Ai,
Ai… As forças da reação se organizam. Como diria Karl Marx, já citado
hoje neste blog, “a tradição de todas as gerações mortas oprime como um
pesadelo o cérebro dos vivos”. De quem estou falando? Ora, de Rui
Falcão, presidente do PT, que hoje comanda a tropa dos reacionários do
país. E o que é um reacionário? À diferença do conservador, que defende a
preservação de instituições para que se possam fazer as mudanças, o
reaça quer forçar a história andar para trás, ele quer restaurar um
passado que já passou, ele quer recuperar privilégios perdidos. Faço uma
pequena digressão. A imagem é de Chesterton, um conservador iluminado,
sem trocadilho: os postes de luz devem ser permanentemente pintados para
que continuem funcionais. Eles mudam para que, sobrevivendo, suportem a
luz. Alguém poderia brincar: “Ah, mas não seria o caso de enterrar os
fios, tornando obsoletos os postes?” Se e quando isso for necessário,
sim. Mas que se preserve lá, de pé, a história, como parte de um passado
que fez o presente e anuncia e o futuro. A civilização se faz do
acúmulo de conhecimento e de experiência, não da eliminação do passado.
Num caso, temos democracia; noutro, Estado Islâmico. Mas volto ao ponto.
Rui
Falcão, o presidente do PT, estava com a macaca nesta quarta. Logo
depois de uma reunião com a bancada federal do partido, deu a seguinte
declaração: “O mais importante é fortalecer a Petrobras, mostrar que é
uma empresa que tem recursos para o futuro do país, há uma tentativa
muito grande de desmerecer a Petrobras como empresa pública”. Como é que
é? Sob o
comando do PT, a estatal chega perto da insolvência, palco do maior
escândalo de que se tem notícia — deve haver outros, cujo conteúdo
desconhecemos — na história do país. Na gestão do petista José Sérgio
Gabrielli, uma quadrilha se apoderou da empresa. Mas Rui Falcão acha que
a diretriz tem de continuar a mesma.
Ele
especificou o seu desejo de mesmice: “Nós temos que manter as políticas
de conteúdo nacional da Petrobras, que garantem emprego e recursos para o
país. Não concordamos com analistas que defendem privatizar a
Petrobras, tirar dela a condição de operadora única do pré-sal e mudar o
regime de partilha para o regime de concessão”.
Vamos ver.
Infelizmente, são poucas as vozes que defendem a privatização da
Petrobras — entre os homens públicos, ninguém até agora A chamada
política de conteúdo nacional gerou uma empresa à beira da insolvência, a
Sete, onde Dilma quer enfiar R$ 10 bilhões, e só serve para elevar os
custos da Petrobras. O regime de partilha, da forma como imposto à
estatal, exige da empresa o desembolso de um dinheiro que ela não tem.
Falcão
estava animado e resolveu se pronunciar também sobre um parecer do
advogado Ives Gandra Martins, segundo quem Dilma pode ser alvo de um
processo de impeachment, ainda que por ações culposas. Afirmou: “Não
vejo nem base jurídica nem base política para isso. A presidente Dilma
foi eleita e está conduzindo o país conforme o programa vitorioso nas
urnas. Essas tentativas que são aqui ou ali ensaiadas, de flerte com o
golpismo, não levo a sério porque a população brasileira está muito
firme com a ideia da democracia. São chuvas de verão”.
Flerte
golpista uma ova! Eu nem defendo exatamente o ponto de vista de Ives
Gandra, mas o que está numa lei democraticamente votada ou acolhida,
golpe não é. Golpe é organizar uma quadrilha para assaltar a Petrobras e
o Estado brasileiro. O
reacionário Falcão acha que o futuro do Brasil está no passado, no tempo
em que os petistas davas as cartas. Levaram o país à bancarrota.
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