal até mesmo entre seus seguidores – a grande maioria dos comentários é crítica à ação da deputada. “Não ouvi a piada, mas já entendi que é babaca. Agora, usar o poder público para limitar ARTE, por pior que seja? Não! Que a sociedade desidrate esse tipo de arte. Não o estado”, diz um dos comentários.


    “Ministério da Verdade” de Lula inicia trabalhos com resistência da oposição


Repercussão da denúncia fez humorista ser demitido do emprego
Apesar de até o momento não ter sido acatada pelo Ministério Público, a representação criminal de Tabata Amaral ao Ministério Público foi um golpe duro ao comediante devido à repercussão do caso em veículos de grande expressão. Lambert, que não vive exclusivamente da comédia, passou a ter problemas em seu trabalho atual até que na quarta-feira (8) foi demitido. “Outros humoristas já foram alvo de denúncias criminais, mas só estavam sendo atacados os comediantes grandes. Estamos vendo que essa ‘lei antipiadas’ já está impactando, porque a primeira oportunidade que uma deputada teve de atacar um comediante pequeno, de pouca expressão no mercado, ela atacou”, diz Lambert.

Em uma das entrevistas sobre o caso, Tabata chegou a dizer que o humorista tratou cadeirantes “como um animal”. “Eu realmente acho que um crime foi cometido. E sinceramente, pode fazer a piada que for, inclusive comigo. Mas eu não vou passar pano para crime. O humor não pode ser desculpa para cometer crime”, disse a parlamentar no programa Morning Show, da Jovem Pan.

Para Lambert, há uma confusão ao diferenciar o personagem que está no palco – fazendo piadas com os mais diversos segmentos e grupos sociais, o que inclui pessoas com deficiência – da pessoa por trás desse personagem. “Me parece que há uma dificuldade de algumas pessoas entenderem o que é uma piada e o que é realidade. Essa lei está abrindo um precedente perigoso para que qualquer um que se sinta ofendido com algo que é contado num palco a pessoas que querem consumir humor ganhe um poder absurdo no sentido de anular quem está em cima do palco”, declara.

Perigosas consequências do identitarismo
Para o comediante Léo Lins, famoso pelo emprego do chamado humor negro (ou humor ácido) em suas apresentações, o pano de fundo da perseguição identitária a humoristas é uma disputa por poder, na qual políticos e ativistas de causas ditas “progressistas” buscam silenciar falas que possam resvalar nos grupos que os apoiam e monopolizar o discurso.“Como sempre falo, o humor não tem limites, o ambiente sim. Então partimos do pressuposto de que o humorista num palco está fazendo sua arte. Quando se começa a colocar diversas limitações que seguem a uma determinada agenda, você vê que tudo na verdade é uma disputa por poder”, diz o humorista. Para ele, o chamado “politicamente correto” aponta para uma hegemonia de esquerda no meio artístico que impõe quais são as regras toleradas.

“Os temas que são considerados politicamente incorretos são aqueles que não estão na agenda deles. Se eu quiser fazer uma piada satirizando Jesus Cristo não vai ter problema nenhum, e ainda vou ganhar especial nos streamings famosos. Agora, se fizer uma piada que envolva a ‘gordofobia’, aí eu vou ser criticado e massacrado pela mídia de esquerda”.


E, de fato, a perseguição midiática identitária inevitavelmente impacta decisões do Judiciário. Tomando o exemplo dado por Léo Lins, matéria recente da Gazeta do Povo mostrou que desde que movimentos identitários passaram a incluir obesos no rol de pessoas que sofreriam discriminação, processos pela chamada “gordofobia” cresceram no país.

Nos últimos quatro anos, ações na Justiça alegando gordofobia cresceram 314% – a indenização média pedida é de R$ 240 mil por pessoa. Os dados analisados pela reportagem apontaram que o Judiciário tem sinalizado uma postura de acatamento a denúncias desse tipo: de todos os 721 casos no período, em apenas 14,7% a Justiça apontou a denúncia como improcedente.

Bruno Lambert, por outro lado, destaca um fator seletivo dessas denúncias. Segundo ele, quando são figuras públicas alinhadas à esquerda a entrarem em assuntos “proibidos” pelo “politicamente incorreto” não há uma crítica severa, e existe uma certa tolerância. “O grande problema disso tudo é que se é o Fábio Porchat [???] [humorista com visão política abertamente à esquerda] falando está tudo bem. Mas se for o Danilo Gentili [alinhado à direita], não. Ou seja, além de tudo tem uma seleção das pessoas que determina quem pode e quem não pode falar”.

Conforme ele relata, após a polêmica envolvendo a denúncia de Tabata Amaral, a reação de colegas da comédia que o procuraram divergiu – enquanto parte dos humoristas enfatizou que não enxergaram crime em suas falas, outros se manifestaram receosos quanto à liberdade de expressão nos palcos. “Caras próximos a mim me mandaram mensagens com comentários do tipo ‘temos que rever nosso jeito de fazer comédia’. Então tem casos de comediantes que têm uma visão de que ‘se a Justiça está mudando para pior, temos que calar a boca’”, afirma.

Léo Lins destaca, por fim, as duras consequências do cancelamento capitaneado por ativistas contra seus alvos. 
“A piada é feita num ambiente próprio para isso. Se alguém não gosta, tudo bem. Não vá no show. Mas aí a pessoa quer que a rede social acabe com o perfil do humorista, quer que os locais de trabalho não recebam ele, quer causar um dano colateral no emprego que, no caso do Bruno Lambert era a principal fonte de renda, para que ele seja demitido. A pessoa vai fazer o que da vida a hora que os canceladores acabarem com tudo?”
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Cerceamento à liberdade de expressão está crescendo no Brasil, diz presidente do ILJ
Como explica o advogado Giuliano Miotto, presidente do Instituto Liberdade e Justiça (ILJ), a legislação brasileira já tem normas que criminalizam a injúria, a calúnia e a difamação. A pessoa que se sente ofendida deve entrar com uma ação penal privada e, para esses crimes, as penas e prazos de prescrição são bem menores do que aqueles estabelecidos nas mudanças vindas da “lei antipiadas”.

Com as alterações na lei sancionada por Lula, a pena para injúrias raciais, no qual entrarão as piadas contra grupos minoritários, aumenta: a punição máxima, que era de três anos de prisão, passa a ser de cinco anos, maior do que penas para os crimes de furto e sequestro.“A contação de piadas é algo que, de certa forma, sempre esteve associada a algo cultural, como uma peça de teatro e coisas do tipo. Não é bom que se coloque sobre a atividade dos humoristas a possibilidade de ser preso por causa de uma brincadeira. Com certeza teremos uma crescente do cerceamento à liberdade de expressão dos humoristas e das pessoas em geral”, diz Miotto.

“O cenário brasileiro no que tange as liberdades individuais, especialmente a de expressão, tende a se deteriorar cada vez mais. O identitarismo e o coletivismo forçado estão criando um monstro que, em algum momento, vão engolir os próprios criadores como já têm feito em alguns casos”, destaca.
 
 Gabriel Sestrem, colunista - Gazeta do Povo - VIDA E CIDADANIA
 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Alexandre de Moraes continua perseguição contra manifestações legítimas - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

Supremo



Imagem feita em 9 de novembro mostra caminhões parados nas proximidades do quartel do Exército em Brasília.| Foto: EFE / Joédson Alves / Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes bloqueou as contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas, em geral do agro, os que produzem a riqueza do país, que garantem o equilíbrio do balanço de pagamentos e a segurança alimentar.  
O bloqueio ocorreu porque eles supostamente participaram ou estão participando das manifestações, que são garantidas por uma cláusula pétrea da Constituição: o inciso XVI do artigo 5.º, que diz que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. 
A ironia é que esses bloqueados vão ficar sem dinheiro para pagar seus funcionários no fim do mês. E, no entanto, eles pagam os impostos que sustentam as folhas de pagamento do poder público inclusive do Supremo.
 
Agora eu vejo uma parte da mídia e me envergonha dizer isso que voltou à segunda metade dos anos 1960, quando havia o dedo-duro, que entregava quem falasse mal do governo. 
Isso voltou, e nem foi agora: voltou já durante a pandemia, porque eu vi repórter de televisão dizendo que Fulano estava na praia, que não podia... meu Deus, que vergonha! São direitos consagrados pela Constituição, a liberdade de locomoção, a liberdade de reunião, a livre expressão do pensamento. [em nossa opinião, o ministro Moraes é daqueles que quando recebe uma missão, parte para execução no estilo 'prende e arrebenta' - parecido com o do general Figueiredo, só que Figueiredo era general; 
O ministro recebeu a missão do inquérito das fake news, começou firme, prendendo peixes pequenos, indo em frente mas chamando muita atenção, especialmente por emitir certas ordens consideradas,  por alguns juristas,  arbitrárias e que se revelaram de dificil execução.
Foi despertando antipatia e medo coletivo, algumas das suas determinações foram descumpridas - e nada foi possível fazer contra os desobedientes e agora se avolumam diversas situações que se mostram de dificil superação, mesmo por ele.
Recentemente, as 3 Forças Singulares emitiram uma Nota Oficial Conjunta que agiu como 'freio de arrumação' - mostrando a necessidade de direitos da população serem respeitados pelos poderes constituídos e suas demandas respondidas de pronto.
A quadro tão desfavorável se juntaram questionamentos e reações  contra o eleito e a decisões do TSE que estão sendo criticadas pela população e não são devidamente sanadas.]
 
Com gastança, Lula quer colocar o Brasil no caminho da Argentina 
O futuro presidente Lula está com problemas. Mostraram um rombo de quase R$ 200 bilhões no teto de gastos. A bolsa despencou, o dólar subiu, os investidores puseram o pé no freio; perguntaram para Lula a esse respeito, e ele simplesmente respondeu: “paciência, não cai por conta de pessoas sérias, mas de especuladores”. 
Só que as pessoas sérias que estavam ajudando a equipe econômica estão quietas e de cara no chão. Pérsio Arida, André Lara Resende, Henrique Meirelles – que já caiu fora, já deu tchauzinho.  
Esse é o caminho da Argentina: a gastança que dá 100% de inflação. O Banco Central estava conseguindo conter a inflação, mas vai tudo por água abaixo com o excesso de gastos. Infelizmente é isso o que está acontecendo.
 
O jatinho nada ecológico que levou Lula ao Egito 
Já que outro dia eu falei de Lula no Egito, o Poder 360 fez o cálculo do jatinho: a ida e a volta dão 25 horas de emissão de gás carbônico.  
Um cidadão brasileiro normal vai levar 16 anos para emitir esse mesmo carbono. 
 Lula, lembre-se, está usando o jatinho de um empresário que foi preso em julho de 2020, envolvido em um escândalo de milhões de campanha de José Serra.
 
Identitarismo reclama, mas é a população que rejeita suas pautas Militantes LGBT, feministas e movimento negro estão reclamando que têm dificuldade de avançar pautas da extrema-esquerda no futuro governo. Mas não é o governo, é a população brasileira. Não são apenas os 58 milhões de eleitores de Bolsonaro que não têm essa pauta. No mínimo metade dos 60 milhões de eleitores de Lula também não têm essa pauta. 
Votaram em Lula sem saber em que estavam votando. 
Perguntem-lhes se eles aprovam o aborto ou a ideologia de gênero para as crianças nas escolas; certamente não aprovam. 
Além disso, todo mundo que conhece o presidente eleito sabe das piadinhas homofóbicas dele. [pessoal, vocês precisam entender que o POVO é quem manda - tanto que até a posse do ídolo de vocês pode não ocorrer.]

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Última semana de campanha: diga não aos defensores do modelo venezuelano! - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES

Entramos na reta final da campanha eleitoral, na última semana antes do primeiro turno. Foi uma campanha marcada pela perseguição a Bolsonaro por um sistema podre e carcomido, que tenta a todo custo impedir a reeleição do presidente.

Antes de mais nada, devemos lembrar que não é possível normalizar a candidatura de Lula. Em qualquer país sério do mundo, isso seria impensável. O corrupto foi condenado em três instâncias por vários juízes, e acabou solto por uma manobra suprema ridícula.

Mas não só soltaram o petista e o tornaram elegível com base em malabarismos patéticos; colocaram todo o sistema a serviço de sua campanha, com o TSE praticamente impedindo Bolsonaro de fazer a sua. O presidente teria de se dividir ao meio pela ótica bizarra do TSE. É como se a reeleição fosse vetada na prática apenas em seu caso.

O papel da velha imprensa foi o mais constrangedor de todos. Os principais veículos de comunicação montaram um "consórcio" que mais parece um partido de oposição, e o viés ficou escancarado demais, seja em sabatinas, seja em "reportagens". 
Os militantes disfarçados de jornalistas passaram a defender abertamente o ladrão e demonizar ainda mais o presidente.

O foco principal desse esforço nefasto foi criar uma falsa equivalência entre os escândalos concretos de corrupção do PT e denúncias isoladas e vazias envolvendo familiares de Bolsonaro ou ministros de seu governo. Qualquer pessoa minimamente atenta, porém, sabe que é absurdo comparar a corrupção sistêmica comandada desde dentro do Palácio do Planalto por Lula com o atual governo, marcado por sua lisura e espírito público.

Os suspeitos de sempre cerraram fileira ao lado dos monstros do pântano para tentar desgastar Bolsonaro, o "genocida", o "fascista", o "golpista". Artistas decadentes gravaram seus vídeos ridículos e, após onda de críticas nas redes sociais, receberam a proteção de Alexandre de Moraes. Estão todos unidos contra o presidente, e pelos motivos menos nobres possíveis.

Eis o resumo: para derrotar Bolsonaro, gente de todo tipo, com abstinência de recursos públicos, juntou-se em torno de narrativas pérfidas para trazer o ladrão de volta à cena do crime, como disse Alckmin antes de se debandar para o lado do ladrão
E mesmo quem não nutre qualquer simpatia por Bolsonaro, quem tem algum desprezo por sua imagem, precisa se dar conta do que realmente está em jogo.

Falta uma semana para o eleitor dizer não ao projeto venezuelano de poder, para rejeitar o modelo corrupto petista, para rir da cara de militantes histéricos disfarçados de jornalistas sérios, para debochar de artistas fracassados que se acham a última bolacha do pacote, para ridicularizar "pesquisas" feitas por "institutos" contratados por banqueiros petistas, para mandar para o olho da rua os safados que querem reabrir torneiras fechadas pelo atual governo.

Não é hora de esmorecer, de relaxar. A disputa parece acirrada, pois não faltam oportunistas e alienados em nosso país
Todo o esforço deve estar concentrado em abrir os olhos dos indecisos, daqueles que ainda não se deram conta da dimensão do que realmente estará em disputa no domingo. 
Trata-se de um plebiscito sobre nosso futuro, se o Brasil vai mesmo dizer "dane-se" para o combate à corrupção, ou se vai dar um claro recado aos verdadeiros golpistas que acham que nossa bandeira será vermelha como na Venezuela do ditador companheiro de Lula!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Toffoli abre "perseguição" contra Bolsonaro e pede explicação por algo absurdo

Jornal da Cidade Online
 

O Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), estipulou 10 dias para que o presidente Jair Bolsonaro explique supostas agressões sofridas por jornalistas na Itália.

O chefe do Executivo estava em viagem pelo país, participando de encontro do G20, grupo das 20 principais economias.

 Foi o partido do senador Randolfe Rodrigues (AP), o Rede Sustentabilidade que protocolou a ação na segunda-feira (1). O congressista era o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que acabou há pouco tempo.

"A relevância da questão debatida na presente arguição enseja a aplicação analógica do rito abreviado do art. 12 da Lei nº 9.868/99, a fim de que a decisão seja tomada em caráter definitivo. Solicitem-se informações à parte requerida, no prazo de 10 (dez) dias. Após, abra-se vista, sucessivamente, no prazo de 5 (cinco) dias, ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República", escreve Toffoli.

E completou:

"Diante da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação."

De 7 jornalistas que acompanhavam a caminhada do presidente Bolsonaro em meio a uma multidão de apoiadores, três disseram ter sido agredidos pelos seguranças dele com empurrões e um relatou ter levado um soco, mas não há registros das agressões.

Clique aqui e saiba mais sobre o absurdo da solicitação do senador Rodrigues e mesmo da sua aceitação pelo juiz Toffoli

Um absurdo!


terça-feira, 31 de agosto de 2021

Sérgio Camargo: "Assédio moral é o brioco de quem me acusa"

Relatos [sinônimo de narrativas = acusações sem provas] sustentam de 16 servidores e ex-funcionários revelaram uma rotina de humilhação e terror psicológico na gestão de Camargo na Fundação Palmares

Após ser acusado pelo Ministério Público do Trabalho por assédio moral, discriminação e perseguição ideológica, o presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (30/8), para se defender. “Um preto livre causa mais espanto que a aparição de um ET." "Assédio moral é o brioco de quem me acusa!", escreveu Camargo. "Três horas para esquerdistas postarem sem risco de block se detectados. Imperdível!", ironizou. [comentando: existe um ditado que diz que "quando um pobre assume um posto de destaque = tipo sobe na vida, seus maiores opositores estão entre os pobres que permaneceram pobres. 
Parece que o ditado é também verdadeiro quando considera outros aspectos, além do financeiro.
Será resultado da inveja incontida? ]

Relatos de 16 servidores e ex-funcionários revelaram no Fantástico, da TV Globo, uma rotina de humilhação e terror psicológico na gestão de Camargo. A ação foi protocolada na sexta-feira (27). A investigação apontou trabalhadores que o presidente classifica como "esquerdistas", promovendo um "clima de terror psicológico" dentro da instituição. Para definir quem são os "esquerdistas" da Fundação Palmares, Camargo tem o costume de monitorar as redes sociais dos trabalhadores e até mesmo associar o tipo de cabelo com aparência típica de "esquerdista".

Na ação, o MPT requer o estabelecimento de uma política de combate e prevenção ao assédio moral no âmbito da instituição, além de cobrar, no prazo de 180 dias, diagnóstico do meio ambiente psicossocial do trabalho, promovido por profissional da área de psicologia social. Pleiteia a condenação solidária da Fundação Palmares e de seu presidente por danos morais coletivos, no valor de R$ 200 mil. [será mais uma vez a indústria de indenizações atuando? 
A Fundação Palmares é mantida com dinheiro público, será que o MPT esqueceu que está querendo tirar dinheiro do povo? 
Danos morais coletivos??? - algo extremamente subjetivo para sustentar indenizações descabidas.
O funcionário público  pode até ser esquerdista - tem gosto para tudo - mas no momento em que ingressa no seu local de trabalho tem que deixar seu esquerdismo do lado de fora - de preferência em um latão de lixo.]

Política - Correio Braziliense 


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

E agora, direita? Como resistir à perseguição ideológica de Renan e seus tuiteiros amestrados - VOZES

Paulo Polzonoff Jr.

Sou incumbido de escrever sobre os impulsos ditatoriais dos senadores Renan Calheiros, esse Quixote infernal, e seu fiel escudeiro, Humberto Costa, um Sancho Pança assim meio vampiresco. Ambos assinam um requerimento pedindo a quebra de sigilo da rádio Jovem Pan e de outros veículos que, julgam eles, cometem o imperdoável pecado de serem "de direita". Me sento diante do computador. E, à medida que vão chegando tuítes de apoio (sim, apoio!) ao autoritarismo do bem de Calheiros & Costa, tuítes esses escritos por quem até ontem estufava o peito para se dizer conservador, sinto cócegas na ponta dos dedos para escrever uma única palavra: canalhas.

Perseguição de Renan Calheiros à rádio Jovem Pan e sites de direita contou com o inacreditável apoio de idiotas úteis que se dizem “conservadores”. - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A única dúvida é se coloco ou não um ponto de exclamação depois de “canalhas!”. É, assim fica melhor mesmo. Só um “canalhas!” gritado a plenos pulmões dá conta de expressar o que sinto ao ver quem se dizia conservador de alta estirpe apoiando uma medida que nada mais é do que perseguição ideológica e intimidação da imprensa. Houve até quem comparasse o senador do “rezistro” e "pra mim fazê" a Carlos Lacerda.

Expresso à Editora Severa™ minha preocupação. Não sei se sou capaz de escrever um texto sobre o assunto sem cair na vulgaridade. Porque, como já registrei neste espaço, um dos poderes de Renan Calheiros é despertar o que há de pior nas pessoas. É batata: você vê aquele rostinho de cartorário do sertão, com os oclinhos finos de cafajeste daltontrevisaniano, e toda uma seção do Dicionário de Insultos lhe vem à mente.

Não é uma sensação agradável, essa. Me leva a questionar se sou capaz de ter um olhar misericordioso sobre o mundo. Evidentemente não sou. Penso, então, em desistir. Melhor deixar passar as 72 horas regulamentares. Melhor dar uma volta no quarteirão. Melhor bater com o dedinho do pé na quina da cama. Diante do que a Editora Severa™ sabiamente me sugere escrever primeiro um texto virulento, sem filtros,para desopilar, e depois escrever o texto sério, oficial, ponderado, calmo, misericordioso e caridoso.

No caso, o texto que você lê neste momento.

Desespero
É quando me ocorre que essa disputa aí, disfarçada de disputa política e do livre e vergonhoso exercício de submissão intelectual, nada mais é do que a velha e boa disputa pelo coração dos homens. O meu e o seu. Calheiros & Costa e seus inocentes úteis desejam justamente instaurar o caos para que possam posar, daqui a alguns anos, de salvadores. E quem triunfa no caos a gente sabe quem é. Não sabe? Uma dica: Guimarães Rosa usa sei-lá-quantos sinônimos para se referir a ele em “Grande Sertão: Veredas”.

Se me rendo, pois, à sentença rápida e óbvia (“canalhas!”) é porque permito, momentaneamente, que o cramulhão vença a batalha. Nesse intervalo de tempo (que, reconheço, se prolongou muito mais do que deveria), vislumbrei cem mil cenários, todos apocalípticos, nos quais ora era calado, ora passava fome e ora era simplesmente aniquilado num desses expurgos tão ao gosto dos (aqui não tem como fugir da palavra) canalhas.

Dessa fantasia sombria, sorrateiramente sussurrada em meu ouvido pelo tinhoso alagoano e seus tuiteiros amestrados, nasce o medo, quando não o desespero. Acontece comigo. Acontece com muitos dos meus leitores (menos os que consideram a aliança com o djãnho maquiavelicamente necessária). Acontece com milhões de pessoas que, intuitiva ou racionalmente, veem nesse recorte histórico um prenúncio da tragédia que sempre é uma tirania.

E o desespero, sabe todo mundo que já leu a Bíblia, C. S. Lewis ou simplesmente já provou desse pão amassado pelo dito-cujo, é um dos instrumentos preferidos do tisnado. É no desespero que palavras como “canalhas!” se impõem. No desespero, não há espaço para a compreensão ou reflexão e todos ao redor agem apenas preocupados em garantir o dinheiro de uma mamata qualquer. No desespero, de repente até o ato mais sórdido de censura é visto como virtude, porque promete uma saída ilusória de um túnel escuro (daí o desespero) igualmente ilusório. Ou melhor, ardilosamente ilusório.

União virtuosa
Ao longo da semana, muito se falará sobre a artimanha do Danador & Azinhavre para intimidar a imprensa e o trabalho de gente que simplesmente enxerga o mundo por um outro prisma. E o desespero, prevejo, ditará o tom das discussões. Não sem um tiquinho de razão, usarão palavras como "canalha" e mencionarão Venezuela e Argentina e a possibilidade (a meu ver, muito real) de estarmos passando por um golpe cozido em banho-maria. Ou seria banho-Barroso?

Mas talvez valha a pena respirar fundo, engolir em seco, conter o grito de “canalhas!” e resistir ao sedutor desespero. Porque se o joio tomou conta do trigal e a perseguição ideológica já é uma realidade, e me parece que é, ela não será vencida pelo insulto prazeroso, mas inútil. Mais do que nunca, é preciso que os bons se unam em torno do objetivo virtuoso de impedir que o desespero de hoje se transforme no inferno de amanhã.

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

A tal cristofobia - Folha de S. Paulo

Opinião 

Perseguição a cristãos não é questão na América Latina, assombrada por populismo

Um grupelho de vândalos ateou fogo a duas igrejas católicas, no domingo (18), em Santiago do Chile, durante ato político pelo primeiro aniversário dos protestos contra a desigualdade. Embora as manifestações naquele país ao longo do último ano tenham sido marcadas por episódios de violência, a religião nunca fora um alvoAlheio a esse contexto, um destrambelhado presidente Jair Bolsonaro aproveitou o incidente para voltar a falar em cristofobia, como já fizera em seu discurso nas Nações Unidas no mês passado. Trata-se, obviamente, de mais uma bandeira destinada a inflamar um setor caro ao bolsonarismo. [é um absurdo que a perseguição aos cristãos, que começa com o incêndio de duas Igrejas Católicas, seja considerado apenas um incidente.

Foi um atentado terrorista à liberdade religiosa e precisa ser combatido com rigor, com o uso da força necessária - seja no Chile, em qualquer país das Américas, no mundo e especialmente no Brasil.

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma seguidora e difusora da PAZ - mas os valores cristãos precisam ser preservados.

Vejam que os vândalos, os hereges, os ateus, os esquerdistas usamos mais insignificantes pretextos para atacarem objetivos de maior importância do que os que dizem estar comemorando.]

A perseguição a grupos cristãos é uma realidade em outras partes do mundo, mas não no Ocidente e, muito menos, na América Latina. Em países islâmicos, principalmente, mas também em partes da Ásia registra-se violência contra minorias cristãs. [No Brasil os cristãos, especialmente os da FÉ CATÓLICA, não são minoria.] Mais até, há um ambiente institucional contrário ao cristianismo —e, diga-se, a qualquer outra fé que busque converter adeptos do credo majoritário.

Nas sociedades que seguem a lei islâmica mais ao pé da letra, a apostasia —isto é, o abandono da fé por alguém  nascido em família muçulmana— é considerada um crime, punível com a morteO mesmo não se dá, entretanto, nesta parte do mundo, onde o cristianismo se mostra na prática soberano. Verdade que a proporção de católicos no continente caiu ao longo das últimas décadas; entretanto as igrejas que ganharam espaço no período também são de matriz cristã, mais especificamente evangélicas neopentecostais.

Há decerto alguma animosidade entre elas, que já foi até maior no passado. Hoje, católicos e evangélicos frequentemente se aliam em torno da pauta de costumes. Daí não decorre, obviamente, que inexista violência religiosa no Brasil. Seus níveis são, isso sim, relativamente baixos na comparação com os do restante do mundo, e as religiões de matriz africana constituem as vítimas preferenciais. Estas, segundo os registros de um serviço de denúncia de violações de direitos humanos, responderam por 30% das queixas de discriminação religiosa em 2018 —embora tenham peso de apenas 0,3% na demografia brasileira. A América Latina se vê hoje, portanto, poupada do pior em termos de violência religiosa. Em contrapartida, foi amaldiçoada com pragas como o populismo, do qual Bolsonaro é representante de elite. [irônico é que o tema é religioso, o presidente Bolsonaro sendo cristão - não seguidor da FÉ CATÓLICA - é criticado por apontar a cristofobia claramente demonstrada nos atentados contra os cristãos e seus valores.

A imprecisão na identificação de qual ramo evangélico o presidente é vinculado, se deve a existência de 'trocentas' denominações evangélicas.]

Opinião - Folha de S. Paulo


segunda-feira, 1 de junho de 2020

Política baseada na raiva vai chegando ao seu limite - Blog do Josias

As manifestações antissanitárias deste domingo foram marcadas por uma novidade. Jair Bolsonaro e seus apoiadores extremistas ganharam no Rio de Janeiro e em São Paulo o contraponto das extremadas torcidas organizadas de futebol, que se dispõem a sair no braço contra a volta da ditadura. [alguns bandidos integrantes de algumas torcidas organizadas - que só se destacam por atos criminosos que praticam enquanto torcidas, até mesmo fora do Brasil - são muito insignificantes em número e qualidade para fazer contraponto as pessoas de BEM, que acodem às ruas para defender e estimular o presidente Bolsonaro.
São perigosos - condição comum aos bandidos - tanto que apoiadores do presidente Bolsonaro, ficaram sob a guarda do efetivo regular da PM.
Já os pró-democracia - regime de governo que mais atrapalha do que ajuda (vide combate ao coronavírus na China - governo forte - e em outros países - que cultuam democracia em excesso) tiveram que ser contido pela tropa de choque.]

Na Avenida Paulista, a Polícia Militar dispersou os antípodas com uma chuva de bombas de gás. O pedaço do Brasil que se esconde do vírus constata de longe a falta que faz a sensatez. Bolsonaro ainda não notou. Mas a política da raiva vai chegando ao seu limite. O presidente tem diante de si duas decisões duras para tomar. Primeiro precisa resolver que preço está disposto a pagar para fugir das investigações que o enroscam. Depois, tem que decidir o que vai fazer com seus filhos.

No primeiro caso, Bolsonaro está numa situação delicada. Ainda não apareceu ninguém capaz de convencê-lo de que, ao regatear a crise, eleva o tamanho do prejuízo. No segundo, tem dificuldades para admitir que os filhos viraram fardos. Sabe que Flávio, Carlos e Eduardo encrencaram-se por agir em seu benefício. Com uma ignição instantânea instalada na aorta, o mais provável é que Bolsonaro reaja às adversidades com mais raiva. Para se blindar de eventuais pedidos de impeachment ou denúncias criminais, pagará mais caro pela proteção do centrão.

Os filhos, alvejados no inquérito sobre a PF e no caso das fake news, serão usados como peças do enredo em que Bolsonaro faz o papel de vítima de perseguição. Bolsonaro prioriza o destempero imaginando que, quando a poeira da pandemia baixar, o desemprego cairá no colo dos g
overnadores. [pergunta que não quer calar: quem autorizou o fecha total, isolamento e distanciamento?
quem autorizou os governadores e prefeitos a fechar, isolar, distanciar tudo?]  Aí estão, a um só tempo, seu erro e sua insensatez. 

Com os mortos do coronavírus roçando a casa dos 30 mil e o desemprego vitimando 13 milhões de pessoas, essa ideia de que o presidente não pode fazer nada além de expressar sua raiva está corroendo aos poucos a paciência nacional. Formam-se longe das ruas movimentos e alianças de resistência.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - Uol


sábado, 23 de novembro de 2019

A monarquia suprema - IstoÉ

Sim, o Brasil ainda mantém o seu séquito de realeza e hoje ele é conduzido pelas mãos da mais alta corte do País. Com suas capas negras, os togados erigiram a sua maneira o que imaginam ser o império da lei. E acima deles, pontifica o plenipotenciário soberano que preside a Casa. Está demonstrado aos assombrados súditos da Nação: o comandante do STF dirige, não apenas o Poder Legislativo como os desígnios nacionais, com o pulso firme de um monarca, tal qual um Luís XIV, um Deus Sol da Justiça que irradia a sua luz sobre o que é certo e o que é errado para além, muito além, do estabelecido na Carta Magna. Afinal, quem precisa dela quando se tem uma mente tão clarividente a traçar nossos destinos, não é verdade? A José Antonio Dias Toffoli é possível tudo. Sem ressalvas, sem freios, sem chance de contestação. Ele estabelece muitas de suas deliberações em decisões monocráticas que resvalam o abuso típico de medidas de exceção. Vá-se ao exemplo capital. De maneira injustificável, em imposição característica de um semideus, Toffoli intimou o Banco Central a entregar os dados financeiros de 600 mil pessoas físicas e jurídicas. 


                                                   (Crédito: Divulgação)

Da noite para o dia, as movimentações sigilosas de um universo considerável de brasileiros ficaram a mercê do kaiser do Supremo, para que ele fizesse o uso que achasse devido. Pode isso, Constituição? Ao tomar conhecimento dos segredos financeiros desse considerável contingente de contribuintes, Toffoli, o inexpugnável, seria capaz de tudo. Imagine, por um instante, a concentração de poder facultada a uma única pessoa, nessa dimensão? E ele fez mais, como já se sabia. Ainda em julho, a seu bel entendimento, ordenou a suspensão de milhares de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, agindo a pedido da Primeira Família Bolsonaro, para que o filho Flávio do laranjal não fosse pego em flagrante delito. [atualizando: considerando que as movimentação ilícitas do Queiroz - ilicitas não implica necessariamente em ilegalidade.
Ainda que fossem ilegais, não há nada concreto, factual, que vincule tais movimentações ao senador Flávio.
O que foi arguído pelos defensores do senador é a conduta Receita Federal,  considerada ilegal em primeiro grau, em uma ação movida contra um posto de combustível.
A decisão foi citada pelos defensores e com isto o ministro Toffoli julgou conveniente paralisar todos os processos, incluindo o contra o filho do presidente, tendo tal ação vindo ao STF para apreciação.
Durante o julgamento do dia 20 do corrente mês, deveria a apreciação se limitar Receita Federal x posto de gasolina, só que durante o longo voto foram envolvidos no processo o COAF, senador Flávio Bolsonaro, Banco Central, etc.
Tenham em conta que o processo é bem anterior aos vazamentos que geraram suspeição sobre Queiroz e apenas serviu de supedâneo para o ministro Toffoli paralisar todos os processos assemelhados;
a anterioridade do processo que mostra que, pelo menos no presente caso, houve  isenção do ministro do STF ao proferir a  decisão.]

Para garantir a proteção dele e, por tabela, a da própria mulher e a da cônjuge do colega magistrado Gilmar Mendes, achou por bem congelar de uma vez por todas qualquer averiguação que envolvesse dados fornecidos pelo então Coaf – hoje rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF), esvaziado para não incomodar mais nenhum tutelado dos mandachuvas. Até a OCDE alertou que medidas dessa natureza não condiziam e estavam em total desacordo com as normas e compromissos internacionais firmados e endossados também pelo Brasil. [é voz corrente que o Brasil ainda não integra a OCDE.] E daí? Toffoli, o absoluto, pode mais. O procurador-geral da República, Augusto Aras, chegou a peticionar um recurso para revogar a decisão do ministro.  

O próprio Toffoli julgou e… negou, claro! Foi além: ainda estendeu a exigência para que o Ministério Público Federal informasse em um prazo de horas quem teve acesso a esses dados nos últimos três anos. Pode-se engendrar uma perseguição aos petulantes? Vai saber. Com Toffoli não se brinca. Em um gesto de grandeza, de demonstração de compreensão do quadro criado, das revoltas e críticas no seu entorno, ele aquiesceu dias depois. Voltou atrás no controle dos dados dos 600 mil reféns de sua sanha. Mas por decisão própria. Jamais por imposição alheia. 

Toffoli, o soberano, é senhor da sabedoria. Discutir limites ao seu comportamento policialesco é heresia. Toffoli, que fulmina adversários e chegou ao ponto de montar uma verdadeira delegacia no Supremo, mandando a força armada revistar e entrar sem pedir em casas de desafetos para arrancar computadores e papeladas que atentassem contra ele, se considera imexível e inatacável. Como aos escolhidos por divindades, a ele não cabem críticas. Que o Brasil esqueça de vez a ideia do modelo tripartite de poder entre Legislativo, Executivo e Legislativo. A liga da justiça é quem efetivamente está no controle. Imperativo se entender isso para não sofrer com as consequências. Toffoli e seu monolítico bloco de juízes da Corte suprema podem fulminar qualquer ato que contrarie seus conceitos pessoais do que é, data vênia, o correto no consenso geral. Está em curso a temporada da imposição monárquica. 

 Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - IstoÉ