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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Ideia do pacto não é uma unanimidade no STF



A julgar pela contrariedade que despertou, o ministro Dias Toffoli deu um passo maior do que a perna ao negociar em nome do Supremo Tribunal Federal um pacto com o Executivo e o Legislativo. Em privado, pelo menos dois membros da Corte desaprovaram a iniciativa. Ambos consideram temerário envolvimento de Toffoli num acordo em torno de temas sobre os quais o Judiciário fatalmente terá de se pronunciar nos processos que estão por vir —a reforma da Previdência, por exemplo. Seria uma "grave imprevidência", disse um dos críticos de Toffoli. Avalia-se, de resto, que a articulação do pacto expõe o Supremo a riscos políticos desnecessários.

Bolsonaro é visto no Supremo como um governante politicamente inconfiável. A polêmica é um "atributo congênito" do capitão, uma "condição de vida", declarou o segundo opositor do pacto.







quinta-feira, 25 de abril de 2019

Imprensa livre incomoda. Ainda bem



A fúria com que Toffoli reagiu a reportagem só fez piorar o ambiente para ele e para a Suprema Corte


 
Digamos, provisoriamente, que o ministro Dias Toffoli tem razão quando decreta: “”Se você publica uma matéria chamando alguém de criminoso, acusando alguém de ter participado de um esquema, e isso é uma inverdade, tem que ser tirado do ar. Ponto. Simples assim.”
Mas quem decide onde está verdade? E como?

O pessoal do site Antagonista e da revista Crusoé encontrou em processo da Lava Jato uma menção direta a Dias Toffoli. Trata-se de um esclarecimento de Marcelo Odebrecht a respeito de um email que enviara aos então executivos da empreiteira, Adriano Maia e Irineu Meireles, em 13 de julho de 2007, perguntando: “afinal, vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”

Procuradores levantaram as questões corretas: primeira, quem é “amigo do amigo do meu pai”? E, segunda: fecharam o que?  Jornalistas fariam as mesmas perguntas. E a resposta saiu fácil.  O pai de Marcelo é Emilio, amigo de Lula desde muito antes daquele email. E o amigo de Lula, referido, era Dias Toffoli, então no cargo de ministro chefe da Advocacia Geral da União, governo Lula.  E estavam fechando o que? Marcelo disse apenas que o email se referia a tratativas em torno da construção de hidrelétricas no rio Madeira. E que não se lembrava de como haviam se desenvolvido.

Os jornalistas da Crusoé, antes de publicar a matéria, perguntaram a Dias Toffoli de que se tratava. Este se recursou a responder, tendo explicado depois: “me manifestar sobre uma inverdade? É tudo inverdade”.
“Tudo” aí quer dizer o que? Que não tinha email nenhum? Que ele, Toffoli, nunca tratou nada com representantes da Odebrecht?
Sim, foi isso que decidiram Toffoli e o ministro Alexandre de Moraes “tudo mentira”, tudo “fake news”- quando censuraram e tiraram do ar o site e a revista. Pouco depois, descobriram que havia ali alguns fatos corretamente apurados. Havia o email de Marcelo Odebrecht e também o posterior esclarecimento, peças que estavam regularmente inseridas no devido processo legal.

Fatos. Diante disso, a censura foi levantada e Toffoli mudou o discurso: disse que não se lembrava da conversa com os executivos da Odebrecht, mas deixou um cantinho aberto. Observou que, na sua função, recebia e conversava com todos que o procuravam.  Mas Toffoli e Moraes mantiveram o inquérito, agora com aquela justificativa de que um órgão de imprensa não pode chamar alguém de criminoso quando esse alguém não é.

Mas é preciso um processo legal para determinar quais são os fatos. E dava para apurar: era só chamar para depor Marcelo Odebrecht, seu pai e os executivos citados, todos delatores. Depois, era também o caso de examinar documentos e licitações para verificar como andaram as tais tratativas em torno das hidrelétricas. E finalmente, chamar também Toffoli por que não? Inclusive para ele dizer que não se lembrava de nada. Ou ministro do Supremo nunca pode ser chamado para depor

Tem mais. Ninguém havia chamado ninguém de criminoso e participante de um esquema. A reportagem de Crusoé citava o email e o esclarecimento de Marcelo Odebrecht.  Dirão: mas sugeria algo assim.
E aqui temos que dar razão a Toffoli. De fato, muita gente achou que ali havia alguma coisa.
E vamos falar francamente. Toffoli participou em cargo importante de um governo que articulou e comandou uma vasta corrupção.

Ninguém estava dizendo que ele se aproveitou de tal posição para obter vantagens pessoais. Sequer se disse que ele sabia de algo.  Apenas que ele estava lá. Mas a fúria com que reagiu, e equivocadamente, só fez piorar o ambiente para ele e para a Suprema Corte.
E sabem qual a origem desse desastre? É não compreender o que é liberdade de imprensa.
Eis o ponto: a lei e as instituições têm que garantir que a imprensa seja livre. Ponto final. Simples assim.

Se alguém se sente ofendido com o que considera uma inverdade publicada, que entre com processo contra o veículo e o jornalista.  Há tribunais competentes para decidir isso. Mas só depois de investigação, inquérito (pelo Ministério Público), acusação e defesa.
E por falar nisso, a revista até poderia ir ao Judiciário para reclamar que Toffoli a acusou de dizer “inverdades” que eram “verdades”.
Voltaremos ao assunto. [o que não pode deixar de acontecer é que essa questão vá para o Plenário do Supremo decidir e ficar claro que uma vez por todas que quem investiga não julga.
Investigar e julgar é algo que chega a ser criminoso especialmente quando parte de um ministro do Supremo e a conivência de outro.]

 Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 

 

quarta-feira, 17 de abril de 2019

A soberba de Toffoli

Era de se esperar







Havia uma casca de banana do outro lado da rua. O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), atravessou a rua sem que tivesse sido forçado a fazer isso, pisou na casca de banana que era perfeitamente visível, e esparramou-se no chão. Por que o fez? Sabe-se lá. A única explicação plausível é que fez por soberba, para demonstrar que detém a força conferida por seu cargo e que está disposto a usá-la sempre que tiver vontade

De fato, o presidente do STF pode muito, mas não pode tudo.

Ao informar à Lava Jato que Toffoli era “o amigo do amigo do meu pai”, o empresário Marcelo Odebrecht apenas quis dizer que Toffoli era Advogado Geral da União (AGU) à época em que seu pai Emílio fazia negócios nem sempre limpos com o governo Lula.  Pelas mãos de Toffoli passou o caso da construção de hidrelétricas no rio Madeira. A Lava Jato investiga se houve superfaturamento de preços cobrados pela Odebrecht em algumas dessas obras. Por ora, nada há que macule a reputação de Toffoli.

Então por que ele, procurado para se explicar, não se explicou? Preferiu pedir ao ministro Alexandre de Moraes que censurasse a revista e o site que contaram a história. Desatou então a crise que só serve para desprestigiar o tribunal que preside.  Ninguém chega impunemente à posição que Toffoli chegou. 

Reprovado duas vezes em concurso para juiz, fez carreira como empregado do PT. Foi assessor do ex-ministro José Dirceu e dali saltou para a AGU. Foi recompensado com a nomeação para o STF.

  




Saiba mais sobre Toffoli, em: Ex-presidente da OAS delata ministro do STF Dias Toffoli

ou clicando aqui


Uma vez lá, pagou o pedágio que quase todos os ministros de tribunais superiores pagam aos governos que lhes deram a toga. Sente-se agora liberado para proceder de acordo com sua própria cabeça. Como sua cabeça não é das melhores deu-se mal.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

O Supremo e a política

Mais do que nunca será preciso que o Supremo atue como órgão colegiado que deve ser por definição constitucional, e não por decisões individuais

Ao abrir o ano do Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que "a sujeição incondicional dos juízes à Constituição e às leis" é o que "legitima o Poder Judiciário a ocupar a posição estratégica de moderadora dos conflitos entre as pessoas, os Poderes e os entes da Federação". Esse é, de fato, o papel do Judiciário, mas há quem interprete essa condição como a de um Poder acima dos demais. [o mais grave do afirmado, que é verdade, é que entre os que consideram o Judiciário um Poder acima dos demais, está a maioria dos atuais ministros (que esquecem que a Corte é que é Suprema, que eles são apenas ministros da Corte Suprema) e mais absurdo ainda é que grande parte dos ministros entendem que a supremacia que atribuem ao Judiciário sobre os demais poderes, aumenta quando a decisão é monocrática.] 

Na colegialidade a maioria se considera UM supremo ministro, quando um dele proferem uma decisão monocrática se considera O supremo ministro.]   

Na cerimônia, como a ilustrar essa visão, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cláudio Lamachia, disse que o Judiciário se tornou "Poder moderador", em razão do "desgaste do poder político", e que esse papel o Supremo "não pôde recusar". Ora, um poder moderador é, por definição, irresponsável e, sendo assim, incompatível com o Estado Democrático de Direito. [pergunta boba: onde fica o tal 'estado democrático de direito' quando o Poder Judiciário, por seu órgão máximo, é tomado de um furor legiferante, 'ajustando' as leis conforme seu gosto e sem nenhum instância para 'ajustar o ajuste'?
onde um Poder possui tão absurdo Poder, o tal estado democrático foi para a Coreia do Norte, para a China dos tempos de Mao ou a Rússia de Stalin.]
 
Embora Toffoli tenha corretamente qualificado a missão do STF, é notório que alguns de seus colegas pensam que integram um "Poder moderador", acima dos demais Poderes. Nesse papel, julgam que a Corte está livre de controle por outros Poderes, que é irresponsável, acima e além da lei e alheia a qualquer cobrança. Há quem ache que, sendo irresponsável, o STF pode ir além de seu papel natural de intérprete das leis, podendo elaborar leis, mesmo que seus membros não tenham recebido um único voto dos cidadãos e, portanto, não tenham mandato para isso.

Ao assumirem-se como parte de um "Poder moderador", esses magistrados julgam fazer parte de uma instituição dispensada de responder por seus atos, e não raro se abespinham quando surgem reparos a seu trabalho. Em seu discurso, o ministro Dias Toffoli afirmou que "afrontar, agredir e agravar o Judiciário e seus juízes é atacar a democracia" e "incentivar o conflito social", além de "aniquilar a segurança jurídica". De fato, mas há críticas e críticas. Quando se recorda a criminosa campanha contra o Judiciário promovida pelo PT, tem-se uma evidente agressão à democracia. Contudo, os arreganhos lulopetistas não podem ser confundidos com legítimas críticas da sociedade a esdrúxulas decisões do Supremo, adotadas indevida e ilegitimamente por juízes que se arrogam poderes que não lhes foram conferidos pela Carta e, muito menos, por direito divino. 

Como consequência dessa característica singular, que acabaria isentando o Judiciário dos freios e contrapesos aos quais são submetidos os demais Poderes, o Supremo assumiu um papel essencialmente político nos últimos anos, chegando ao cúmulo de legislar – atribuição que deveria ser exclusiva do Legislativo, eleito para isso. Embora Toffoli tenha dito que "não há lugar para ideologias, paixões ou vontades" no Judiciário, o País tem testemunhado com preocupante frequência a prevalência de decisões judiciais movidas por indisfarçável ativismo político, muitas vezes ao arrepio da própria Constituição.

Não há razão para acreditar que, neste ano judiciário, tal cenário será muito diferente. Talvez por isso mesmo o vice-presidente Hamilton Mourão, representando o Executivo na cerimônia, tenha declarado que o governo já espera a judicialização das reformas, "sendo certo que chegarão a esta Casa". Por esse motivo, Mourão se disse confiante que o Supremo, "com saber e sensibilidade", adotará "as decisões de que nosso país precisa". 

Mais do que nunca será preciso que o Supremo atue como órgão colegiado que deve ser por definição constitucional, e não por decisões individuais, como se cada ministro fosse um Tribunal em si mesmo, diferente dos demais. O apelo feito por Toffoli para que haja "segurança jurídica, previsibilidade e coerência" naquela Corte tem razão de ser.

Afinal, o que mais se observa ali nos últimos tempos são decisões monocráticas que atendem a este ou àquele interesse de ocasião – como foi o caso da espantosa liminar concedida pelo ministro Luiz Fux para interromper inquérito do Ministério Público que envolve o agora senador Flávio Bolsonaro, protegendo o filho do presidente Jair Bolsonaro com foro privilegiado ao qual ele ainda não fazia jus. A liminar afinal foi cassada pelo ministro Marco Aurélio Mello, mas tudo indica que este será apenas o primeiro dos muitos imbróglios que o Supremo será chamado a protagonizar neste ano, razão pela qual se espera que seus ministros tenham plena consciência de qual é seu verdadeiro papel.

Editorial - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Não houve golpe em 1964, diz Toffoli

Os militares tiveram que permanecer mais tempo no poder, eleitos sempre pelo Congresso para conseguirem vencer as guerrilhas rural e urbana que tentavam implantar uma ditadura do proletariado e permanecer permanentemente no poder, como, 54 anos depois José Dirceu e os membros radicais do PT e "genéricos" que seguem  Lula pretendem agir- Entrevista de José Dirceu ao Jornal El Pais.  


Toffoli diz que não houve golpe militar em 64 nem revolução(01-10-2018)

Parte da entrevista de Daniel Aarão Reis Filho, publicada em O Globo de 23/09/2001:

“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária.
 
Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática.”



Observação do autor: em 15 de junho de 70, Daniel Aarão Reis Filho foi um dos quarenta militantes banidos para a Argélia, em troca do embaixador da Alemanha. Atualmente é professor titular de História Contemporânea da UFF.


Em 29/03/2004, o jornal O Globo publicou a reportagem abaixo, da qual transcrevo trechos:
Falava-se em cortar cabeças; essas palavras não eram metáforas”

Aydano André Motta, Chico Otávio e Cláudia Lamego
“Um dogma precioso aos adversários da ditadura militar iniciada a 31 de março de 1964 está em xeque. Novos estudos realizados por especialistas no período - alguns deles integrantes dos grupos de oposição ao regime autoritário - propõem uma mudança explosiva, que semeia fúria nos defensores de outras correntes: chamar de resistência democrática a luta da esquerda armada na fase mais dura do regime está errado, historicamente falando.

Falava-se em cortar cabeças, essas palavras não eram metáforas. Se as esquerdas tomassem o poder haveria, provavelmente, a resistência das direitas e poderia acontecer um confronto de grandes proporções no Brasil - atesta Daniel Aarão Reis, professor de História da UFF e ex-guerrilheiro do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). - Pior, haveria o que há sempre nesses processos e no coroamento deles: fuzilamento e cabeças cortadas.”


 “Ninguém estava pensando em reempossar João Goulart”


“Denise Rollemberg, mestre em História Social da UFF, destaca que o objetivo da esquerda era a ditadura do proletariado e que a democracia era considerada um conceito burguês.”

“Não se resistiu pela democracia, pela retomada do status quo pré-golpe. Ninguém estava pensando em reconstituir o sistema partidário ou reempossar João Goulart no cargo de presidente” diz Denise.
“A professora explica - e Aarão Reis concorda - que a expressão sequer surgiu no fim dos anos 60, início das batalhas entre militares e terroristas.”

“A descoberta da democracia pela esquerda se dá apenas no exílio, com a leitura de filósofos e pensadores como o italiano Antonio Gramsci...”.
Outro participante da luta, o professor de História da UFRJ, Renato Lemos, acha que é responsabilidade ética, social, política e histórica da esquerda assumir suas idéias e ações durante a ditadura.”
“Cada vez mais se procura despolitizar a opção de luta armada numa tentativa de autocrítica por não termos sido democratas. Nossa atitude foi tão válida quanto qualquer outra. Havia outros caminhos, sim. Poderíamos tentar lutar dentro do MDB, mas achávamos que a democracia já tinha dado o que tinha de dar”, confirma Lemos.”

Aarão Reis discorda:
“As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no País, por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra.”

Professor de Sociologia da Unicamp, Marcelo Ridente argumenta que o termo “resistência” só pode ser usado se for descolado do adjetivo “democrática.”
“Houve grupos que planejaram a ação armada ainda antes do golpe de 1964, caso do pessoal ligado ao Francisco Julião, das Ligas
Camponesas. Depois de 1964, buscava-se não só derrubar a ditadura, mas também caminhar decisivamente rumo ao socialismo"
Professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, autor do aclamado Como eles agiam, sobre o funcionamento do regime, Carlos Fico chama de ficção a idéia de resistência democrática. Ele também ataca a crença de que a luta armada foi uma escolha motivada pela imposição do AI-5.
“A opção de pegar em armas é anterior ao ato institucional. Alguns grupos de esquerda defenderam a radicalização antes de 1968 - garante ele.”

Em 31/03/2004, o jornal O Estado de S. Paulo publicou a entrevista abaixo da qual transcrevo um trecho:
“Derrotados escreveram a História”

Estado - O que levou os militares ao movimento de 1964?
Ruy Mesquita - Acho fundamental, para que se possa fazer uma análise objetiva e fria, sobre a chamada revolução de 64 - que na realidade não foi uma revolução, foi uma Contrarrevolução; não foi um golpe, foi um contragolpe -, situá-la no tempo político internacional. No começo dos anos 60, com a vitória de Fidel Castro e com a sua entrada no jogo do bloco soviético, o foco principal da guerra fria passou a ser a América Central, o centro geográfico das Américas. A tal ponto que ali nasceu a primeira e talvez única ameaça concreta e iminente de uma guerra nuclear, quando em 62 houve a crise dos mísseis nucleares que os russos instalaram clandestinamente no território cubano. O risco era real. Diz-se que a história é sempre escrita pelos vencedores. A história do golpe de 64 foi escrita pelos derrotados.”

Tais manifestações e pronunciamentos falam por si.
Não há qualquer sustentação na história ou nos documentos da esquerda que comprove ter havido um “golpe da direita” ou um “golpe militar”. Tais conceitos fazem parte da mesma orquestração em que se inclui a falácia de que a esquerda revolucionária pós 1964 lutava contra a “ditadura”. Não tenho idéia de quem urdiu essas mentiras, mas com muita convicção afirmo que tudo faz parte de um processo para desmoralizar o movimento de 31 de março de 1964 e de mitificar os “heróis” das esquerdas.
Houve, realmente, uma Contrarrevolução: um duro golpe contra as pretensões de comunização do Brasil.

A Verdade Sufocada
 

TOFFOLI E LULA 1: Extrema-direita babava ao imaginar ministro no comando do STF. Eu o defendi. Nesta 3º, ela o aplaude, eu o critico

A extrema-direita só não chamou o ministro Dias Toffoli de santo às vésperas de ele assumir a Presidência do Supremo. Eu, que fui um duro crítico de sua nomeação, lá na pré-história, saí, então, em sua defesa, apontando que costuma dar votos técnicos. Mesmo quando eu discordo, reconheço a boa técnica. Com Roberto Barroso, só para ilustrar, acontece sempre o contrário: acho a técnica ruim mesmo quando concordo com o mérito. 

Nas democracias, direito sem forma, sem moldura, é feitiçaria. E acaba, cedo ou tarde, fazendo mal ao país. É um credo liberal. Só fascistoides de direita e de esquerda defendem a aplicação da lei segundo o alarido. Em tempo: Toffoli não precisava da minha defesa, é claro! Aliás, quando critico ou elogio, eu o faço porque quero, segundo o que considero o merecimento. Mas sempre ancorado na lei, de olho na tal moldura. Ele está na Presidência do Supremo há 19 dias e já é protagonista de uma das maiores confusões jamais havidas no tribunal. Os efeitos podem ser desastrosos se não houver um freio de arrumação. 

É claro que me refiro ao endosso que deu a Luiz Fux, que atropelou decisão de Ricardo Lewandowski e concedeu liminar contra decisão de mérito deste ministro, que autorizava a entrevista de Lula à Folha. Está proibida de novo! Agora por decisão do próprio Toffoli. [clique adiante e conheça análises da  fundamentação da decisão do presidente do STF:Tentativa frustrada do PT no STF- 2 outubro e a Lei de Execução Penal não autoriza que encarcerados concedam entrevistas.]
A confusão é grande e voltarei a ela. Mas, antes, quero tratar de temas como “golpe” e “movimento militar de 1964”. Depois volto ao leito.

Continua aqui


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

‘Indulto não pode ser a uma pessoa específica’, diz Toffoli sobre Lula

Novo presidente do STF afirmou que benefício dado por presidentes a condenados "tem que ter caráter geral"

Novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli afirmou nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, entender que indultos só podem ser concedidos por um presidente da República de forma geral, sem poder visar um determinado condenado. Esse é um tema central nas eleições, uma vez que recai sobre o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, a expectativa sobre perdoar ou não o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Operação Lava Jato, caso eleito.

“Não cabe indulto a uma pessoa específica”, afirmou Toffoli. “O indulto tem que ter caráter geral.” Assim, o presidente do Supremo reforça o entendimento de que chefes do Executivo só podem estabelecer parâmetros nos indultos (tipo de condenação, tempo de cumprimento de pena, entre outros) e, assim, beneficiar todos que neles se enquadrem. Confrontado com o assunto, Haddad tem afirmado que não daria o indulto a Lula – e que o ex-presidente não desejaria o benefício. Toffoli tratou ainda do caso do indulto de natal de 2017 do presidente Michel Temer (MDB), suspenso por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, que entendeu que condenados por corrupção não poderiam ser beneficiados pelo recurso. O ministro disse que pretende colocar esse tema para a discussão do plenário.

Prisão em segundo grau
O presidente do STF afirmou que “nenhum voto é certo”, nem o seu, em relação à controvérsia das prisões após condenação em segunda instância, tema que deve voltar a ser discutido pelo Tribunal em 2019. Segundo o ministro, ele vai adotar comportamento “institucional” na chefia do Judiciário e pode até adotar uma posição diversa da que defendia no plenário.
“Uma coisa é você ser o juiz na bancada, outra é ser o presidente do Tribunal”, disse ele, que já argumentou a favor de uma decisão intermediária, entre a segunda instância e o trânsito em julgado, que é a execução das penas após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

‘Batismo da urna legitima’
O presidente do Supremo afastou especulações de que o resultado das eleições de 2018 possa não ser respeitado, a depender de qual for. “O batismo da urna legitima os poderes. Aquele que for eleito em uma democracia tem que ser respeitado por todas as forças políticas e por todos os opositores”, afirmou Toffoli.

Tratando especificamente de uma possível reação das Forças Armadas caso o PT seja eleito para retornar ao poder, o ministro foi taxativo ao dizer que “qualquer que seja o resultado, será respeitado”. “As Forças Armadas sabem da grave responsabilidade das funções que têm e respeitam a democracia, a Constituição e as leis.”

[comentário: mais uma vez sugerimos a leitura do PREÂMBULO do ATO INSTITUCIONAL NÚMERO UM - promulgado em 9 de abril de 1964 - que, de forma magistral, explica e justifica as medidas adotadas naquele processo revolucionário.


Veja

 

sábado, 8 de setembro de 2018

Como vai Lula

Vai mal


Desde que foi preso, apesar de os seus visitantes dizerem o contrário para efeito de propaganda, Lula convivia com três sentimentos: a raiva, o inconformismo e a esperança na libertação rápida e na candidatura a presidente.

A esperança se foi, embora ele saiba que o ministro Dias Toffoli, tão logo assuma a presidência do Supremo Tribunal Federal, tentará dar um jeito para soltá-lo a partir do início do próximo ano. Ou antes, se for possível.  Acentuou-se a inconformidade de Lula. Ele não cansa de repetir que venceria a eleição presidencial direto no primeiro turno.

Continua com raiva, muita raiva. Nem o PT escapa dela. Quase nada escapa.

Bolsonaro cresce
Efeito atentado

Sondagem eleitoral por telefone feita nas últimas 24 horas sob a encomenda de uma importante instituição do mercado financeiro trouxe duas boas notícias para o deputado Jair Bolsonaro (PSL).
A rejeição ao nome dele, a maior de um candidato a presidente da República segundo a mais recente pesquisa do Ibope, parou de crescer. A intenção de voto em Bolsonaro cresceu cinco pontos.

Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, está onde sempre esteve. E Fernando Haddad (PT), que por enquanto Lula e o PT evitam chamar de seu, está na casa dos 8%.  É de vitória o clima que se respira na suíte do quinto andar do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde Bolsonaro se recupera do atentado sofrido em Juiz de Fora.

Bolsonaro torce para enfrentar Haddad no segundo turno. Haddad torce para enfrentar Bolsonaro. Um dos dois está errado. [os dois estão errados: Bolsonaro por excesso de modéstia - não quer admitir que ganha no primeiro turno - e Haddad por excesso de confiança: ousa pensar que irá para o segundo turno, que não vai ocorrer.]

Blog do Noblat - Veja
 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Toffoli diz saber que terá que ir contra suas convicções na presidência do STF



[desde que entre os temos objetos de diálogos não esteja incluído o de 'soltar Lula', o Brasil agradece.

Também merece agradecimentos a decisão de só discutir a  prisão de segundo grau após as eleições.]

Ele diz que assumirá cargo com o espírito do 'presidente que vai dialogar'

O ministro Dias Toffoli, que assumirá a presidência de um STF (Supremo Tribunal Federal) conflagrado a partir de setembro, diz saber que não raro terá que se posicionar contra as suas próprias convicções no exercício do cargo.

OSSOS DO OFÍCIO 
“A presidência do STF muitas vezes leva quem a está exercendo a votar contra seu próprio convencimento em defesa da instituição”, afirmou ele à coluna, numa rara declaração sobre sua futura gestão.
CONSENSO 
A posse de Toffoli está cercada de expectativas. Ele diz que assumirá com o espírito do “presidente que vai dialogar e que saberá compor as divergências”.

PARA DEPOIS 
O magistrado evita falar de casos concretos. Mas já deixou claro a colegas do Supremo, por exemplo, que não pautará as ações que questionam a prisão de condenado em segunda instância antes do segundo turno das eleições presidenciais —mesmo sendo favorável à revisão do tema.
QUERO JÁ 
Lula e o PT tinham a expectativa de que o STF poderia rever a prisão de segundo grau antes das eleições, o que daria ao ex-presidente a liberdade e a possibilidade de participar das eleições pelo menos como cabo eleitoral.

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