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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Reflexões (inevitáveis) de fim de ano

Não há o que comemorar. Apesar de a imprensa anunciar com assombro algumas “vitórias” da suposta direita conservadora, o que se viu na realidade foi maquiagens e arranjos na base do Photoshop, limpezas cosméticas para enganar incautos.

Muito se celebrou sobre o “acordo de paz” na Colômbia, onde as FARC, agora partido político oficial com outro nome mas a mesma sigla e planos estratégicos, saiu dos montes e se incorporou à vida civil. Na ONU, e com o aval do governo dos Estados Unidos, as FARC foram retiradas da lista negra como grupo terrorista. Deixaram e entregaram as armas? Só uma meia dúzia de fuzis e pistolas velhas enquanto o arsenal pesado continua bem guardado, em Cuba e Venezuela, ou em alguns esconderijos secretos dentro do território nacional. Suas fichas criminais foram lavadas e hoje permanecem mais imaculadas do que os lírios do campo. Criou-se uma lei especial para julgar seus crimes que não vão puni-los com prisão mas, bem ao contrário, vão premiá-los com 16 cadeiras no Parlamento, mesmo e apesar de mais de 80% da população ter rejeitado esta excrescência, mais um crime cometido contra suas vítimas.

Acabou-se a guerrilha mais antiga e financeiramente mais poderosa da América Latina? Evidentemente que não. Mais uma maquiagem foi feita. Uma parte dos guerrilheiros hoje aparece como uma “dissidência”, para que o movimento permaneça ativo fazendo o que de melhor sabem: produzir e comercializar cocaína, em pasta base ou pó, que garante os bilionários lucros aos chefões.

Na Venezuela a oposição tornou-se maioria na Assembléia Nacional mas não teve o direito de legislar, pois o ditador Maduro a despeito do rechaço da população num fraudulento e inconstitucional plebiscito instalou uma Assembléia Nacional Constituinte que é quem DE FATO está mandando no país. A miséria e a opressão aumentam a cada dia, mas a cosmética segue, com o apoio do Foro de São Paulo (FSP), numa rodada de conversações ocorridas na República Dominicana onde a palavra final ficou com a ditadura.

O Chile realizou eleições presidenciais e a vitória coube ao ex-presidente Sebastián Piñera, um bilionário que é visto como “conservador”, pelo simples fato de ser dono de uma grande fortuna. Em 2013, quando Piñera estava em seu primeiro mandato, a CELAC realizou seu primeiro encontro oficial no Chile e, a propósito desse evento escrevi o artigo-denúncia em meu blog Notalatina [1]. Naquela ocasião, Piñera, que era visto como democrata e conservador, “odiado” pelo FSP, impediu que o Paraguai que é membro oficial do bloco participasse do encontro para não causar “constrangimento” nos outros países membros do MERCOSUL e UNASUL que o haviam suspendido pela deposição – legítima e constitucional – de Fernando Lugo. Como se não bastasse, Piñera prestou homenagens no túmulo do ex-ditador Salvador Allende, para agradar o ditador Raúl Castro, de Cuba, que desejava colocar flores em sua memória.

Seu governo anterior foi pífio, e tanto é prova disso que apenas 56% da população em condições de votar participou das eleições, sendo sua vitória consagrada de fato por apenas 28% da população.  Mas nem tudo foi desgraça. Uma maquiagem foi desfeita quando Mônica Valente, Secretária Executiva do Foro de São Paulo, confirma a análise que fiz em meu livro “O Foro de São Paulo – a mais perigosa organização revolucionária das Américas” [2], quando afirma que o “novo” MERCOSUL, a UNASUL e a CELAC foram criadas pelo FSP para melhor expandir seus tentáculos.
Em março o processo contra Lula deve ser julgado em segunda instância e só depois disso saberemos se essa organização revolucionária criminosa realmente está enfraquecida, ou se renascerá das cinzas como a Fênix. A ver…

Notas:
[1] http://notalatina.blogspot.com.br/2013/01/um-assassino-preside-celac-e-chavez.html
[2] “O Foro de São Paulo – a mais perigosa organização revolucionária das Américas”, Capítulo 7, pág. 96 – As sucursais do Foro de São Paulo: Fórum Social Mundial, Mercosul, Alba, Unasul e Celac.

Graça Salgueiro - MSM

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