A
previsão era de um saldo positivo, mas o Caged revelou perda de 12.292 vagas em
novembro. O registro de trabalhadores formais, que vinha de uma série de sete
altas consecutivas, agora acumula a criação de 299 mil vagas em 12 meses. A
situação do mercado de trabalho já foi muito pior, mas permanece complicada.
No ano
passado, o fechamento de vagas com carteira assinada em novembro foi pior, de
116 mil; em 2015, naquele mês o mercado de trabalho havia fechado 130 mil
postos de trabalho formais. O cenário já foi pior do que o atual. Esse mesmo
indicador registrava, no acumulado em 12 meses até março de 2016, saldo
negativo de 1,8 milhão.
Mas o panorama permanece complicado. O dado
negativo de novembro lembra o ritmo dessa recuperação. Há sempre um resultado
negativo rondando os indicadores. A saída da crise é devagar. Depois desse
tropeço em novembro, em dezembro o dado muito provavelmente será negativo, como
costuma acontecer no Caged. O
comércio foi o único setor a fechar o mês passado com saldo positivo, de
68.602. Tanto a indústria de transformação quanto a construção civil e a
agropecuária fecharam mais de 20.000 vagas no mês.
O Caged
acompanha um universo de 38,5 milhões de pessoas com carteira assinada. É
apenas um pedaço do mercado de trabalho; na contagem do IBGE, o país tem algo
como 92,2 milhões de pessoas trabalhando. O que se vê, contudo, é que o emprego
não se recuperou completamente e não vai melhorar de maneira significativa nos
próximos meses. Ainda é cedo para constatar os efeitos da reforma trabalhista,
que começou a vigorar exatamente em novembro.
Coluna da Miriam Leitão - O Globo
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