Outros, depois de haver
preparado o caminho do petismo ao poder como esfregadores de gelo no jogo de
curling, e segurado a barra ao longo de 13 anos, agora se posicionam contra.
Mas não mudam de lado!
Com a crise multiforme se expandindo em todas as dimensões da vida política, econômica e social, com os escândalos vindo a lume como saem os lenços, amarradinhos um ao outro, da cartola do mágico, com a crise pedindo passagem a bordoadas e deixando pelo caminho as vítimas da inflação, da recessão e do desemprego, aí, meu caro leitor, é muito fácil criticar o governo petista.
Dureza foi apontar os males do
petismo quando, antes de
assumir poder político real, ele era o megafone de
todas as reivindicações, perante os portões das fábricas e dos palácios.
Difícil era confrontá-lo quando,
como grande inquisidor das condutas de seus adversários, orientava os mais
candentes sermões em favor - lembram? - da moralidade e da austeridade. O petismo, então, se vestia de justiça, solidariedade, direitos humanos, superação
dos desníveis sociais; e atraía
multidões. Os ouvidos da CNBB, por exemplo, se encantaram para sempre. A
partir de então, vá o partido para onde for, a entidade marcha ao seu lado. Até frei Betto
largou o PT de mão. Mas a CNBB, não.
À luz da
história, analisando partidos políticos
com condutas semelhantes, era fácil perceber para onde estávamos sendo
conduzidos. Ante o que acontecia no Brasil, não. Aqui, tendo em vista a
fragilidade das nossas instituições e a pouca credibilidade dos partidos
políticos já afeitos ao exercício do poder, era mais
complicado perceber que o petismo significava o canto das sereias, atraindo a nação para os rochedos e para o
naufrágio.
Em 2003, o PT chegou ao poder e em 2005, quando
estourou o mensalão, tornou-se comum encontrar com leitores que me paravam
na rua para afirmar que eu profetizara. Mas era bem o contrário. Bastavam as
entrelinhas e o entreouvido e, principalmente, ler o passado. Aquelas ideias e aquele modo de fazer política, em
toda parte, produziram o resultado que passávamos a
observar por aqui. Não obstante,
foram necessários outros 12 anos, um descomunal estrago, e uma crise do tamanho
da que aí está, para que, finalmente, ampla maioria da população
compreendesse o que já deveria estar bem sabido. [o risco é
que a Dilma fique impune, consiga concluir o mandato, deixe o Brasil em
frangalhos e o estrupício do Lula consiga ser reeleito. O risco é imensurável
pela simples razão que tem políticos procurando formas de livrar a cara do Lula
e deixar Dilma concluir o mandato. Para o Brasil ter salvação, é necessária a
EXCLUSÃO POLÍTICA, TOTAL do Lula e Dilma.
Parece absurdo se pensar nisso, mas,
quem escolhe o presidente da República são
brasileiros, classificados como eleitores, que na maioria não sabem
votar e estão prontos a vender o voto a troca de qualquer Bolsa miséria.]
"Coxinhas! Golpistas!
Lacerdinhas! Ultradireitistas! Fascistas!". É assim que argumentam,
hoje, muitos defensores do governo. Xingam os
que afirmam algo tão óbvio quanto que o governo acabou e que as
instituições precisam resolver a encrenca. Conduta rasteira, chã, mas eu os
entendo. Não há argumento que lhes lave
as mãos e lhes limpe os calçados. Outros, depois de haver preparado o
caminho do petismo ao poder como esfregadores de gelo no jogo de curling, e
segurado a barra ao longo de 13 anos, agora se posicionam contra. Mas não mudam de lado! Para estes, o
governo não serve. E a oposição
tampouco. São
os mais perigosos porque se alinharão, ao fim e ao cabo, com algo ainda
pior do que isso que aí está.
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