Nick Cohen, em What’s Left (2007), já
mostrava que a esquerda, no mundo todo, aliava-se a movimentos e
governos totalitários e fascistas. Com efeito, comunismo, nazismo e
fascismo são trigêmeos univitelinos. Quando Porto Alegre acolhia a
fogosa militância dos Fóruns Sociais Mundiais (2001 a 2005), a cidade
era adornada com pichações que davam vivas a Saddam e ao terrorista
Arafat. Alegorias de mão louvando os ícones dos totalitarismos do século
passado dominavam a paisagem nas ruidosas passeatas que promoviam. E
não há silêncio maior do que o da esquerda em relação aos crimes dos
irmãos Castro, a construção totalitária de Hugo Chávez e sua
amplificação sob Nicolás Maduro. Nada que façam extrai sequer um
murmúrio de protesto. [ao contrário - além do apoio incondicional prestado ao Chávez pelo perda total e a corja que forma sua maioria, a atual presidente do perda total = pt, continua apoiando o tirano Maduro.]
O que leva jovens idealistas a entrarem numa canoa com tantos furos no casco, tão incompatível com ideais elevados?
Resposta: a arapuca. Ela consiste em:
1. apontar os problemas constatáveis em sociedades de livre iniciativa, de economia de empresa, de capitalismo, enfim;
2. apresentar como resposta a esses problemas os mais consensuais e nobres anseios da humanidade; e
3. denominar esses anseios de socialismo ou comunismo.
É a ternura em estado puro, não endurecida. Nessa retórica, passa sem qualquer menção o fato de suas experiências, malgrado terem mantido bilhões de pessoas em sucessivas gerações sob servidão totalitária, não produziram uma única democracia, uma economia que se sustentasse e um estadista de respeito.
A arapuca, portanto, consiste em
comparar coisas desiguais, ou seja, a experiência real e muito mais bem
sucedida das sociedades livres, nas quais obviamente persistem
problemas, com a fantasia do paraíso descrito no falatório esquerdista.
Em regra, quem arma essa arapuca é um manipulador que confia na
ingenuidade alheia. No entanto, só se pode comparar coisas de fato
confrontáveis, ou seja, cada doutrina com sua prática, ou doutrina com
doutrina e resultado com resultado. E aí não tem nem graça.
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
O que leva jovens idealistas a entrarem numa canoa com tantos furos no casco, tão incompatível com ideais elevados?
Resposta: a arapuca. Ela consiste em:
1. apontar os problemas constatáveis em sociedades de livre iniciativa, de economia de empresa, de capitalismo, enfim;
2. apresentar como resposta a esses problemas os mais consensuais e nobres anseios da humanidade; e
3. denominar esses anseios de socialismo ou comunismo.
É a ternura em estado puro, não endurecida. Nessa retórica, passa sem qualquer menção o fato de suas experiências, malgrado terem mantido bilhões de pessoas em sucessivas gerações sob servidão totalitária, não produziram uma única democracia, uma economia que se sustentasse e um estadista de respeito.
Após um
século de insucessos, os seus modelos acumulam cem milhões de cadáveres e
disputam com a peste do século XIV o troféu universal da letalidade. É a
dureza sem ternura.
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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