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quarta-feira, 29 de abril de 2020

O fator Moro - Coluna de Alexandre Garcia

Correio Braziliense


''Moro deixa a esquerda no dilema de ter de elogiar o juiz que condenou Lula e os tesoureiros do PT. Pode ser instrumento de quem se alia até ao coronavírus para enfraquecer o presidente''

Foi uma grande perda para o governo, a saída do ex-juiz Sergio Moro, símbolo do combate à corrupção e um dos ícones do ministério. Ainda ministro, fez denúncias contra seu chefe, segundo as quais Bolsonaro queria ter “relações impróprias com a Polícia Federal”. Despediu-se oferecendo-se “à disposição do país”. Quando Mandetta estava no auge, um veterano prócer político do Paraná me disse que iria lançá-lo como imbatível candidato à Presidência da República. Alertei-o de que se tratava de um cometa. Brilhou e passou. Moro tem mais luz própria, está mais para astro e pode gravitar na política.

Perda para o governo, sim, mas sua saída pode atrapalhar a oposição, se não ficar restrita à sua perda de uma carreira de juiz e de uma cadeira no Supremo. Pode ser candidato antiBolsonaro. E aí o sonho de Moro vira pesadelo para aspirantes que se expuseram à chuva antes do tempo. Moro deixa a esquerda no dilema de ter de elogiar o juiz que condenou Lula e os tesoureiros do PT. Pode ser instrumento de quem se alia até ao coronavírus para enfraquecer o presidente. Mas, como ele disse, tem a biografia.  Que ficou arranhada com a divulgação dos prints de pessoas que nele confiaram, seu chefe e sua afilhada de casamento.

O ministro-relator Celso de Mello concedeu a abertura de investigação sobre as denúncias de Moro para apurar os interesses do presidente na PF, mas também para saber se houve denunciação caluniosa e crimes contra a honra por parte de Moro. No Supremo, Gilmar, Lewandowski e Toffoli são críticos do juiz Moro. O mesmo acontece com Rodrigo Maia, com a esquerda magoada e com investigados do Centrão, na Câmara.

Rodrigo Maia acaba de repetir que não é tempo de impeachment. Ele sabe que não há votos para isso. Só as bancadas ruralista, evangélica e da segurança já garantem que não passa. Além do que, a esquerda há de se perguntar se não seria melhor ficar desgastando Bolsonaro a ter na Presidência um duro como Mourão. O mais decisivo é que não há impeachment sem povo. 

Goulart foi derrubado porque antes o povo ocupou as ruas; 
Jânio não conseguiu voltar atrás na renúncia porque o povo não saiu por ele; 
Collor pediu o povo a seu favor, e o povo veio contra; 
e Dilma foi o que vimos. 
Moro saiu, e o presidente aproveitou para vitaminar Guedes e Tereza Cristina, encerrando incertezas do mercado e do agro. E Bolsonaro põe na polícia e no ministério gente de confiança. André Mendonça é um premiado no combate à corrupção. Ramagem fez a segurança do candidato Bolsonaro. A mudança deixa mais tranquilo o presidente. Mas, para a oposição, o fator Moro “à disposição do país” pode ser motivo de intranquilidade.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense



sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Bolsonaro já mira a reeleição - Nas entrelinhas

“A criação do Aliança pelo Brasil sinaliza uma reorganização do quadro partidário, ainda que num primeiro momento à custa de mais fragmentação, pois nasce de um racha no PSL”


O presidente Jair Bolsonaro já tem um partido para chamar de seu, o Aliança pelo Brasil, cujas principais bandeiras são a livre iniciativa, a posse de armas, o combate ao comunismo e ao globalismo e a defesa da família e da infância, segundo o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga, principal estrategista da criação da legenda. Na presidência de sua comissão provisória, Bolsonaro conta com o apoio dos filhos Flávio, Eduardo e Carlos para cumprir as exigências da legislação eleitoral, entre as quais a coleta do mínimo de 491.967 assinaturas, em nove unidades da Federação, até março, para poder participar das eleições municipais.

Entretanto, se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não autorizar a coleta de assinaturas eletrônicas, ou seja, pela internet, Bolsonaro não pretende participar das eleições municipais do próximo ano.Trocando em miúdos, Bolsonaro lançou um partido com objetivo de com ele disputar a reeleição à Presidência. [atualização, clique aqui] Essa é a missão principal do Aliança pelo Brasil, que busca unificar a extrema direita brasileira, tendo como núcleo central os parlamentares das bancadas evangélica, ruralista e da bala. Há um ideário político por trás dessa definição, sem dúvida, mas também há um cálculo eleitoral estratégico: com o governo federal nas mãos e um partido que represente os setores mais conservadores da sociedade, Bolsonaro acredita que estará no segundo turno das eleições, na pior das hipóteses.

Esse cálculo parte do princípio de que a estratégia de polarização da sociedade entre direita versus esquerda é o melhor caminho para preservação do poder, ainda que não o seja para realizar um bom governo. Faz todo sentido, desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continue esticando o outro lado da corda, à frente do PT e seus aliados de esquerda, sem nenhuma intenção de moderar o confronto com Bolsonaro. Nessa perspectiva, os demais candidatos que se apresentarem no processo — o ex-ministro Ciro Gomes (PDT); o governador paulista, João Doria (PSDB); o governador fluminense, Wilson Witzel (PSC); e o apresentador Luciano Huck, que está costeando o alambrado, como diria Leonel Brizola, e talvez seja candidato pelo Cidadania — seriam protagonistas da pulverização dos votos à margem do bolsonarismo e do lulismo.

Fulanização”
É óbvio que esse raciocínio nem sempre se reproduz no processo eleitoral. A rigor, essa polarização extrema somente ocorreu nas eleições de 1989, com a vitória de Collor de Mello (PRN ), e agora, em 2018, com a de Bolsonaro. Mesmo assim, há que se dar um desconto, porque a candidatura de Collor de Mello centrou fogo nas lideranças políticas tradicionais, mas cavalgou a esperança despertada pela redemocratização do país. Nas eleições passadas, Bolsonaro fez uma campanha antissistema, aproveitando-se do desgaste da democracia, que centrou fogo nas instituições políticas, nos direitos humanos e nas pautas identitárias, ao contrário de Haddad. O centro político foi esmagado e até hoje não conseguiu se recompor.

Os esforços nessa direção ainda não ganharam a força necessária para que se forme um bloco político como alternativa de poder. A “fulanizaçao” dessas forças de centro, como gosta de dizer o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda está por acontecer. O que predomina são as tendências centrífugas das disputas locais, em razão das eleições municipais, as quais Bolsonaro está esnobando, porque detém o poder mais concentrado do país, o da União. Em contrapartida, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que protagonizou todas as disputas eleitorais desde 1989, aposta nas eleições municipais para resgatar o PT do gueto político no qual está confinado em razão do “mensalão” e da Operação Lava-Jato. É pagar pra ver.

De certa forma, a criação do Aliança pelo Brasil sinaliza uma reorganização do quadro partidário, ainda que num primeiro momento à custa de mais fragmentação, pois nasce de um racha no PSL. As candidaturas de Ciro, Doria, Witzel e, eventualmente, Huck apontam para a mesma direção, sendo que esse processo ainda comporta muitas surpresas. Bolsonaro e Witzel, em tese, disputam o mesmo espaço; igualmente, Doria e Huck. Ciro é um caso à parte, pois queimou os navios com Lula e o PT, não pode abduzir Haddad nem vice-versa, embora a prudência não recomende tal afirmação tão categórica.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Democratas contra Maia - Se o Temer sair e entrar o Rodrigo Maia, a crise só mudará de nome

Com o mandato de Temer sob risco, Maia trabalha para disputar a eleição indireta e pensa até em 2018. Mas Ronaldo Caiado, do próprio DEM, ameaça esse projeto

Em meio à crise política envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dá sinais de que foi mordido pela mosca azul – expressão usada para designar o desejo irrefreável de qualquer político pela cadeira presidencial. De início discreto, ela agora faz o diabo, e à luz do dia, para alçar voos mais altos. Nos últimos dias, aumentou as articulações em direção ao Palácio do Planalto. Essa estratégia de Maia, no entanto, não é consenso nem dentro do seu partido, o Democratas, que já começou uma luta fratricida pela sucessão presidencial.

“A melhor saída para o País é a antecipação das eleições gerais. Não podemos mais viver de remendos” Ronaldo Caiado, senador do DEM-GO

 Maior expoente da legenda no Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO) vem trabalhando para ser o candidato do partido em eleições diretas e defende inclusive que o pleito direto seja antecipado caso Temer seja afastado. Ou seja, seus planos se chocam com os acalentados por Maia. “A melhor saída para o País é a antecipação das eleições gerais. Não podemos mais viver de remendos”, disse Ronaldo Caiado. Ele trabalha nos bastidores para inviabilizar as pretensões de Maia de assumir a Presidência por eleição indireta – o que o encaminharia para concorrer à reeleição em 2018. Para o ruralista, bom de voto e candidato à Presidência em 1989, quando enfrentou Lula e Collor, chegou a sua vez.

Discutir a relação
Antes de resolver a cizânia interna, porém, o DEM, que controla o Ministério da Educação, ainda precisa definir sua própria situação dentro do governo Temer.

“Esse assunto da sucessão com Rodrigo Maia sequer é considerado” José Agripino, senador e presidente nacional do DEM

“Não pode açodar, primeiro tem que resolver essa questão do Temer”, afirmou o deputado Onyx Lorenzoni (RS). “Esse assunto da sucessão com Rodrigo Maia sequer é considerado”, faz coro José Agripino, presidente nacional do DEM. Segundo Lorenzoni, dos 29 deputados, 60% devem manter a fidelidade a Temer ao examinar a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, no plenário da Câmara. Em razão do racha, um grupo de deputados, além de Ronaldo Caiado, passou a trabalhar pela realização de uma reunião da Executiva do DEM a fim de discutir a relação com o governo. “Pode-se criticar o PSDB porque se reúne e decide não decidir, mas, pelo menos, os tucanos se reúnem e discutem”, sapecou o deputado Luiz Henrique Mandetta (RS), integrante do grupo independente. Não que isso represente uma grande vantagem.
[Ronaldo Caiado é uma excelente alternativa ao deputado JAIR BOLSONARO - cuja candidatura pode ser sabotada - mas, tem que largar a ideia sem sentido de antecipar eleições; 
antecipar eleições terá um único resultado: aumentar o CAOS, consolidar a política do QUANTO PIOR, MELHOR e até levar o Brasil a uma GUERRA CIVIL.
Se inevitável a alternativa INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL é melhor que a antecipação das eleições gerais.]



Se o Temer sair e entrar o Rodrigo Maia, a crise só mudará de nome
 
 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

MBL, ruralistas e evangélicos juntos? Que bom! Viva o progressismo!

A imprensa, na média, sabidamente, não gosta de evangélicos e ruralistas.  

Tratam as duas bancadas no Congresso como caricaturas do atraso, o que é pura estupidez e preconceito ideológico

Reportagem da Folha desta segunda informa que o MBL (Movimento Brasil Livre) um dos principais organizadores das megamanifestações em favor do impeachment de Dilma —, ruralistas e evangélicos se unem por agenda liberal.

É claro que as esquerdas vão chiar: “Olhem aí! Viram só? Bem que nós avisamos!”. Pois é… “Viram” exatamente o quê? Estranho seria se um movimento de caráter claramente liberal se unisse à CUT, ao MST e ao MTST. 

O MBL atuou em parceria com representantes da CNA e da bancada evangélica em favor do impeachment. Leio na Folha o seguinte: “Os três grupos não pretendem desfazer a união e têm reunião conjunta marcada para esta terça (3). Juntos, fazem planos para influenciar as votações no Congresso em torno da defesa de um Estado mínimo, de pautas conservadoras, da reforma trabalhista e do ajuste fiscal”.

Não sei se a síntese é exatamente essa, mas vá lá. Eu nunca tenho claro o que quer dizer “estado mínimo” e duvido um pouco que o MBL o tenha conceituado. Eu sei o que é Estado necessário. Por exemplo: eu gostaria que ele fosse mais efetivo em segurança e que não fosse dono de banco e petroleira. Com eficiência, os brasileiros estariam mais seguros e seriam menos roubados, não é mesmo, Petrobras?

O que significa exatamente “pauta conservadora”? Não deve ser trocar cusparadas com deputado ex-bbb ou perseguir negros e gays. O meu candidato a vereador em São Paulo, por exemplo, é um rapaz do MBL: Fernando Holiday, que é negro e gay. Mas não vou votar nele em razão dessa dupla condição, mas porque ele representa valores liberais e é contra o que chamo de “sindicalização do espírito”.

Já a reforma trabalhista e a responsabilidade fiscal, creio, são matérias de bom senso. Deveriam ser consideradas o eixo de uma militância “progressista”, desde que essa palavra não tivesse sido submetida a novilíngua orwelliana, que fez dela sinônimo de “esquerdista”.
A imprensa, na média, sabidamente, não gosta de evangélicos e ruralistas. Tratam as duas bancadas no Congresso como caricaturas do atraso, o que é pura estupidez e preconceito ideológico.

Coincidentemente, um amigo me mandou há pouco trecho de um texto deste escriba que circula nas redes. Esta:


Retomo Em conversa com a Folha, Renan Santos, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre, anuncia a disposição de combater o reajuste dos servidores do Judiciário Federal. Foi aprovado regime de urgência para a tramitação da proposta, que eleva os salários em até 41% até 2019, com impacto previsto de R$ 6,9 bilhões. “Qual a coerência disso?”, pergunta Santos. Resposta: nenhuma!

É isso aí. Já defendi aqui há tempos que o MBL e outros movimentos que lutaram em favor do impeachment passem a operar no interior dos partidos — com a concordância destes, é claro e a atuar com marca própria. Do mesmo modo, vejo com muitos bons olhos a aproximação desses grupos com bancadas temáticas do Congresso.

Afinal, chegou a hora de as pessoas que produzem riquezas se articularem para enfrentar as que produzem apenas discursos.

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo