Quarta-feira, dia 5 de agosto: um dia que
poderá ser visto, nos anais da história, como o marco do começo do
processo que levou ao impeachment da presidente Dilma. Explico. Foram
muitos acontecimentos convergindo para o mesmo ponto. Um amigo meu, que
trabalha na Câmara, resumiu bem os principais fatos marcantes do dia:
1) Michel Temer, o vive-presidente, fez
nervoso um discurso de pacto de união, falando quase como o novo
presidente;
2) PDT e PTB desembarcaram da base do governo, que agora
conta, pelos cálculos de Carlos Sampaio, líder do PSDB, com apenas 128
votos;
3) Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, colocou em votação as
contas dos governos passados, movimento necessário se for o caso de
votar as contas do governo Dilma, que deverão ser rejeitadas pelo TCU
nos próximos dias e que poderá levar ao seu impeachment;
4) Aloizio
Mercadante deixou sua típica arrogância em casa e reconheceu erros do
PT, chegando inclusive a fazer elogios ao PSDB e pedir um pacto pelo
país.
[o que importa é afastar o PT, Dilma e Lula - de preferencia, forçando a que os dois sejam banidos, se tornem reles apátridas;
alguma reação haverá de pequena parte da militância do PT e será a oportunidade de erradicar em definitivo com essa raça.
Na hora de restabelecer a ORDEM as Forças Armadas e Auxiliares entrarão em ação e também os BRASILEIROS DO BEM - afinal o passatempo da esquerda é sempre perder, perderão mais uma vez e se espera que os VENCEDORES não cometam os erros que favoreceram a esquerda em outros embates.
A derrota da esquerda agora tem que ser definitiva, conclusiva - lideres banidos ou excluídos... .]
Mas não é “só” isso, claro. Renato Duque,
o homem do PT na Petrobras, dispensou o antigo advogado e tudo indica
que está correndo para assinar um acordo de delação premiada. É bom
correr mesmo, pois dizem que o próprio Dirceu está muito abatido e
isolado, e cansado de “pagar o pato” sozinho. Já teria mandado mensagens
cifradas que, sem dúvida, tiraram o sono do ex-presidente Lula e da
presidente Dilma essa noite. Se Dirceu falar, acaba a utilidade de
outros delatores. Ainda tem o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, na fila.
Quem vai entregar Lula antes? Quem vai colocar a sujeira do PT no
ventilador primeiro? Teoria dos jogos em ação, e os “prisioneiros” têm o
incentivo para entregar os comparsas graúdos, antes que outros o façam.
Como se nada disso bastasse, a rejeição da presidente Dilma atingiu
o recorde histórico de 71%, acima até mesmo de Collor. Dois terços dos
entrevistados defendem a abertura de um processo de impeachment já, ou
seja, o povo brasileiro já teria “impedido” a presidente se possível, se
o Brasil fosse uma “democracia direta” como desejam os… petistas. Mas
como, felizmente, temos uma democracia representativa, ainda que
represente mais os interesses de grupos organizados do que do povo, o
“julgamento sumário” terá de passar pelo processo político mais frio e
cauteloso, como deve ser para fortalecer a própria democracia.
Isso tudo, não custa lembrar, no mês de
agosto, o mês do desgosto na política nacional. Na verdade, no começo do
mês de agosto! Hoje tem pronunciamento com panelaço, para deixar bem
claro o “apoio” que a presidente tem do povo. Dia 16 tem manifestação
pelo país todo, e provavelmente milhões vão às ruas demonstrar como esse
é um governo sem nenhum apoio popular, restando apenas a defesa feita pelos vendidos, que recebem “esmolas” em troca. O governo Dilma acabou de fato.
Temer já fala como o governante,
conclamando os demais políticos e pensarem no país, a evitarem uma crise
muito desagradável. Poderia ser um último apelo desesperado para evitar
o impeachment, ou poderia, também, ser uma forma de se mostrar líder e
concentrar apenas em Dilma o “fuzilamento político”, formando-se,
depois, um novo governo com uma nova base de apoio. O fato marcante é
que o próprio Temer teve que fazer isso, pois se a presidente Dilma o
fizesse, ninguém sequer a escutaria. Dilma fala aos ventos…
Juntando tudo e batendo no
liquidificador, as chances de um impeachment de Dilma aumentaram muito.
Se tivesse que chutar, diria que há 50% de probabilidade de ela terminar
o mandado, e 50% de não terminar. Dito isso, cabe perguntar: o
impeachment é desejável para quem não suporta mais não apenas Dilma, mas
o PT todo? [temos que começar a faxina por algum lugar... e o ideal é começar retirar a m ... mais fedida.O resto se tira aos poucos e no final o ideal é jogar álcool e tocar fogo.] Há controvérsias, e pessoas que respeito muito pensam que
não. É o caso do jornalista Carlos Alberto Di Franco, que escreveu
recentemente um artigo
afirmando que o impeachment não é solução. Não é pelo mesmo motivo de
FHC, por exemplo, mas de quem quer, acima de tudo, responsabilizar os
verdadeiros culpados pelo estrago todo:
O
impedimento é um processo extremo, traumático, imprevisível. E o
pós-impeachment só beneficia um lado: Lula e o PT. Passam de vidraça a
estilingue. Numa boa. O sucessor de Dilma vai receber um baita abacaxi.
Passará todo o mandato lutando contra os efeitos da incompetência de
Dilma Rousseff. Será fustigado pelo lulopetismo. Finalmente, em 2018, se
conseguir escapar da magnífica varredura do juiz Sérgio Moro, Lula, com
cara limpa e banho tomado, se apresentará como salvador da pátria. É
isso que você quer, amigo leitor? É isso que pretendem os organizadores
da passeata do dia 16?
Entendo seus pontos. Muitos acham que o
impeachment seria bom para o PT ou para Lula, que poderia virar oposição
logo de uma vez, num momento de profunda crise econômica. Mas tenho
ressalvas. Primeiro, os casos da Venezuela e da Argentina mostram que,
mesmo em severas crises econômicas, o poder político não necessariamente
muda. Controle da máquina estatal, quiçá das urnas eletrônicas, compra
de votos, ameaças: o fato é que nem Maduro caiu ainda!
O leitor poderá dizer, com razão, que o
Brasil ainda não é a Venezuela, nem mesmo a Argentina, e que ainda temos
instituições funcionando. Mas pagar para ver é um risco e tanto. O PT
tem milhares de soldados incrustados na máquina do estado, e isso seria
desmontado com o eventual impeachment. Há a questão das urnas
eletrônicas: o leitor confia nelas mesmo, de olhos fechados? Enfim, é
sempre um risco deixar a raposa no galinheiro, mesmo que machucada e
sangrando. Nunca se sabe do que ela será capaz de fazer para não largar o
osso. Especialmente quando já deixou claro que faria o “diabo”.
Em segundo lugar, acho que há um efeito
pedagógico importante em impedir que Dilma termine seu mandato. O PT
precisa ser desmascarado, ainda mais. Collor carregou o estigma e ainda
carrega, apesar de ter se tornado senador anos depois (só no Brasil
mesmo!), e já estar envolvido em escândalos enormes. Dilma e o PT merecem essa
mancha no currículo: impeachment. É uma forma de mostrar que todo esse
descalabro não pode ficar impune. E aí vem o xis da questão: há mesmo
razão para o impeachment, além da revolta popular com a crise e os
escândalos? Tudo indica que sim, que Dilma, no mínimo, pode ser
enquadrada no crime de responsabilidade. Então, cumpra-se a lei e o
desejo dos brasileiros!
O processo será traumático? Há incertezas
quanto ao que vem depois? Sem dúvida. Mas pergunto: e por acaso não
será muito traumático também manter uma presidente sem nenhuma
credibilidade e capacidade no poder? Não é totalmente incerto o futuro
até 2018 com a manutenção do status quo? Trauma por trauma, incerteza
por incerteza, eu, particularmente, prefiro encarar a pedreira sem o PT no poder, e sem uma presidente como Dilma Rousseff ainda com poder de causar inúmeros estragos. E você?
Fonte: Blog do Rodrigo Constantino
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