Principal clérigo no Egito convoca fiéis a crucificarem
e a mutilarem militantes do Estado Islâmico
Ahmed
al-Tayeb acusa grupo de violar os princípios do Islã ao queimar piloto vivo
O clérigo sunita Ahmed al-Tayeb, um dos líderes religiosos mais
influentes do Egito, fez um apelo nesta quarta-feira pela matança, crucificação ou mutilação de militantes do Estado
Islâmico (EI), após o piloto jordaniano
Muath al-Kasaesbeh ser queimado vivo por extremistas do grupo. O pai do piloto, Safi, pediu vingança à morte do filho e defendeu que o EI seja
exterminado. — Eles (jihadistas) são criminosos. O sangue
de Muath é o sangue da nação e o país deve vingá-lo — afirmou Safi. — Exijo que o Estado Islâmico seja
exterminado.
Em um
comunicado, Tayeb disse que os jihadistas do EI
mereciam castigo porque estavam lutando contra Deus e o profeta Maomé. Para o clérigo, a forma
como o grupo executou Kasaesbeh é uma violação aos princípios do Islã que
proíbem a mutilação de corpos mesmo em tempos de guerra.
A
Universidade de Al-Azhar, à qual Tayeb é xeque, divulgou um comunicado
expressando "profunda irritação com
o ato terrorista desprezível" feito por "um grupo terrorista,
satânico". Já o clérigo saudita Salman al-Odah usou o Twitter para
condenar a ação do EI que ele classificou de abominável. "Queimar é um crime abominável rejeitado pela lei
islâmica, independentemente dos motivos. É rejeitado se for um indivíduo ou um grupo ou um povo. Só Deus
tortura pelo fogo", disse.
O piloto, de 26 anos, foi
capturado por militantes do Estado Islâmico em dezembro, quando seu jato F-16 caiu perto de
Raqqa, na Síria. Em retaliação à morte de Kasaesbeh, a Jordânia executou por enforcamento a
mulher-bomba iraquiana Sajida al-Rishawi e outro membro da al-Qaeda. O
EI havia inicialmente condicionado a libertação do piloto à soltura de Sajida,
presa na Jordânia e condenada à morte por sua participação nos atentados de
2005 em Amã. Após o governo jordaniano
aceitar a troca, no entanto, o grupo extremista não deu sequências às
negociações e publicou um vídeo na
terça-feira exibindo a morte do piloto.
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