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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Dilma é incompetente, estupidamente teimosa e perde todas. Perdeu com a instalação de nova CPI da Petrobras e está perdendo o mandato conseguido com a eleição que ganhou



A saída da Graça Foster da presidência da Petrobras vem tarde?
No ano passo tinha muita gente pedindo a demissão da Graça Foster, na esteira de uma disputa eleitoral. Naquele momento, a presidente Dilma afirmou que não havia nada contra Graça Foster. Agora, por questão pessoal, ela pede para sair. Portanto, não comentaremos questão de foro íntimo.

O PT apoia a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras?
Nossa preocupação é que, geralmente, a CPI vem em uma linha de disputa política. No caso da Petrobras, já temos a Justiça, a Polícia Federal e o Ministério Público tratando das denúncias de corrupção. CPI é um estardalhaço. Serve mais para fazer barulho do que para investigar. Se quiserem investigar, nós apoiamos. Se for para fazer barulho, será mais um ano de barulho.

Mas o PT apoiava CPI quando estava na oposição. Era para fazer barulho?
As CPIs sempre foram interpretadas como queda de braço da disputa política. A diferença é que, no passado, os órgãos de investigação eram amordaçados, não tinham liberdade para atuarem, tanto que o ex-procurador-geral da República Geraldo Brindeiro era chamado de engavetador do Fernando Henrique Cardoso. Portanto, havia uma diferença muito grande de cenário.

O PT continuará adotando uma postura de conflito com presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)?
Não. Eu discordo de uma postura de tensão. A disputa pela presidência da Câmara já passou. Ao modo dele, Eduardo Cunha conseguiu ser eleito presidente da Câmara. Neste momento, nós entendemos que teremos uma disputa negociada, porque ele gosta de confronto também. Como líder, nós vamos buscar primeiro o convencimento. Se não encontrarmos, vamos para negociação. Só em último caso marcaremos nossa posição.

Cinco motivos pelos quais Dilma demorou tanto para demitir Graça Foster 
Estúpida teimosia
Quem circula no meio político sabe exatamente como a presidente Dilma Rousseff não aceita conselho. Com perfil centralizador, a ex-ministra de Minas e Energia acredita que conhece a área como poucos no Brasil.

Queda de braço com o mercado financeiro
O mercado financeiro vinha punindo a Petrobras por causa da insistência de Dilma em manter a moribunda Graça Foster no comando da estatal brasileira. A permanência de Graça fez as ações da empresa despencarem. Na sexta-feira, os papeis da Petrobras valiam pouco mais de R$ 8. Dilma, no entanto, não queria ceder à “pressão do mercado”.

Corrupção na Petrobras
Com a Petrobras atolada em corrupção, Dilma temia que a demissão de Graça Foster acelerasse o processo de instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), conforme vem pedindo a oposição – apoiada por parcela de parlamentares da base do governo. Na Câmara, a oposição já conseguiu as 171 assinaturas necessárias.

A quem responsabilizar
O governo prefere responsabilizar o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, que ocupava o comando da estatal no governo Lula, pela roubalheira. Na formação ministerial, Dilma praticamente zerou a participação de indicados por Lula no governo. Sem Graça Foster no caminho, ela temia ter que ceder a indicação do novo presidente da Petrobras a Lula – sob o risco de acirrar a azedada relação entre os dois.

Estelionato eleitoral
Dilma Rousseff passou a campanha eleitoral inteira acusando o candidato Aécio Neves (PSDB) de querer delapidar a Petrobras. Mentiu, omitiu e segurou o balanço que apontava baixa contábil de R$ 88,6 bilhões nos ativos da companhia referentes às perdas com corrupção ligadas à operação Lava-Jato. Até que não deu mais para segurar Graça Foster.

Fonte: Gabriel Garcia – O Globo

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