Poupança
rendeu até maio 1,06% abaixo da inflação no período, informa a Economática
A caderneta de poupança acumula, até maio de 2015, o pior resultado em 12 meses desde outubro de
2003, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pela consultoria
Economática. A aplicação tem perda real
(rendimento abaixo da variação da inflação) de 1,06% no
período, o quarto mês seguido de
rendimento real negativo nos 12 meses anteriores. Em maio de 2015, a
perda real foi de 0,12%, a sexta perda mensal seguida. No ano, a queda real é
de 2,15%. Nos primeiros cinco meses de 2015, o rendimento real está negativo em
2,15%.
Em 12 meses a poupança só ganha
da Bolsa, que acumula perda real de 5,07%, informa a
Economática, que usou como referência o IPCA, índice oficial de inflação. Quem aplicar R$ 100 mil na poupança recebe,
ao fim de 12 meses, um retorno líquido de R$ 7.700. A caderneta é isenta de
Imposto de Renda. Um CDB de banco médio, por exemplo, renderia no período R$ 13.088 líquidos.
O desempenho ruim da
tradicional aplicação se
reflete na captação do investimento, também pressionado pelo baixo crescimento
econômico e pela perda de renda com o avanço da inflação. Em maio, os saques superaram os depósitos em R$ 3,199 bilhões, a quinta queda consecutiva registrada
em 2015, segundo o Banco Central.
No
acumulado do ano, a captação líquida da poupança está negativa em R$ 32,278
bilhões. Houve mais retiradas do que depósitos em todos os meses,
sendo que o pior resultado foi registrado em março, quando a captação líquida
foi negativa em nada menos que R$ 11,438 bilhões. O valor foi um recorde na
série histórica da autoridade monetária, iniciada em 1995. Em maio do ano
passado, a caderneta teve captação líquida positiva de R$ 2,270 bilhões. Já no
acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, o total era positivo em R$ 6,388
bilhões.
Essa mudança de cenário se deve principalmente ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, que vem sendo feita
pelo BC para conter a inflação. Esse movimento torna outros tipos de
investimento mais atraentes, como fundos e depósitos a prazo. Já no caso da
poupança, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a remuneração dos
investidores fica limitada a 6,175% ao ano mais a variação da Taxa Referencial
(TR).
O BC elevou a Selic de
13,25% para 13,75% ao ano este mês. Essa foi a sexta alta consecutiva dos juros, que
atingiram o maior patamar desde agosto de 2006, quando a taxa estava em 14,25%
ao ano. De acordo com os dados
divulgados hoje, mesmo com os saques, o patrimônio total da poupança subiu
entre abril e maio, passando de R$ 648,3 bilhões para R$ 648,7 bilhões. Isso
porque foram creditados rendimentos de R$ 3,662 bilhões no período.
Fonte: Economática
Nenhum comentário:
Postar um comentário