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terça-feira, 12 de novembro de 2019

QUARTELADA NA BOLÍVIA - Bernardo Mello Franco

O Globo

Ao apoiar golpe, Brasil perde chance de mediar crise na Bolívia

O general Williams Kaliman "sugere" a renúncia de Evo Morales na Bolívia
O general Williams Kaliman "sugere" a renúncia de Evo Morales na Bolívia Reprodução de TV
[NÃO houve golpe na Bolívia. A sugestão dos militares foi motivada pelo estado de desordem total naquele  País, tornando necessário um FREIO DE ARRUMAÇÃO.
Morales apesar da infeliz ideia de se perpetuar no poder, teve o bom senso de acatar a sugestão oportunamente apresentada - a renúncia, espontânea, tira os fundamentos de qulaquer argumentação de que houve golpe.
A esquerda, felizmente, pede espaço em todo o mundo e o cocalero Morales pretendia manter um governo de esquerda tornando necessário a realização de ajustes e coube aos militares intervir para o restabelecimento da ordem pública.
 
Oportuno lembrar que foi Evo Morales que em seu primeiro governo colocou Lula e o Brasil de "quatro", quando expropriou duas refinarias da Petrobras em território boliviano.]

O retorno da quartelada
Para quem sonha com quarteladas, foi um domingo e tanto. De uniforme camuflado, o chefe das Forças Armadas convocou as emissoras de TV para ler um ultimato. Cercado por outros generais de farda, “sugeriu” a renúncia imediata do presidente.
A derrubada de Evo Morales foi um golpe de Estado clássico. Mais um na longa história de conspirações militares e rupturas institucionais na Bolívia.

Líder dos cocaleiros, Morales foi o primeiro indígena a governar o país. Eleito em 2005, nacionalizou a exploração de gás e reduziu a pobreza quase à metade. Em sua gestão, a economia cresceu ao ritmo de 5% ao ano. Enfeitiçado pela popularidade, o presidente flertou com o caudilhismo e tentou se perpetuar no poder. Neste ano, ignorou um referendo popular e se lançou ao quarto mandato consecutivo. A disputa foi marcada por denúncias de fraude e apelos por uma nova votação.

Morales se declarou vencedor, mas não teve sossego. Por três semanas, as ruas foram tomadas por protestos. O empresário Luis Fernando Camacho despontou como líder de uma oposição mais radical, apoiada por milícias e igrejas evangélicas. Após a renúncia forçada, ele invadiu o palácio presidencial com uma Bíblia na mão. Pressionado pela OEA, o presidente já havia aceitado convocar novas eleições quando foi ejetado do cargo. O governo brasileiro festejou a deposição. [natural que a renúncia do Morales agradou ao governo brasileiro - nenhum país gosta de ter em suas fronteiras um governo de esquerda.
A tendência normal é da neutralização total do esquerdismo na América Latina.] O chanceler Ernesto Araújo tuitou que não houve “nenhum golpe”. Jair Bolsonaro aproveitou para martelar sua pregação pelo voto impresso, apesar de a Bolívia usar cédulas de papel.  Ao apoiar a quartelada, o Brasil perdeu as condições de mediar outra crise explosiva, que pode degringolar numa guerra civil na nossa fronteira. Mais um feito da antidiplomacia bolsonarista.

Bernardo Mello Franco, jornalista - Blog em O Globo

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