Há duas semanas, Joaquim Levy anunciou
uma arrecadação adicional de R$ 20,6 bilhões com elevações de impostos sobre o
crédito ao consumidor, combustíveis, bens importados e setor de cosméticos
[em tempo: já que estamos falando de aumento, esclarecemos que o
reajuste nas contas de energia em torno de 20% para substituir recursos que o
Tesouro Nacional vai deixar de repassar aos programas sociais – leia aqui – será somado
ao aumento já anunciado que será de até 50% e motivado para compensar a redução
forçada que Dilma fez nas contas de energia em 2013.
O Tesouro Nacional decidiu reduzir o repasse aos benefícios sociais
(entre eles as bolsas ‘isso’ e ‘aquilo’ = voto de cabresto = especialmente para o Norte e Nordeste), mas, os consumidores de energia assumirão compulsoriamente mais uma conta.
E bom o senhor Levy lembrar do óbvio: todas as elevações de impostos, taxas e o que mais o desgoverno aumentar vai repercutir nos preços = aumento de inflação e recessão.]
Além do
corte de despesas federais no Orçamento, a equipe econômica do governo Dilma Rousseff continua a
avaliar novas elevações de tributos, apurou o jornal O Estado de S.
Paulo. Ainda embrionários, esses
aumentos de impostos seriam somados às medidas anunciadas há 15 dias pelo
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. À época, anunciou uma arrecadação adicional
de R$ 20,6 bilhões com elevações de impostos sobre o crédito ao consumidor,
combustíveis, bens importados e setor de cosméticos
A entrada
de capital estrangeiro para aplicações de renda
fixa, por exemplo, está com alíquota zero de Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF) desde junho de 2013. Antes disso, entre o fim de 2010 e
meados de 2013, esta alíquota era de 6%.
Quando foi zerado o IOF sobre a aplicação de
estrangeiros em fundos de renda fixa, a taxa básica de juros
estava oscilando em níveis inferiores a 9%
ao ano - hoje ela está em 12,25%
ao ano.
Havia, no momento em que o IOF foi zerado, um início de
apreensão de estrangeiros com o quadro fiscal da economia brasileira. A
intenção do governo, então, era reduzir o total do imposto para atrair capital
externo, de forma a auxiliar o financiamento do déficit em transação corrente
do País. Agora, com o aumento do diferencial entre as taxas de juros no Brasil
e aquelas no mundo desenvolvido, a atração da renda fixa é alta.
Mas ainda
não há decisão final tomada sobre as novas elevações de tributos. Os técnicos trabalham com "carta branca" de Levy para
encontrar formas de reequilibrar as contas fiscais. Outros aumentos
também estão em estudo, envolvendo o PIS/Cofins, que incide sobre o faturamento
das empresas.
Desonerações
Medidas
tributárias mais complexas, como a unificação e simplificação do PIS e da
Cofins, devem aumentar a arrecadação federal.
Mas os efeitos disso seriam
sentidos apenas no caixa da Receita Federal em 2016. Outra medida em estudo
é a revisão das desonerações da folha de pagamento. Quase 60 setores receberam
o benefício do governo federal nos últimos quatro anos. Em alguns casos, porém,
o aumento da complexidade na burocracia tributária decorrente da medida "anulou" o ganho com a
desoneração e alguns setores já fizeram reclamações ao Ministério da Fazenda.
Novamente, essa medida, se adotada, só teria efeitos em 2016.
A missão
atual do Ministério da Fazenda é encontrar uma forma de melhorar o quadro
fiscal de forma a cumprir a meta de economia de recursos primários para o
pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superávit primário. A meta de
superávit primário deste ano é de R$
66,3 bilhões, o equivalente a 1,2% do Produto
Interno Bruto (PIB). Há três anos que o governo Dilma não entrega a meta
fiscal que promete e, desta vez, o desafio será ainda maior, dado o rombo
fiscal herdado de 2014.
No ano
passado, o governo registrou o primeiro déficit fiscal das séries históricas do
Tesouro Nacional e do Banco Central. Houve um rombo primário de R$ 32,5 bilhões no setor público consolidado (União, Estados e municípios), o
que fez a dívida bruta chegar a 63,4% do
Produto Interno Bruto (PIB) - um salto de 6,7 pontos
porcentuais, como proporção do PIB, em apenas 12
meses.
Fonte: AE
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