Entre os entrevistados, 54% querem petista preso;
no caso do peemedebista, 89% são favoráveis à autorização de abertura de
processo contra ele
RIO —
Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira mostra que mais da
metade dos brasileiros deseja ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
preso pelas suspeitas de crimes de corrupção cometidos durante e após a sua
gestão. Já no caso do atual presidente Michel Temer, 89% são favoráveis
à autorização de abertura de processo contra o peemedebista, também acusado de
organização criminosa e obstrução à Justiça.
A "Folha
de S. Paulo", responsável pela divulgação da pesquisa, ressalta que Temer
se torna o presidente mais rejeitado pelos brasileiros desde o fim da ditadura
militar. Apesar disso, a parcela de entrevistados que pede a saída do
peemedebista do poder caiu de 65%, em junho, para 59%. Houve ainda um acréscimo
de sete pontos percentuais entre os que defendem a permanência do mandatário no
Planalto, que agora somam 37%.
Para 54%
dos entrevistados, o resultado das investigações da Lava-Jato é suficiente para
justificar a prisão de Lula. Outros 40% sustentam que não há motivos para que o
ex-presidente seja detido. Ficaram sem opinar outros 5%. O apoio à
prisão de Lula aumenta de acordo com o grau de instrução dos entrevistados (69%
estão entre os que têm nível superior e 37% entre os com nível fundamental) e a
renda familiar mensal (chega a 76% no grupo mais rico e a 42% no mais pobre).
Nas
regiões Sul (61%) e Sudeste (65%) a maioria defende a prisão do petista. Já no
Nordeste, onde os índices de popularidade dele são mais altos, o número cai:
34%. Porém, de forma geral, em todos os grupos é predominante a opinião de que
Lula não será preso ao fim das investigações: 66% no total. Em
relação a Michel Temer, 89% querem que a abertura de processo contra ele por
organização criminosa e obstrução de justiça seja autorizada pela Câmara. Os
contrários à aprovação da denúncia são 7%.
O
Datafolha ouviu 2.772 pessoas em 194 cidades, nos dias 27 e 28 de setembro. A
margem de erro da pesquisa, divulgada hoje no jornal "Folha de S.
Paulo", é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
LAVA-JATO
Em
relação à Lava-Jato, os brasileiros estão divididos quanto aos efeitos futuros
da operação. Houve um empate técnico, de 44% para cada lado, entre os que acreditam
que a corrupção diminuirá e os que creem que ela continuará a mesma para
sempre. Para 9%, atos ilícitos aumentarão nos próximos anos.
A maioria
dos entrevistados (62%) repudia a corrupção e afirma que ela causa mais danos
ao país do que a incompetência dos governos. Além disso, 80% concordam com a
ideia de que a "a corrupção é inaceitável em qualquer circunstância".
Da mesma forma, a afirmação "se um governante administra bem o país, não
importa se ele é corrupto ou não", é rejeitada por 74%.
Fonte: O Globo
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