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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Coalizão social está preservada, mas a dos políticos sofre corrosão lenta - Alon Feuerwerker


Analistas e comentaristas podem dar-se ao luxo de levar a sério platitudes como “buscar a união nacional”, “fazer oposição construtiva”, “dizer não aos radicalismos”. A política real é mais crua. São apenas lutas tribais, em que o objetivo é ocupar o território da outra tribo e se possível eliminá-la, ou expulsá-la, ou escravizá-la. O verniz civilizatório oferece alguns disfarces para fazer isso de um jeito social e moralmente aceitável. E só. Assim é a vida real.

Há também as guerras dentro da tribo, disputas cujo grau de violência nada fica a dever. Veja-se por exemplo a atual conflagração no PSL. Partidos são tribos reunidas para disputa do poder, e não fraternidades voltadas para a promoção do bem comum. E a luta interna espelha a externa. E nunca se deve esquecer a lei número zero dos ecossistemas políticos: não seja tão amigo de alguém que você não possa romper com ele, nem tão inimigo que não possa se aliar.

Para saber como foi o primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, e como ele termina, leve em conta os dois parágrafos acima. E outra providência é importante. Procure isolar por um momento o ruído, o que foi dito, especialmente pelo presidente mas também por quem a ele se opõe. Separe num canto as palavras e procure concentrar-se na consequência delas e nas ações. E tente também entender as motivações das palavras, em vez de simplesmente acreditar no que é dito.

Bolsonaro foi eleito por uma coalizão social complexa. O núcleo duro?  

Uma direita liberal-conservadora-nacionalista. A este grupo juntaram-se na hora “h” franjas de uma direita liberal-moderna-globalista e uma social-democracia antes de mais nada hoje antipetista. Contingentes que, por ação ou omissão, foram e permanecem stakeholders da ascensão bolsonarista. E tudo amalgamado por burocracias sócias e executoras do monopólio estatal da violência legítima.

É natural que haja disputas intrabloco. Mas qual das facções aceitaria hoje, por causa do antibolsonarismo, devolver o poder aos derrotados de 2016-18? Nenhuma. Talvez a social-democracia “de centro” gostasse de receber o apoio da esquerda para, aí sim, tornar-se alternativa. Mas falta-lhe por enquanto o mínimo da musculatura indispensável para subjugar o petismo. Quantos iriam à Paulista ou a Copacabana num domingocontra os extremismos”?

Levou duas décadas para que o “centro” alijado do poder no pós-64 conseguisse estabelecer uma hegemonia sobre as forças políticas dominantes sob Getúlio-Jango. Fica a dica. Hoje tudo é mais rápido, mas ainda estamos longe de um cenário em que o “centro” consiga subjugar pacificamente a esquerda para estabelecer uma nova polarização, disfarçada de rompimento da polarização. Inclusive porque, diferente de então, ninguém está formalmente fora do jogo.

Seguidas pesquisas mostram a estabilidade do cenário. Apesar das tentativas de extrair lides de oscilações na margem de erro ou de pontos fora da curva. A explicação é simples. A coalizão social que elegeu Bolsonaro está essencialmente íntegra, e confundir o ruído das disputas internas com sinais de desmoronamento é, como se diz desde a Grécia, tomar a nuvem por Juno. Aquela ilusão produziu os centauros. Esta por enquanto não deu em nada.

Mas atenção.
O maior risco de curto prazo para Bolsonaro não está nas ameaças à integridade da base social. Isso está razoavelmente controlado, inclusive por causa dos respiros na economia. O problema está nas ambições que o ruído das disputas internas estimula na grande coalizão de políticos que entronizou o bolsonarismo no segundo turno de 2018. O risco é ver crescer os apetites por um bolsonarismo sem Bolsonaro. As atribulações do filho senador são um estímulo a jogos político-policiais já tradicionais no Brasil desde a volta das eleições diretas para presidente.

Mas tudo depende de quanto e como o presidente mantém ou perde base social, que em certo grau é também política. 2020 girará em torno dessa variável. 


Alon Feuerwerker, jornalista e analista político/FSB Comunicação



terça-feira, 22 de outubro de 2019

Sempre ao seu lado - Valor Econômico



Andrea Jubé  
 
Amigo de Bolsonaro desde a juventude, Alberto Fraga é um dos integrantes do núcleo mais restrito do entorno presidencial e é cotado para entrar no governo
Em tom saudosista, ele sacou o aparelho do bolso do paletó e exibiu a tela do celular com as imagens do grupo de rapazes bronzeados, na faixa dos vinte e poucos anos, com o mar da Urca ao fundo, calções de banho vintage e desafiou: “ache o presidente aqui na foto”.
Não era difícil: o rapaz esguio de cabelos muito lisos e sorriso largo na extremidade direita era o futuro presidente da República, companheiro de juventude do ex-deputado e ex-secretário de Transportes Alberto Fraga. Jair Bolsonaro, 64 anos, e Alberto Fraga, 63, foram contemporâneos na Escola de Educação Física do Exército (Esefex) que funciona até hoje no Forte de São João no Rio de Janeiro. Naquela época, início dos anos 80, Bolsonaro participou de um dos episódios mais dramáticos da vida do então tenente da Polícia Militar.

Num dia de folga, Fraga caminhava com a família pela Rua Sá Ferreira, em Copacabana, com o filho Diego no colo, quando foram assaltados. Um deles - que depois Fraga identificaria como “Galo Cego”, por causa da mancha no olho - apontou-lhe uma arma, indiferente ao bebê de duas semanas que tinha nos braços. Os bandidos fugiram, mas Fraga voltou nos dias seguintes ao local do crime até reencontrar o bando e persegui-los até o esconderijo. Depois Fraga pediu reforçou aos colegas da turma da Esefex para capturá-los. O único dos 45 que se voluntariou, segundo Fraga, foi Bolsonaro.

Como ele era militar do Exército, Fraga o dispensou, argumentando que era uma missão policial. Ao fim, Fraga acompanhado de soldados da Polícia Militar capturou os agressores e os levou presos, até o “Galo Cego”. Fraga rememora o episódio como uma das primeiras demonstrações de amizade de Bolsonaro. Passados 38 anos, Fraga - mesmo sem cargo no governo - é um dos integrantes do núcleo mais restrito do entorno presidencial. Ele é um dos responsáveis pela indicação de Augusto Aras para a Procuradoria Geral da República.

No cenário de faroeste em que se transformou a política brasileira, Bolsonaro cercou-se de amigos longevos para se aconselhar e reagir nas crises e traições. Os integrantes desse núcleo o acompanham há mais de dez anos. Fraga é um dos mais antigos. Outro companheiro de longa data é o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, que começou a trabalhar com ele há 16 anos. “Jorginho”, como é chamado pelo presidente, deu continuidade a uma amizade iniciada pelo seu pai, o capitão do Exército Jorge Francisco, morto em abril de 2018 e que foi por mais de 20 anos chefe de gabinete de Bolsonaro.

O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, foi colega de turma de Bolsonaro na década de 70 na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Foram contemporâneos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e conviveram na Câmara, o general como assessor parlamentar do Exército. Hoje aceleram juntos as Harley Davidson. Ainda de seu tempo na Câmara, Bolsonaro levou para a chefia do gabinete presidencial o major reformado Pedro César Sousa, e para sua assessoria especial o ex-assessor da Marinha Célio Faria Júnior.

Depois da Esefex, Bolsonaro e Fraga se reencontraram na Câmara no começo dos anos 90. Anos depois, seriam correligionários. Em 2003, durante a discussão do Estatuto do Desarmamento, Fraga era pró-comercialização de armas e enfrentava a oposição interna de Renan Calheiros no PMDB. Bolsonaro o levou para o PTB, de onde saíram em 2005 para ingressar no PFL, hoje DEM. É o partido até hoje de Fraga, mas Bolsonaro trocou a sigla naquele mesmo ano pelo PP, depois migrou para o PSC, depois para o PSL e agora vigora a incerteza.

No ano passado, dias antes do segundo turno, Bolsonaro apresentou Fraga aos jornalistas como futuro ministro. “Anuncio aqui que quem vai coordenar a bancada, lá do Planalto, vai ser o Fraga”, disse o então candidato em 24 de outubro de 2018.

Exatamente um ano depois, o nome de Fraga voltou à baila como aposta na anunciada reforma ministerial. Há um mês, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) absolveram Fraga, à unanimidade de votos, de uma condenação na primeira instância pelo suposto uso do cargo de secretário de Transportes para obter vantagens indevidas. Fraga sempre alegou que a acusação era infundada, mas a condenação constrangeria a eventual nomeação. No início deste ano, o mesmo TJDFT também o absolveu de uma condenação de posse ilegal de arma. [coisas que só acontecem no Brasil: um oficial PM, coronel, último posto na Corporação, ser preso por porte ilegal de armas - além do mais, Fraga na época também era deputado federal, terceiro mandato consecutivo.
Enquanto isso, querem armar os agentes do DETRAN-DF;
não conseguiram licença para portar armas de fogo, usam TASER - e, covardemente, no final de semana, quatro deles, dominaram um único homem - cidadão trabalhador, chegando em casa - acharam pouco 4 contra 1 e ainda usaram as TASER.]

Em 2011, a Polícia Civil apreendeu um revólver e 289 munições de uso restrito em um apartamento atribuído a ele. Mas os desembargadores alegaram que uma resolução do Exército sobre posse de arma gera a absolvição. Agora, livre de embaraços legais - e a depender do arbítrio presidencial - Fraga pode ser alçado do posto de amigo e conselheiro para ministro, seguindo a trilha Jorge e Ramos.


Valor Econômico – Coluna de Andrea Jubé

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Grupo LGBTI ocupa prédio em Copacabana e provoca pôlemica entre vizinhos- O Globo


[Pergunta que não quer calar: será que ser contra a invasão por travestis, transexuais e transgêneros de propriedade alheia é crime de racismo?]

Construção de seis andares foi invadida por coletivo voltado para acolhimento de travestis, transexuais e transgêneros
Um prédio de seis andares, no número 27 da Rua Dias da Rocha, em Copacabana, está no centro de um impasse após uma invasão. A polícia ainda não foi acionada, e os vizinhos dizem que a propriedade do imóvel, abandonado há pelo menos dez anos, é desconhecida. Enquanto isso, a permanência dos ocupantes divide moradores. Uns ajudam com doações, outros descontentes usaram, um dia após a ocupação, há cerca de uma semana, grossas correntes para trancar todos dentro do edifício, infestado de ratos e morcegos.


O grupo que está no imóvel faz parte do coletivo da Casa Nem, formado por 23 integrantes da comunidade LGBTI em situação de vulnerabilidade. Líder do movimento, a ativista Indianare Siqueira, de 48 anos, diz que o grupo não se intimidou ao se ver trancado no local e conseguiu sair arrebentando as correntes. Ela afirma que a pretensão é transformar o espaço em sede da Casa Nem, que acolhe moradores de rua, transexuais, travestis e transgêneros:
—Além de oferecer cursos para a comunidade LGBTI, queremos abrigar aqui mulheres e crianças vítimas de violência doméstica que, muitas vezes, não têm onde ficar quando são agredidas. Manteremos o nosso pré-vestibular e daremos assistência jurídica. Há espaço suficiente para isso — contou.

Tesouro encontrado
O coletivo, queinvadiu construções na Lapa e em Vila Isabel, de onde foi expulso, encontrou, ao chegar ao prédio, um verdadeiro tesouro escondido. Indianare conta que, durante uma primeira limpeza do local, foram achadas obras de arte escondidas no sótão, além de quadros, bustos e animais empalhados. Chamados pelo grupo, a Polícia Federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recolheram , nesta terça-feira, o material para análise.

Presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães não vê a ocupação com bons olhos.— Não temos o que fazer. A área já foi interditada, pois teve reboco que caiu e machucou um pedestre. Não sabemos como estão lá dentro, se tem gás, se estão usado botijão e se a água e a luz são irregulares.

Vera Araújo - O Globo

domingo, 30 de dezembro de 2018

Elio Gaspari: De Pio.Correa@edu para Bolsonaro@gov

Orgulho-me de estar à sua direita, mas como servi à diplomacia digo-lhe que o senhor, estando certo, faz errado

Excelentíssimo presidente,
Eu deixei a diplomacia em 1969, depois de 32 anos de serviços. O senhor era um garoto. Fui secretário-geral do Itamaraty e era chamado de "Abominável Homem das Nove". Orgulho-me ao dizer que estou à sua direita. Se o senhor duvida, repito-lhe o que disse a um colega assombrado com meu discurso ao assumir o cargo:-- Não gosto de diplomatas pederastas, não gosto de diplomatas vagabundos, não gosto de diplomatas bêbados.
Talvez vosmicê tenha simpatia pela memória do presidente John Kennedy.  Era um bestalhão e sua morte deixou-me indiferente. Vivi no Rio de Janeiro antes que Copacabana fosse invadida pela horda pululante e chinfrim de suburbanos transmigrados e pela lepra das favelas. Deixei um livro de memórias e se um diplomata fosse flagrado lendo-o durante a desgraçada ruína dos petistas, estaria frito. ("O Mundo em que Vivi", 1.098 páginas, pesando um quilo.) Minha lembrança foi banida da Casa a que servi, lutando contra o comunismo e os cabeludos esquerdosos.
Esse currículo é minha credencial para dizer-lhe que o senhor está fazendo o certo, da maneira errada. Nunca alimentei encrencas públicas com países com quem temos fronteiras secas. (Nossos limites com a Venezuela estendem-se por 2.200 km de mata.) Vá lá que seu governo queira brigar com Cuba, nosso saudoso marechal Castello Branco rompeu relações diplomáticas com o castrismo, mas não tinha créditos a receber. Os problemas da vida internacional não admitem improvisações fáceis (desconvidar convidados) nem atitudes emocionais (acicatar a China). Exigem definições fundadas no conhecimento perfeito dos fatos e em sua segura interpretação à luz do interesse nacional. E digo mais, exigem estilo.
Fui embaixador no Uruguai ao tempo em que lá vivia asilado o senhor João Goulart. Visitei sua filha quando ela foi atropelada e só me referia a ele em conversas com as autoridades locais como "el señor presidente". Vivi as delicadas negociações com a Argentina e o Paraguai que resolveram uma questão de limites e permitiram a construção da hidrelétrica de Itaipu. Jamais acompanhei a retórica antibrasileira dos nossos vizinhos. Podia-se detestar o Pio Correa, mas eu não podia estimular preconceitos contra nossa Pátria.

Mesmo quando deixei a carreira, tornando-me presidente da Siemens, empenhei minha palavra de honra em várias ocasiões e patrocinei uma visita de 50 jornalistas europeus ao Brasil, repelindo as denúncias de torturas sistemáticas a presos políticos. Ainda durante o governo do general Medici dei-me conta de que havia sido ludibriado. Mais tarde, muito esquerdistas proclamaram-se campeões da verdade. Ao meu estilo, em 1971, escrevi o seguinte ao chefe do Estado-Maior do Exército, general Alfredo Malan:
"Menti, sem saber, a quantos me ouviam. Estou hoje convencido, por boas e suficientes razões, de que a tortura, as torturas mais cruéis, são desgraçadamente aplicadas em nosso país de forma rotineira e sistemática a prisioneiros políticos. Iludido estava eu e iludido estará você, como iludido está o honrado e digno presidente da República que, como eu, afirmou publicamente o contrário."
Nunca divulguei essa carta porque, como na minha atividade diplomática, sempre segui o ensinamento do Barão do Rio Branco, tão violentado pela chusma esquerdista:
"Nada mais ridículo e inconveniente do que andar um diplomata a apregoar vitórias".
De seu fiel admirador,
Pio Correa

A 1ª LEI DE DELFIM
Nesta semana começa o governo de Jair Bolsonaro e não custa repetir a primeira lei do professor Delfim Netto: "Na quarta-feira o presidente terá que abrir a quitanda às 9h da manhã com berinjelas para vender a preço razoável e troco na caixa para atender a freguesia.

Pelos próximos quatro anos a rotina essencial será a mesma: abrir a quitanda, com berinjelas e troco.

Todos os desastres da economia brasileira deram-se quando deixou-se de prestar atenção na economia da loja."
 
(...)

INDULTO
Por trás do vaivém da concessão do indulto de fim de ano por Temer, esteve a decisão de deixar um legado para Bolsonaro.
Concedido, o indulto preservaria o delicado equilíbrio existente nos presídios do país. Negado, colocaria gasolina nos corredores controlados por facções criminosas que esperam faíscas capazes de estimular rebeliões.
Nas últimas semanas Bolsonaro e seu ministro Sergio Moro repetiram formulações genéricas que fazem sentido para quem está solto e são promessas de marcianos para quem está preso. Por exemplo: negar a progressão da pena para quem pertence a uma facção dentro de um presídio. Tudo bem, desde que se faça de conta que em alguns lugares é possível viver numa cela sem aderir à facção. Quem vai distinguir o preso primário que aderiu para proteger sua vida e a de sua família do bandido que chefia o grupo?
Elio Gaspari, jornalista - O Globo

domingo, 30 de setembro de 2018

Manifestantes em atos a favor de Bolsonaro em 16 cidades do país; no Rio, os apoiadores do candidato se concentraram em Copacabana

Manifestantes a favor do presidenciável Jair (PSL) se reúnem em cerca de 16 cidades de sete estados em atos em defesa do candidato. O movimento foi convocado pelas redes sociais e reuniu No Rio de Janeiro, manifestantes saíram às ruas na tarde deste sábado para marcar posição a favor candidatura de Bolsonaro. Apoiadores do capitão da reserva se reúnem em Copacabana, Zona Sul da cidade, para defendê-lo com camisas e bandeiras do Brasil.

Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Tocantins foram os estados que concentraram os manifestantes entre as cidades Rio de Janeiro, Itatiaia, São Paulo, Boituva, Itapira, Ourinhos, Santa Bárbara d’Oeste, São José do Rio Preto, Amparo, Rio Verde, Montes Claros, Teresina, Osório, Gurupi, Tupã e Presidente Prudente em defesa do candidato Jair Bolsonaro.

No Posto 5 em Copacabana, os manifestantes a favor de Bolsonaro destacam a defesa da família e o histórico Ficha Limpa do deputado. Muitos também aproveitam o ato para protestar contra o PT e a esquerda. O ato começou por volta das 14h30 com a execução do Hino Nacional e a reza do ‘Pai Nosso’. Muitos usam blusa verde e amarela e bandeiras do Brasil. Em meio à manifestação várias vezes, grupos entoam os gritos “eu vim de graça”, em provocação a manifestantes de esquerda, que supostamente receberiam para protestar. [em todas as manifestações da esquerda os participantes ganham, no mínimo, as passagens de ida e volta e um sanduíche com suco.]







segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Cobra na rua

Na imprensa mundial não há nenhuma palavra sobre o fato de que a presidência de Lula foi o período de maior corrupção já registrado na história mundial

[é duro reconhecer mas o Brasil, por obra e graça de grande parte dos brasileiros idiotas e imbecis, que votaram em coisas tipo Lula e Dilma, perdeu pontos e visibilidade positiva em praticamente todos os aspectos.

O  apelido 'república da babânia', antes usado jocosamente, tornou-se um segundo nome da mesma forma que a Inglaterra é chamada de Reino Unido.

O Brasil além do ridículo dos presidentes que escolheu neste inicio de século, pisa na bola em uma série de outros aspectos - a desmoralização, a desvalorização é crescente, progressiva.]

O tempo passa, o mundo gira, a tecnologia tornou o homem de hoje melhor informado do que jamais foi desde que escrevia nas paredes da caverna, mas continua não existindo no universo nenhuma força capaz de fazer a humanidade saber com um mínimo de exatidão o que acontece no Brasil. Entenda-se, aí, os países bem sucedidos ─ aqueles com renda per capita acima de 40.000 dólares por ano, acostumados a viver sob o império da lei e capazes de ganhar prêmios Nobel em assuntos sérios como física, química ou matemática. Dos demais, é inútil falar. Nem sabem onde fica o Brasil, e quando por acaso ficam sabendo de alguma coisa, nunca se interessam em saber mais. Nossa real carência, desde sempre, é o vasto pouco caso que o mundo civilizado demonstra em informar-se um pouco melhor sobre o Brasil. É desagradável. 

Naturalmente, isso não torna o Brasil pior do que é, nem melhor ─ e, além disso, a imensa maioria da população não se incomoda nem um pouco com a desinformação do mundo externo a nosso respeito. Se milhões de brasileiros não conhecem os fatos mais rudimentares sobre o seu próprio país, porque raios iriam lamentar a ignorância dos suecos ou dos esquimós a respeito do que acontece aqui? Mas para o Brasil mais instruído, que foi à escola, viaja e conversa de política, esse desinteresse universal é uma coisa que incomoda. Justo hoje, no prodigioso mundo da comunicação absoluta em que vivemos? É humilhante.

O mundo desenvolvido, hoje, não é ignorante sobre as mesmas coisas que ignorava no passado, como resultado direto do que sua grande imprensa escrevia sobre o Brasil. Mas por conta do que essas mesmas fontes lhe dizem atualmente, continua imaginando que existem por aqui os fenômenos mais extraordinários. Já não se fala mais, hoje em dia, que há cobras gigantes no meio da rua em Copacabana, que o brasileiro passa a vida dormindo nas calçadas com um sombrero mexicano na cabeça, ou que a capital do Brasil é a cidade de Bolívia. O que mudou foram as áreas sobre as quais a mídia internacional joga os seus fachos de escuridão. Fiel ao espírito dos tempos, a ignorância de hoje tornou-se politicamente correta. Não há mais interesse em dizer que você pode ser comido por uma onça ao atravessar o Viaduto do Chá. O que excita o comunicador de primeiro mundo, agora, é a divulgação do disparate com conteúdo político e social; isso faz parte dos seus deveres de soldado da resistência mundial em favor dos mais pobres, da igualdade, da preservação da natureza, etc. etc.

A cobra de Copacabana na versão de 2018 é a lenda, promovida à categoria de verdade científica pela melhor imprensa internacional, segundo a qual o ex-presidente Lula é um “preso político”. Anda de mãos dadas, nas mesmas páginas, com a fábula de que houve um “golpe de Estado” no Brasil, que derrubou a presidente popular Dilma Rousseff e age, no momento, para impedir que Lula concorra à eleição presidencial de outubro próximo. Praticamente não se diz, em nenhuma notícia, que Lula está preso por que foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, em processo legal iniciado com a sua denúncia em setembro de 2016 e concluído com sua condenação definitiva em janeiro de 2018. É quase impossível, da mesma forma, encontrar qualquer menção ao fato de que o ex-presidente usou durante esse período todos os meios de defesa possíveis na legislação universal; contestou todas as decisões do juízo, apresentou dezenas de recursos e não foi capaz de demonstrar, em nenhum momento, a mínima irregularidade legal no seu julgamento. Também não se diz em lugar nenhum que Dilma foi deposta pelo voto de quase três quartos do Congresso Nacional, após um processo de impeachment monitorado em todos os detalhes pelo Supremo Tribunal Federal ─ e durante o qual não se encontrou até agora uma única ilegalidade de fundo ou de forma.

O que a imprensa mundial diz ao público é que Lula está preso porque lidera “todas as pesquisas”; se estivesse solto seria candidato à presidente e ganharia a eleição, e “não querem” que isso aconteça, porque ele voltaria a ajudar os pobres. Quem “não querem”? E o que alguém ganharia ficando contra “os pobres”? Não há essas informações. Não há nenhuma palavra, também, sobre o fato de que a presidência de Lula foi o período de maior corrupção já registrado na história mundial ─ realidade comprovada por delações, confissões e devolução de bilhões em dinheiro roubado.
Mas e daí? Ninguém está ligando para o Brasil como ele é. O Brasil do Zé Carioca é muito mais interessante.

Publicado na edição impressa de VEJA - J R Guzzo

 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Juiz é filmado ao atirar em apartamento de vizinho em Copacabana



Incidente ocorreu em prédio de luxo da Avenida Atlântica, no início de maio



O osteopata Pedro Augusto Guerra fica ofegante ao se lembrar de um tiro que, por pouco, não o atingiu na cabeça. E se mostra indignado ao contar que, segundo ele, o disparo foi feito pelo juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15ª Vara Cível do Rio, dentro de um condomínio de frente para o mar na Avenida Atlântica, em Copacabana. O ataque, ocorrido por volta das 4h do feriado de 1º de maio, foi registrado com a câmera de um celular. A motivação ainda é desconhecida.

O vídeo mostra o instante em que o tiro é disparado, após uma discussão entre o osteopata e o juiz. O caso só não terminou em tragédia porque a bala desviou na grade de uma janela, abrindo, em seguida, um buraco na parede do edifício.  Os dois eram vizinhos. O juiz ainda mora no condomínio; já o osteopata saiu do prédio. Pedro alugava um imóvel de cerca de 400 metros quadrados, um andar abaixo da casa de Novelle.

Pelo vão interno de circulação de ar do edifício, um podia ver parte do apartamento do outro. E foi nesse espaço que ocorreu o incidente, filmado pelo osteopata. Na gravação, enquanto Pedro apoia o celular no parapeito de uma janela, escuta-se um grito que seria do juiz: “Bandido!”. Depois, o magistrado aparece na imagem, na área de serviço de seu apartamento, e faz acusações contra o osteopata. “Tu é safado. Pedro safado!”, diz ele.
Logo em seguida, Novelle sai, e ressurge 12 segundos depois. “Tu vai me filmar? Tá me ameaçando?”, questiona o juiz, que aponta uma arma para a janela de Pedro. “Então, tome bala”, avisa ele ao atirar. O osteopata afirma que estava com a cabeça para fora da janela enquanto filmava. Após o disparo, o celular continuou apoiado no parapeito, mas Pedro caiu no chão.  — Achei que o tiro tinha me acertado. Por sorte, a bala bateu na grade da janela. Fui atingido apenas por um estilhaço na cabeça, que sangrou um pouco. Mas fiquei meio perturbado, zonzo — relata Pedro.

Novelle, por sua vez, não quis se manifestar. Na última sexta-feira pela manhã, uma equipe do GLOBO o procurou em seu apartamento. Pelo telefone da portaria do prédio, ele disse que só se pronunciaria em juízo. Ex-defensor público, Novelle é juiz há quase 20 anos e está de licença médica do Tribunal de Justiça do Rio. Antes de assumir a 15ª Vara Cível da capital, passou por comarcas como as de Nova Friburgo e São Gonçalo. Em março deste ano, foi dele a decisão que deu prazo de 24 horas ao Facebook para retirar do ar as fake news a respeito da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada alguns dias antes com o motorista Anderson Gomes.



Pedro, que é de São Paulo, mudou-se para o Rio em 2014. Estava morando há aproximadamente um ano e meio no condomínio da Avenida Atlântica, período no qual, segundo ele, quase não trocou palavras com o juiz:  — Ele era muito educado quando nos cruzávamos. Nunca tivemos atrito.  No entanto, o osteopata conta que, uma semana antes do ataque, foi acordado, de madrugada, por gritos de Novelle. Os xingamentos, daquela vez, seriam dirigidos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-governador Sérgio Cabral, ambos presos. Pedro diz que, no feriado de 1º de maio, ouviu xingamentos por quase duas horas. Antes de fazer o vídeo do disparo, ele gravou áudios que, afirma, são do magistrado.

Em um dos trechos, ouve-se uma ameaça: “Suba um andar para ver o que você vai levar na cabeça ou no peito”. O osteopata diz que tomou a decisão de gravar um vídeo depois que o juiz ameaçou duas amigas que o visitavam.  Após o disparo, a Polícia Militar foi chamada. E houve mais confusão, aponta a ocorrência registrada na 14ª DP (Leblon). “Os policiais perceberam que Jorge Jansen Counago Novelle aparentava estar embriagado, tendo, em determinado momento, percebido que ele portava um revólver. (...) Ao perceber que os policiais militares tinham a arma em seu poder, Jorge Jansen Counago Novelle se descontrolou e passou a tentar reaver a arma de fogo, motivo pelo qual foi contido pelos policiais militares envolvidos”, diz o boletim da delegacia.

Ainda de acordo com o documento, enquanto esperavam o juiz trocar de roupa para ir à 14ª DP, os policiais chamaram o osteopata, para que acompanhasse o registro da ocorrência. Pedro, no entanto, teria se negado, justificando que iria à delegacia por meios próprios. E Novelle, por sua vez, “não mais saiu de seu apartamento”, relata o boletim. No dia seguinte, Pedro e seu advogado, Celso Pazos Mareque, foram à 14ª DP, onde descobriram que o caso já tinha sido remetido à Presidência do Tribunal de Justiça do Rio, onde é mantido sob sigilo. — Solicitamos ao Ministério Público estadual que o caso seja considerado tentativa de homicídio em vez de disparo de arma de fogo, como foi registrado. Nossa petição defende ainda que o vídeo e os áudios sejam incluídos no processo — diz Mareque.

Segundo pessoas ligadas ao juiz, ele teria se irritado porque Pedro estaria sublocando o apartamento. O osteopata alega poucas vezes recebeu visitantes no imóvel, e que nunca discutiu com Novelle por isso.