É como pênalti no futebol: se é contra nosso time, é claramente uma má interpretação da jogada. Se é a favor, foi flagrante, indecente, bem marcado
É FATO que os supostos diálogos entre Moro e os procuradores foram obtidos através de crime cometido pelos violadores dos sigilos do atual ministro e dos procuradores - em português claro: pelo ladrão ou ladrões das informações existentes nos celulares ou mesmo nos servidores do Telegram.
A autoria deste ato criminoso, que é FATO, tem que ser investigada e as autoridades competentes já investigam.
Outro aspecto que precisa ser investigado é se o produto da invasão - alguns diálogos habituais e diversos - foi utilizado para montar, forjar outros tentando comprometer os proprietários dos celulares invadidos.
Aí já é outro crime - no mínimo falsificação - e deve ser investigado e os culpados devidamente processados.
Falta tipificar o crime cometido por quem divulgou as 'conversas'; visto que o Código Penal considera receber a qualquer título e pretexto, utilizar, obter vantagem de produto de roubo é, ainda no inicio da tipificação, crime de receptação.
Portanto, salvo engano - nos parece que o sigilo da fonte não elide o crime de receptação - o IntercePT deve explicações à Polícia.
É como pênalti no futebol: se é contra nosso time, é claramente uma má interpretação da jogada. Se é a favor, foi flagrante, indecente, bem marcado. E, como no caso do pênalti, há uma ínfima minoria que procura analisar os fatos à luz da lei. E que dizem os especialistas neutros? Há quem diga que sim, há quem diga que não. Depende do caro leitor: em quem confia mais?
Isso quer dizer que a questão será resolvida politicamente. Como Moro se mostrou capaz de resistir ao The Intercept e até de ser aplaudido num estádio — embora usasse camiseta do Flamengo em que aparecia por baixo sua gravata (estava também de paletó), embora seja razoável supor que não tivesse a menor ideia de quem era a bola — tudo acabe em pizza. No dia 30 haverá grandes passeatas bolsonaristas e ele estará blindado, ao menos até que Carluxo, o filho 02, implique com ele. Mas segurança total é uma ilusão.
Pesquisa favorável…
Na véspera do comparecimento de Moro ao Senado, saiu a pesquisa Ibope encomendada pela CLP —
Liderança Pública, grupo sem fins lucrativos cujo objetivo declarado é
contribuir para melhorar a vida dos brasileiros. Ao lado da CLP, há 77
entidades apartidárias, entre elas federações do Comércio e da
Indústria, e think-tanks do pensamento econômico liberal, como o
Instituto Millenium e o Instituto Mises. CLP e a rede de entidades têm
como objetivo divulgar, sob o nome Apoie a Reforma, a reforma da
Previdência; e estimular movimentos de cidadãos em favor de reformas
estruturais.Agora, a pesquisa: 82% são favoráveis a que a atual geração se esforce para garantir a aposentadoria às gerações futuras. E 45% defendem o sistema de capitalização, onde cada trabalhador forma um fundo individual que possa complementar, com seus rendimentos, o salário do aposentado. A proposta de reforma apresentada pelo Governo (e que pode ser mudada no Congresso, o que deve acontecer) tem o apoio de 44% dos pesquisados.
…mas cuidado
A pesquisa é favorável, mas é preciso levar em conta que os
pesquisados não têm como fazer a conta para saber se vão ou não ganhar
mais. Há ótimos economistas que fizeram a conta e concluíram que não há
como reformar a Previdência, ao menos agora, incluindo a capitalização.
Falta dinheiro.
O tamanho do rombo
A multibilionária Odebrecht, do grupo que mais vezes foi denunciado
em delações premiadas, cujo principal diretor (e herdeiro) foi preso por
um longo período, é multibilionária também em dívidas: quer recuperação
judicial (a antiga concordata) para negociar R$ 65 bilhões com seus
credores. A Odebrecht resistiu o quanto pôde a essa solução, mas teve de
recorrer a ela quando a Caixa Econômica Federal passou a executar as
garantias de suas dívidas. O problema não é apenas o montante dos
débitos: é a resistência de possíveis clientes futuros, impressionados
com o volume de más notícias que atingiu a empresa desde o início da
Operação Lava Jato.
Quem compra?
Simultaneamente, a
Odebrecht perdeu clientes como Cuba, Venezuela, Angola; esses clientes
também já não chegam ao BNDES. Tempos difíceis.
Transcrito do Blog do Augusto Nunes - Veja
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