Frei Chico, irmão do ex-presidente, teria recebido entre 2003 e 2015 uma ‘mesada’ da Odebrecht como forma de manter boa relação com o petista
De acordo com a denúncia, entre 2003 e
2015, Frei Chico recebeu R$ 1.131.333,12, por meio de pagamento pela
Odebrecht de “mesada” que variou de R$ 3.000 a R$ 5.000 e que era parte
de um “pacote” de vantagens indevidas oferecidas a Lula, em troca de
benefícios diversos obtidos pela Odebrecht junto ao governo federal.
Frei Chico – que é sindicalista e teria
sido responsável por levar Lula ao movimento sindical – iniciou, segundo
os procuradores, uma relação com a Odebrecht ainda nos anos 1990,
quando estava em curso o Programa Nacional de Desestatização, que sofreu
forte resistência dos trabalhadores do setor petroleiro, ao qual o
irmão de Lula é ligado. No total, segundo o MPF, 27 químicas e
petroquímicas estatais federais foram vendidas.
[aos católicos: o codinome de Frei Chico, usado pelo irmão do presidiário Lula e futuro presidiário, não tem nada a ver com a Igreja Católica Apostólica Romana;
no esquerdismo, comunismo, lulopetismo e outros ismos formados por ateus, é comum o uso de codinomes da hierarquia católica, exatamente para dar credibilidade a elementos que pretendem aplicar golpes e trair o Brasil.
Existe no Brasil alguns ex-padres - felizmente, poucos - que apesar de expulsos da Igreja Católica continuam usando o título eclesiástico para enganar incautos.]
Ainda de acordo com a denúncia, a Odebrecht
vinha tendo problemas com os sindicatos e Emilio Odebrecht, então
presidente da companhia, buscou uma aproximação com Lula, que teria
sugerido a contratação do irmão como consultor para intermediar um
diálogo entre a Odebrecht e os trabalhadores. Frei Chico, neste contexto, foi contratado e
passou a ser remunerado por uma consultoria efetivamente prestada para a
Odebrecht junto ao meio sindical. Em 2002, com a eleição de Lula, a
Odebrecht entendeu por bem rescindir o contrato da consultoria prestada
por Frei Chico, até porque, na época, a privatização do setor
petroquímico já havia se consolidado e os serviços que ele prestava não
eram mais necessários. Contudo, decidiu manter uma “mesada” ao irmão do
presidente eleito, visando manter uma relação favorável aos interesses
da companhia. Os pagamentos começaram em janeiro de 2003, no valor de R$
3.000, em junho de 2007 passaram a ser feitos de R$ 15.000 a cada três
meses (R$ 5.000 por mês), e cessaram somente em meados de 2015, com a
prisão de Alexandrino pela Lava Jato.
O MPF aponta que, ao contrário do que
acontecia com a remuneração pela consultoria prestada por Frei Chico até
2001, a “mesada” que começou a receber em 2002 era feita de forma
oculta, por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht,
responsável por processar os pagamentos de propina feitos pela
companhia. Ainda de acordo com a denúncia, os pagamentos eram feitos em
dinheiro pessoalmente por Alexandrino para não haver risco de exposição
de Lula.
Os pagamentos foram autorizados por Emílio, segundo a força-tarefa, e
mantidos por Marcelo, mesmo com o término do segundo mandato de Lula,
em 2010. De acordo com a denúncia, os pagamentos a Frei Chico eram
feitos em razão do cargo de presidente da República, então ocupado por
Lula e, assim como outras vantagens por ele recebidas, visavam a
obtenção, pela empresa, de benefícios junto ao governo federal. Como
exemplo do interesse da Odebrecht em manter boa relação com Lula,
Marcelo Odebrecht, em seu depoimento, lembrou que a Petrobras poderia
atrapalhar seus negócios no setor petroquímico desequilibrando, de
diversas formas, o mercado ao favorecer uma empresa em detrimento de
outra.
Em seu interrogatório, Frei Chico admitiu
que recebeu pagamentos da Odebrecht, alegando, em sua defesa, que as
consultorias que prestava continuaram depois de 2003. Porém, mesmo dada
oportunidade, segundo o MPF, não apresentou quaisquer provas nesse
sentido. Os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa têm pena de 2 a
12 anos de prisão e multa. Na modalidade continuada, as penas podem ser
aumentadas de um sexto a dois terços. Ou seja, se condenados, Lula e
Frei Chico poderão receber sentenças de 2 anos e 4 meses a 20 anos de
prisão.
Leia aqui a íntegra da denúncia.
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