Só o cinismo da
impunidade tupiniquim pode justificar uma blindagem para Dilma Rousseff no
escândalo da Lava Jato. Até Lula, que tira onda de Presidentro indireto
do Brasil, teria mais chances que a Presidenta de ficar blindado. Dilma não, porque a
maioria das irregularidades ou crimes cometidos na e contra a Petrobras
ocorreram, coincidentemente, nos tempos em que ela foi Ministra das Minas e
Energia de Lula e "presidente" (sic) do Conselho de
Administração da estatal de economia mista. Se Dilma não for responsabilizada
aqui no Brasil, assim que sair do poder, o será lá fora, nos EUA, em ações
movidas por investidores lesados.
A base de
raciocínio processual é evidente. Nenhuma decisão na Petrobras é tomada sem
conhecimento pleno da Presidência da República - cuja união é o
acionista majoritário e controlador efetivo da empresa. Não dá para
acreditar que isto aconteça em uma empresa com diversos mecanismos internos e
externos de controle, como a Petrobras, que faz operações milionárias e toca
projetos, obras e serviços que mexem com bilhões em moeda (real ou dólar). No
modelo estatal capimunista brasileiro, cartorial, cartelizado, centralizador e
corrupto, nada acontece sem o mínimo conhecimento (ou domínio do fato) de quem
atua nos degraus superiores da hierarquia de poder.
Nem a crédula
Velhinha de Taubaté consegue embarcar na "tese" de que apenas os
meros diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, que
comandavam as áreas de abastecimento, serviços e internacional, agiram apenas
entre eles - agora com o ilustre condenado no Mensalão, José Dirceu, sendo
novamente "suspeito" de liderar esquemas de
corrupção, como se também não tivesse um
outro "líder" acima ou na mesma
linha decisória dele. Definitivamente, Dirceu não pode ser apontado como "a cereja do bolo" - como sugeriu
ontem o criativo advogado dele, Roberto Podval, que sustenta a plena inocência
do cliente como sendo vítima de "perseguição política".
Não dá para crer que não tinham
pleno conhecimento e gerenciamento indireto das falcatruas os ocupantes do
Palácio do Planalto e demais membros da diretoria, conselhos e auditorias
internas e externas da Petrobras, principalmente aqueles que assinavam e
autorizavam os pagamentos que geravam as sobras para propinas distribuídas
fartamente pelas 13 estrelas do "clube das empreiteiras" e suas associadas.
Basta que se mantenha a estratégia de "seguir
o dinheiro" (follow the money),
investigando a evolução patrimonial de dirigentes, políticos, parentes e
laranjas usados por eles, para que se chegue aos "bandidos".
Por tudo isso, a Lava Jato ainda vai demandar
muitas outras fases de investigação e muitos outros processos abertos ainda na
primeira instância, sob controle da Força-Tarefa do Ministério Público Federal
e sob o frio rigor legal do juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em
Curitiba. Além disso, já existem sinais
concretos de que as investigações tendem a avançar para outra gigante estatal
de economia mista, como a Eletrobras, onde as delações
premiadas já mostram evidências de que esquemas semelhantes de corrupção tenham
sido praticados, gerando prejuízos bilionários aos cofres públicos, aos
investidores e, no final das contas, aos cidadãos.
O Alerta Total já
alertou e repete, por 13 x 13: Ainda não se sabe qual nome
esquisito terá a próxima operação da Lava Jato. Mas a cúpula do PT recebeu a informação
de que os próximos alvos serão o consultor de
empresas Antônio Palocci Filho. Ribeirão Preto, onde Palocci foi prefeito, é o terror da
petelândia. Operava por lá o irmão
de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que já sinalizou a aliados de
negócios estar disposto a aderir a uma "colaboração
premiada", caso sua prisão provisória acabe convertida em preventiva.
Petistas também souberam que outro nome
que pode entrar na dança das investigações é o do publicitário João Santana,
marketeiro da Presidenta Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores.
Novas transações penais, no formato de "colaborações premiadas", vão acontecer. A mais esperada delas é a de José Dirceu de Oliveira e Silva. Ninguém na cúpula da petelândia acredita
que ele aceite segurar a bronca sozinho, da mesma forma como ocorreu no
Mensalão, processo do qual ainda conseguiu acabar beneficiado com um absurdo
regime de prisão domiciliar. Claramente
envelhecido e desgastado pelo retorno ao cárcere - agora na gelada
Curitiba, tendo como companheiro de cela dois denunciados por contrabando -, Dirceu teria tudo para chutar o balde.
A avaliação é que
Dirceu só vai se prestar ao papel de "delator"
se a pressão da Lava Jato atingir e
ameaçar, patrimonialmente, o futuro de sua família. Como é forte a
tendência de que a estratégia de "seguir
o dinheiro" cumpra tal objetivo, Dirceu
ficará, em breve, psicologicamente abalado para deixar de lado a pretensa
frieza revolucionária e partir para o pragmatismo de quem não deseja segurar a
bronca sozinho, no falso papel de "cereja
do bolo", como suposto "chefe
da quadrilha". É neste ponto que o antigo
"capitão do time de Lula" pode arrasar com a "diretoria" de seu "clube" ou "seita" política.
A Lava Jato - que ainda nem chegou
amplamente às autoridades com questionável foro privilegiado - ainda vai
revelar muitos pagamentos e recebimentos de "pixulecos". Assim que o Brasil, de fato, entrar em ritmo de
lava jato para limpar a corrupção, em uma ação da cidadania para efetiva
mudança da estrutura estatal que origina tanta roubalheira e safadeza, tudo vai
começar a melhorar. Até lá, podem se preparar, vamos mergulhar na maior crise
estrutural (política, econômica e moral)
nunca antes vista na mal contada História de Bruzundanga...
Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão
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