A
saída da Graça Foster da presidência da Petrobras vem tarde?
No ano passo
tinha muita gente pedindo a demissão da Graça Foster, na esteira de uma disputa
eleitoral. Naquele momento, a presidente Dilma afirmou que não havia nada
contra Graça Foster. Agora, por questão pessoal, ela pede para sair. Portanto,
não comentaremos questão de foro íntimo.
O
PT apoia a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras?
Nossa
preocupação é que, geralmente, a CPI vem em uma linha de disputa política. No
caso da Petrobras, já temos a Justiça, a Polícia Federal e o Ministério Público
tratando das denúncias de corrupção. CPI é um estardalhaço. Serve mais para
fazer barulho do que para investigar. Se quiserem investigar, nós apoiamos. Se
for para fazer barulho, será mais um ano de barulho.
Mas
o PT apoiava CPI quando estava na oposição. Era para fazer barulho?
As CPIs
sempre foram interpretadas como queda de braço da disputa política. A diferença
é que, no passado, os órgãos de investigação eram amordaçados, não tinham
liberdade para atuarem, tanto que o ex-procurador-geral da República Geraldo
Brindeiro era chamado de engavetador do Fernando Henrique Cardoso. Portanto,
havia uma diferença muito grande de cenário.
O
PT continuará adotando uma postura de conflito com presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ)?
Não. Eu
discordo de uma postura de tensão. A disputa pela presidência da Câmara já
passou. Ao modo dele, Eduardo Cunha conseguiu ser eleito presidente da Câmara.
Neste momento, nós entendemos que teremos uma disputa negociada, porque ele
gosta de confronto também. Como líder, nós vamos buscar primeiro o
convencimento. Se não encontrarmos, vamos para negociação. Só em último caso
marcaremos nossa posição.
Cinco motivos pelos quais Dilma demorou tanto para
demitir Graça Foster
Estúpida
teimosia
Quem
circula no meio político sabe exatamente como a presidente Dilma Rousseff não
aceita conselho. Com perfil centralizador, a ex-ministra de Minas e Energia
acredita que conhece a área como poucos no Brasil.
Queda
de braço com o mercado financeiro
O mercado
financeiro vinha punindo a Petrobras por causa da insistência de Dilma em
manter a moribunda Graça Foster no comando da estatal brasileira. A permanência
de Graça fez as ações da empresa despencarem. Na sexta-feira, os papeis da
Petrobras valiam pouco mais de R$ 8. Dilma, no entanto, não queria ceder à “pressão do mercado”.
Corrupção
na Petrobras
Com a
Petrobras atolada em corrupção, Dilma temia que a demissão de Graça Foster
acelerasse o processo de instalação de uma nova Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI), conforme vem pedindo a oposição – apoiada por parcela de
parlamentares da base do governo. Na Câmara, a oposição já conseguiu as 171
assinaturas necessárias.
A
quem responsabilizar
O governo
prefere responsabilizar o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, que
ocupava o comando da estatal no governo Lula, pela roubalheira. Na formação
ministerial, Dilma praticamente zerou a participação de indicados por Lula no
governo. Sem Graça Foster no caminho, ela temia ter que ceder a indicação do
novo presidente da Petrobras a Lula – sob o risco de acirrar a azedada relação
entre os dois.
Estelionato
eleitoral
Dilma Rousseff passou a campanha eleitoral inteira acusando o
candidato Aécio Neves (PSDB) de querer delapidar a Petrobras. Mentiu, omitiu e segurou o balanço que
apontava baixa contábil de R$ 88,6 bilhões nos ativos da companhia referentes
às perdas com corrupção ligadas à operação Lava-Jato. Até que não deu mais para segurar Graça Foster.
Fonte: Gabriel Garcia – O Globo
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