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domingo, 1 de agosto de 2021

Em busca de perder mais tempo - Alon Feuerwerker

Análise Política

E todos os sinais reforçam o cenário de fim de festa da "nova política". Com um agravante. O modismo de anos por aqui em torno dela resulta hoje não apenas no seu contrário, mas numa época de domínio incontrastável da "velha". Em grau nunca visto antes. O Congresso Nacional tomou o freio nos dentes na execução do Orçamento Geral da União, com os parlamentares avançando nele sem medo de serem felizes.

O superpoder orçamentário é apenas um aspecto. O filé mignon da conjuntura está mesmo é no debate das regras político-eleitorais. Nesse tema os assuntos vêm sendo abordados no varejo. Mas, e se olharmos no atacado? Suponhamos que sejam aprovadas as três grande pautas da hora. O semipresidencialismo, a nova embalagem para o parlamentarismo 
O distritão, a eleição dos candidatos mais votados no estado, independentemente da legenda. E o superfundo estatal eleitoral.

O senso comum diz que o distritão vai abrir espaço para a eleição de celebridades. Será? A probabilidade maior é o novo sistema reduzir a margem de incerteza sobre quem terá mais chance de se eleger dentro de cada legenda. E isso vai ajudar principalmente os caciques e seus apoiadores internos. Basta fazerem uma competente distribuição territorial e financeira das, e para as, candidaturas e a solução estará bem encaminhada.

E o distritão reduz também o risco de os puxadores de voto - em geral mais bem abastecidos de recursos - trazerem a Brasília involuntariamente com eles nomes de fora do esquema. Donos de partidos até gostam de ver a legenda crescer, mas se o preço for o risco da perda do controle a conversa costuma mudar de figura. Há exceções, mas essa é a regra. Então o cálculo precisa ser muito competente. Distribuir bem as áreas e a verba.

E o segundo fator fica bastante mais controlável com o financiamento quase exclusivamente estatal. Pois não haverá como o dinheiro das pessoas físicas (o das empresas está proibido) concorrer com a megaverba vinda do OGU. O  que o semipresidencialmento tem a ver com isso? Tudo. Pois na versão brasileira do sistema o Congresso Nacional, em especial a Câmara dos Deputados, teria a palavra final, agora formalmente, sobre a nomeação do primeiro-ministro e a formação do gabinete. Ou seja, sobre o poder real. Ao presidente eleito com muitas dezenas de milhões de votos sobrariam as atividades protocolares e os rituais da esfera de chefe de Estado.

E assim estaria montado o tripé na eleição. Monopólio financeiro dos donos dos partidos, redução da margem de incerteza sobre quem vai ser eleito e quem não e, depois, a formação do governo sendo decidida numa modalidade tribal, com os chefes partidários acertando as coisas entre eles. E enquadrando as bancadas, até porque estarão exercendo agora o poder absoluto, e sem intermediários, sobre a ampla maior parte das verbas e cargos federais.

Parece engenhoso. Mas nenhum presidente eleito com dezenas de milhões de votos aceitará pacificamente ser fantoche de anônimos que controlam o poder apenas por serem proprietários de partidos. E aí teremos as novas crises, e o Planalto acenará com a dissolução do gabinete e do Congresso, e este ameaçará com o impeachment. O que naturalmente resultará na rediscussão do sistema e em propostas de convocação de novos plebiscitos sobre o assunto. E em mais tempo perdido pelo Brasil. 
Seria mais objetivo discutir desde já maneiras de os presidentes eleitos carregarem com eles uma maioria parlamentar. 
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


terça-feira, 8 de outubro de 2019

Reduzir a burocracia no câmbio é passo na direção certa - Míriam Leitão

CBN - O Globo

Na era do dinheiro digital, o Brasil ainda é um país fechado demais na área cambial. Não faz sentido. São regras demais, muitas regulações. O BC divulgou uma série de iniciativas para desburocratizar o mercado de câmbio no Brasil e enviou o projeto para o Congresso na segunda-feira. O país criou uma série de barreiras à saída de dólares nos anos 1960 e 1970. A economia enfrentava uma crise cambial porque havia poucas reservas, uma dificuldade para o balanço de pagamentos. As barreiras são tão sem sentido que elas acabam barrando a entrada de dólares. Um acadêmico, por exemplo, que publicou um artigo em revista internacional vai penar para cumprir todas as regras para internalizar os recursos. Tem que haver sim um controle para combater os crimes financeiros. Mas essa é a era do trânsito intenso de moeda entre países, e o Brasil está atrasado.

Outra característica ultrapassada do nosso mercado é a concentração das operações. Elas só podem ser feitas por bancos e corretoras. A proposta do BC é que as fintechs também possam realizar determinadas operações cambiais.  

O BC informou que há 400 artigos regulando o mercado de câmbio atualmente. Diversas dessas regras envelheceram. Foram pensadas para o dinheiro físico, algumas são dos anos 1930. O Brasil hoje tem inflação em torno de 3%, o que era a taxa diária há algumas décadas. As condições mudaram muito.  O BC dá passos na direção correta, mas que não garantem o câmbio livre e a moeda amplamente conversível. O projeto será discutido no Congresso, que pode até aperfeiçoar a proposta original. Ainda não está contemplada, por exemplo, a possibilidade de pessoas físicas terem conta em dólar aqui no Brasil. Pelo projeto, isso seria possível para empresas.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, me disse que essas agendas não têm tanto apelo. São pequenas mudanças em várias regulações. Mas são necessárias. A limpeza dessa regulamentação velha e a derrubada de barreiras são mais importantes para a economia do que podem parecer no primeiro momento. 

LEIA MAIS NO GLOBO
BC propõe desburocratizar mercado de câmbio

Blog da Míriam Leitão 

 

domingo, 29 de setembro de 2019

Fraudes na Previdência Social somam R$ 5,5 bilhões em 16 anos - Correio Braziliense

Quadrilhas e pessoas físicas saquearam o montante do INSS nos últimos 16 anos. Desde 2003, força-tarefa de combate realizou 613 operações e prendeu mais de 2,5 mil pessoas. Só este ano, a equipe recuperou R$ 750 milhões 

Fraudes na Previdência Social nos últimos 16 anos lesaram mais de R$ 5,5 bilhões dos cofres públicos. Embora os números sejam elevados, só este ano, até setembro, mais de R$ 750 milhões foram economizados. O benefício social está na mira de quadrilhas especializadas e pessoas físicas que tentam se favorecer do extenso patrimônio controlado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Uma força-tarefa envolvendo Previdência Social, Polícia Federal e Ministério Público Federal está ativa desde 2003, investigando e inibindo quadrilhas que fraudam o INSS. Os investigados são pessoas físicas, advogados, contadores, servidores e falsificadores de documentos, e, segundo a Previdência, até o momento, 613 operações foram realizadas, com 2.502 prisões em flagrante.
 
Desvios na Previdência Social (foto: Arte/CB/D.A Press )


Além disso, nos primeiros oito meses deste ano, foram cancelados definitivamente 254 mil benefícios com indícios de fraudes ou irregularidades, chegando a uma economia de R$ 4,4 bilhões anuais. O montante está a caminho de atingir o previsto pela Medida Antifraude, editada em janeiro, que prevê R$ 10 bilhões somente este ano.

Ações preventivas têm sido feitas para evitar os desvios, mas não são suficientes. Entre servidores que facilitam a má fé das pessoas ao entregarem documentação nos postos de atendimento do INSS, o mais difícil de detectar são os registros de identificação falsos.

O chefe da Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Marcelo Henrique de Ávila, explica que o problema está na fragilidade dos documentos que são facilmente fraudados. Para ele, a melhor saída seria ter um documento de identificação biométrico, correspondendo ao dispositivo da Lei 13.444/17, que dispõe sobre a Identificação Civil Nacional. Isso evitaria 80% do esforço da força-tarefa no que diz respeito a investigação de algum tipo de falsificação.

“Existe uma disseminação de estelionatos no país muito grande nessa questão. Há um sistema de controle para monitorar a documentação falsa para obter ou sacar benefício que nos permite obter situações em flagrante, mas demora um tempo até que seja realmente comprovado. Além disso, recebemos muitas denúncias que nos ajudam a chegar nos principais casos e derrubar as quadrilhas”,
afirma o chefe da CGINT.

Só neste ano, até setembro, foram realizadas 30 operações conjuntas, com recuperação de cerca de R$ 160 milhões em prejuízo. Essas baixas correspondem ao montante roubado pela quadrilha ao longo do tempo de atuação. O dinheiro economizado, por sua vez, diz respeito à quantidade de mensalidades, considerando a data de concessão do benefício ou a expectativa de esperança de vida média da população brasileira, conforme tabela do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que seria paga aos fraudadores.

A operação Pinel, deflagrada pela Força-Tarefa Previdenciária no estado da Bahia, em 31 de julho deste ano, prendeu uma quadrilha que atuava desde 2013 com 11 pessoas envolvidas e economizou R$ 37 milhões. O modus operandi da fraude consistia em concessões indevidas de benefícios previdenciários por incapacidade, inclusive pensão por morte, além de benefício assistencial de amparo social à pessoa portadora de deficiência (BPC/Loas), na Agência da Previdência Social (APS) de Nazaré (BA), mediante a realização de perícias médicas por um servidor federal que burlava os sistemas. A maioria das pessoas beneficiadas tinha residência em Salvador e região metropolitana e, supostamente, realizava perícia médica na APS de Nazaré.

A maioria das quadrilhas segue o mesmo esquema. O que muda são o tipo de benefício concedido — podendo envolver, inclusive, pensões rurais e tetos de pagamento —, quantidade de pessoas envolvidas e tempo de ação. Cada operação conjunta gasta cerca de R$ 5,3 milhões no combate e as ações em flagrante, aproximadamente, R$ 40 mil, segundo dados do CGINT.

Para o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV) Istvan Kasznar, além de prejuízo financeiro, a fraude causa dano social. “Inviabiliza, a longo prazo, o sistema de seguridade, fazendo com que o governo, por incapacidade técnico-financeira, empurre contribuintes corretos para soluções alternativas, como o sistema privado.” Kasznar ressalta que o sistema deve corrigir as falhas de comprovação documental para evitar erros da União e o entrave de benefícios verídicos.

Ávila destaca que qualquer cidadão pode denunciar casos de forma anônima. “Pode revelar se tem notícia de alguém que esteja arrebanhando pessoas, oferecendo benefícios. Nós fazemos a análise e, caso constatada a irregularidade, encaminhamos para a Polícia Federal. Muitos casos foram deflagrados a partir da colaboração da sociedade”, assinala. 
 

Ferramenta
Para mitigar as fraudes, o INSS lançou um novo sistema biométrico, com o uso da impressão digital, com o objetivo de promover comprovações pelo celular. A ferramenta faz parte do aplicativo Meu INSS e foi desenvolvido pelo laboratório de inovação da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev).

O diretor de Relacionamento e Negócio da Dataprev, André Côrte, destaca que usar a biometria para fazer a prova de vida é mais confortável e seguro para o cidadão. Ele explica que o software faz o cruzamento de biometria com diversas bases de governo e, por isso, reduz a chance de fraude na prova de vida. “Primeiro, é feita a checagem de biometria. Depois, o reconhecimento facial, que comprova se o cidadão está, de fato, vivo e é uma pessoa física, não uma foto”, pontua.

Esse sistema foi testado por 700 pessoas em 15 cidades, durante os meses de agosto e setembro. Nesse período, foram corrigidas falhas. “Estamos resolvendo incapacidades técnicas para facilitar o processo, como otimizar o sistema e fazer com que consuma menos espaço e internet do celular das pessoas”, acrescenta Côrte.

O INSS destaca que todas as pessoas que recebem algum benefício do órgão precisam fazer a prova de vida uma vez por ano, para evitar a suspensão do pagamento. Em alguns casos, a prova pode ser feita por um representante. Isso ocorre quando o beneficiário mora fora do país, tem alguma doença contagiosa, apresenta dificuldade para se movimentar ou tem mais de 80 anos.

Estagiárias sob supervisão de Simone Kafruni

“Existe uma disseminação de estelionatos no país muito grande nessa questão. Há um sistema de controle para monitorar a documentação falsa para obter ou sacar benefício que nos permite obter situações em flagrante, mas demora um tempo até que seja realmente comprovado” 

Marcelo Henrique de Ávila chefe da CGINT
 Notícias Brasil - Correio Braziliense

domingo, 4 de novembro de 2018

Atenção! Petistas - PT pede doações para pagar contas da campanha de Haddad

"Vaquinhas" para campanhas podem ser feitas por pessoas físicas, por meio de plataformas online

[ALERTA aos petistas: apesar de vocês não merecerem, estamos fazendo uma caridade - devemos ser generosos com os inimigos - e alertando que antes de ficarem sem almoço parqa doar dinheiro ao PT, lembrem-se que quando enquanto a militância pobre,  do partido  perda total,  passava privações para doar dinheiro ao Zé Dirceu para pagar multas, o ex-guerrilheiro de festim, recebia milhões de propina,  por conta do mensalão;

já teve petista fazendo vaquinha para pagar advogados;

agora o PT quer doação para pagar dívidas do poste petista na campanha na qual foi derrotado pelo capitão.

Antes de passarem necessidade e seus familiares confiram tudo direito, na dúvida, não façam doação.] 

O Partido dos Trabalhadores (PT) está pedindo, em seu perfil oficial no Twitter, ajuda dos eleitores para fechar as contas da campanha à presidência de Fernando Haddad e de sua vice Manuela D’Ávila (PCdoB), derrotados na eleição por Jair Bolsonaro (PSL). “Ajude a encerrar nossas contas e fortaleça a resistência”, diz a publicação.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as doações para campanhas podem ser feitas por pessoas físicas, por meio de plataformas online. As “vaquinhas” virtuais foram implementadas pela primeira vez nesta eleição. O PT recolherá doações até o dia 15 de novembro.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

A crise e o crédito consignado

Uma das poucas fontes de crédito a baixo custo para as pessoas físicas, e considerada uma modalidade à prova de inadimplência, uma vez que o valor das prestações é descontado diretamente da folha de pagamento do tomador, o crédito consignado também foi atingido pela recessão econômica que o País enfrenta. Com a queda na arrecadação de impostos e sem dinheiro em caixa para bancar as despesas de custeio, vários Estados e municípios passaram a atrasar o depósito dos salários do funcionalismo, o que acabou atingindo os bancos que concedem esse tipo de empréstimo.

Em abril, o montante de crédito consignado concedido para servidores públicos municipais, estaduais e federais totalizou cerca de R$ 170,3 bilhões. Esse valor representa quase 10% do saldo de crédito total do País. Nos Estados e municípios que deixaram de pagar o que devem, as instituições financeiras suspenderam a contratação de novas operações e passaram a notificar judicialmente os governos municipais e estaduais.

O caso mais grave é o do Estado do Rio de Janeiro, onde o pagamento dos vencimentos de alguns setores do funcionalismo público já está atrasado há mais de quatro meses. Com isso, cerca de R$ 500 milhões deixaram de ser pagos às instituições financeiras que firmaram convênio com o governo estadual para conceder crédito consignado aos servidores. Pelas estimativas do mercado financeiro, bancos de médio e grande portes teriam concedido ao funcionalismo público fluminense cerca de R$ 5 bilhões nessa modalidade de empréstimo.

O governo do Rio de Janeiro reconheceu o problema, mas alegou que não pode fazer o depósito dos valores a que as instituições financeiras têm direito por causa dos embargos nas contas estaduais que foram determinados pela Justiça, beneficiando juízes, desembargadores, promotores, procuradores e defensores públicos, em detrimento das demais categorias. Só no mês de abril, os arrestos totalizaram mais de R$ 750 milhões, o que, segundo as autoridades fazendárias, teria comprometido a gestão de caixa.

Outro caso grave é o do Estado do Rio Grande do Sul, cujas finanças se encontram deterioradas. Depois de ter dado um calote na dívida com a União, para priorizar o pagamento do funcionalismo estadual, o governo gaúcho teve as contas bloqueadas por determinação do Ministério da Fazenda. Além disso, os repasses do Fundo de Participação dos Estados a que o Rio Grande do Sul tinha direito também foram suspensos pela Secretaria do Tesouro Nacional, o que obrigou o governo estadual a parcelar o pagamento do funcionalismo e o deixou em dificuldades para pagar as consignações bancárias, além de fornecedores e empresas terceirizadas.

A diferença com o Rio de Janeiro é que, no Rio Grande do Sul, a instituição financeira mais atingida por problemas com o pagamento do crédito consignado pelo Tesouro estadual é o Banrisul, que pertence ao Estado. O banco é responsável por mais de R$ 3 bilhões do total de R$ 8 bilhões concedidos pelos convênios de crédito consignado em todo o Estado. Sergipe, Espírito Santo, Pará e Distrito Federal, que ainda têm bancos próprios (nas demais unidades da Federação os bancos estaduais foram privatizados), enfrentam problemas semelhantes.

Os atrasos no pagamento dos bancos, pelos Estados e municípios, criam graves problemas para todos os envolvidos com operações de crédito consignado. Quando a administração pública atrasa ou parcela pagamento do funcionalismo, os bancos podem incluir os servidores em listas de inadimplentes – uma punição injusta, na medida em que a culpa não é dos tomadores. Mesmo que aleguem não dispor de recursos em caixa, os governos municipais e estaduais podem responder a ações por apropriação indébita. E os pequenos e médios bancos especializados nessa modalidade de crédito podem ficar com a higidez ameaçada. Essa é mais uma das consequências da atual crise fiscal.


Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Fisco notifica 13 mil contribuintes do Distrito Federal, até os que tem imposto a restituir - vai que o contribuinte se assusta e abre mão da restituição

Receita Federal identifica "inconsistências" nas declarações do Imposto de Renda de 450 mil pessoas em todo o país. Uso irregular de remessas postais será fiscalizado

A Receita Federal não tem poupado esforços para melhorar a arrecadação tributária, que vem apresentando resultados pífios devido à queda da atividade econômica. A estratégia mais recente tem sido a de notificar contribuintes com imposto a pagar para que retifiquem as Declarações do Imposto de Renda deste ano por meio da página do Fisco na internet. Somente o Distrito Federal têm 13.371 pessoas nessa lista. Os avisos têm sido encaminhados desde junho. Até setembro, cerca de 450 mil cidadãos, em todo o país, terão recebido a comunicação do órgão.

O advogado Miguel Silva, especialista em tributação do escritório Miguel Silva & Yamashita Advogados, afirma que o procedimento da Receita é algo inédito. “Não se tem como praxe notificar contribuintes que não têm imposto a pagar, ou mesmo os que estão pagando. Estes também não consultam o site porque, para eles, está tudo certo. É a primeira vez que se faz essa notificação em massa”, disse.

Para o advogado, é um absurdo pedir retificação de 450 mil declarações. São 2% do total de contribuintes, num universo onde a maioria tem imposto a restituir. Tem alguma coisa errada aí”, advertiu. Para ele, se até os contribuintes de boa-fé, que estão se propondo a pagar impostos, não conseguem preencher a declaração corretamente, o problema está nas regras. Fica patente que até quem se dispõe a pagar tem dificuldade de fazer a declaração por causa da complexidade da legislação”, ressaltou. Silva ressaltou que o direito tributário não pode ser direito arrecadatório. “Precisa vir urgente uma reforma tributária”, concluiu.

Já Antonio Teixeira Bacalhau, consultor da Sage, alertou para o fato de que a maioria que se encontra nessa posição, normalmente, é de aposentados que continuam trabalhando e não sabem que têm que declarar as duas fontes de renda, ou mesmo pessoas que tiveram altas despesas médicas.

Encomendas na mira

A Receita intensificou a fiscalização para detectar o uso irregular de remessas postais internacionais abaixo de US$ 50 de pessoas físicas para pessoas físicas, que não pagam imposto de importação. O secretário de Aduana e Relações Internacionais da Receita Federal, Ernani Checucci, disse que há um abuso dessa exceção. Segundo ele, muitas pessoas estão fracionando as encomendas para não recolher o tributo. “O Congresso Nacional deve ser pautado para resolver isso. Em outros países, isso não existe”, afirmou.

No primeiro semestre, foram processadas 16,5 milhões de remessas, o que representou um aumento de 54,32% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o fim do ano o sistema informatizado entre o Fisco e os Correios possibilitará aumentar esse número. Checcuci ressaltou que a Receita, ao aumentar a informatização, pretende melhorar o ambiente de negócios do país.


Fonte: Correio  Braziliense



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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Copom aumenta pela terceira vez seguida a taxa básica de juros

Para conter o aumento da inflação, Banco Central sobe a taxa Selic em meio ponto percentual, para 12,25% ao ano 

Esta foi a terceira alta seguida da Taxa Selic para conter o aumento da inflação no país

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira, aumentar a taxa básica (Selic) de 11,75% para 12,25% ao ano. Foi a terceira alta seguida dos juros para controlar a inflação. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual”, resume a diretoria do BC.
  O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou o ano passado em 6,41%. O percentual ficou no teto da meta estabelecida pelo próprio governo. A equipe econômica determinou que a meta é de 4,5%, mas há uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais. O BC já avisou que só conseguirá chegar no alvo no fim do ano que vem.

MEDIDAS DO GOVERNO
As expectativas dos economistas do mercado financeiro sofreram impacto das medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda na segunda-feira. Isso porque o aumento de impostos para combustíveis pode elevar em 0,3 ponto percentual a inflação deste ano, segundo a consultoria Gradual. Por outro lado, parte desse reajuste da gasolina e do diesel será compensada por uma desaceleração ainda maior da economia que a prevista antes. Isso porque o pacote da nova equipe econômica representa redução de consumo e alta do desemprego.

Uma das medidas que freia a economia é o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito para pessoa física. A alíquota passou de 1,5% ao ano para 3% ao ano. Isso freia imediatamente o consumo das famílias e, consequentemente, a atividade do país. Dá, assim, um alívio ao trabalho do Banco Central no controle da inflação.

REPERCUSSÃO
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou, em nota, que lamenta e condena a decisão do Copom de elevar, mais uma vez, a taxa Selic. “O novo aumento da taxa básica de juros, somado às recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo federal, acelera a marcha rumo a uma recessão econômica no Brasil, com trágicas consequências para os direitos, a renda e o emprego dos trabalhadores", diz a confederação.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) o aumento dos juros básicos vai dificultar "ainda mais" a recuperação da economia. "Os efeitos diretos dessa medida são a elevação dos custos dos financiamentos, a dificuldade de acesso ao crédito e a consequente redução do consumo das famílias e dos investimentos das empresas," avalia a entidade.