Nem mesmo as ameaças de Trump impediram que 128 países apoiassem a moção de repúdio contra a posição de Washington, inclusive aliados como Reino Unido
Na última quinta-feira, 128 países reunidos em sessão especial da
Assembleia Geral das Nações Unidas repudiaram a decisão de Donald Trump
de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e anunciar a instalação
ali da embaixada americana. A moção representou uma importante derrota
simbólica para os EUA, e até mesmo aliados históricos, como o Reino
Unido e a França, votaram pela resolução da ONU.
De fato, a medida, segundo analistas políticos e especialistas em relações internacionais, caminha contra até mesmo a tradição diplomática americana de gestões anteriores — republicanas e democratas —, que tratavam Jerusalém como território internacional. A cidade tem papel crucial nas negociações de paz, e a decisão de Trump já resulta em explosões de revoltas, tornando um acordo mais distante e elevando o nível de insegurança na região. Além disso, ao reconhecer a cidade como capital israelense, os EUA tomaram uma posição pró-Israel, inviabilizando seu papel como mediador nas conversações de paz.
Nem mesmo as ameaças de Trump de punir os países que votassem contra Washington evitaram a expressiva derrota da diplomacia americana, o que levou sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, a classificar a votação como um ataque à soberania do país. Com a derrota, a relação entre os EUA e a ONU chegam a seu pior momento, desde que Trump assumiu a Casa Branca. Em tom desafiante, Haley afirmou ainda que “os EUA terão sua embaixada em Jerusalém. Nenhum voto na ONU fará qualquer diferença”.
Na véspera da votação, Trump ameaçou os países que votassem a favor
da resolução da ONU sobre Jerusalém, afirmando que “eles recebem
centenas de milhões de dólares e até mesmo bilhões de dólares, e então
votam contra nós. Bem, estamos observando esses votos. Deixem eles
votarem contra nós. Iremos poupar muito”. O esforço para reduzir os
votos a favor da moção, mesmo por via da ameaça, revela o quão
expressiva foi a derrota na ONU para a diplomacia americana.
Segundo a moção de repúdio, qualquer decisão sobre o status de Jerusalém “não tem força legal, é nula e deve ser alcançada apenas por meio de um acordo de paz entre palestinos e israelenses”. Apenas nove países rejeitaram a moção: além de EUA e Israel, Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo. O Brasil, corretamente, condenou a declaração de reconhecimento.
Além da questão específica do conflito palestino-israelense, preocupam também os efeitos da decisão de Trump sobre a geopolítica do Oriente Médio como um todo, inclusive o papel de atores como Turquia, Rússia, Irã e Arábia Saudita, que se movimentam no crescente vácuo deixado pelos EUA, à medida que se isolam do mundo, em busca da grandeza perdida.
O Globo
De fato, a medida, segundo analistas políticos e especialistas em relações internacionais, caminha contra até mesmo a tradição diplomática americana de gestões anteriores — republicanas e democratas —, que tratavam Jerusalém como território internacional. A cidade tem papel crucial nas negociações de paz, e a decisão de Trump já resulta em explosões de revoltas, tornando um acordo mais distante e elevando o nível de insegurança na região. Além disso, ao reconhecer a cidade como capital israelense, os EUA tomaram uma posição pró-Israel, inviabilizando seu papel como mediador nas conversações de paz.
Nem mesmo as ameaças de Trump de punir os países que votassem contra Washington evitaram a expressiva derrota da diplomacia americana, o que levou sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, a classificar a votação como um ataque à soberania do país. Com a derrota, a relação entre os EUA e a ONU chegam a seu pior momento, desde que Trump assumiu a Casa Branca. Em tom desafiante, Haley afirmou ainda que “os EUA terão sua embaixada em Jerusalém. Nenhum voto na ONU fará qualquer diferença”.
Segundo a moção de repúdio, qualquer decisão sobre o status de Jerusalém “não tem força legal, é nula e deve ser alcançada apenas por meio de um acordo de paz entre palestinos e israelenses”. Apenas nove países rejeitaram a moção: além de EUA e Israel, Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo. O Brasil, corretamente, condenou a declaração de reconhecimento.
Além da questão específica do conflito palestino-israelense, preocupam também os efeitos da decisão de Trump sobre a geopolítica do Oriente Médio como um todo, inclusive o papel de atores como Turquia, Rússia, Irã e Arábia Saudita, que se movimentam no crescente vácuo deixado pelos EUA, à medida que se isolam do mundo, em busca da grandeza perdida.
O Globo
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