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domingo, 15 de março de 2015

Da democracia formal à democracia com rede de esgoto

Da sacada do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, na manhã radiante de sua posse no dia 15 de março de 1983, o governador eleito Tancredo Neves (PMDB), com a voz um pouco rouca, disse para delírio da multidão que o escutava:  - O primeiro compromisso de Minas é com a liberdade.

Antes do fim da leitura do discurso, insistiu:  - Liberdade é o outro nome de Minas.

Ao seu lado, Ronaldo Costa Couto, escolhido para Secretário de Planejamento do Estado, futuro ministro do Interior, disfarçou a emoção. Em meados de abril de 1985, na condição de presidente eleito do Brasil, mas não empossado devido a uma infecção generalizada no intestino grosso, Tancredo comentou com o neto Aécio Neto, a caminho da sétima e última operação antes de morrer: - Eu não merecia isso.

Faz 30 anos que José Sarney, o vice, assumiu a presidência da República menos de 12 horas depois de Tancredo ter sido internado às pressas no Hospital de Base, em Brasília.  Dali, depois de operado duas vezes, seria transferido para o Instituto do Coração, em São Paulo, aonde foi operado mais cinco vezes, agonizou e morreu na noite do domingo 21 de abril.

Parte da culpa pela morte de Tancredo foi dos médicos que o atenderam em Brasília – alguns da própria cidade, outros de fora, mas todos esmagados pelo peso da responsabilidade de salvar o homem que livrara o país de uma ditadura militar de 21 anos, encerrada com a eleição dele em 15 de janeiro daquele ano.  A outra parte da culpa pela morte de Tancredo foi dele próprio. Tancredo escondeu sua doença até de parentes próximos como sua mulher Risoleta, e Aécio.

Não queria abortar sua ascensão à presidência da República. De resto, e com razão, temia que os militares não devolvessem o poder aos civis se soubessem que ele estava gravemente enfermo [o que, convenhamos, teria evitado o desastre que os civis da famigerada nova República, iniciada com Sarney, impuseram ao Brasil.]

João Figueiredo, o último general-presidente da ditadura, saiu pela porta lateral do Palácio do Planalto para não ter que passar a faixa presidencial a Sarney. Presidente do partido de apoio à ditadura até o segundo semestre de 1984, Sarney trocara de lado e se tornara vice de Tancredo. Figueiredo jamais o perdoou.

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