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sábado, 29 de fevereiro de 2020

Relembrando o passado: UnB outra vez tomada de assalto

Esta matéria foi publicada originalmente na edição de 30 de agosto de 1968 do Correio. Sua republicação faz parte do projeto Brasília Sexagenária, que até 21 de abril de 2020 trará, diariamente, reportagens e fotos marcantes da história da capital. Acompanhe a série no site especial e no nosso Instagram

[Relembrar o passado é sempre bom e muitas vezes, didático.
A UnB, nos dias atuais, é um verdadeiro caso de polícia. A desnecessária autonomia universitária, facilita a ação de criminosos, prevalecendo traficantes,  dentro da suposta 'área de embaixada' daquela Universidade.]

A Universidade de Brasília foi invadida, na manhã de ontem, por tropas da Polícia Militar do DF, Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia do Exército e agentes à paisana do DOPS que, utilizando bombas de gás lacrimogêneo, metralhadoras, bazucas, revólveres e cassetetes cercaram o “campus” universitário e retiraram das salas de aulas todos os professores e alunos, sendo êstes levados de mãos levantadas, a quadra de esportes da UnB para se submeterem a triagem.
Jato d'água é usado pela polícia para conter manifestantes estudantis (foto: Arquivo/CB/D.A Press)

Utilizando cêrca de 50 viaturas e choques policiais, as tropas penetraram na Universidade exatamente às 10 horas, ao mesmo tempo em que bloqueavam todas as suas vias de acesso, impedindo a entrada e saída dos estudantes, que correram para todos os os lados, quando foram surpreendidos, durante as aulas, pela invasão. 

Não se sabe ao certo o número de estudantes presos, mas entre eles está o Presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília, Honestino Monteiro Guimarães que, juntamente com mais outros estudantes, estão com prisão preventiva decretada pela Auditoria da 4a. Região Militar. 
Imediatamente após a invasão da UnB por todo o dispositivo policial do Distrito Federal, cêrca de 15 parlamentares, entre senadores e deputados, se dirigiram ao recinto da Universidade, protestando contra o ato, mas a maioria dêles foi proteger seus próprios filhos, que seriam submetidos à triagem da polícia. 

Reitor
O General Dionísio, comandante das operações policiais, diante dos protestos dos deputados e senadores, que tentaram impedir fossem cêrca de 500 alunos de Medicina, Engenharia e do Instituto Central de Ciências cercados na quadra de esportes, reuniu os parlamentares no interior de um veículo da Câmara, explicando que o Reitor Caio Benjamin Dias teve ciência de que as autoridades iriam prender os líderes estudantis que estão com prisão preventiva decretada. O Reitor da UnB viajou ontem para a Guanabara.

O general informou ainda aos parlamentares que o motivo da medida tomada pelas autoridades policiais foi agravado, por que o Coordenador do Instituto Central de Artes mandou imprimir, na Gráfica da UnB, panfletos concitando os estudantes a reagirem, e ainda porque os universitários fizeram reunião sexta-feira última, no auditório Dois Candangos, com a presença do Presidente da UNE, Luís Travassos, ocasião em que os universitários pronunciaram vários “discursos subversivos”.

Início
De revólveres em punho, em três viaturas, agentes do DOPS penetraram no recinto do “campus”, em frente à Reitoria, prendendo todos os que se encontravam no interior da sede da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília, inclusive seu presidente Honestino Guimarães, que, aos gritos de socorro, despertou a atenção dos demais estudantes.

No Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA

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