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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Banco Central eleva a taxa básica de juros para 13,75% ao ano- duas figuras que precisam ser demitidas sumariamente: Levy do Ministério da Fazenda e o tal de Cristovão do cargo de técnico do MENGÃO. Os dois representam o fracasso de todos os fracasssos

Alta de meio ponto percentual da taxa Selic foi a sexta seguida na tentativa de controlar a inflação

Para tentar forçar a inflação para a meta no fim do ano que vem, o Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da economia em 0,5 ponto percentual. A taxa Selic chegou a 13,75% ao ano: a maior desde janeiro de 2009. Foi mais um passo do BC para corrigir o fato de ter demorado demais a agir no ano passado para conter a escalada dos preços. A autoridade monetária só decidiu subir os juros após as eleições de outubro e — para tentar recuperar a credibilidade — não parou mais de apertar a política anti-inflacionária: essa foi a sexta alta consecutiva.

Mesmo com tanto aumento de juros, a inflação não tem cedido. Pelo contrário, atingiu 8,24% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA-15, a prévia da inflação oficial no país. E a expectativa de analistas do mercado financeiro é que ela chegue ao pico em agosto. E que feche o ano em 8,39%. [a prudência recomenda que se leia um número entre 18,39% a 28,39% com viés de alta.]
 
Por isso, o BC não poderia já dar sinais de que afrouxaria a política contra a inflação. Em vez disso, tenta recuperar a credibilidade perdida ao deixar aberta a porta para mais arrocho monetário. Para dar essa mensagem, não alterou o comunicado divulgado após o encontro: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual para 13,75% ao ano, sem viés”.

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EXPECTATIVA É DE NOVA ELEVAÇÃO EM JULHOEsse é um sinal de que vem mais aumento de juros por aí. A maioria dos economistas acha que haverá uma última alta de 0,25 ponto percentual em julho. Há quem defenda um aperto ainda mais forte para conseguir, enfim, fazer a inflação ficar na meta de 4,5%. 

Pessimista, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, defende se o BC fosse cumprir seu mandato único que é fazer a inflação chegar à meta — tinha de continuar a aumentar a taxa básica (Selic) para além dos esperados 14% ao ano. No entanto, ele diz não acreditar numa mudança de postura do BC, que nos últimos anos ficou alinhado com a política econômica do governo de tenta ajustar a economia pelo estímulo ao consumo. — O Alexandre Tombini (presidente do BC) já demonstrou que não tem peito suficiente para dizer que não vai atender os pedidos (da presidente Dilma Rousseff) — alfinetou o economista que, ao contrário de vários colegas, não acha que o BC tem aumentado o tom do discurso contra a inflação: — Não vejo uma mudança de tom. Eu não acredito em mudança de perfil do Banco Central, mas numa corrida para tentar corrigir a besteira que ele mesmo fez no passado.

A “besteira” a que se refere Agostini é ter esperado passar as eleições para subir os juros. Agora, a conta da política do passado chegou: as tarifas de serviços públicos – represadas no passado – terão de ser reajustadas fortemente, os serviços continuam a inflar os índices de preços e, para piorar, o dólar disparou. Tudo isso atrapalha o trabalho do Copom.

COPOM TENTA REORIENTAR DISCURSO, DIZ ANALISTA
A dúvida dos analistas do mercado é se a política econômica realmente mudou. O episódio em que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não apareceu numa entrevista ao lado do ministro do Planejamento é tido como mais um sinal de interferência da presidente Dilma Rousseff na condução da economia, como antigamente.  Para o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, o Copom tenta reorientar o discurso depois de anos de tolerância com o que chamou de “grandes desvios persistentes de inflação”. Ele ressalta que a credibilidade é fundamental para que a economia brasileira volte a crescer saudavelmente. Para isso, o Banco Central teria de mostrar força nesse processo de alta de juros.


“Um ciclo de aperto mais assertivo em 2015 aumentaria a probabilidade de que o Copom poderia mais significativamente influenciar o resultado da inflação de 2016, criando mais espaço para cortes da taxa de política em 2016”, disse o economista em comunicado os clientes.

É a mesma opinião do economista-chefe da Gradual, André Perfeito, que é um dos poucos que aposta que o BC será mais audacioso e levará a Selic para 14,5% ao ano. Só assim, o Copom poderia restringir os impactos da inflação a este ano, já perdido. Ele espera um corte rápido no ano que vem para não sacrificar tanto a economia, mas ressalta que isso só deve ser feito depois que as expectativas tiverem ancoradas na meta. — São as expectativas, estúpido — brinca o economista com a frase “É a economia, estúpido!”, de James Carville, estrategista eleitoral do ex-presidente dos EUA Bill Clinton.

Fonte: O Globo
 
 

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