Banco Central eleva a taxa básica de juros para 13,75% ao ano- duas figuras que precisam ser demitidas sumariamente: Levy do Ministério da Fazenda e o tal de Cristovão do cargo de técnico do MENGÃO. Os dois representam o fracasso de todos os fracasssos
Alta de meio ponto percentual da taxa Selic foi a sexta seguida na tentativa de controlar a inflação
Para tentar forçar a inflação para a meta no fim do ano que vem, o
Banco Central (BC) aumentou os juros básicos da economia em 0,5 ponto
percentual. A taxa Selic chegou a 13,75% ao ano: a maior desde janeiro
de 2009. Foi mais um passo do BC para corrigir o fato de ter demorado
demais a agir no ano passado para conter a escalada dos preços. A
autoridade monetária só decidiu subir os juros após as eleições de
outubro e — para tentar recuperar a credibilidade — não parou mais de
apertar a política anti-inflacionária: essa foi a sexta alta
consecutiva.
Mesmo com tanto aumento de juros, a inflação não tem cedido. Pelo
contrário, atingiu 8,24% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA-15, a
prévia da inflação oficial no país. E a expectativa de analistas do
mercado financeiro é que ela chegue ao pico em agosto. E que feche o ano
em 8,39%. [a prudência recomenda que se leia um número entre 18,39% a 28,39% com viés de alta.]
Por isso, o BC não poderia já dar sinais de que afrouxaria a política
contra a inflação. Em vez disso, tenta recuperar a credibilidade
perdida ao deixar aberta a porta para mais arrocho monetário. Para dar
essa mensagem, não alterou o comunicado divulgado após o encontro: “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a
inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,50
ponto percentual para 13,75% ao ano, sem viés”.
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EXPECTATIVA É DE NOVA ELEVAÇÃO EM JULHOEsse
é um sinal de que vem mais aumento de juros por aí. A maioria dos
economistas acha que haverá uma última alta de 0,25 ponto percentual em
julho. Há quem defenda um aperto ainda mais forte para conseguir, enfim,
fazer a inflação ficar na meta de 4,5%.
Pessimista, Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, defende
se o BC fosse cumprir seu mandato único — que é fazer a inflação chegar
à meta — tinha de continuar a aumentar a taxa básica (Selic) para além
dos esperados 14% ao ano. No entanto, ele diz não acreditar numa mudança
de postura do BC, que nos últimos anos ficou alinhado com a política
econômica do governo de tenta ajustar a economia pelo estímulo ao
consumo. — O Alexandre Tombini (presidente do BC) já demonstrou que não tem
peito suficiente para dizer que não vai atender os pedidos (da
presidente Dilma Rousseff) — alfinetou o economista que, ao contrário de
vários colegas, não acha que o BC tem aumentado o tom do discurso
contra a inflação: — Não vejo uma mudança de tom. Eu não acredito em mudança de perfil
do Banco Central, mas numa corrida para tentar corrigir a besteira que
ele mesmo fez no passado.
A “besteira” a que se refere Agostini é ter esperado passar as
eleições para subir os juros. Agora, a conta da política do passado
chegou: as tarifas de serviços públicos – represadas no passado – terão
de ser reajustadas fortemente, os serviços continuam a inflar os índices
de preços e, para piorar, o dólar disparou. Tudo isso atrapalha o
trabalho do Copom.
COPOM TENTA REORIENTAR DISCURSO, DIZ ANALISTA
A
dúvida dos analistas do mercado é se a política econômica realmente
mudou. O episódio em que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não
apareceu numa entrevista ao lado do ministro do Planejamento é tido como
mais um sinal de interferência da presidente Dilma Rousseff na condução
da economia, como antigamente. Para o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina,
Alberto Ramos, o Copom tenta reorientar o discurso depois de anos de
tolerância com o que chamou de “grandes desvios persistentes de
inflação”. Ele ressalta que a credibilidade é fundamental para que a
economia brasileira volte a crescer saudavelmente. Para isso, o Banco
Central teria de mostrar força nesse processo de alta de juros.
“Um ciclo de aperto mais assertivo em 2015 aumentaria a
probabilidade de que o Copom poderia mais significativamente influenciar
o resultado da inflação de 2016, criando mais espaço para cortes da
taxa de política em 2016”, disse o economista em comunicado os clientes.
É a mesma opinião do economista-chefe da Gradual, André Perfeito, que
é um dos poucos que aposta que o BC será mais audacioso e levará a
Selic para 14,5% ao ano. Só assim, o Copom poderia restringir os
impactos da inflação a este ano, já perdido. Ele espera um corte rápido
no ano que vem para não sacrificar tanto a economia, mas ressalta que
isso só deve ser feito depois que as expectativas tiverem ancoradas na
meta. — São as expectativas, estúpido — brinca o economista com a frase “É a
economia, estúpido!”, de James Carville, estrategista eleitoral do
ex-presidente dos EUA Bill Clinton.
Fonte: O Globo
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