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sábado, 9 de janeiro de 2016

Mágica ruim

“Estamos na UTI sangrando. E temos uma poupança, as reservas cambiais, que pode estancar o sangramento. Não vamos utilizar esse remédio?”.  

Com esse raciocínio, que parece óbvio mas é apenas simplista, o governador petista do Piauí Wellington Dias dá um reforço político à ideia defendida por Lula, e encampada pelo PT em documento oficial, de o governo Dilma usar parte das reservas cambiais do país para estimular o crescimento econômico.  Pelos cálculos do partido, se o governo recorresse a US$ 130 bilhões dos US$ 368.739 milhões que o país tinha no dia 7 de janeiro deste ano, poderia lançar um pacote de infraestrutura e investimentos de grande porte, melhoraria a situação fiscal e ainda continuaria com muitos milhões de dólares em reservas.

A presidente Dilma rejeita a ideia, assim como o novo ministro da Fazenda Nelson Barbosa, mas a pressão política é forte, e é preciso reafirmar que essa “mágica” simplesmente não existe. O governador do Piauí tem razão em um ponto, as reservas internacionais são como a poupança de uma família. E como toda família que retira dinheiro da poupança para pagar suas dívidas, também o país aumenta seu risco.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco diz que esse é um “truque antigo do Delfim Neto (ex-ministro da Fazenda) que usava, sobretudo, os bancos federais para receber dinheiro depositado no exterior e internava os recursos aqui”. Mas é um truque ruim, diz Franco, que explica didaticamente: "O dinheiro que está lá fora não compra coisas em reais, alguém tem que ter os reais, e quem tem os reais é o Tesouro, é o Banco Central. O BC vende títulos públicos, pega os reais e compra os dólares da reserva. Portanto, aumenta a dívida interna. Mas para fazer isso, você não precisa usar o dinheiro das reservas”, ironiza o ex-presidente do BC.

Outro economista, Armando Castelar, do Ibre/FGV, diz que a idéia não faz sentido. “É mais um passe de mágica fiscal que tenta fazer de conta que é possível gastar sem ninguém pagar a conta. Conta que, já aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, aparece daqui a pouco”.  Desdobrando o raciocínio de Gustavo Franco, Castelar lembra que se o governo vai usar as reservas, vai resgatar esse fundo, transformando-o em dinheiro. “Isso significa vender dólares no mercado local em troca de reais. Dados os valores envolvidos, significa que no curto prazo o real tenderia a se apreciar frente ao dólar (porque aumentariam a oferta de dólares e a demanda por reais), prejudicando as exportações das indústrias”.
Ao mesmo tempo, muita gente iria aproveitar a valorização do real para comprar dólares e colocar seu patrimônio fora. “Essa operação teria implicações diretas sobre o mercado financeiro, pois diminuiria a quantidade de dinheiro (reais) na mão do setor privado, na medida em que esse foi passado para comprar os dólares. Para manter a política monetária, o Banco Central teria de comprar títulos públicos do setor privado e emitir reais, para restabelecer a quantidade de reais na economia”.

O setor privado terá ficado com mais dólares, menos títulos públicos e a mesma quantidade de dinheiro. O Banco Central com mais títulos públicos e uma dívida maior em dinheiro. O Tesouro, com menos reservas (dólares) e mais dinheiro. O resultado final seria uma queda adicional da confiança, gerando mais queda do PIB e possivelmente mais inflação, analisa Castelar.

De outro lado, vem a questão do que o governo faz com os reais que recebeu em troca das reservas. Se ele “tentar aquecer a economia”, significa que vai usar o dinheiro que, no fim das contas, foi emitido pelo BC para aumentar o gasto público. “Significa expansão fiscal e monetária. Vai totalmente na contramão do que o BC está tentando fazer. Para segurar a inflação, o BC vai provavelmente tentar tirar esse dinheiro, ou pelo menos parte, da economia, vendendo dívida pública no seu portfólio, como fez na virada do ano para enxugar o dinheiro do pagamento das pedaladas. A dívida pública vai aumentar”.

Como a crise é motivada por falta de confiança e credibilidade, o resultado líquido vai ser menor confiança, mais inflação e mais queda do PIB. Afinal de contas, teremos mais dívida pública e mais risco nas contas externas. Armando Castelar ainda ressalta um problema adicional para o Tesouro brasileiro: a exposição cambial, em um momento em que a China desacelera e o Fed (BC dos Estados Unidos) quer subir juros.


Fonte: Merval Pereira - O Globo


 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um legado do lulopetismo

Não deveria espantar a projeção, publicada pelo Estado, de que 3,3 milhões de famílias que haviam chegado à classe C entre 2006 e 2012 farão o caminho de volta para a base da pirâmide até 2017. Também não deveria causar surpresa a previsão segundo a qual o PIB per capita brasileiro terá em 2020 o mesmo nível de 2010, afetando drasticamente o padrão de vida da festejada “classe média emergente”. Trata-se da confirmação das advertências que há tempos vêm sendo feitas a respeito da fragilidade dessa ascensão social, tratada na última década pelo governo petista como a prova do acerto de sua política econômica.

Em meio a uma recessão que promete ser longa e dolorosa, ficaram claros os erros grosseiros dessa política, em especial aqueles que arrebentaram as contas públicas em nome do assistencialismo travestido de redistribuição de renda e que construíram a tal “nova classe média” com base exclusivamente no aumento do poder de consumo, garantido pelo crédito farto que só existia em razão da conjuntura externa favorável. Na época de ouro do lulopetismo, no entanto, quem quer que ousasse apontar a vulnerabilidade dessa nova classe média era logo classificado de “pessimista” – ou, pior, inimigo do povo.

No décimo aniversário do Bolsa Família, em outubro de 2013, quando a tempestade que se aproximava ainda era confundida com chuva de verão, o ex-presidente Lula caprichou na retórica divisiva, atribuindo as críticas à política petista a uma certa “elite” incomodada pela “ascensão do pobre”. “O cidadão vai para o aeroporto, chega lá e vê a empregada dele com a família no avião, pegando o lugar dele. Eu sei que é duro”, discursou Lula. No mesmo embalo, durante a campanha de 2014, a presidente Dilma Rousseff disse que “33 milhões viajaram de avião em 2002, hoje são 113 milhões e, em 2020, serão 200 milhões” – algo que, segundo ela, “incomoda muita gente”.

Ao final de 2015, o sonho da classe C que viaja de avião se transformou no pesadelo dos pobres que mal conseguem pagar a passagem de ônibus para ir atrás de um emprego. “Estamos vivendo, infelizmente, o advento da ex-nova classe C”, resumiu o economista Adriano Pitoli, responsável pelo estudo da Tendências Consultoria Integrada que mediu o impacto da crise nessa faixa socioeconômica.

A pesquisa levou em conta uma projeção segundo a qual a economia deverá recuar 0,7% ao ano entre 2015 e 2017 e a massa real de rendimentos cairá 1,2% ao ano, ao mesmo tempo que o desemprego deverá chegar a quase 10%. Nesse cenário de dificuldades, emergem os problemas estruturais que tornam difícil para os que chegaram à classe C lá permanecer: baixa escolaridade, que limita a possibilidade de obter empregos de melhor remuneração; acesso a trabalho apenas no mercado informal, com escassa proteção social; e nenhuma poupança, já que, graças ao estímulo oficial ao consumo, a pouca renda acabou sendo comprometida integralmente na aquisição de bens, geralmente por meio de forte endividamento.

A situação calamitosa da economia afeta especialmente a base da pirâmide, mas será sentida em quase todas as outras faixas de renda. “É uma década perdida em termos de padrão de vida”, disse ao jornal Valor o pesquisador Armando Castelar, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV).

E a perspectiva é sombria para os próximos anos: segundo o economista Antonio Corrêa de Lacerda, também ouvido na reportagem, o PIB per capita em dólares deve cair de US$ 11.566 em 2014 para US$ 8.490 neste ano e para US$ 7.900 em 2018. Isso significa que a renda dos brasileiros estará cada vez mais distante do padrão de países desenvolvidos – mesmo aqueles que enfrentam brutais dificuldades, como a Grécia, cujo PIB per capita é de US$ 21.682.

Esse é, pois, em resumo, um dos grandes legados do lulopetismo, que será sentido por gerações, e que só poderá ser superado por meio de uma grande mobilização nacional em torno de um projeto de país radicalmente distinto das fantasias irresponsáveis criadas por Lula e companhia bela.


Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Mais um recorde negativo para Dilma: poupança perde R$ 5,29 BILHÕES em setembro



Poupança tem saída de R$ 5,29 bi em setembro, a maior da história para o mês
No ano até o mês passado, o total resgatado dessa aplicação foi de R$ 53,79 bilhões, também o maior volume de retirada desde o início da série histórica, em 1995

O valor de saques da poupança superou o de depósitos em 5,29 bilhões de reais em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). No acumulado do ano até o mês passado, o total resgatado dessa aplicação foi de 53,79 bilhões de reais. Nos dois casos (para o mês de setembro e no acumulado do ano), são os maiores volumes de retiradas desde 1995, quando a instituição começou a compilar as informações disponíveis.

Até então, o pior setembro para a caderneta havia sido em 2000. Na ocasião, o resultado ficou negativo em 1,85 bilhão de reais. O resultado deste ano até agora também é significativo: pela primeira vez desde 2003 se vê um volume de resgates maior do que o de aplicações em todos os meses de um ano de janeiro a setembro. Com o resultado de setembro, o saldo total da poupança ficou em 644,04 bilhões de reais, já incluindo os rendimentos do período, no valor de 4,22 bilhões de reais. Os depósitos na caderneta somaram 158,17 bilhões de reais no mês passado, enquanto as retiradas foram de 163,47 bilhões de reais.

A situação de setembro só não foi pior porque, no último dia do mês, a quantia de aplicações foi 4,16 bilhões de reais maior do que a das retiradas. Até o dia 29, o saldo da caderneta estava no vermelho em 9,45 bilhões de reais. É comum ocorrer um aumento dos depósitos no último dia de cada mês por conta de aplicações programadas já por investidores com seus próprios bancos.

Em janeiro passado, o resultado ficou negativo em 5,5 bilhões de reais e, em fevereiro, em 6,3 bilhões de reais. Em março, os resgates superaram os depósitos em 11,4 bilhões de reais e, em abril, em 5,8 bilhões de reais. Em maio, o saldo ficou no vermelho em 3,2 bilhões de reais e, em junho, em 6,3 bilhões de reais. Em julho, o volume de saques ficou 2,45 bilhões de reais maior do que as aplicações e, em agosto, em 7,50 bilhões de reais. O resultado negativo de março foi o pior para qualquer mês da série histórica do BC iniciada em 1995.

Novos investidores - Na quinta-feira passada, o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, disse haver evidências de que boa parte dos saques de poupança vistos desde o início do ano é de um grupo considerado como "novos investidores", que tinham escolhido a caderneta no passado como uma forma de aplicação em um momento de maior rentabilidade da poupança.  "Os saques recentes da poupança não mudam sua perspectiva de que se trata de um funding bastante estável", afirmou o diretor. "O depósito de poupança é estável tradicionalmente. Mesmo quando há migração, o depósito de poupança - mais a rentabilidade - tem estabilidade grande historicamente, mesmo em momentos de alta de juros. É muito estável", reforçou.

Remuneração - Essa fuga da poupança tem ocorrido, entre outros motivos, porque, com a recessão econômica, sobram menos recursos dos trabalhadores para investimentos. Além disso, com um cenário de juros e dólar altos, outros    investimentos tornam-se mais atrativos. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, está acima de 8,5% ao ano.

Por conta dessa sangria na poupança vista desde o início do ano, o setor imobiliário passou a reclamar de falta de recursos para financiamentos de casas e apartamentos. Para minimizar esse quadro, o BC decidiu, em maio, liberar os bancos para usar 22,5 bilhões de reais dos depósitos da poupança que são obrigados a manter na instituição para desembolsos nas operações de financiamento habitacional e rural.

Fonte: Estadão Conteúdo

sábado, 5 de setembro de 2015

Mais dois recordes negativos para Dilma em agosto: Saques superam depósitos na poupança em R$ 7,5 bilhões, no pior agosto – produção de veículos cai 18% em agosto



Poupança: É o oitavo mês consecutivo em que o investimento fica no vermelho; no ano, a perda chega a R$ 48,497 bilhões

- O combo "recessão e juros altos" fizeram com
Recuo foi frente ao mesmo mês de 2014. No ano, queda acumulada é de 16,9%
A produção de veículos no país caiu 18,2% em agosto desde ano em que a caderneta de poupança tivesse o pior resultado em meses de agosto da série histórica, iniciada em 1995. Os saques na aplicação mais popular do país superaram os depósitos em R$ 7,5 bilhões no mês passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central. Além de ser o pior agosto, é a segunda maior fuga já registrada em qualquer mês. A saída líquida foi ainda maior em março deste ano, quando os brasileiros retiraram nada menos que R$ 11,4 bilhões.

Dos oito meses do ano, a poupança ficou no vermelho os oito meses. Com a renda mais apertada por causa da inflação ou até para honrar as despesas em casos de demissão, as famílias sacam suas economias. Há ainda outro motivo para a saída em massa da aplicação: a alta dos juros.  O Comitê de Política Monetária (Copom) começou a subir a taxa básica de juros da economia desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro do ano passado. Isso fez com que os fundos de investimento ficassem cada vez mais atrativos. A Selic está em 14,25% ao ano, enquanto a poupança rende menos que a inflação.

Pequenos investidores, que não têm acesso às taxas diferenciadas, mantém as economias na aplicação. Ao todo, a caderneta de poupança perdeu nada menos R$ 48,5 bilhões. No mesmo período do ano passado, a captação era de R$ 14,2 bilhões. Atualmente, o brasileiro guarda R$ 645,1 bilhões na aplicação mais popular do país. Sobre esse dinheiro, os bancos pagaram R$ 30,9 bilhões de rendimentos apenas neste ano.

Produção de veículos cai 18% em agosto e atinge menor patamar desde 2007
comparação com o mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Frente a julho a queda foi de 3,5%. O setor produziu 216,5 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em agosto, menor volume para o mês desde pelo menos 2007. A produção acumulada do ano ficou em 1,73 milhão de unidades, 16,9% abaixo dos oito primeiros meses de 2014.

A venda de veículos novos no mês passado recuou 8,9% contra julho e registrou queda de 23,9% sobre agosto de 2014, também atingindo o nível mais baixo para o mês desde pelo menos 2007.

Em relação aos emplacamentos nos oito meses do ano, o declínio foi de 21,4%, passando de 2,23 milhões para 1,75 milhão.  — Continuamos em um momento bastante difícil de mercado, especialmente em caminhões, com queda de 40% (nas vendas) disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan, ao comentar que a média diária de vendas de veículos em agosto foi semelhante à de julho.

Ele acrescentou que a associação também espera queda na produção de veículos do Brasil em setembro e em outubro. Moan disse que, com o desempenho negativo do mercado, o nível de estoque aumentou para 358 mil veiculos, o que representou 52 dias de vendas. No mês passado, eram 345 mil unidades em estoque.  — Temos duas maneiras para regular o estoque: estimulando o mercado ou reduzindo a produção. Como o mercado depende da economia e estamos em recessão, isso será difícil de acontecer. Por isso, as empresas devem reduzir a produção em setembro e em outubro — disse Moan.

Segundo ele, somente no mês de setembro serão 27,4 mil funcionários em casa por meio de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e férias coletivas. Hoje, a indústria automobilística emprega 134,3 mil pessoas, queda de 9,8% sobre um ano antes. Em julho eram 135,7 mil empregados. Já a exportação de veículos e máquinas agrícolas subiu 12,3% em agosto contra julho.

Fonte: O Globo


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Senado pode mudar projeto de correção do FGTS, diz líder do PT. Só que qualquer alteração efetuada pelo Senado manda o projeto à Câmara para nova apreciação



Texto base da proposta, aprovado nessa terça pela Câmara, agora terá que ser votada pelos senadores
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou nesta quarta-feira, 19, que existe autonomia na Casa para mudanças do projeto que corrige a remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aprovado na Câmara. "O Senado tem autonomia para mudanças, com a volta para a Câmara e, quem sabe, nesse processo, a construção de unidade", afirmou Costa ao chegar ao encontro com líderes da bancada governista e ministros, na Vice-Presidência da República.

Costa admitiu que nem sequer conhece inteiramente o conteúdo do projeto aprovado ontem, após mudanças feitas pelo relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). No entanto, o senador admitiu a preocupação do governo com "mudanças significativas que possam comprometer programas importantes como o Minha Casa Minha Vida", com recursos oriundos do FGTS.

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça o texto-base do projeto que muda a remuneração do FGTS. Após um dia inteiro de disputa entre governo e Câmara, os deputados aprovaram em votação simbólica a equiparação da remuneração do FGTS à da caderneta de poupança.

Os dois lados tiveram que ceder e todos os partidos orientaram a favor do projeto intermediário entre os textos defendidos pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o Palácio do Planalto.  O texto, que agora segue para o Senado, foi colocado em votação ainda sem consenso. O governo conseguiu fazer o relator indicado por Cunha, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ampliar de três para quatro anos o prazo para alterar a remuneração do FGTS.

O Planalto tentou inicialmente um escalonamento em oito anos. No entanto, pela proposta final, em 2016 a remuneração do FGTS será a Taxa Referencial (TR) mais 4% para os novos depósitos, 1 ponto acima da atual correção. Em 2017, sobe para TR mais 4,75%; e em 2018, TR mais 5,5%. A partir de 2019, a remuneração será igual à poupança, hoje em 6,17% mais TR. A remuneração dos depósitos antigos permanece em TR mais 3%.

Câmara aprova mudança na correção do FGTS



Índice para corrigir depósitos no Fundo de Garantia será reajustado nos próximos 4 anos até chegar à rentabilidade da poupança, em 2019 

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (18), projeto de lei (PL) que altera o índice de reajuste do depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Inicialmente, o governo trabalhou para evitar que os PLs 1358/15 e 4566/08 fossem votados. Diante da iminente derrota, passou a trabalhar para que o reajuste para igualar os índices ao rendimento da poupança fosse escalonado.
Pela proposta aprovada, a partir de 2019, as correções do FGTS serão equiparadas às da poupança (taxa referencial mais 0,5% ao mês, se a Selic estiver superior a 8,5% ao ano; ou taxa referencial mais 70% da Selic ao ano, se a Selic estiver até 8,5%). Para os depósitos entre 2016 e 2018, a correção será aumentada gradualmente. 
Índices de correção do FGTS a partir de 2016, segundo projeto aprovado pela Câmara
Como é hoje TR + 3% ao ano
2016 TR + 4% ano ano
2017 TR + 4,75% ao ano
2018 TR + 5,5% ao ano
A partir de 2019 Mesmo rendimento da poupança
A mudança na correção do FGTS foi um projeto patrocinado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por seu partido e por DEM e Solidariedade. A proposta inicial era para que já para os depósitos de 2016 valesse a correção equiparada à poupança.

Para evitar a correção igual à da poupança em 2016, a equipe econômica propôs ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), relator do projeto, que o escalonamento fosse feito em 11 anos. As negociações ocorreram ao longo do dia até que se chegou aos quatro anos.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), [mais conhecido no mundo do crime e na baixa política - locais que são representam seu habitat - pelo vulgo de 'capitão-cueca'.] comemorou o prazo apresentado por Maia e orientou voto favorável ao projeto. “Se não foi um acordo completo, avançamos no que foi possível”, afirmou.

O governo teme que a mudança na correção do FGTS aumente o custo do financiamento de imóveis para trabalhadores de baixa renda. Por isso, no acordo, foi incluído no texto do PL que 60% dos lucros do fundo devem servir para subsidiar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

O projeto segue agora para votação no Senado.

Pauta-bomba
A mudança da correção do FGTS é um dos itens incluídos na "pauta-bomba", uma série de medidas que, se aprovadas no Congresso, podem elevar as contas do governo. Os deputados, entretanto, rejeitam essa classificação. No Plenário, nesta terça-feira, muitos discursaram para negar que os novos índices para corrigir FGTS pudessem comprometer o ajuste fiscal.


 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Caderneta registra em 12 meses maior perda real desde 2003, segundo consultoria e mostra que em bater recordes negativo, Dilma é imbatível



Poupança rendeu até maio 1,06% abaixo da inflação no período, informa a Economática
A caderneta de poupança acumula, até maio de 2015, o pior resultado em 12 meses desde outubro de 2003, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pela consultoria Economática. A aplicação tem perda real (rendimento abaixo da variação da inflação) de 1,06% no período, o quarto mês seguido de rendimento real negativo nos 12 meses anteriores. Em maio de 2015, a perda real foi de 0,12%, a sexta perda mensal seguida. No ano, a queda real é de 2,15%. Nos primeiros cinco meses de 2015, o rendimento real está negativo em 2,15%.

Em 12 meses a poupança só ganha da Bolsa, que acumula perda real de 5,07%, informa a Economática, que usou como referência o IPCA, índice oficial de inflação. Quem aplicar R$ 100 mil na poupança recebe, ao fim de 12 meses, um retorno líquido de R$ 7.700. A caderneta é isenta de Imposto de Renda. Um CDB de banco médio, por exemplo, renderia no período R$ 13.088 líquidos.

O desempenho ruim da tradicional aplicação se reflete na captação do investimento, também pressionado pelo baixo crescimento econômico e pela perda de renda com o avanço da inflação. Em maio, os saques superaram os depósitos em R$ 3,199 bilhões, a quinta queda consecutiva registrada em 2015, segundo o Banco Central.

No acumulado do ano, a captação líquida da poupança está negativa em R$ 32,278 bilhões. Houve mais retiradas do que depósitos em todos os meses, sendo que o pior resultado foi registrado em março, quando a captação líquida foi negativa em nada menos que R$ 11,438 bilhões. O valor foi um recorde na série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995. Em maio do ano passado, a caderneta teve captação líquida positiva de R$ 2,270 bilhões. Já no acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, o total era positivo em R$ 6,388 bilhões.

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O BC elevou a Selic de 13,25% para 13,75% ao ano este mês. Essa foi a sexta alta consecutiva dos juros, que atingiram o maior patamar desde agosto de 2006, quando a taxa estava em 14,25% ao ano.  De acordo com os dados divulgados hoje, mesmo com os saques, o patrimônio total da poupança subiu entre abril e maio, passando de R$ 648,3 bilhões para R$ 648,7 bilhões. Isso porque foram creditados rendimentos de R$ 3,662 bilhões no período.

Fonte: Economática