Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Cid Gomes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cid Gomes. Mostrar todas as postagens

domingo, 29 de julho de 2018

Rola a primeira cabeça coroada do PT

Foi no Ceará. E a ordem partiu de Lula.


O senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso

Outras cabeças do PT deverão rolar até o próximo dia 5 quando se encerra a temporada de convenções para a escolha dos candidatos às próximas eleições. Mas a primeira foi a do senador José Pimentel (PT-CE), oferecida por seu próprio partido para atrair o apoio do senador Eunício Oliveira (PMDB) à candidatura à reeleição do governador Camilo Santana (PT).

A ordem partiu do cárcere de Curitiba que hospeda há mais de 110 dias o ex-presidente Lula. E foi docilmente obedecida, por 200 votos contra 70, pela seção cearense do PT.
Eunício, assim, garantiu uma vaga na chapa de Camilo, embora sua reeleição para o Senado esteja ameaçada. E Pimentel, que foi ministro de Lula e é amigo dele, uma aposentadoria precoce.

Será no palanque de Camilo que Ciro Gomes, candidato do PDT a presidente da República, subirá para fazer campanha no seu Estado. Mas ele já vetou a companhia de Eunício.  Recentemente, Cid Gomes, irmão e coordenador da campanha de Ciro a presidente, ameaçou lançar-se candidato ao governo do Ceará se Camilo insistisse em se aliar com Eunício. A ver.

Enquanto isso…
Se o PSB der seu tempo de televisão para o PT de Lula ou do seu eventual substituto, o PT entregará mais uma cabeça – a da vereadora Marília Arraes, candidata ao governo de Pernambuco.  Caso a candidatura de Marília seja mantida, quem perderá a cabeça será o senador Humberto Costa (PT-PE). Costa só terá chances de se reeleger se o PSB aliar-se ao PT.

Blog do Noblat - Veja 


quarta-feira, 24 de junho de 2015

As mentiras de Dilma Rousseff e o que ela diz (sem querer) com gestos e caretas



As expressões da presidente em discursos públicos revelam verdades, mentiras e sentimentos que a petista, a esta altura da política, já deveria ter aprendido a controlar
Duas campanhas eleitorais, intensivos treinamentos para encarar imprensa, oponentes e partidos, quatro anos como presidente, e ainda há duas Dilmas Rousseffs: a que fala com palavras e a que fala com gestos e caretas. A segunda, por vezes, contradiz a primeira.
 As várias faces de Dilma (Foto: Agência Brasil e Palácio do Planalto)

ÉPOCA contou com dois especialistas em linguagem corporal – Giovanni Mileo, com experiência em marketing político, e Paulo Sergio de Camargo, autor dos livros Linguagem Corporal Não Minta Para Mim! Psicologia da Mentira e Linguagem Corporal – para analisar o que a presidente diz por meio de microgestos: pequenas expressões da face e do corpo que confirmam ou desmentem falas e exibem sentimentos que não deveriam se tornar públicos.

 As faces de Dilma Rousseff: fenda em "U" aos lados das narinas revelam desprezo, e cantos da boca caídos, tristeza (Foto: Reprodução / YouTube)

Voltemos a 28 de janeiro, quando a petista reuniu ministros para a primeira reunião oficial do segundo mandato e lhes pediu para "travar a batalha da comunicação". "Quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: não é verdade. Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los", discursou Dilma. Note que a petista (0:17 do vídeo abaixo), por um instante, olha para baixo e põe a língua para fora. Olhar para baixo e fechar os olhos indica uma possível mentira. Por a língua para fora, um desconforto, algo como "quero sair daqui". Seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte seriam benefícios trabalhistas enxugados depois disso.
 VÍDEO:  Dilma convoca ministros a rebater informações inverídicas 

Não quer dizer que a presidente se desminta sem querer toda vez que fala. Em 19 de março, Dilma deu entrevista a jornalistas logo depois que Cid Gomes aprontou na Câmara e desistiu de ser ministro da Educação. A imprensa especulava que a petista estivesse iniciando uma reforma ministerial com apenas três meses de mandato. O assunto a desagradava. Ao encarar repórteres, quando lábios se afinam e os cantos da boca se contraem, há um sinal de raiva contida. Depois mostra as palmas das mãos enquanto diz que "não tem perspectiva de alterar nada nem ninguém". É um gesto de quem fala a verdade. Dilma voltou a mostrar a palma  quando dizia que "reforma ministério é uma panaceia, não resolve problemas". Reforma, de fato, não houve.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Renato Janine Ribeiro é o novo ministro da Educação - Era ruim. Vai ficar pior

Cargo que estava vago desde a semana passada, quando Cid Gomes pediu demissão

A presidente Dilma Rousseff escolheu, nesta sexta-feira, o filósofo Renato Janine Ribeiro para comandar o Ministério da Educação, cargo que estava vago desde quarta-feira da semana passada, quando Cid Gomes pediu demissão. A posse do novo ministro será no dia 6 de abril.
 
O novo ministro já fez várias críticas à presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao GLOBO no último dia 7, Ribeiro afirmou que a maior parte do ministério “é fraca. Apesar de ter declarado voto na petista, ele disse ter se sentido “enganado” em relação ao modo de Dilma governar.

Leia a íntegra da nota:
“A presidenta da República Dilma Rousseff convidou nesta sexta-feira (27) o professor doutor Renato Janine Ribeiro para assumir o cargo de ministro da Educação."
A posse do novo ministro será no dia 6 de abril.


Perfil
Renato Janine Ribeiro tem formação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestrado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne, doutorado pela USP e pós-doutorado pela British Library. É professor titular de Ética e Filosofia Política da USP.

Tem 18 livros editados, além de inúmeros ensaios e artigos em publicações científicas. Em 2001, recebeu o prêmio Jabuti de melhor ensaio. O novo ministro foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1993-1997), do Conselho da SBPC (1997-1999), secretário da SBPC (1999-2001) e diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) (2004-2008). Além disso, atuou como membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP e é membro do Conselho Superior de Estudos Avançados da FIESP”.

'Não vamos bem de líderes', disse Renato Janine Ribeiro sobre Dilma, Aécio e Marina

Considero que na situação que estava foi o melhor voto. Mas isso não quer dizer que eu esteja satisfeito. Me sinto enganado no sentido em que houve um compromisso implícito de que ela mudaria o estilo de governo, ia parar de governar pela braveza e ia começar a dialogar mais e a delegar mais. Esse para mim era um compromisso que ela cumpriu de maneira muito limitada na medida em que nomeou um ministro que ela praticamente não pode mandar embora, que é o Joaquim Levy. Com ele, eu suponho que ela não grite. A maior parte do ministério é fraca, com honrosas exceções. Ela tem uma imagem de quem dialoga e delega pouco e isso não é uma boa imagem para um presidente na democracia — declarou ao GLOBO.


terça-feira, 24 de março de 2015

Larguem o osso



Quem está a favor de Dilma? Não é o MST, nem os sem-teto, nem os caminhoneiros, nem os professores
Todos vocês aí, achacadores, picaretas, ladrões, corruptos. Larguem o osso. Todos. Larguem os milhões de dólares desviados do povo, da educação, da moradia e da saúde. Devolvam (para quem mesmo?) as propinas das consultorias fantasmas. Entreguem as obras de arte das lavanderias secretas. Suspendam o aumento vergonhoso do fundo partidário, que acaba de passar de R$ 372 milhões para R$ 867 milhões – um “presente” da União para os partidos políticos.

Por enquanto, a grana está voando e, junto com ela, os empregos e as ilusões de gente honesta, os trabalhadores brasileiros – os patos do “pacto” do PT, que não conseguem nem receber o seguro-desemprego.

Quem está a favor de Dilma Rousseff, de verdade? Não são as centrais sindicais. Não é o MST. Não são os sem-teto urbanos nem os caminhoneiros ou os professores. O PSDB também não, mas os tucanos não precisam dar um pio. O panelaço está a cargo do PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

Não apoiam Dilma os setores do PT envergonhados com o massacre ao tesoureiro Vaccari Neto, cujo nome surge na boca de tantos delatores como receptor de propina para o Partido dos Trabalhadores. Vaccari está em agonia lenta, como foi a de Graça Foster na Petrobras. Todo mundo sabe que Vaccari vai cair e a vaca vai tossir.

Quem aplaude Dilma de coração aberto? Segundo o DataFolha, 62% acham seu governo ruim e péssimo. Não é a classe média que apoia Dilma. Não é a burguesia. Não são os desempregados. Não são os empresários. Não é a esquerda nem a direita. Nunca foi o Zé Dirceu, ou alguém duvida? O Zé Dirceu é aquele companheiro que fez vaquinha on-line para pagar R$ 971.128,92 à Justiça no mensalão.
Agora se soube que sua firma de consultoria ganhou R$ 29 milhões em oito anos.

Se quem apoia Dilma é o clã dos Gomes, a presidente está em maus lençóis cearenses. A demissão folhetinesca do ministro da Educação Cid Gomes só ocorreu porque a presidente está mais fraca do que nunca. Cid chamou de achacador o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – um dos 35 legisladores investigados no petrolão. Em novembro, Ciro Gomes, irmão de Cid, já havia dito que Cunha era “o picareta-mor”. Em 1993, na oposição, Lula denunciara “os 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses no Congresso”. Notícia velha. Mas, vindo publicamente de um ministro, pareceu roteiro para abalar o Planalto.

Triste país este, obrigado a achar que Cid Gomes – o mesmo que contratou Ivete Sangalo por R$ 650 mil para inaugurar um hospital em Sobral, no Ceará – tem certa razão. O Planalto cedeu ao ofendido Eduardo Cunha o privilégio de anunciar a queda do ministro da pátria educadora. Disse Cunha: “Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes”. Comunicamos a Cunha que ele se repetiu demais na curta fala.

Se quem segura Dilma no colo é um Levy estranho ao ninho de Falcão, o ajuste é hoje, para a presidente, muito mais que fiscal. Dilma perdeu o chão, o discurso, a confiança dos aliados, de Lula e de grande parte de seus eleitores, preocupados com a recessão e o desemprego. Só lhe resta pedir “trégua”, “tolerância” e “pacto”.

Dilma temia as manifestações de 15 de março. Mas apenas por desconhecer o que viria depois. Há uma enorme panela de pressão acesa em sua cozinha, assobiando sem parar, com receitas de crises diárias produzidas por seu próprio governo. A semana passada foi indigesta para a presidente. Nem é preciso continuar a dieta, porque o cenário faz perder o apetite.

O emprego formal caiu, foi o pior fevereiro em 16 anos.
As greves pipocam de todo lado. No Rio, o desempregado e morador de rua Diógenes Antunes Faria vende por R$ 30 um lugar na fila do seguro-desemprego. Dorme em frente à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. Se quase ninguém apoia Dilma, vamos chamar os soldados, os robôs, a guerrilha. Certo? Errado. Um documento da Secretaria de Comunicação do Planalto diz que a comunicação do governo é “errada e errática” e que “a militância se sente acuada pelas acusações e desmotivada por não compreender o ajuste na economia”. Solução? A Secom recomenda: uma “guerrilha política”, com “munição vinda de dentro do governo, mas para ser disparada por soldados fora dele”. Uau. Dilma se disse “perplexa”. E nós?

Enquanto o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que a baixa popularidade de Dilma é “fotografia do momento”, o país continua aterrorizado com a série infinita de denúncias. Alguém acredita no pacote anticorrupção ou nos benefícios de uma reforma ministerial? No Brasil, não existe mea-culpa. A culpa é sempre dos outros. Vocês aí, todos, larguem o osso.

Fonte: Revista Época – Ruth de Aquino

sábado, 21 de março de 2015

Especulação ou mais uma tragédia que se avizinha? eleição de um Gomes - os cearenses de Pindamonhangaba - SP - SP


No clã Gomes, sai Ciro e entra Cid como candidato a presidente em 2018

Cid Gomes saiu do Ministério da Educação “atirando” contra o Congresso

Nas redes sociais, seu nome foi associado a adjetivos como “herói” e “corajoso” [qualquer político que aceitou, ainda que por poucos dias, servir a um governo do PT, conspurcou pelo resto de sua existência o seu nome e sua carreira política.]
O episódio da saída espalhafatosa do Ministério da Educação teve muito de cálculo político para a família Gomes. O irmão mais novo, Cid Gomes, deve ser o escolhido para representar o clã numa eventual disputa presidencial em 2018.  A família já teve Ciro Gomes, 57 anos, duas vezes candidato ao Palácio do Planalto (1998 e 2002). Agora, Cid, de 51 anos entrou na fila.

A ideia é simples e tem passado na cabeça de inúmeros políticos: a) O PT está desgastado com o governo de Dilma Rousseff se segurando pelas tabelas até 2018; b) o PSDB está em constante crise de personalidade e não consegue de fato incorporar o desejo de mudança que existe na sociedade; c) finalmente teria chegado a hora de haver uma terceira via.

Marina Silva (ex-PT, ex-PV, momentaneamente no PSB e a caminho do Rede Sustentabilidade) já tenta ocupar esse espaço.

Para os Gomes, a ex-senadora pelo Acre e candidata duas vezes a presidente (2010 e 2014) não preenche no imaginário do eleitor todos os requisitos para ocupar o Palácio do Planaltoentre outras razões por nunca ter sido eleita para exercer função executiva.
Cid Gomes (ex-PMDB, ex-PSDB, ex-PPS, ex-PSB e hoje no minúsculo Pros) pretende preencher a demanda falando o que acredita que os eleitores querem ouvir: críticas fortes ao sistema político, como as que fez recentemente ao Congresso, dizendo que ali há de 300 a 400 achacadores. [críticas fortes, falar a verdade, são importantes, mas, na hora de governar o que vale é a COMPETÊNCIA, HONESTIDADE, EFICIÊNCIA para atender as demandas da população, especialmente as de educação, saúde, segurança e transportes.
Cid Gomes, quando governador do Ceará, se destacou por levar a família, incluindo a sogra, para passear na Europa - viagem patrocinada com recursos públicos;
- também gastou uma fortuna com cachê de artistas para 'animar' seu governo e uma das 'animações' foi a inauguração de um hospital em Sobral - interior daquele Estado - que não estava ainda em condições de funcionar plenamente - entre as coisas que faltavam, se destacava a falta de médicos e parte do hospital desmoronou dias depois do show de inauguração.]

Cid estava ministro da Educação e perdeu o cargo na última quarta-feira (18.mar.2015). Ele foi até o plenário da Câmara e reiterou suas críticas aos deputados. Apontou o dedo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).  No micromundo da política, em Brasília, Cid foi visto como intempestivo e irresponsável. Para os eleitores que frequentam a internet, a avaliação foi diversa.

Do dia 18 até 13h de ontem, sexta-feira (20.mar.2015), o ex-governador do Ceará Cid Gomes “conseguiu 78.518 menções no Twitter, 2.138 em sites de notícias, 1.699 em blogs e 83 em fóruns abertos”, segundo levantamento da consultoria Bites“Apenas no Twitter foram 616 milhões de impressões (número de vezes que o assunto foi exibido nas contas do usuário do serviço no Brasil)”, diz a Bites. Cid Gomes teve uma exposição muito maior até do que a Operação Lava Jato, que no mesmo período de tempo produziu 188 milhões de impressões no Twitter. [ser sucesso no Twitter é excelente na divulgação da pessoa, mas, governar tem que ser antes de tudo ADMINISTRADOR COMPETENTE, realizar; aparecer não resolve os problemas dos eleitores.]

Segundo esse estudo da Bites, “na nuvem de palavras formada em torno das referências a Gomes, citações como corajoso, herói e ‘macho’, expressão nordestina utilizada para definir aqueles que não têm medo de falar a verdade e enfrentar situações adversas, apareceram de maneira recorrente”.

Fonte: Blog do Fernando Rodrigues, que está  FacebookTwitter e Google+.
 

 

O poderoso Cunha - ele tem o poder - ele é o primeiro-ministro

O jogo de Cunha

Ao impor uma sequência de derrotas e constrangimentos à presidente Dilma - incluindo a demissão de um ministro -, Eduardo Cunha emerge como o político mais poderoso do país. 

Reportagem de VEJA mostra como o pragmático presidente da Câmara dos Deputados logrou ascender em Brasília: capacidade de trabalho, disciplina e conhecimento das regras do jogo.

O recém-eleito presidente da Câmara dos Deputados emerge como uma força surpreendente, capaz de demitir ministro e imprimir derrotas acachapantes ao Planalto. Até onde ele quer chegar?

Ao exigir a saída do ministro da Educação, presidente da Câmara ganhou o apelido de 'primeiro-ministro' de seus colegas do PMDB

Ao anunciar no plenário da Câmara, impávido por trás dos óculos, que o ministro da Educação acabava de ser demitido, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, dirimiu qualquer dúvida sobre a relação existente entre o poder e o vácuo. Como na natureza, o primeiro abomina o segundo. Sendo assim, ao enfraquecimento do Poder Executivo, materializado na reprovação recorde da presidente Dilma Rousseff, sobreveio o imediato fortalecimento do Legislativo - embalado na figura até há pouco desconhecida de Cunha.
DISCIPLINA E OBSESSÃO – Tido como ambicioso e hábil, Eduardo Cunha aproveita o vácuo aberto pela crise política: para amigos, ele não chegou nem ao meio da escada(Pedro Ladeira/Folhapress)
Deputado Eduardo Cunha: amigos que o conhecem asseguram que sua subida ainda não está nem na metade; o senhor não precisa ceder, e  nem deve, um milímetro para Dilma. Enfrente a soberana búlgara recebendo e mandando analisar todos os pedidos de impeachment contra Dilma

Eleito para o quarto mandato de deputado federal com 233 000 votos, Eduardo Cunha conquistou a presidência da Câmara dos Deputados em fevereiro, contra a vontade da petista. Desde então, ele vem impondo à presidente uma sequência de derrotas e constrangimentos. Quanto mais ela se fragiliza, mais ele exercita os músculos. Esse intercâmbio de poder ficou claro na semana passada. Cunha convocou Cid Gomes a prestar esclarecimentos na Casa por ter declarado que lá se encontravam "300 ou 400 achacadores".  

A crise é o PT! Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois?

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade

Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho.

Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil.

Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero.

Ainda que a estrela ajardinada tenha sido removida semanas depois, em face das críticas que provocou, seu simbolismo mostrou-se irremovível. “O Brasil é nosso”, dizem os petistas. Lula, no recente ato da ABI, bradou que “a Petrobras é nossa” isto é, deles, que, com base nisso, a sugaram até a falência.

Num de seus inumeráveis arroubos de palanque, registrados no Youtube, Lula diz que só não descobriu o Brasil porque “não estava vivo naquela época”. Se estivesse, é o que se deduz, teria se antecipado a Pedro Álvares Cabral. Como não foi possível, joga ao lixo os 500 anos que o precederam e inaugura uma nova história. Esse sentimento de posse em relação ao país e suas instituições explica a, digamos assim, dificuldade do PT em aceitar a alternância no poder. São capazes, nas palavras da candidata Dilma Roussef, de “fazer o diabo” para ganhar as eleições. E fizeram e ganharam, mas o “diabo” mandou a conta, que aí está.

A insistência com que o PT repete que venceu as eleições sugere que ele mesmo não está convencido disso. Venceu, mas como? Mediante compromissos que não está cumprindo e não terá como cumprir. Não só: venceu por estreita margem, que, numa pesquisa, indicaria empate técnico.

Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois? De que lado estão? Dilma não parece ter entendido que, na soma total, foi eleita por uma minoria – e mesmo esta acabou frustrada pelo descumprimento das promessas eleitorais. Isso explica o fato de estar refém de vaias, manifestações e panelaços. Para se locomover, precisa acionar um vasto aparato de blindagem, que contrasta com o fato de estar no terceiro mês deste segundo mandato. O “Fora FHC”, acionado menos de um mês após a posse de Fernando Henrique - reeleito no primeiro turno, em 1999 -, não foi um grito das ruas. Foi concebido por alguns aloprados do PT, sob o comando do então governador gaúcho Tarso Genro. Não prosperou exatamente porque faltou o grito das ruas. Agora, acontece o contrário: os tucanos se opõem ao “Fora Dilma”, enquanto as ruas bradam por ele. Que governador petista se disporia às vaias de sua base e do adversário como aconteceu quinta-feira passada, em Goiânia, com o governador tucano Marcone Perillo – para defender a presidente em nome da tolerância política?

O sentimento petista de posse legítima e definitiva do país dificulta a negociação da crise. Documento interno vazado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República recomenda que se invista nos blogs sujos aqueles pagos com dinheiro público para difamar adversários e nos “guerrilheiros” (sic) virtuais.

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade: se a notícia é boa, é jornalismo; se é ruim, é publicidade golpista. Como não noticiar dois milhões de pessoas nas ruas do país contra o governo?

O fracasso das manifestações do partido no dia 13 indica que já não manda nas ruas. O “exército do Stédile” carece de mão de obra. Não bastam sanduíche de mortadela e cachê. Sem classe média a mesma que levou o PT ao poder e hoje o abandona -, não há movimento nas ruas, não há revolução, não há nada. [retificando: na maior parte das cidades, os gatos pingados que saíram às ruas para formar o 'exército de Stédile', foram vítima da mania petista de enganar, ludibriar, roubar = pelo prazer de roubar enganam os próprios comparsas: se venderam por R$ 50, condução e um sanduba de mortadela e receberam um pão com margarina.]  
 
Marx, Lênin, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara eram todos de classe média. É onde se produz e se põe em cena a chamada massa crítica de qualquer sociedade, à direita ou à esquerda.  A “elite branca” termo racista (e, portanto, criminoso) com que o PT busca satanizar a classe média e apostar na divisão do país é responsável pela construção do PT, que não possui (nunca possuiu) um único negro em seu comando.

Lá estão os olhos azuis de Marta Suplicy, João Pedro Stédile, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Renato Duque, entre outros. O mesmo partido que diz ter levado 20 milhões à classe média agora a abomina e discrimina racialmente.  Um partido nutrido nas elites acadêmicas de São Paulo tem tanta legitimidade para rejeitar a “elite branca” quanto para defender a Petrobras. E o resultado de tanta contradição para não “largar o osso” (vide Cid Gomes) é que o partido não vê saída para a crise – e por um motivo simples: ele próprio é a crise.

Por: Ruy Fabiano, jornalista - O Globo 

 

 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Agonizando em praça pública



Thomas Traumann deve rodar
As últimas 24 horas demonstraram com rigor a crise profunda em que o governo Dilma está mergulhado, agregando uma série de problemas criados por seu próprio entorno aos que já estão sobre a mesa desde a reeleição. Dois fatos especialmente aumentaram a pressão sobre o governo: um documento atribuído à Secretaria de Comunicação (Secom) com sugestões absurdas da tática a ser usada para tentar reverter a popularidade negativa do governo; e a crise criada por um comentário do ministro Cid Gomes, repetindo como farsa uma frase de Lula em 1989 sobre a quantidade de picaretas e achacadores que o Congresso abriga.

Não bastassem os problemas que o governo tem que enfrentar sem apoio da base aliada, que continua dividida entre seus próprios interesses e a tentativa de fazer populismo num momento de grave crise econômica, vem o ministro Cid Gomes levar para dentro do Palácio do Planalto uma crise política que seria dispensável nesse momento.  Lula já dissera, quando terminou seu mandato de deputado constituinte, que havia 300 picaretas no Congresso. Essa sua frase não foi obstáculo a que, anos mais tarde, fizesse acordos políticos com a maioria desses picaretas, e mais alguns que surgiram pelo caminho.

Já Cid Gomes, depois de ter dito coisa similar, saiu ontem do Congresso debaixo de críticas contundentes, que recebiam aplausos dos “achacadores” de plantão. Para o ex-governador do Ceará, há no Congresso entre 300 e 400 deputados que vivem do quanto pior, melhor. Seriam os “achacadores” do governo, que, disse ele na fala em que supostamente pediria desculpas, deveriam “largar o osso”.

Sua maneira arrogante de se dirigir ao Congresso, até mesmo apontando o dedo para o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, dizendo que preferia ser chamado de mal educado a ser acusado de achacador como Cunha o fora pelo Ministério Público, só fez piorar a situação, embora possa ter tido sucesso em setores do Palácio do Planalto que pensam como ele e não podem explicitar esse sentimento.

Não está aqui em questão se o ministro da Educação tem ou não razão, ou se ele é a pessoa mais adequada para fazer essa acusação. Cid Gomes simplesmente atravessou a calçada para escorregar em uma casca de banana, e o pedido de demissão é uma consequência lógica da pressão do PMDB, mas o que importa é que governo vai agonizando em praça pública.

Só um governo destrambelhado, sem comando e sem rumo como esse, não resolve esse problema com a demissão do ministro no momento exato em que a frase foi divulgada, não importa se o conteúdo é verdadeiro ou não. E também só em um governo que está em seus estertores acontece o vazamento de um documento como o da Secom. E só num governo incompetente alguém coloca no papel propostas tão absurdamente ilegais como se fossem naturais. Como, por exemplo, reconhecer que há uma simbiose entre o aparato oficial de comunicação do governo e os do PT, além de elementos externos, como os chamados “blogueiros sujos”, classificados de “soldados” de fora do governo, pagos para fazer uma “guerrilha” de informação:
“As responsabilidades da comunicação oficial do governo federal e as do PT/Instituto Lula/bancada/blogueiros são distintas. As ações das páginas do governo e das forças políticas que apóiam Dilma precisam ser muito melhor coordenadas e com missões claras. É natural que o governo (este ou qualquer outro) tenha uma comunicação mais conservadora, centrada na divulgação de conteúdos e dados oficiais. A guerrilha política precisa ter munição vinda de dentro do governo, mas ser disparada por soldados fora dele.”

Diz também o documento atribuído à Secom e não desautorizado, que “a publicidade oficial em 2015 deve ser focada em São Paulo, reforçando as parcerias com a Prefeitura. Não há como recuperar a imagem do governo Dilma em São Paulo sem ajudar a levantar a popularidade do Haddad. Há uma relação direta entre um e outro.”

Não é com propaganda que os governos, o de Dilma e o do prefeito Fernando Haddad, recuperarão a popularidade perdida devido à incompetência no trato das questões do dia a dia do cidadão-eleitor. Só fatos, decisões concretas, reconhecimento de erros, farão com que seja possível pensar em uma recuperação de imagem. E assim mesmo sem garantia de sucesso.
A proposta só demonstra claramente como o governo Dilma se confunde com o PT e não tem uma visão global, nem dos problemas nem das soluções.
Um governo para todos, balela da propaganda oficial.

Por: Merval Pereira – O Globo