O
esquema de propina em troca de financiamentos do BNDES foi revelado por
Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, em sua delação premiada
A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Bahia
Odebrecht por corrupção em esquema para liberar financiamentos do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à empreiteira, segundo
informações do jornal O Estado de S. Paulo.
O
inquérito será encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR), que deverá
decidir se oferece a denúncia. O indiciamento do
governador foi autorizado pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), por ter foro privilegiado. A ele, foram imputados os crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. A Marcelo Odebrecht, a
PF atribui prática de corrupção ativa. Na manhã desta quinta, a PF
deflagrou mais uma fase da Operação Acrônimo,
com vinte mandados judiciais sendo onze conduções coercitivas e nove mandados
de busca e apreensão no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais. Nessa fase, Pimentel não é investigado, mas
pessoas que atuaram como intermediárias da empreiteira em possível esquema de
tráfico de influência e corrupção foram conduzidas.
Segundo
as investigações, Pimentel recebeu
vantagens indevidas para facilitar a liberação de financiamentos do BNDES
em projetos da Odebrecht em Moçambique e na Argentina. Pimentel chefiou o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de 2011 a
2014, pasta à qual o banco está subordinado.
A PF também indiciou Pedro Augusto de Medeiros,
emissário de Bené, por corrupção
passiva e outro empresário da Odebrecht, João Carlos Nogueira, por corrupção ativa.
Os
investigadores apuraram que a Odebrecht pagou cerca de
3 milhões de reais em propinas ao empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o
Bené, apontado como operador de Pimentel. Em troca, o então ministro
teria atuado para que a Câmara de Comércio Exterior, ligada ao ministério e que
era presidida por ele, para que as operações fossem aprovadas. Às vésperas das
aprovações, houve reuniões de Pimentel com Marcelo Odebrecht para tratar dos negócios,
segundo as investigações.
O
dinheiro teria sido pago pela empreiteira em parcelas de 500 mil reais a Pedro
Augusto que o levava de jatinho a Brasília. As vantagens a Pimentel teriam sido
pagas pelas empresas Bridge e Bro, que bancavam despesas do então ministro,
conforme as investigações. O esquema foi
revelado por Bené em sua delação premiada. A PF
passou a reunir provas dos crimes a partir das revelações do delator.
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As
informações são do jornal O Estado de São Paulo
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