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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

PDT e PTB atendem aos apelos de Temer e abandonam base aliada - Temer espera que Dilma saia antes do próximo dia 24 ou adote a solução "getulina"

Fala serio!? Luiz Inácio Lula da Silva estaria costurando um grande acordo para que não seja, preso. Uma das moedas de troca seria o compromisso do ex-Presidente não ser candidato a mais nada. A outra é que Dilma Rousseff renuncie, sendo acompanhada por Michel Temer, seu indesejado vice. Assim, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha assumiria a Presidência da República, "arrumaria a casa" e faria novas eleições em 90 dias. Dá para acreditar em um negócio desses?



Melhor não acreditar inteiramente. Em tempos de crise e de guerra, circulam mentiras por ar e terra. A revelação deste "acordo" é uma delas, apesar do alto teor de verossimilhança (parecer que possa ser verdade). O inimaginável conchavo, que seria a bomba atômica política do ano, foi denunciado por um suposto áudio, feito segunda-feira passada, pelo senador Magno Malta (PR-ES). Se alguém estava negociando esta temerária manobra de bastidores, deve ter respirado, aliviado, com o desmentido da versão que ajudou a alimentar a desgraça de Dilma



Pelo menos a gravação (e não necessariamente seu teor bombástico) é inteiramente mentirosa, conforme o parlamentar e cantor capixaba desmentiu ontem. Magno Malta denunciou ter sido vítima de um fake que imitou sua voz: “Neste dia estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, com princípio de Trombose, Estou de licença médica e tudo que foi falado é mentira. Este áudio não é meu. O Brasil virou uma bagunça e esta conversa está na boca do povo, mas eu não falei dessa reunião da qual não participei”.

Sem sacanagem - qualquer um que olhe para esta foto logo lembra das que aparecem em reportagens policiais, dos bandidos sendo apresentados em delegacias - mãos para trás por estarem algemados -  e quando querem dificultar eventual reconhecimento ou mesmo exposição, baixam a cabeça
Já Dilma não está algemada mas mantém costume usual em presídios e seguido por muitos presidiários, mesmo quando em liberdade = mãos cruzadas para trás e cabeça baixa
Foto de Alexandre Cassiano, da Agência Globo 


O que não tem mais salvação é o desgoverno Dilma Rousseff. A circulação da gravação fake, indicando aquilo que seria uma solução perfeita para a classe política, uma renúncia, evitando um impeachment, para que tudo possa ser resolvido, como de costume, na base do conchavo, foi apenas mais uma comprovação do alto teor de desgaste e desmoralização da Presidenta. Para piorar, a reprovação de Dilma, medida por pesquisa do Datafolha, chegou a 71%. Ela superou a negatividade recorde de Fernando Collor de Mello, na proximidade de sua renúncia-impeachment, em 1992. Dilma só teria 8% de aprovação. Collor chegou a ter 9% de aprovação e 68% de reprovação.



Uma prova de que a coisa está mais feia nos bastidores políticos que o demonstrado publicamente foi o apelo dramático feito ontem pelo vice-presidente Michel Temer, após reunião com líderes do Senado e da Câmara, no Palácio do Jaburu: "Estamos pleiteando exata e precisamente que todos se dediquem a resolver o problema do país. Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave. Não tenho dúvida que é grave. É grave porque há uma crise política se ensaiando, há uma crise econômica que está precisando ser ajustada, mas para tanto é preciso contar com o Congresso Nacional, é preciso contar com os vários setores da sociedade brasileira".

(...)


Tão ou mais dramático que Michel Temer foi o "pedido de penico" feito pelo ministro-chefe da Casa Civil. Aloísio Mercadante apelou a parlamentares do PSDB para que ajudem no esforço suprapartidário em prol da responsabilidade fiscal. Mercadante praticamente suplicou: "Vivemos um momento politizado, com erros que cometemos, e se comete quando se governaVocês têm experiências importantes na administração de estados e do Brasil e precisamos ter pactos de política de estado que vão além do governo. Existem questões de responsabilidade fiscal, como controle da inflação que vocês fizeram e foi importante para o país. Tem que ter um acordo suprapartidário".

(...)


A pronta resposta aos apelos dramáticos de Temer e Mercadante não poderia ter sido mais drástica. PDT e PTB anunciaram que estavam deixando a base aliada do governo. Pelo teor fortemente oposicionista da propaganda gratuita no rádio e na televisão, os dois partidos já vinham "costeando o alambrado" (como diria o velho Leonel Brizola, tão amado pela Dilma). Os deputados federais das duas agremiações agora prometem uma postura de "independência". André Figueiredo, do Ceará, resumiu bem o sentimento das bancadas: "Não vamos mais participar das reuniões dos líderes aliados. Estamos sendo de forma recorrente desrespeitados, chamados de traiçoeiros e infiéis, quando somos o único partido que avisa antes como irá votar".


Leia a íntegra no Blog Alerta Total - Jorge Serrão - http://www.alertatotal.net/2015/08/e-falso-o-audio-do-conchavo-de-lula-com.html
 

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