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quarta-feira, 1 de maio de 2019

SUCATÃO 3: Brasil é maior força militar da AL; Venezuela vence em 1 quesito

O que vai no post anterior é o que disse Bolsonaro. Agora os fatos. As Forças Armadas da Venezuela têm 123 mil homens; as do Brasil, 360 mil. Eles têm 83 aviões de combate; nós, 210.  

[o que mais complica e mesmo desaconselha uma intervenção na  Venezuela - seja do Brasil ou de qualquer outro país, incluindo os EUA - é que não seria uma ação propriamente de guerra.
Na Guerra se usa contra o inimigo toda a força disponível, afora alguns locais especiais, todo o território inimigo é alvo, inclusive o que nele estiver. 
Já no caso da Venezuela seria uma ação mais de polícia, intervir no país para restabelecer a ordem, reduzir o CAOS; para começo de conversa a maior parte do território venezuelano e o nele contido não seria alvo, ao contrário, estaria entre o que deveria ser preservado.

Grande parte dos militares e instalações seriam alvos - mesmo assim, com risco de atingir alguma unidade contrária ao Maduro - mas, tem toda uma população civil a ser preservada, sendo que a proteção de vidas humanas seria o objetivo a ser protegido, a razão primeira da intervenção.

Descuidando de proteger os civis, seria tudo simples.
Até invadir uma favela no Rio seria brincadeira: algumas horas s de fogo de barragem e após a infantaria fazendo a limpeza total.
Sabemos que isso não pode ser feito = morrerão todos os bandidos e também, aí é que complica, todos os moradores.

Citando este único aspecto, para não entediar os nossos dois leitores,  se percebe que seria necessário uma ação cuidadosa, seleccionando alvos, enquanto os militares brasileiros ou de qualquer outro país, seriam alvos dos militares que defendem o ditador Maduro.

]Só essa peculiaridade demanda tempo, eleva gastos - o Brasil está em processo falimentar, felizmente, ainda reversível  - o que até mesmo para os Estados Unidos é uam situação complicada.
Sem contar milhares de porcos cubanos que estão dando apoio ao ditador Maduro e prontos a usar como alvos, sem nenhum escrúpulo, todo e qualquer que adentrar o território venezuelano.

Quanto a armas e demais equipamentos militares, vale lembrar que além da quantidade é necessário se considerar a qualidade.
Nos tempos das 'cruzadas' aí sim, valia quantidade: tantas centenas de homens, com igual número de espadas contra as centenas de homens e de espada do lado adversário = as chances dos detentores da superioridade numérica serem os vencedores, eram quase de 100%.]

Temos 393 tanques contra 173; 1.627 blindados nossos contra 429 deles; são 1.930 peças de artilharia contra 515; 11 navios principais contra 6; 44 navios costeiros contra 33; cinco submarinos de ataque contra 2; 
75 helicópteros de combate contra 50; 68 helicópteros de transporte contra 20. A principal arma da Venezuela é a defesa aérea: são 100 unidades de lançamento no Brasil contra 400 no país vizinho.

Os dados são do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. Os números fazem do Brasil a principal potência militar latino-americana. É claro que não se deve nem mesmo sonhar com um ataque à Venezuela. Não necessariamente por medo de uma surra. A inconveniência é de outra natureza. Afirmar, no entanto, que o Brasil não tem nem mesmo condição de se defender, parece-me, humilha as Forças Armadas. E Bolsonaro fala até em ameaça de uma potência nuclear… Bem, aí todo argumento perde sentido, não é? Restaria ao Brasil o caminho da Coreia do Norte: começar a cuidar da bomba nuclear e da construção de misseis intercontinentais.

Com a palavra Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa. Acho que lhe cabe tranquilizar ou deixar apavorados os brasileiros. Se é verdade que as Forças Armadas estão sucateadas e que qualquer um pode pintar e bordar em nosso território, então estamos gastando alguns bilhões por nada.



 
O que vai no post anterior é o que disse Bolsonaro. Agora os fatos. As Forças Armadas da Venezuela têm 123 mil homens; as do Brasil, 360 mil. Eles têm 83 aviões de combate; nós, 210. Temos 393 tanques contra 173; 1.627 blindados nossos contra 429 deles; são 1.930 peças de artilharia contra 515; 11 navios principais contra 6; 44 navios costeiros contra 33; cinco submarinos de ataque contra 2; 75 helicópteros de combate contra 50; 68 helicópteros de transporte contra 20. A principal arma da Venezuela é a defesa aérea: são 100 unidades de lançamento no Brasil contra 400 no país vizinho.... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/01/sucatao-3-brasil-e-maior-forca-militar-da-al-venezuela-vence-em-1-quesito/?cmpid=copiaecola
SUCATÃO 3: Brasil é maior força militar da AL; Venezuela vence em 1 quesito ... - Veja mais em https://reinaldoazevedo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/01/sucatao-3-brasil-e-maior-forca-militar-da-al-venezuela-vence-em-1-quesito/?cmpid=copiaecola

Um governo do contra

Na semana passada, a reforma da Previdência foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ainda que sem brilho (a proposta demorou oito semanas para passar, enquanto ade Temer passou em apenas uma), foi uma vitória importante, mas ofuscada pela série de brigas em que o governo se meteu. Ao publicar um vídeo em que Olavo de Carvalho diz, entre outros impropérios, que “os milicos só fizeram cagada”, Bolsonaro comprou briga com os militares. O vídeo foi apagado, e o presidente soltou nota afirmando que as declarações do guru “não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento dos objetivos” do governo, mas o assunto não está superado.

No mesmo dia em que o governo mostrou com unicidades e atingimentos como é culto, o ministro Osmar Terra anunciou um corte de 98% note topara projetos culturais. Não explicou qual seu objetivo nem como a medida contribuirá para seu “atingimento”. Comprou briga com artistas e com agente de cultura. [apenas deu um passo importante para acabar a mamata em que vivem os 'artistas' e a turma conhecida como agente de cultura.]

Na quarta-feira, soube-se que quem publicou o tal vídeo do guru foi Carlos Bolsonaro, e que isso redundou em uma briga com o pai. Magoado, Carluxo parou de atender os telefonemas do presidente e sequestrou sua senha, impedindo-o de soltar tuítes. Jair Bolsonaro chegou a cancelar um café da manhã com a imprensa, mas voltou atrás. [Bolsonaro é humano e também teimoso e isso impede que ele protele duas medidas que tem que tomar - mas, uma hora elas serão adotadas e se espera que ainda esta semana:
- dispensar o 'auxílio' oficioso dos 'pimpolhos', que mais atrasa, atrapalha do que ajuda;
- e dispensar o Olavo, se possível, proibindo até sua vinda ao Brasil.] 
 
No encontro, Bolsonaro afirmou que o Brasil não pode ser um país de turismo gay: temos famílias” (é preciso avisar ao presidente que gays também têm famílias [sinceramente temos penas dos integrantes de tais famílias.]). Concluiu dizendo que estamos de braços abertos para o turismo sexual (desde que heterossexual). [Bolsonaro é uma pessoa normal, gosta das coisas normais, ele e quase 60.000.000 de eleitores; Bolsonaro e este contingente de eleitores dispensam  as aberrações, as bizarrices, as coisas anormais;
 
quanto a briga com a comunidade identificada por letras não tem importância, não influi em nada. 
 
A propósito lembramos aos integrantes de tais comunidades, tanto os que residem no Brasil quanto os que pretendem (usar pretendiam,  é melhor) vir ao Brasil, insistimos em lembrar que no exterior tem ótimos países, maravilhosos e que terão grande prazer em recebê-los, por isso poupem o Brasil de mais um constrangimento, não venham aqui.] Comprou briga com a comunidade LGBT, suas famílias e todos os brasileiros razoáveis.

No mesmo encontro, o presidente afirmou que se a reforma da Previdência ficar abaixo de R$800 bilhões ,“o Brasil ficará em situação parecida com a da Argentina ”. Ao dar a senha para que os deputados sangrem a reforma—o delegado Waldir, líder do partido do presidente, já disse que vai apoiar três (!) emendas que desidratam a proposta—comprou briga coma equipe econômica.

Em seguida, descobriu-se que Bolsonaro vetou um comercial do Banco do Brasil e mandou demitir seu diretor de marketing: a presença de negros, pessoas tatuadas e uma transexual ofendeu o presidente, que decidiu que a publicidade das estatais agora deve ser controlada pela Secom. Comprou briga com Deus e o mundo. [não houve racismo, nem rejeição a pessoas tatuadas (cada um faz do seu corpo o que quiser, desde que não constranja a terceiros) nem ao trans que tinha na publicidade - o constatado era ser um comercial muito caro dirigido a um público restrito e com pouca capacidade bancária.
A publicidade de um serviço deve ser dirigida  aos que não usam o tal serviço, mas, a prioridade em termos de investimento tem que ser diretamente proporcional a capacidade e interesse do público alvo em utilizar o serviço divulgado.
O que não era o caso.]

O ministro Santos Cruz avisou que a medida é ilegal (Carluxo, claro, já começou a atacá-lo), mas Bolsonaro insiste, porque acha que “a massa quero respeito à família ”: não explicou por que acha que é seu papel ser fiscal de costumes nem o que há de desrespeitoso no comercial que censurou. (Bolsonaro tampouco se dá conta de que comete abuso de poder, o que, pela Lei do Impeachment, pode até ser considerado crime de responsabilidade: se algum dia o Brasil tiver uma oposição, talvez venha a lhe agradecer pelo passo em falso.) [antes que mais um,  estúpido e infundado pedido de 'impeachment' seja apresentado - até o general Hamilton Mourão foi alvo de dois (sem nenhum fundamento,  apenas o gestado na imaginação sem noção do autor) - cabe esclarecer que o fato de ser estatal não impede a interferência do acionista majoritário da estatal e no caso do BB, tal acionista é a União.
E Bolsonaro, é o presidente da República, portanto, capacitado a falar sobre assuntos que digam respeito à União.]

Enviado por e-mail - Texto de autoria de Ricardo Rangel,  empresário

CSA x Palmeiras: sem TV, torcedores terão de recorrer a rádios

Devido à falta de acordo com a Globo, partida da segunda rodada do Brasileirão não te

rá qualquer transmissão televisiva 

[no que depender da torcida do Mengão, outros times poderão ficar sem transmissão - ou melhor, terão direito a duas transmissões no Brasileirão = nos dois jogos contra o Flamengo.

Palmeiras foi campeão, conseguiu parir um título virtual nas contas e já pensou que era cachorro grande. Tem que pastar um pouco, para aprender.]



O torcedor do Palmeiras viverá uma situação diferente nesta quarta-feira, 1, para tentar acompanhar a partida do time contra o CSA, em Maceió, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, a partir das 16h. Quem não for ao estádio Rei Pelé, terá de recorrer à transmissão da partida por emissoras de rádio para saber dos lances e do andamento do placar da partida.

Além das rádios de Maceió, como a Pajuçara, Gazeta AM e 1020 AM, que podem ser sintonizadas pela internet, a rádio paulista Transamérica anunciou na tarde desta terça-feira, 30, que enviou equipe completa à capital alagoana e fará a transmissão do duelo.

Como o Palmeiras não fechou acordo com a Globo para os direitos de transmissão do torneio para TV aberta e pay-per-view, a partida em Maceió não terá transmissão em nenhum canal. Já para TV fechada, a exibição da partida está impossibilitada porque o clube alviverde tem acordo com a Turner enquanto que o CSA, por sua vez, fechou vínculo com o SporTV.

Por isso, as únicas alternativas restantes para acompanhar a partida são em ferramentas de tempo real pela internet, como no site de VEJA/PLACAR, ou por emissoras de rádio. Exceto a Transamérica, as principais estações de São Paulo não vão transmitir o jogo, pois estarão no mesmo horário com outro evento: a partida do rival Corinthians.

Também às 16h desta quarta-feira, o clube alvinegro enfrenta a Chapecoense, no Itaquerão, pelo Brasileirão. Como essa partida será na capital paulista, as emissoras locais vão se dedicar principalmente à cobertura do jogo do Corinthians, porém terão entradas ao vivo e informações dos principais lances de CSA x Palmeiras. Além das rádios tradicionais, canais online como a Web Rádio Verdão e as páginas do Palmeiras no YouTube e no Facebook farão a transmissão de áudio da partida.


Estadão Conteúdo

Lula exige ‘coragem de mamar em onça’ do STF

Obtida redução de pena no STJ, o senhor réu quer que STF o perdoe por lavagem de dinheiro

Ao manter as condenações de Lula na primeira instância, pelo ex-chefe da Lava Jato, Sergio Moro, e no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou de uma vez algumas lorotas petistas. A decisão mais importante, adotada por unanimidade por oito julgadores o juiz do primeiro grau, os três da turma do segundo e quatro da do terceiro –, 8 a 0, como lembrou o Estado em editorial publicado sexta-feira 25 de abril, fecha o veredicto: ele é corrupto e lavador de dinheiro. Ou seja, o presidiário mais famoso do País está a milhões de anos-luz de poder se proclamar o mais inocente dos brasileiros. Para chegar a essa conclusão, o penúltimo destino dos recursos de sua defesa considerou haver provas que destroem tal falácia. Os representantes do criminoso também propiciaram aos ministros inocentar o primeiro julgador da pecha de parcial.

No entanto, a mesma decisão produziu outra, esta inédita no relato dos julgamentos da turma: conhecida como “câmara de gás” do pináculo judicial, ela não tem o hábito de reduzir – como o fez – penas dos níveis anteriores do Judiciário. A mudança da “dosimetria” da pena foi um ponto radicalmente fora da curva da rotina do tribunal. No primeiro grau o petista foi condenado a nove anos e meio e no segundo a 12 anos e um mês. O terceiro fixou em oito anos, dez meses e 20 dias. Tal diminuição de 26% permitirá ao réu pedir para sair do regime fechado para o semiaberto, no qual ele seria autorizado a trabalhar durante os dias úteis e passar as noites, os fins de semana e feriados confinado numa prisão. Em teoria. Na prática, se Lula não for condenado pelo TRF-4, pela segunda vez em segunda instância, poderá responder aos outros seis processos criminais, quatro em Brasília, um em Curitiba e outro em São Paulo, livre, leve e solto. Embora nunca tenha frequentado um presídio de verdade neste ano e quase um mês de pena cumprida, ninguém negará que seria um alívio poder dormir em casa.

O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, componente do trio que preparou a acusação que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, explicou, em entrevista ao Blog do Nêumanne: “O regime semiaberto deixou de ser aplicado, como preveem o Código Penal e a Lei de Execução Penal, pois, por incúria da administração, não há presídios semiabertos, como colônias agrícolas ou agroindustriais, sendo cumprida a pena como se fosse prisão albergue. Mas na falta de presídios semiabertos, a única forma é aplicar o sistema aberto”.

Essa perspectiva abre a brecha para discutir não apenas o abrandamento do “gás” empregado pela “câmara” na pena, mas também uma eventual combinação prévia desta.  A unanimidade dos quatro ministros da turma ao reduzir, exatamente na mesma medida, a pena de Lula no processo do triplex teria sido acertada por meses pelo relator Felix Fischer, segundo Carolina Brígido, no Globo. O relator tem negado repetidas vezes em decisões monocráticas recursos da defesa do senhor réu, mas percebeu que três colegas queriam diminuir a punição, e no caso, se ficasse vencido no julgamento, perderia a relatoria não só do processo do ex-presidente, mas de toda a Lava Jato no STJ, conforme o regimento da Corte.

Relatou ainda a colega: “Nos bastidores, as conversas de integrantes da Quinta Turma entre si, e também com ministros do STF, levaram meses. Outro ponto que teria pesado na decisão de Fischer seria o fato de que uma decisão unânime da turma fortaleceria o tribunal, porque ficaria para o público a imagem de uma corte harmoniosa em relação a um tema tão controvertido”. Completando o quadro, no Supremo Tribunal Federal (STF), ao qual certamente recorrerá, Lula tem chance de reduzir mais a pena se os ministros eliminarem o crime de lavagem de dinheiro da condenação, roteiro inspirado em precedentes.

Uma rápida consulta ao noticiário da época poderá ser útil para lembrar que, em formação anterior, o mesmo tribunal reduziu penas de petistas condenados no mensalão. A “fala do trono”, publicada sábado com destaque pelos jornais Folha de S.Paulo e El País, por mercê de Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, contra despacho de outro ministro, Luiz Fux, pode também levar a uma consulta aos arquivos.

Comemorando seu feito profissional, o representante do jornal espanhol, Florestan Fernandes Júnior, registrou em post no Twitter que “nem a gaiola em que foi trancado fez a ‘águia’ do sertão pernambucano perder seu esplendor”. Talvez a definição fosse mais precisa para se referir ao teor de telefonema de Lula à então ainda presidente Dilma em 4 de março de 2016, e levado a conhecimento público 12 dias depois, quando ele afirmou a respeito do tribunal que acaba de julgá-lo e do outro ao qual recorrerá: “Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado”.

Mas, três anos depois, o senhor réu tem bons motivos para se agarrar à esperança de ter perdoado pelo “Pretório Excelsoo que precisar que seja para voltar para casa. E descobriu no passado do STF provas de coragem que relatou, após enfrentar galhardamente o “rígido esquema de segurança” e ter dado “forte abraço” em Florestan e Mônica Bergamo: “O STF já tomou decisão muito importante. Essa Corte votou, por exemplo, células-tronco, contra boa parte da Igreja Católica. Já votou a questão Raposa-Serra do Sol contra os poderosos do arroz no Estado de Roraima. Essa mesma corte votou união civil contra todo o preconceito evangélico. Essa corte votou as cotas para que os negros pudessem entrar. Ela já demonstrou que teve coragem e se comportou”.

Publicado o recado, resta-lhe esperar que os ministros, do qual o PT nomeou sete, tenham coragem. A palavra é essa mesmo. “Coragem de mamar em onça”, diria meu avô.



José Nêumanne, jornalista, poeta e escritor

Ato promete unir expoentes da oposição ao governo Bolsonaro

Oposição usa 1º de Maio para promover ato contra Jair Bolsonaro

As dez centrais sindicais do País fazem hoje evento unificado em São Paulo contra políticas do governo; Palácio do Planalto minimiza manifestação do Dia do Trabalho

Fragmentada desde a eleição presidencial do ano passado, a oposição quer transformar a celebração do Dia do Trabalho, nesta quarta-feira, 1, no Vale do Anhangabaú, na primeira manifestação significativa contra o governo Jair Bolsonaro. Pela primeira vez, todas as dez centrais sindicais brasileiras vão celebrar juntas o 1.º de Maio em São Paulo. [o fato de estarem juntas não significa que se uniram e sim que nos anos anteriores - bancadas pelo extinto 'imposto sindical' as centrais bancavam custeando ônibus e sanduíches de mortadela;
este ano, sem o imposto, só estão indo alguns 'gatos pingados' o que faz com que os integrantes de todas ex-centrais caibam em uma sala do tamanho da cela do Lula.] No Palácio do Planalto, a avaliação é de que o ato não tem potencial para causar desgastes ao governo ou estimular a oposição.  

O palanque do evento deverá reunir três dos principais candidatos de esquerda na eleição do ano passado. Fernando Haddad (PT) – que disputou e perdeu o segundo turno contra Bolsonaro –, Ciro Gomes (PDT) e Guilherme Boulos (PSOL). [a  citação dos principais já mostra a pouca importância do evento e dos presentes - três derrotados, sendo que o CG é  recordista em perder eleições, o Haddad não é mais nem marmita de presidiário e o Boulos está tentando descobrir onde pode invadir propriedade alheia sem correr o risco de ser abatido. ]confirmaram presença. Ciro, porém, depende de condições de saúde para participar do ato. O pedetista virou alvo do PT após recusar dar apoio explícito a Haddad na fase decisiva da disputa presidencial. No Congresso, as siglas de esquerda ainda não conseguiram formar uma unidade de atuação. 

Apesar das divergências no campo político, os organizadores acreditam que o evento conjunto pode ser o ponto de partida para uma série de manifestações contra medidas do governo, tendo como vetor a reforma da Previdência. As centrais pretendem realizar uma greve geral nacional no dia 14 de junho, às vésperas da data prevista para votação da reforma no Congresso.  “Sempre foi um sonho nosso (o ato unificado). Por mais divergência que a gente possa ter, a conjuntura nacional nos levou a este momento histórico”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Os organizadores admitem que essas divergências podem vir à tona durante o evento, a exemplo do que aconteceu no ano passado, quando CUT e Força Sindical fizeram um ato conjunto em Curitiba, em protesto contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Representantes da CUT vaiaram os discursos de dirigentes da Força. 

As centrais e os partidos às quais estão ligadas estão longe de ter posições conjuntas sobre a reforma da Previdência. “Os partidos andam conversando muito, mas têm diferenças. PT, PSB e PSOL fecharam questão contra a reforma. Outros, não”, disse Antonio Neto, presidente da Central de Sindicatos Brasileiros (CSB), candidato derrotado ao Senado pelo PDT de São Paulo. A reforma trabalhista do governo Michel Temer que eliminou o chamado imposto sindical também será alvo de críticas. Segundo os organizadores, existe um plano para eliminar o movimento sindical brasileiro. [o plano já está em curso e é conduzido pelos próprios líderes do chamado movimento sindical - as o patrocínio do 'imposto sindical' eles querem reduzir ao máximo as despesas de forma a que possam manter pelo menos um décimo das mordomias que tinham e para isso os escassos 'serviços' que prestavam, sumiram.]
 
Além de CUT, Força, CSB e Intersindical, CTB, UGT, CGTB, Nova Central e CSP-Conlutas participam da organização em conjunto com as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular. O ato no Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista, terá shows de vários artistas, mas sem sorteios de brindes o que marcava as manifestações do 1.º de Maio da Força Sindical. Além dos políticos de esquerda, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), confirmou presença no evento.  [dois ou três líderes sindicais não conseguiram trocar de carro em 2018 e se distribuíssem brindes este ano, também não conseguiriam. Então, sem brindes.]

Pronunciamento
O governo não preparou nenhuma solenidade alusiva ao Dia do Trabalho. O presidente Jair Bolsonaro deverá fazer um pronunciamento que irá ao ar nesta quarta, às 20h, em cadeia de rádio e TV. Ele deverá relatar esforços do governo para reverter as taxas de desemprego do País. Para o presidente, as medidas econômicas que estão sendo adotadas pelo governo vão fomentar investimentos e a geração de empregos.  

Integrantes do Planalto ouvidos ontem pelo Estado minimizaram o ato conjunto das centrais sindicais. O governo, contudo, está se preparando para mobilizações em junho, que deve ser um mês decisivo para aprovação da reforma da Previdência.
As centrais enfrentam escassez de recursos para bancar festas grandiosas desde o fim da contribuição sindical obrigatória na reforma trabalhista, em 2017. Desde então, o desconto de um dia de trabalho por ano em favor do sindicato da categoria passou a ser opcional. A decisão do Congresso foi confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em meados do ano passado.
Além do protesto em São Paulo, o governo federal foi informado de que uma manifestação está sendo preparada para ser realizada em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília.

O Estado de S. Paulo
 

 

Sem reforma, sobra o atoleiro

O governo continua preso no atoleiro das contas públicas. Há cada vez menos verbas até para a operação da máquina pública no dia a dia

Com dinheiro curto, orçamento engessado, investimentos comprimidos e gastos sem freio na Previdência, o setor governo continua preso no atoleiro das contas públicas, com déficit total de R$ 81,14 bilhões no primeiro trimestre, soma equivalente a 4,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o rombo previdenciário funcionando como um buraco negro, têm sobrado cada vez menos verbas para investimentos em obras e até para a operação da máquina pública no dia a dia. O saldo negativo total inclui os juros vencidos.  

Sem perspectiva de resultados melhores nos próximos meses, a equipe econômica do governo central batalha agora para fechar o ano com um déficit primário (sem juros) de R$ 139 bilhões. Essa é meta original definida no Orçamento, mas o pessoal do Ministério da Economia chegou a mencionar, em alguns momentos, a esperança de um resultado melhor, talvez próximo do obtido no ano passado, quando o déficit das contas primárias foi contido em R$ 120,2 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 159 bilhões.  

Enquanto a economia derrapa e a arrecadação fraqueja, o governo central arranja-se como pode, com R$ 30 bilhões de gastos congelados e cortes nas chamadas despesas discricionárias. Mas esse nome é enganoso, porque o grupo das discricionárias inclui despesas essenciais, como o pagamento de bolsas de estudo, as subvenções ao programa Minha Casa, Minha Vida e investimentos em educação e saúde.  O maior desajuste é o do governo central, formado por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central (BC). O governo central teve déficit primário de R$ 20,40 bilhões em março, de R$ 5,40 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 113,576 bilhões em 12 meses. O saldo contabilizado no trimestre inicial de 2019 foi atenuado por um superávit em janeiro.  

Mas nem todo o resultado primário do governo central tem ficado no vermelho. Apesar dos gastos crescentes e da receita em recuperação muito lenta, o Tesouro tem sido superavitário, chegando a acumular um saldo positivo de R$ 84,28 bilhões em 12 meses.  Esse resultado foi engolido, como vem ocorrendo há anos, pelo buraco do INSS, um déficit de R$ 197,37 bilhões. Governos de Estados e municípios e empresas estatais tiveram em conjunto resultado positivo. Tudo somado, o setor público chegou ao fim de 12 meses com déficit primário de R$ 99,31 bilhões. Adicionados os juros, chega-se ao resultado geral do setor público, também conhecido como nominal: um déficit de R$ 483,77 bilhões, equivalente a 6,98% do PIB. Esta é uma das piores proporções do mundo.  

Os gastos com juros poderiam ser menores se fosse possível cortar a taxa básica, de forma sustentável, para menos de 6,50%, o nível atual. Não se resolve esse tipo de problema, no entanto, com voluntarismo, especialmente porque a decisão de continuar financiando o governo brasileiro depende, afinal, do mercado. A confiança do mercado será maior quando o setor público for capaz de operar com menor desequilíbrio financeiro. A aprovação de uma boa reforma da Previdência, com economia significativa nos próximos dez anos, é condição essencial para isso. Ainda faltarão outras providências. O País precisa de um orçamento mais flexível e de uma reforma tributária, mas a mudança das aposentadorias é a tarefa mais urgente.  

Enquanto se discutem medidas para a recuperação das finanças governamentais, a dívida pública se torna mais pesada. Em março, a dívida bruta do governo geral – da União, dos Estados e dos municípios – atingiu o valor de R$ 5,41 trilhões, soma correspondente a 78,4% do PIB, com aumento de 0,9 ponto porcentual em relação ao nível de fevereiro.  Essa dívida é calculada pelo critério de Brasília, sem inclusão de papéis do Tesouro sob controle do BC. Pelo critério do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida bruta do governo geral brasileiro já passa dos 80% do PIB e avança rapidamente para os 90%.  Esses números, muito ruins por qualquer dos critérios, são acompanhados por investidores e analistas no País e no exterior e podem afetar o movimento de capitais para dentro ou para fora do Brasil. Um surto de pessimismo pode ser desastroso. 

 Editorial - O Estado de S. Paulo


‘Era pouca gente para derrubar um governo’, diz Augusto Heleno sobre crise na Venezuela

O ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, relatou como o governo acompanhou a crise e os conflitos na Venezuela nesta terça-feira durante todo o dia. Em entrevista ao jornal O Globo desta quarta-feira (1º), Heleno classificou o movimento e o “esquema militar” liderado por Guaidó como “precário” e ressaltou que o Brasil não irá intervir em assuntos internos do país vizinhos.

Como o senhor vê o futuro da Venezuela?
A situação é imprevisível. A gente tem certeza que o “esquema militar” do Guaidó é precário e o outro lado conta com um apoio comprado de cerca de 2 mil generais, que é uma cifra espantosa. Há um esquema de colocar muitos deles na área econômica, sendo praticamente donos da economia que sobrou na Venezuela, não só com o que é lícito como com o que é ilícito. Além disso, esses militares também não têm certeza se a promessa de anistia, se alguém que não seja o Maduro chegar ao poder, vai ser realmente respeitada. Então eu tenho certeza que muitos desses militares têm medo das consequências de uma queda do regime do Maduro.
[por etapas: os militares venezuelanos, apesar da escolha errada que fizeram ao ficar do lado do mal, do lado do ex-caminhoneiro Maduro (cuidado com o cartel de frete, presidente Bolsonaro), tem razão quando querem anistia - é um direito de qualquer combatente quando se dispõe a se render - e, mais ainda, receiam que a anistia prometida não seja cumprida;

vejam o caso do Brasil, milhares de porcos terroristas, esquerdistas, comunistas, guerrilheiros, assassinos foram anistiados, indenizados, pensionados e hoje querem - apoiados por muitos dos pretensos intelectuais e alguns pseudo formadores de opinião - que os militares que os venceram, que, generosamente, concordaram que fossem anistiados, sejam punidos por supostos crimes.
Quanto aos dois mil generais de Maduro, com todo respeito ao imenso conhecimento do general Heleno, não creio que sejam lá grande coisa, afinal general sem tropa não tem lá grande influência e considerando o efetivo das Forças Armadas venezuelanas, cada general deste deve ter comando sobre dois ou três pelotões = nada.
Sem esquecer, que é um apoio comprado.]

E a movimentação de hoje (ontem)?
Desde de manhã, as imagens mostravam uma população desorganizada, tentando fazer uma reação não se sabia exatamente a quê, porque não se via outro lado quem era o adversário. Parecia briga de torcida de futebol: gente jogando pedra, outros jogando bomba… Mas nada que tivesse qualquer aspecto de uma rebelião séria ou de uma possibilidade séria de que aquilo ali acabasse resultando numa queda do governo. Ficou todo mundo esperando que se confirmasse uma primeira declaração do Guaidó, que teria recebido o apoio maciço das Forças Armadas, mas não aconteceu, ficou na declaração dele.

O movimento pode sair enfraquecido?
Pode. O Leopoldo López já está na Embaixada do Chile. Eu acredito que peça asilo, porque, obviamente, se não pedir, vai ser preso.

Qual o papel que o Brasil deve desempenhar nos campos político e militar?
O Brasil é o maior país sul-americano, com o maior PIB, a maior população e tem uma liderança natural sobre esse contexto geopolítico sul-americano. Mas o Brasil tem como tradição história, e tem escrito na sua Constituição, que ele não pode intervir em assuntos internos de países, nações amigas. Então ele fica impedido constitucionalmente de tomar qualquer atitude de força ou de intervenção em qualquer dos países sul-americanos que estejam, muitas vezes, vivendo uma crise. Podem estar vivendo até uma pré-revolução, mas nós não temos autorização constitucional, legal, para fazer esse tipo de interferência. Então o Brasil vai manter essa posição.

O governo Bolsonaro apoia essa posição?
Tem que apoiar. A lei é para ser cumprida. Existe uma lei.
[não é nem por questão de covardia, de temor a eventual apoio russo ao Maduro e sim por uma questão de estratégia econômica (no caso prevalecendo sobre a militar) que o Brasil deve se abster de se deixar emprenhar pelos ouvidos e seguir  as ideias de Trump.

Além das implicações militares de uma eventual intervenção brasileira existe uma pior, no momento:  
a economia do Brasil está em frangalhos, PIB em queda, desemprego em alta, governo Bolsonaro ainda tentando se firmar e provar que não é uma monarquia e sim uma República, os opositores do Bolsonaro - a turma do 'quanto pior, melhor' - ainda tentando um terceiro turno, que não vai existir, todos esses fatores negativos desaconselham que o Brasil interfira, qualquer interferência resultará em um CAOS ECONÔMICO e no fracasso definitivo, pelo menos a médio prazo, de tentar salvar a economia brasileira.

Qualquer ação na Venezuela seria de caráter intervencionista o que torna mais demorado e caro sua efetivação - Israel, quando acha conveniente, desloca alguns aviões para bombardear a Faixa de Gaza, mata alguns milhares de civis e assunto encerrado.
Restabelecer a ordem em um país em conflito, implicando em afastar um governo com apoio desconhecido mas, que parece ainda considerável, é lento e caro - custo alto em dinheiro e mesmo em vidas. (não falo isso por medo pessoal, físico, nestas horas lamento ser sessentão, o que me impede de ser aceito para comandar ainda que um pelotão.)

A tal situação se juntar uma de guerra realmente é acabar com o Brasil.
O que cabe ao Brasil fazer é cuidar de sua economia, fechar a fronteira com a Venezuela preservando a inviolabilidade do nosso território - afinal, os venezuelanos estão nessa por terem votado em uma coisa chamada Chávez - e cuidar da nossa vida.
Quanto ao Eduardo Bolsonaro é presidente de uma Comissão da Câmara que cuida das Relações Exteriores, não é presidente da República Federativa do Brasil.]


Mas Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores [da Câmara dos Deputados] e filho do presidente, já falou sobre a hipótese de intervenção mais de uma vez…
Sim, só que tem todo um processo para isso acontecer. E o Eduardo é deputado da República. Mas a última palavra no caso é do presidente, sendo assessorado por uma série de instrumentos que existem na Constituição. Não é uma decisão monocrática.

Qual foi a reação do presidente a esse fato de hoje (ontem)?
Nós acompanhamos durante toda a manhã. Deixamos a televisão ligada e volta e meia acompanhávamos a evolução dos acontecimentos, uma evolução muito morna. Primeiro que não saía daquela imagem, e também porque nós não estamos vendo a Venezuela inteira. A Venezuela eu acho que tem 300 cidades. Aquilo ali é um pedacinho de Caracas. Aquilo não é o suficiente para te mostrar qual é a situação no país. Então a gente não tem como fazer um diagnóstico (de) qual era o grau de violência, qual era o grau de participação da população, quem era aquela população que estava ali participando ativamente das manifestações. Muito difícil avaliar. E era pouca gente para derrubar um governo. Na minha opinião ainda estava longe de acontecer.

Existe algum tipo de pressão dos Estados Unidos?
Não, nunca houve esse tipo de pressão. Participei de algumas reuniões com o pessoal da embaixada americana, fui aos Estados Unidos com o presidente e em nenhum momento houve pressão para que o Brasil interviesse militarmente nesse caso.

Como o senhor interpreta quando o presidente Trump fala que todas as cartas estão na mesa?
Eu interpreto o seguinte: todas as cartas estão na mesa do lado venezuelano. Do outro lado, se você parar para pensar, você acha que as cartas americanas estão na mesa? Não. Você acha que o poderio militar americano está na mesa? Não está na mesa, não foi colocado na mesa em nenhum momento uma ameaça de intervenção militar americana. Até o governo do Maduro se vale muito dessa possível ameaça. Hoje mesmo houve uma declaração do chefe do Estado-Maior conjunto dizendo que não vão aceitar imperialismo americano, que é uma propaganda muito antiga em relação aos americanos.

Tendo em vista essa torcida do governo brasileiro pelo sucesso do Guaidó, ficou um sentimento de decepção com esse movimento de hoje?
Se eu estou torcendo pelo Flamengo, vou para o Fla x Flu e o Fluminense ganha, lógico que me dá uma sensação de frustração. Lógico que nós estamos torcendo. Não é um problema do Maduro, o problema é a população venezuelana que nitidamente vem sofrendo, tendo o seu país derretido. E é um país rico, que já foi o país mais rico da América do Sul. A população que pode sair da Venezuela saiu, a maior parte ficou mas ficou sofrendo.

O senhor comentou mais cedo que não se sabe exatamente como tem sido a participação de Rússia, China e Cuba na ação…
A gente sabe que esses três atores estão do lado do Maduro mas com participações diferentes. É claro que do ponto de vista de política externa e de geopolítica isso é um fator de preocupação, nós somos vizinhos da Venezuela. Vamos imaginar que a Venezuela se transforme em outra Cuba, junto ao Brasil, em uma área relativamente remota, com uma fronteira bastante desguarnecida em termos de população. Isso pode se alastrar, ninguém sabe onde vai parar isso.

O quanto preocupa o governo a hipótese da transformação disso em uma guerra civil?
Muito. Porque obviamente uma guerra civil, além de todos os transtornos que ela causa, o fato de estar na nossa fronteira naturalmente você tem reflexos. O primeiro reflexo é a passagem de gente para cá. O segundo reflexo é a passagem de gente para lá, até para atuar como mercenário, coisas desse tipo. Então uma guerra civil na sua fronteira, em um país que tem uma fronteira relativamente grande com você, fatalmente tem reflexos na sua economia, na sua organização social, na geopolítica do seu país. Isso é o que mais nos preocupa.

É uma hipótese que o governo trabalha?
É claro que não é uma hipótese que seja para já. Até porque há um desequilíbrio muito grande de forças entre os dois adversários. Mas é uma das hipóteses que pode acontecer.

Entrevista do General Augusto Heleno ao Jornal o Globo