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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O ataque de que Bolsonaro foi vítima pôs para circular bobagens conspiratórias para todos os gostos; também o bom sendo acabou agredido

É evidente que o ataque a Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora, em Minas, é lamentável.  

Não há ângulo possível que minimize a gravidade da coisa. Quais serão as consequências? Vamos ver. Um de seus filhos, o deputado estadual Flávio Bolsonaro, já anuncia a vitória no primeiro turno do candidato do PSL à Presidência. Não é a melhor coisa que um filho pode dizer diante de um pai gravemente ferido. Mas é a mais oportuna que um candidato ao Senado pode dizer sobre um presidenciável. Lamento o ataque. Lamento a exploração política do fato.
 Momento em que Bolsonaro leva uma facada em Juiz de Fora, em Minas
Já comentei e lastimei no rádio e na TV as teorias conspiratórias que circularam nas redes sociais ao longo desta quinta-feira. Antes que ficasse evidente a gravidade do ferimento, esquerdistas expressavam a certeza de uma ação à moda “Odorico Paraguaçu”, de “O Bem-Amado”, o prefeito de Sucupira que praticava atos de sabotagem contra a própria gestão para pôr a culpa da oposição. Não havia nenhum indicio disso a não ser o puro desejo de maldizer um adversário.

A extrema-direita, representada com muita propriedade pelos admiradores e partidários de Bolsonaro, faziam o contrário: o ataque seria, na verdade, uma urdidura de esquerdistas para impedir a vitória certa do mito. Tudo ficou pior quando veio à luz a, vamos dizer, “ficha partidária” de Adelio Bispo de Oliveira, o agressor. Fora filiado ao PSOL de Uberaba de 2007 a 2014. Assim, fechava-se o círculo da falsa evidência.

As duas hipóteses são ridículas. Uma agressão cometida naquelas circunstâncias, em meio a uma multidão, não tem como ser “controlada”. Ainda que a intenção fosse “machucar pouco”, o risco seria, por si, gigantesco. As imagens que vieram a público desautorizam qualquer possibilidade de uma tramóia.  Tivesse havido, certamente não teria contado com a anuência do agredido.

Da mesma sorte, descarta-se a “tramóia das esquerdas”. [no descarte da hipótese de uma tramóia das esquerdas, surge o espaço para o famoso:'há controvérsias'.
uma das principais características das esquerdas, deste Stalin ao presidiário de Curitiba, sempre vale: 'os fins justificam os meios'.]  Ora, atacar ou matar Bolsonaro por quê? Antes do ato tresloucado de Oliveira, o candidato do PSL era o adversário dos sonhos de todos os seus principais oponentes. A pesquisa Ibope informa que ele perderia a disputa num eventual segundo turno para Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Empataria tecnicamente até com o ainda desconhecido nacionalmente Fernando Haddad (PT): 37% a 36%. [pequeno registro: considerando um segundo turno - que não ocorrerá - entre o poste lulopetista e o covardemente esfaqueado Jair Bolsonaro.
O principal não é destacado: Bolsonaro ganhar no primeiro turno - opção que diante da covarde agressão sofrida pelo capitão (sabe-se lá com qual objetivo e no interesse de quem???) se torna real. ] Que interesse objetivo teriam as esquerdas na sua morte? Era o melhor adversário para ser derrotado.
Adelio Bispo Oliveira: ele não parece fazer parte de uma conspiração [esse cara tem muito o que contgar; é só questão de saber perguntar.]
 
Mais: note-se que a sua maior exposição ao público — fora da bolha da Internet, em que pululam fanáticos de todos os matizes — trouxe-lhe bem poucos votos: em duas semanas, ele oscilou de 20% para 22%, dentro da margem de erro. Mas a sua rejeição aumentou bastante: de 37% para 44%, que dizem não votar nele de jeito nenhum. Em segundo lugar no ranking negativo vem Marina Silva, mas muito abaixo: 28%.

Logo, tirar Bolsonaro no jogo por quê? Ao contrário! O melhor era que permanecesse. Sua crescente presença nos embates, fora da área de proteção da Internet, estava contando como massa negativa. Passou a ser um acréscimo que diminuía. Assim, as levianas teorias conspiratórias não fazem o menor sentido. Mas, claro!, têm muito apelo entre os incautos. Há mais.

Adélio Bispo de Oliveira, o agressor de Bolsonaro, que alguns querem ver como um perigoso esquerdista, está mais para um sujeito confuso. [tudo pode ser simulado - até mesmo: até mesmo ser um servente de pedreiro,  com curso superior.] Segundo testemunhos de familiares, sua sanidade mental deve ser investigada. Um membro de sua família afirmou à Folha que ela já chegou a ter um episódio de surto, sem dizer coisa com coisa.  Sim, Oliveira já foi filiado ao PSOL e recita mantras de esquerda, como a crítica à desnacionalização das empresas. Também já associou Bolsonaro a um asno. Desinformado, afirma que “a aprovação de Bolsonaro é maior entre os menos estudados, ou seja, só analfabetos e semianalfabetos votam em Bolsonaro”. É o contrário: a maior fatia do eleitorado do candidato do PSL está entre as pessoas com curso superior e mais endinheiradas. É justamente entre os pobres e os de escolaridade mais baixa que obtém seus piores índices.

Ele também enxerga uma conspiração da maçonaria, que controlaria empresas no Brasil. Esse viés paranóico já é bem típico da extrema-direita mais alucinada.  Há laivos evidentes, ora vejam, de bolsonarismo nas postagens de Oliveira. Ele é contra o Estado laico; quer que o Brasil seja declarado oficialmente cristão e publica textos e imagens hostis aos homossexuais, em especial contra a Parada Gay.  Assim, como se vê, a caricatura do agressor “esquerdista” não combina com as informações disponíveis sobre as suas perorações nas redes sociais. Nada sugere que tenha havido uma tramóia da extrema-esquerda para matar o deputado.

Todos os candidatos, por óbvio, lamentaram o episódio e repudiaram a violência e a intolerância. Bem, é o mínimo que se espera.  Dados os procedimentos adotados, é improvável que Bolsonaro consiga retomar a campanha de rua. Até onde se sabe, terá de ser submetido a uma nova cirurgia. A informação inicial, de que havia sido submetido a uma laparoscopia, estava errada. Ele passou por uma laparotomia exploradora, que consiste na abertura do abdômen. O procedimento foi necessário em razão da natureza das lesões: uma no intestino grosso e três no intestino delgado. Foi preciso recorrer ainda uma colostomia temporária, que é um coletor de fezes, que fica depositada numa bolsa.

A campanha de Bolsonaro nasceu e cresceu na Internet. Seu “agitprop” nas redes estará mais ativo do que nunca. E, como ficou evidente nesta quinta-feira mesmo, nem a UTI foi impedimento para que falasse a seu público: um vídeo seu, em que se mostra extremamente frágil, com voz fraca, virou objeto de culto entre seus fãs.
Mais “mito” do que nunca.

Blog do Reinaldo Azevedo


 

 

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