As
expressões da presidente em discursos públicos revelam verdades, mentiras e
sentimentos que a petista, a esta altura da política,
já deveria ter aprendido a controlar
Duas campanhas eleitorais, intensivos treinamentos
para encarar imprensa, oponentes e partidos, quatro anos como presidente, e ainda há duas Dilmas Rousseffs: a que fala com palavras e a que fala com
gestos e caretas. A segunda, por
vezes, contradiz a primeira.
As várias faces de Dilma (Foto: Agência Brasil e Palácio do
Planalto)
ÉPOCA contou
com dois especialistas em linguagem corporal – Giovanni Mileo, com experiência
em marketing político, e Paulo Sergio de Camargo, autor dos livros Linguagem
Corporal e Não Minta Para Mim! Psicologia da Mentira e Linguagem
Corporal – para analisar o que
a presidente diz por meio de microgestos: pequenas expressões da face e do
corpo que confirmam ou desmentem falas e exibem sentimentos que não deveriam se
tornar públicos.
As faces de Dilma Rousseff: fenda em "U" aos lados das
narinas revelam desprezo, e cantos da boca caídos, tristeza (Foto: Reprodução /
YouTube)
Voltemos
a 28 de janeiro, quando a petista reuniu
ministros para a primeira reunião oficial do segundo mandato e lhes pediu para "travar a batalha da
comunicação". "Quando for dito que vamos
acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom
som: não é verdade. Os direitos trabalhistas são intocáveis,
e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los", discursou Dilma. Note que a petista (0:17 do vídeo abaixo), por um instante, olha para baixo e põe a língua para fora. Olhar para baixo e fechar
os olhos indica uma possível mentira. Por a língua para fora, um desconforto,
algo como "quero sair daqui".
Seguro-desemprego,
abono salarial e pensão por morte seriam benefícios trabalhistas
enxugados depois disso.
VÍDEO: Dilma convoca ministros a rebater informações
inverídicas
Não quer dizer que a presidente se desminta
sem querer toda vez que fala. Em 19 de março, Dilma deu entrevista a
jornalistas logo depois que Cid Gomes
aprontou na Câmara e desistiu de ser ministro da Educação. A imprensa
especulava que a petista estivesse iniciando uma reforma ministerial com apenas
três meses de mandato. O assunto a
desagradava. Ao encarar repórteres, quando lábios
se afinam e os cantos da boca se contraem, há um sinal de raiva contida. Depois mostra as palmas das mãos
enquanto diz que "não tem
perspectiva de alterar nada nem ninguém". É um gesto de quem fala a
verdade. Dilma voltou a mostrar a palma
quando dizia que "reforma
ministério é uma panaceia, não resolve problemas". Reforma, de fato,
não houve.
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