O que
todos afirmavam ser uma eleição imprevisível, a próxima para presidente da
República, começava pelo menos a ganhar contornos com a mais recente pesquisa
de intenção de voto aplicada pelo Ibope e divulgada na última quarta-feira. Os contornos
foram apagados pelo atentado contra a vida do deputado Jair Bolsonaro (PSL),
esfaqueado em Juiz de Fora, Minas Gerais, ali operado e recolhido ao leito de
um hospital. [Bolsonaro foi transferido para o Hospital Albert Einstein com quadro estável, chegou bem e está sendo avaliado por equipe multidisciplinar - mais detalhes abaixo.] A eleição virou uma mancha indecifrável, por ora.
No país
onde um presidente eleito (Tancredo Neves) começa a morrer na véspera de tomar
posse, e depois escala a rampa do Palácio do Planalto dentro de um caixão, tudo
pode acontecer, inclusive nada. [não ha a menor semelhança entre o quadro de Tancredo Neves e o de Bolsonaro.
Tancredo Neves com quase 90 anos e uma doença crônica mal cuidada.
Bolsonaro bem mais jovem, melhor forma física e lesões causadas por um atentado covarde.
De qualquer forma é recomendável evitar os 'professores doutores'.
O
general, vice de Bolsonaro, acha – ou melhor: diz ter certeza – que o atentado
foi cometido por um filiado do PT a serviço dos que pretendiam barrar o que
estava escrito nas estrelas. Bolsonaristas de raiz compartilham a mesma opinião
nas redes sociais. [tal de Adélio foi apenas um alienado útil aos interesses da maldita esquerda.
Está preso, será interrogado e quando começar a falar muita coisa será esclarecida - vale ter em conta que o comunismo, a esquerda e a corja lulopetista seguem sempre a regra que 'os fins justificam os meios'.]
João
Doria, que desertou do cargo de prefeito de São Paulo para se candidatar ao
governo, acha que o atentado garantiu a Bolsonaro um lugar no segundo turno.
Sob o anonimato, políticos de vários partidos acham que Bolsonaro poderá ser
eleito no primeiro turno. [a eleição no primeiro turno já estava garantida e a única forma de impedir que ocorresse (tentar) foi utilizada e com fé em Deus não vai funcionar.]
É cedo
para que se possa afirmar qualquer coisa. Bolsonaro lidera as pesquisas de
intenção de voto sem Lula. No momento, estava empenhado em manter sua tropa
unida. A ser bem-sucedido, já teria lugar assegurado no segundo turno com ou
sem atentado.
O
atentado deverá dar coesão às suas forças. Ele é o único candidato dispensado
daqui para frente a expor-se aos riscos de 30 dias de campanha. Os boletins
médicos e suas falas de leito serão suficientes para que siga sob a luz benigna
dos holofotes. Qual dos
seus adversários ousará atacá-lo no rádio, na televisão ou em qualquer parte?
Se o eleitor é refratário à pancadaria entre candidatos a um mesmo posto, tanto
mais será quando o alvo de críticas escapou da morte, mas não tem condições de
se defender.
Do ponto
de vista estritamente político, nem por encomenda um ato bárbaro beneficiaria
mais Bolsonaro como o atentado de ontem – camisa verde e amarela às vésperas do
dia 7 de Setembro, multidão a carregá-lo pelas ruas, celulares a registrarem
tudo. Quem
ainda não foi contaminado pelo discurso raivoso do “nós contra eles” nem pela
ideia de que bala (ou faca) resolve problemas, só pode desejar que Bolsonaro se
recupere logo, para o seu próprio bem, de sua família, dos seus amigos e
admiradores.
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