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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A blindagem de Dilma cairá - antes ou depois dela e Lula?

Só o cinismo da impunidade tupiniquim pode justificar uma blindagem para Dilma Rousseff no escândalo da Lava Jato. Até Lula, que tira onda de Presidentro indireto do Brasil, teria mais chances que a Presidenta de ficar blindado. Dilma não, porque a maioria das irregularidades ou crimes cometidos na e contra a Petrobras ocorreram, coincidentemente, nos tempos em que ela foi Ministra das Minas e Energia de Lula e "presidente" (sic) do Conselho de Administração da estatal de economia mista. Se Dilma não for responsabilizada aqui no Brasil, assim que sair do poder, o será lá fora, nos EUA, em ações movidas por investidores lesados.

A base de raciocínio processual é evidente. Nenhuma decisão na Petrobras é tomada sem conhecimento pleno da Presidência da República - cuja união é o acionista majoritário e controlador efetivo da empresa. Não dá para acreditar que isto aconteça em uma empresa com diversos mecanismos internos e externos de controle, como a Petrobras, que faz operações milionárias e toca projetos, obras e serviços que mexem com bilhões em moeda (real ou dólar). No modelo estatal capimunista brasileiro, cartorial, cartelizado, centralizador e corrupto, nada acontece sem o mínimo conhecimento (ou domínio do fato) de quem atua nos degraus superiores da hierarquia de poder.

Nem a crédula Velhinha de Taubaté consegue embarcar na "tese" de que apenas os meros diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, que comandavam as áreas de abastecimento, serviços e internacional, agiram apenas entre eles - agora com o ilustre condenado no Mensalão, José Dirceu, sendo novamente "suspeito" de liderar esquemas de corrupção, como se também não tivesse um outro "líder" acima ou na mesma linha decisória dele. Definitivamente, Dirceu não pode ser apontado como "a cereja do bolo" - como sugeriu ontem o criativo advogado dele, Roberto Podval, que sustenta a plena inocência do cliente como sendo vítima de "perseguição política".

Não dá para crer que não tinham pleno conhecimento e gerenciamento indireto das falcatruas os ocupantes do Palácio do Planalto e demais membros da diretoria, conselhos e auditorias internas e externas da Petrobras, principalmente aqueles que assinavam e autorizavam os pagamentos que geravam as sobras para propinas distribuídas fartamente pelas 13 estrelas do "clube das empreiteiras" e suas associadas. Basta que se mantenha a estratégia de "seguir o dinheiro" (follow the money), investigando a evolução patrimonial de dirigentes, políticos, parentes e laranjas usados por eles, para que se chegue aos "bandidos". 

Por tudo isso, a Lava Jato ainda vai demandar muitas outras fases de investigação e muitos outros processos abertos ainda na primeira instância, sob controle da Força-Tarefa do Ministério Público Federal e sob o frio rigor legal do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. Além disso, já existem sinais concretos de que as investigações tendem a avançar para outra gigante estatal de economia mista, como a Eletrobras, onde as delações premiadas já mostram evidências de que esquemas semelhantes de corrupção tenham sido praticados, gerando prejuízos bilionários aos cofres públicos, aos investidores e, no final das contas, aos cidadãos.

O Alerta Total já alertou e repete, por 13 x 13: Ainda não se sabe qual nome esquisito terá a próxima operação da Lava Jato. Mas a cúpula do PT recebeu a informação de que os próximos alvos serão o consultor de empresas Antônio Palocci Filho. Ribeirão Preto, onde Palocci foi prefeito, é o terror da petelândia. Operava por lá o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que já sinalizou a aliados de negócios estar disposto a aderir a uma "colaboração premiada", caso sua prisão provisória acabe convertida em preventiva. Petistas também souberam que outro nome que pode entrar na dança das investigações é o do publicitário João Santana, marketeiro da Presidenta Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores.

Novas transações penais, no formato de "colaborações premiadas", vão acontecer. A mais esperada delas é a de José Dirceu de Oliveira e Silva. Ninguém na cúpula da petelândia acredita que ele aceite segurar a bronca sozinho, da mesma forma como ocorreu no Mensalão, processo do qual ainda conseguiu acabar beneficiado com um absurdo regime de prisão domiciliar. Claramente envelhecido e desgastado pelo retorno ao cárcere - agora na gelada Curitiba, tendo como companheiro de cela dois denunciados por contrabando -, Dirceu teria tudo para chutar o balde.

A avaliação é que Dirceu só vai se prestar ao papel de "delator" se a pressão da Lava Jato atingir e ameaçar, patrimonialmente, o futuro de sua família. Como é forte a tendência de que a estratégia de "seguir o dinheiro" cumpra tal objetivo, Dirceu ficará, em breve, psicologicamente abalado para deixar de lado a pretensa frieza revolucionária e partir para o pragmatismo de quem não deseja segurar a bronca sozinho, no falso papel de "cereja do bolo", como suposto "chefe da quadrilha". É neste ponto que o antigo "capitão do time de Lula" pode arrasar com a "diretoria" de seu "clube" ou "seita" política.

A Lava Jato - que ainda nem chegou amplamente às autoridades com questionável foro privilegiado - ainda vai revelar muitos pagamentos e recebimentos de "pixulecos". Assim que o Brasil, de fato, entrar em ritmo de lava jato para limpar a corrupção, em uma ação da cidadania para efetiva mudança da estrutura estatal que origina tanta roubalheira e safadeza, tudo vai começar a melhorar. Até lá, podem se preparar, vamos mergulhar na maior crise estrutural (política, econômica e moral) nunca antes vista na mal contada História de Bruzundanga...


Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão


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