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quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Um general de maus bofes - VEJA - Blog do Noblat

À direita de Bolsonaro


Se o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, pode chamar a ex-presidente Dilma de terrorista porque ela fez parte de uma organização armada que enfrentou a ditadura de militar de 64, ele, o general, poderia ser chamado de torturador só porque oficiais do Exército, à sua época, torturaram presos políticos. 
[há um consenso que as supostas arbitrariedades praticadas pelo Governo Militar, ocorreram entre 1967 a 1974 - quando se iniciou a abertura lenta e gradual do presidente Ernesto Geisel  - o general Heleno, graduou-se na AMAN, em 1969, na condição de  aspirante-a-oficial de cavalaria, o que o coloca na condição de contemporâneo de eventuais torturadores, sem nenhuma ascendência sobre os que, eventualmente, executaram ações enérgicas e alguns chamam de tortura.

Dilma, era guerrilheira ativa, envolvida em várias mortes -  integrante da VAR-PALMARES, de uma das mais sanguinários e covardes organização terroristas - entre elas o covarde assassinato do soldado MARIO KOZEL FILHO.
A diferença entre ENVOLVIMENTO e CONTEMPORANEIDADE é imensa.]

Em 1972, por 3 votos contra 2, Dilma foi condenada a um ano de prisão pela Auditoria da 4ª Circunscrição Judiciária Militar de Juiz de Fora, acusada de crimes contra a segurança nacional. Antes disso ficara presa por três anos e fora torturada. À ditadura de 64, a Comissão Nacional da Verdade atribuiu a morte e o desaparecimento de 434 pessoas .[a comissão nacional da INverdade, sumiu no lixo da história, já que seu relatório é uma mentira, um amontoada de estórias.]
 
Em bate-boca, ontem, em uma comissão da Câmara, com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), o general Heleno irritou-se por ela ter-lhe perguntado por que não criticara a declaração de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) favorável à edição de um “novo Ato Institucional nº 5”, que fechou o Congresso em 1968 e tirou a máscara da ditadura de 64.  Heleno recusou-se a criticar Eduardo. E cobrado pela deputada, retrucou asperamente: “A senhora vai me torturar pra eu falar?” Em seguida, explicou que para ele o golpe de 64 foi uma espécie de contrarrevolução para evitar que o Brasil se tornasse tão comunista quanto era Cuba. “Há duas visões da História do Brasil”, observou.

Pode haver até mais. Mas fato é tudo aquilo que aconteceu e que pode ser provado. E o que aconteceu foi que os militares, em março de 1964, a pretexto de abortar um golpe comunista, puseram os tanques nas ruas, rasgaram a Constituição, depuseram um presidente [comunista.] eleito, e ficaram no poder durante 21 anos. É fato. Saíram quando a ditadura fez água.
 
Não é uma questão de lado, de visões contrárias da História, de pontos de vista. É simplesmente a verdade. Relativizar a verdade como fez o general ou dizer que cada um tem a sua. pode até animar uma discussão, mas não passa de argumento chinfrim para enganar os tolos ou os mal informados.

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