Bolsonaro conseguiu uma proeza: encolheu em três meses, e sem a ajuda da oposição. Seu derretimento é resultado de erros e confusões criadas no campo governista
Durou pouco a lua de mel de Jair Bolsonaro. A aprovação do presidente
caiu 15 pontos desde janeiro. O percentual de eleitores que consideram o
governo bom ou ótimo recuou de 49% para 34%, informou ontem o Ibope. É a
pior largada de um presidente eleito para o seu primeiro mandato desde a
redemocratização do país.
Bolsonaro conseguiu uma proeza: encolheu sem a ajuda da oposição. O
derretimento é resultado de erros e confusões criadas no campo
governista. O caso Queiroz, o laranjal do PSL, as trapalhadas dos
primeiros-filhos e os laços do clã com as milícias aceleraram o
desgaste. O presidente deu a sua cota com declarações desastradas e
caneladas virtuais. A aposta na polêmica rendeu frutos na campanha, mas
começa a mostrar limitações no exercício do poder. [felizmente nosso presidente por ter conseguido uma proeza fica fácil conseguir a segunda:
anular a primeira.
O atabalhoamento do inicio do seu governo substituiu, com relativo êxito, a falta de oposição.
A segunda proeza é apenas eliminar a confusão inicial e recuperar o prestígio - tarefa fácil, por inexistir oposição = alguns políticos, procurando aparecer mais do que o cargo que ocupam, buscando vos mais altos em 2002, tentam atrapalhar o presidente Bolsonaro, fingindo ser pró quando é contra, mas, serão neutralizados facilmente.
A próxima pesquisa apresentará números favoráveis ao capitão.
Cabe ter presente que o trecho destacado do último parágrafo, mostra que o resultado real da pesquisa está muito próximo do obtido no segundo turno - há uma tendência de queda, facilmente reversível. Depende EXCLUSIVAMENTE do nosso presidente realizar alguns ajustes em sua forma de governar = menos família, mais firmeza no que decide, mais trabalho = MAIS APOIO.]
A diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, diz que
Bolsonaro também alimentou a esperança de que resolveria problemas num
passe de mágica. “Como as coisas não mudam rapidamente, há um sentimento
de frustração”, observa. Ela vê risco de o presidente continuar
descendo a ladeira nos próximos meses. “A curva é perigosa”, alerta.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, ressalta outro dado da
pesquisa. O percentual de brasileiros que confiam em Bolsonaro caiu,
mas ainda é maior que o de eleitores que não confiam nele (49% a 44%).
Tirando os que não opinaram, a diferença é quase idêntica ao resultado
do segundo turno, quando o presidente venceu por 55% a 45% em votos
válidos. Os números são uma má notícia para a equipe econômica, que contava com a
popularidade do chefe para forçar as mudanças na Previdência. Agora
ficará mais caro convencer o Congresso a encampar a reforma, que vai
mexer com o bolso do eleitor.
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