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sábado, 22 de fevereiro de 2020

Governo fardado - Capitão quer mostrar que os generais podem garanti-lo no poder

O capitão reformado Jair Bolsonaro tem nove dos 22 ministérios ocupados por militares, enquanto o primeiro presidente da ditadura militar de 64, o general Castello Branco, tinha apenas cinco: o mandatário deseja mostrar que os generais podem garanti-lo no poder

Os militares aquartelaram-se na chefia da nação e tomaram de assalto os quatro ministérios instalados no Palácio do Planalto, auxiliando o capitão reformado Jair Bolsonaro a refundar o governo. Se no primeiro ano de mandato quem dava as cartas era a ala ideológica comandada por Olavo de Carvalho, forçando o presidente a esticar a corda pelas demandas na área de costumes — o que jogou-o no pantanoso terreno das ideias da extrema-direita —, nessa nova fase os militares empurraram o presidente para a montagem de um primeiro escalão formado por integrantes das Forças Armadas.
QG MILITAR Bolsonaro deu um cavalo de pau no governo ao trocar a força da ala ideológica pelo poder dos generais (Crédito: DIDA SAMPAIO)


[A escolha de ministros é da competência do presidente da República - o marechal Castello Branco, preferia cinco ministros, o total de ministérios do seu governo era menor, proporcionalmente há equidade com o atual.
Sem esquecer que os três comandantes militares não são ministros, devido uma manobra do FHC.
Nem sempre um número,  apressadamente, considerado elevado de  militares no primeiro escalão de um governo significa ditadura - os militares ocupam os ministérios por competência.]

Convenceram o presidente que apenas com a disciplina obtida nas casernas o governo conseguirá se reinserir no caminho da eficiência administrativa, para o mandatário perseguir o objetivo da reeleição. Bolsonaro constatou que os ministros políticos que ocupavam o Palácio, como Onyx Lorenzoni (Casa Civil), estavam mais preocupados em usar a máquina para atingir seus interesses pessoais — ele é candidato a governador do Rio Grande do Sul — do que trabalhar pelo fortalecimento de sua candidatura em 2022. Ao se cercar de generais quatro estrelas, o presidente demonstra aos políticos que também está se blindado contra eventuais tentativas de golpe ao seu governo ou até para desarmar um eventual processo de impeachment, como alguns parlamentares já começam a urdir. Os generais do gabinete fardado mostraram ao presidente, sem tergiversar, que ele vem perdendo gradativamente o apoio das bases que o levaram ao poder. No Parlamento, até os aliados de primeira hora, como os integrantes do PSL, viraram seus adversários. Os policiais que ajudaram-no a se eleger, mostram-se decepcionados por não terem conseguido aumentos. Os ruralistas já não estão com o governo e os lavajatistas ficaram inconformados com a fritura do ministro Sergio Moro. Até mesmo os governadores, que sempre lhe hipotecaram apoio, acabam de lhe declarar guerra.

Ao colocar o ex-interventor da Segurança do Rio, Walter Souza Braga Netto, no lugar de Onyx, o presidente deu um recado inequívoco de que deseja formar em torno de si uma redoma de militares como vacina contra os políticos. Por isso, apressou-se em indicar para a Casa Civil um general que ocupava a chefia do Estado Maior do Exército, escalando-o para coordenar o trabalho de todos os 22 ocupantes da Esplanada dos Ministérios, tarefa para a qual o antecessor mostrou-se incapaz. Ele veio também para “enquadrar” os ministros civis. 



O mandatário sabe muito bem que os militares tradicionalmente não têm pretensões eleitorais e sempre estão dispostos, por formação, a arregaçar as mangas para que o governo resolva os principais desafios, sobretudo reduzir as desigualdades sociais. E, melhor, eles não têm a pecha da corrupção. Têm as fichas limpas e são dotados de currículos com trabalho comprovado pelo bem da nação. Além do mais, a maioria dos ministros ideológicos, e todos civis, demoram para entregar melhorias em suas pastas, como é o caso de Abraham Weintraub (Educação), que continua na corda bamba.

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O preferido

Esses generais que chegam agora ao Palácio do Planalto vão se somar aos demais auxiliares diretos do presidente que transformaram o primeiro escalão em um Quartel General – QG, como se diz no jargão militar, sempre sob a batuta dos generais Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). Ramos é amigo de Bolsonaro há 40 anos, desde os tempos em que os dois compartilhavam o carro para ir trabalhar no Exército no Rio, e foi ele o arquiteto dessa guinada militarizante. Heleno também contribuiu, pois ele nunca deixou de ser um dos mentores do presidente. É um dos poucos que lhe fala as coisas mais duras, que os outros assessores não têm coragem de dizer. Mas, certamente, o ministro militar preferido de Bolsonaro, que é considerado quase um membro de sua família, como o próprio presidente afirma, é o major da PM Jorge Oliveira (Secretaria-Geral). O major Jorginho, como Bolsonaro o chama, é filho de Jorge Francisco, morto em abril de 2018, mas que foi seu chefe de gabinete durante a maior parte dos 28 anos em que ele exerceu o mandato de deputado federal. Francisco foi suspeito, inclusive, de comandar um esquema de “rachadinha” no gabinete do antigo deputado e hoje presidente. Por isso, Bolsonaro respeita cegamente suas opiniões. Admira tanto que pensa em indicá-lo para uma das vagas do Supremo Tribunal Federal (STF), dando um “passa-moleque” em Sergio Moro.

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