Se Dilma tomar no TCU, guerra
pelo impeachment pode forçar renúncia seguida de intervenção constitucional
Dilma Rousseff vai
tomar no TCU por causa das tais "pedaladas fiscais" (maquiagem de um rombo de R$ 37,1 bilhões nas
contas públicas?) Sim, ela começou a tomar... Já
havia sinais de que a agonia dela, para uma provável condenação por crime de
responsabilidade fiscal, tende a ser postergada. E foi! O Tribunal de Contas da
União, indevidamente chamado de "tribunal", já que não faz
parte do judiciário, sendo um mero órgão auxiliar do Poder Legislativo, resolveu adiar, por
30 dias, o julgamento das contas do governo referentes a 2014.
A grande
possibilidade de rejeição das contas gerou uma manobra para prolongar a agonia
da Presidenta - como é o desejo estratégico do quinteto fantástico do PMDB que a
mantém como refém (Renan Calheiros,
Eduardo Cunha, Michel Temer, Nelson Jobim e José Sarney). Vigorou a
desculpa esfarrapada de que a Presidenta merecia um tempo para se defender
pessoalmente no plenário do TCU - o que vai ser um massacre, se realmente
acontecer. Mais provável é que não aconteça. O desgaste dela vai se ampliar,
com as 13 (que número!) ilicitudes cometidas pelo governo - segundo relatório
do TCU.
Não dá para repetir a manobra
costumeira de "aprovar, com
ressalvas" as contas da Dilma. Um relatório técnico do TCU já
demonstrou muitos problemas de gestão nos números de 2014. Por isso, a
tendência é que o relator do caso, ministro Augusto Nardes, recorra a uma
manobra chamada "sobrestar".
Em português claro: empurrar com a barriga. O adiamento, de algo programado
para ser fatal, interessa à cúpula do PMDB, na complicada manobra para forçar
uma renúncia de Dilma, permitindo que Michel Temer assuma o poder.
O risco de tal plano é que o desgaste
tende a se ampliar para toda a classe política. O agravamento do impasse
institucional abre caminho para a intervenção constitucional - cada vez mais na
boca do povo nas redes sociais. Com mais da metade do parlamento respondendo a
algum processo criminal ou administrativo, os políticos ficam automaticamente
desqualificados para tomar conta do espólio de prejuízos deixado pela má gestão
do PT-PMDB. Não dá para separar a (i)responsabilidade de todos os partidos
da base aliada. Da mesma forma como não dá para perdoar a inação da suposta
"oposição". As vaciladas tucanas são explícitas.
O Alerta Total já antecipou: o sistema de
informações do PT, uma máquina de espionagem muito azeitada, identificou uma
fonte de complô interno para derrubar Dilma Rousseff. Petistas receberam o teor
de uma conversa telefônica entre o vice-presidente Michel Temer e um amigo.
Abertamente, o vice deixou claro que está pronto para tudo, inclusive assumir o
lugar de Dilma, se algo acontecer.
O x do problema é se, na guerra pelo
impeachment, Michel Temer também acabar
impedido junto com a Dilma. A estratégia política dele é para impedir que
isto aconteça. A dificuldade será dissociá-lo da Presidenta, já que ambos foram
eleitos juntos, e fazem parte de um mesmo time (ao menos em tese). Temer não vê
a hora se sentar no trono do Palácio do Planalto. Dilma sabe que a ameaça é
concreta, mas tenta fingir que não é com ela...
O resultado no TCU,
a favor ou contra, pode frear ou agravar o já escancarado e irreversível
impasse institucional - que tende a redundar em intervenção constitucional, por total falta
de credibilidade e legitimidade da corrupta classe política para conduzir os
destinos do Brasil. É por isso, nos bastidores do poder se repete uma frase
sobre a conjuntura: "Não tem mais jeito"... Tem sim: Intervenção da
Sociedade, exercendo seu poder constituinte originário. Esta é a solução. O
resto é paliativo...
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão
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