PT vê campanha sem Lula, intervém nos diretórios, planeja questionar legalidade da disputa, contestar a legitimidade do eleito e confrontar a ‘alternativa fascista’ nas ruas
O Partido
dos Trabalhadores definiu sua estratégia para a campanha presidencial de 2018:
“Eleição sem Lula é fraude”. Com essas cinco palavras o PT traduz sua
expectativa sobre a virtual interdição do ex-presidente, numa eventual
condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. O
julgamento da apelação de Lula contra a sentença do juiz Sergio Moro está
marcado para 24 de janeiro, em Porto Alegre. No último
fim de semana, em São Paulo, dirigentes do PT traçaram um projeto para 2018
baseado na ratificação da condenação.
A
premissa do plano é a construção da imagem de Lula na campanha como vítima de
um sistema judicial manipulado pela “elite” para “impedir o povo de elegê-lo
mais uma vez”, descrevem documentos internos.
Refém de
Lula, o partido resolveu:
a)
questionar a legalidade da disputa sem a eventual participação do
ex-presidente;
b)
contestar a legitimidade do presidente escolhido numa eleição sem o candidato
petista;
c)
estimular o “voto de protesto” em candidato indicado por Lula, seu principal
cabo eleitoral; [essas m ... que os petistas de m ... estão planejando não vai dar resultado nenhum;
a corja lulopetista está acostumada a fracassar com seus protestos e o candidato indicado por Lula - que faz lembrar a anticandidatura do doutor Ulysses - será apenas mais um fracasso;
quanto questionar a legalidade da disputa sem a participação de um criminoso condenado é a mesma estupidez de questionar a legitimidade do presidente eleito - que esperamos seja JAIR MESSIAS BOLSONARO. - NÃO VAI DAR EM NADA. O presidente eleito toma posse, governa e Lula envelhece na cadeia.]
Ontem, o
PT anunciou uma virtual intervenção nos 26 diretórios estaduais e do Distrito
Federal. O comunicado foi cristalino: “Fica desde já estabelecido que toda e
qualquer definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que
ser submetida antecipadamente à Comissão Executiva Nacional.” Apostando
num cenário eleitoral convulsionado, o alto-comando petista julga conveniente
se preparar para a “crescente agressividade”, como define. Sob estímulo do
ex-capitão de Lula, José Dirceu, recolhido em Brasília depois de condenado à
prisão no mensalão e na Lava-Jato, abriu-se espaço até para formulações sobre
confronto à “alternativa fascista” nas ruas. [sempre oportuno ter em conta que o 'guerrilheiro de festim' o 'chave de cadeia' Zé Dirceu, está em liberdade condicional e se começar a perturbar a ordem pública, insuflar os militontos contra a ordem pública, será devidamente recolhido ao cárcere.
E todos sabem que o Zé Dirceu é bom para insuflar outros a brigarem por ele, ele mesmo não é de nada como combatente.]
Antes da
reunião em São Paulo, Dirceu evocou o estilo retórico do movimento estudantil
dos anos 60: “A hora é de ação não de palavras, transformar a fúria e revolta,
a indignação e mesmo o ódio em energia, para a luta e o combate.” O PT vai
realizar um “dia de revolta” em Porto Alegre. Para a
campanha, a radicalização teria como protagonistas grupos de “reação”,
discretamente organizados. A iniciativa avança sob uma justificativa partidária
oficial: a de que a eleição, sem Lula, “poderá resultar em rebeldia popular” e
“desobediência civil”. [o mesmo foi dito pelo estrupício do Lula e o presidente da CUT quando a Dilma foi impedida e não aconteceu p ... nenhuma. Dilma foi deposta, devidamente escarrada e nem a corja da CUT foi protestar nas ruas nem as tropas do exército de Stédile.
Essas ameaças vão produzir os mesmos resultados que as recentes caravanas de Lula tem produzido; discursos para alguns poucos gatos pingados - Lula inclusive, já foi recomendado poupar Lula - em outras palavras não levar o sentenciado para eventos públicos SEM público.]
O plano
dos generais petistas guarda alguma coerência com a necessidade de manter
alinhados os grupos que fracionam o PT, o PCdoB e o PSOL, e os pragmáticos PDT
e PSB. Sob esse
arco-íris encontra-se parte substantiva dos 34% do eleitorado que indica
intenção de votar em Lula — principalmente, como reação aos que se mantêm no
outro extremo, com Jair Bolsonaro, com 19% da preferência, segundo o Datafolha.
As mesmas pesquisas indicam média de 40% de rejeição a Lula há 12 meses
seguidos.
Entre o
ex-metalúrgico e o ex-paraquedista prevalece a maioria de 47% de eleitores
insatisfeita e em busca de alternativa. Sua fragmentação pode levar a uma
situação semelhante à do Rio, como tem repetido o ex-ministro Nelson Jobim aos
clientes do banco BTG Pactual. Em 2016, Marcelo Crivella, ex-senador do PRB e ex-bispo
da Igreja Universal, venceu Marcelo Freixo, do PSOL, apoiado por uma frente
autodenominada de esquerda.
José Casado, jornalista - O Globo
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