Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O
objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década
recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados,
mas semear incertezas e instabilidades
Os governantes autocráticos do Irã podem
ter nas mãos um dos palitos de fósforo capazes de incendiar seu pavio:
um “eixo de resistência”, uma rede de aliados violentos por toda a
região.
O regime iraniano passou duas décadas construindo essa
capacidade no Iraque, no Líbano, na Síria e no Iêmen.
Teerã preda lugares onde a política local é fraca, onde é fácil enviar
operadores e armas e onde nenhum ator externo é capaz de desafiá-lo, de
acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, um centro
de análise com sede em Londres.
A capacidade do Irã de provocar caos à
distância — por meio do Hamas, do Hezbollah, da infinidade de milícias
xiitas no Iraque e dos houthi, no Iêmen — pode dar mais peso a Teerã do
que suas capacidades militares convencionais, que são relativamente
fracas.
O
objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década
recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados,
mas semear incertezas e instabilidades. No mesmo momento que trafega
num limite para se tornar uma potência nuclear, o Irã também mantém uma
ambiguidade estratégica com o eixo.
Teerã nega estar no comando ao mesmo
tempo que fornece armamentos a grupos armados, como os houthis,
dando-lhes treinamento e usando-os como fachada para conduzir ataques —
como o ataque a mísseis contra a Saudi Aramco, em 2019, que fez diminuir
temporariamente em 5% a produção global de petróleo.
O propósito é
intimidar o Ocidente tanto quanto complicar seu cálculo.
Ainda assim,
pareceu capitalizar sobre as atrocidades do Hamas e mobilizar o eixo de
resistência.
Hezbollah e Israel trocaram fogo com o apoio explícito,
respectivamente, do Irã e dos EUA.
Ao menos 19 combatentes do Hezbollah
foram mortos.
Os houthis, que controlam a capital do Iêmen, lançaram
três mísseis de cruzeiro de médio alcance e vários drones, recentemente
adquiridos do Irã, contra a cidade portuária de Eilat, em Israel
(interceptados por um destróier americano).
E milícias xiitas apoiadas
por Teerã na Síria e no Iraque ampliaram seu conflito atacando
repetidamente, com foguetes e drones, bases que abrigam soldados
americanos (Washington retirou sua presença diplomática do Iraque como
resultado).
Os aiatolás do Irã, xiitas, não podem suportar a
ideia de ser isolados enquanto Estados liderados por sunitas e Israel
passam a cooperar mais. O impulso iraniano para deslegitimar os Acordos
de Abraão continua: em uma região com ministros de Relações Exteriores
muçulmanos na Arábia Saudita,
em 18 de outubro, o Irã instou os países muçulmanos a impor um embargo
de petróleo contra Israel.
Teerã está apoiando pedidos para que o Egito
receba palestinos de Gaza, talvez na esperança de agravar tensões entre
Israel e seu mais antigo aliado árabe.
A
turbulência regional também significa mais dinheiro para o Irã, pelo
menos por agora. O preço do barril de petróleo subiu mais de US$ 5 desde
7 de outubro.
Os EUA estão ansiosos para conter a inflação
anteriormente à eleição no país, no próximo ano, e têm permitido
tacitamente ao Irã exportar mais petróleo, apesar de formalmente
manterem as sanções. “Esses barris iranianos são muito importantes” para
Joe Biden,
afirma Ahmed Mehdi, analista do setor petroleiro radicado em Londres.
A
produção chegou a 3 milhões de barris ao dia, seu nível mais alto desde
que o governo Trump impôs sanções, em 2018. Ano após ano, afirma Mehdi,
as exportações aumentaram mais de um terço.
Mas
a guerra por procuração em escalada contra os americanos e seus amigos
implica em grandes riscos para o Irã. Em Teerã, as autoridades gabam-se
afirmando que voltaram a ser “estadistas”; o presidente Ebrahim Raisi — considerado por muitos no Ocidente um pária linha-dura — conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, nos dias recentes. Os iranianos comuns estão menos impressionados.
A população do Irã está cansada das aventuras de seu regime no exterior e relutante em suportar mais sofrimento pela Palestina.
Protestos convocados pelo governo têm tido baixo comparecimento. Um
minuto de silêncio numa partida de futebol em Teerã pelos mortos em Gaza
foi interrompido por gargalhadas sonoras. “Nem Gaza, nem Líbano”,
entoaram manifestantes das janelas de suas residências. “Nós
sacrificamos nossas vidas pelo Irã.”
A guerra nas sombras do Irã é um jogo delicado, e a capacidade de Teerã de controlar seus aliados não é clara. Desde
que os EUA assassinaram Qassem Suleimani, um dos formuladores do eixo
de resistência, três anos atrás, a autonomia dos satélites iranianos.
Conforme lançam ameaças de guerra juntamente com seus foguetes, eles
poderão achar difícil recuar de sua retórica. Cada um estabeleceu
“limites” para determinar intervenção contra Israel e o Ocidente. Não
responder poderia ferir sua credibilidade com apoiadores locais. Uma
invasão terrestre de Israel a Gaza poderia fazê-los forçar a mão.
Os
aliados do Irã também têm de equilibrar suas aspirações militares com
os interesses dos países que os abrigam. De acordo com autoridades
iranianas, o presidente sírio, Bashar Assad, disse ao Hezbollah
que não tem nenhum desejo de acudir aos seus chamados por ataques
contra Israel de seu território. Do ponto de vista de Assad, o Hamas o
traiu quando se aliou à rebelião contra seu regime, em 2011, após ele
ter permitido ao grupo permanecer em segurança na Síria. Agora, Assad
não quer lutar pelo Hamas.
O
Líbano teme ser mais um peão de sacrifício. Seus xiitas são o maior
grupo religioso do país, mas suas outras 17 denominações sectárias
oficiais formam maioria. Reveladoramente, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah,
famoso por seus discursos beligerantes, evitou expressar-se
publicamente de seu bunker em Beirute desde que os combates começaram.
A
ameaça de guerra pôs fim à esperança de uma ressuscitação do turismo no
Líbano.
A firma de seguros Lloyd’s sinalizou que poderá retirar
cobertura no país, e a Middle East Airlines, maior empresa aérea
libanesa, está estacionando parte de sua frota na Turquia.
Os EUA
aconselharam seus cidadãos a deixar o Líbano. O primeiro-ministro
libanês afirmou que “a decisão sobre guerra e paz” não está em suas
mãos.
Se os
aliados do Irã atacarem interesses dos EUA, ou possivelmente Israel, o
mais provável é que os americanos retaliem inicialmente contra eles em
vez de seu financiador. Ainda assim, a aposta iraniana é alta. A decisão
do Irã de mobilizar o eixo de resistência sinaliza que, no longo prazo,
o regime ruma ao isolamento e à autocracia.
Apenas um mês atrás, Teerã
celebrava uma troca de prisioneiros com Washington e a iminente
transferência para o Irã de US$ 6 bilhões em rendimentos do petróleo
congelados.
O aiatolá Ali Khamenei
abençoou pela primeira vez conversas diretas desde que o governo Trump
abandonou o pacto nuclear.
Alguns falavam de uma nova trégua. Agora essa
perspectiva se arruinou — e as chances de uma guerra maior,
catastrófica, mesmo que ainda baixas, são perigosamente altas. /
TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
A fibra do caju, normalmente descartada, é utilizada
cada vez mais em hambúrgueres, bolinhos e quibes vegetarianos, com
tecnologias da Embrapa
Pé de caju - Foto: Shutterstock
…em dois credos se esmoem. Gabriel Soares de Souza, 1587
O clima influencia a agropecuária e até o futebol.
Nunca a Copa do Mundo foi realizada entre novembro e dezembro. As altas
temperaturas do verão no Golfo Pérsico levaram a Fifa a decidir pela
mudança da data. E o futebol também influencia o clima. A Copa parece
ajudar a baixar a temperatura do clima sociopolítico no Brasil. Parece.
As principais equipes já jogaram no Catar.
No próximo domingo, quem
entra em campo é Jesus Cristo. No 27 de novembro começa o Tempo do
Advento, do latim Advenire, chegar a. Chegar onde? Ao Natal.
Nas casas, no campo e nas cidades é tempo de montar presépios, árvores
de Natal, guirlandas, enfeites e muitas luzinhas. Neste ano, em meio ao
verde-amarelo da Pátria patriótica e de chuteiras.
No calendário litúrgico, o Tempo do Advento corresponde às quatro
semanas antecessoras do Natal. O comércio ganha vida, além de promoções,
como a Black Friday, antecipando as compras dos presentes natalinos.
Lojas de decorações natalinas surgem nos shoppings. Cidades e casas
ganham luzes e o campo começa a colher os plantios da primavera.
Muitos chamam estas semanas de tempo do Natal. Com tanta festa é bom
não misturar os tempos. Para a Igreja Católica existem dois: o do
Advento e o do Natal. O calendário litúrgico começa com o Tempo do
Advento em novembro e termina no 24 de dezembro com a comemoração do
nascimento de Jesus.
O Tempo do Natal vai do 24 dezembro até o primeiro
domingo depois da Epifania, em janeiro. Como dizem na Itália: L’Epifania tute le feste a pórta via. Se a Epifania leva embora todas as festas, logo o Carnaval as traz de volta. E, no Brasil, ele já dá seus brados no réveillon de 1° de janeiro.
Em dezembro, o sol caminha cada vez mais para o Sul e para o alto, a
menos de um mês do solstício. O banho de luz amadurece as frutas. A
colheita da fruticultura antecede a dos grãos. E de uma delas em
particular. Quem não conhece ou não gosta de caju?
O nome vem do tupi acayú: a– fruto + ác– que trava + aiú–
fibroso ou fruto travoso e fibroso. O pedúnculo, chamado de fruto, é na
realidade um pseudofruto, como no caso do morango. Sua cor varia do
amarelo ao vermelho. O nome científico do cajueiro (Anacardium occidentale) evoca a forma de um coração invertido do pseudofruto (do grego kardia, coração). E occidentale
evoca o Ocidente, as Índias Ocidentais, o Oeste. O cajueiro é o símbolo
de Recife. Em tupi, Aracaju significa cajueiro dos papagaios (ará). O maior cajueiro
do mundo encontra-se na Praia de Piranji (RN). A árvore recobre 8.500
metros quadrados e produz de 70 a 80 mil cajus/ano (2,5 toneladas).
Típicos do litoral nordestino, os brasileiríssimos cajueiros logo foram identificados pelos povoadores portugueses.Gabriel Soares de Souza (GSS) destaca o caju e os cajuís, os primeiros em sua lista de frutíferas, no Tratado Descritivo do Brasil, de 1587. Um capítulo esplêndido: Daqui por diante se dirá das árvores de fruto, começando nos cajus e cajuís. (…) demos o primeiro lugar e capítulo por si aos cajueiros, pois é uma árvore de muita estima, e há tantos ao longo do mar e na vista dele.
GSS descreve suas qualidades terapêuticas: …são medicinais para
doentes de febres, e para quem tem fastio, os quais fazem bom estômago e
muitas pessoas lhes tomam o sumo pelas manhãs em jejum, para
conservação do estômago, e fazem bom bafo a quem os come pela manhã, (…) e são de tal digestão que em dois credos se esmoem. Uma das primeiras ilustrações do cajueiro é do frade franciscano André Thevet, na obra Singularidades da França Antártica, de 1557.
Voilà (…) nostre Acaïou, auec le pourtrait qui vous est cy deuant representé. Singularitéz de la France Antarctique.
Rapidamente, os portugueses espalharam o cajueiro pelo mundo. Ele
chegou às Índias Orientais, em Goa, entre 1560 e 1565. Da Índia, onde se
adaptou muito bem, os lusitanos o levaram ao Sudeste Asiático e à
África, ainda no século 16.
Seu pseudofruto, pedúnculo carnudo e sumarento, é consumido in natura, dá ótimo suco e pode ser cristalizado ou feito doce em pasta. Fazem-se estes cajus de conserva, que é muito suave, e para se comerem logo cozidos no açúcar cobertos de canela não têm preço
(GSS). E compõe excelente batida com cachaça. Ele é a base da cajuína,
bebida não alcoólica de cor amarelo-âmbar, típica do Maranhão, do Ceará e
do Piauí. Ela foi desenvolvida em 1900 pelo escritor e farmacêuticoRodolfo Marcos Teófilo. Até vinho de caju, os indígenas produziam: Do sumo desta fruta faz o gentio vinho, com que se embebeda, que é de bom cheiro e saboroso
(GSS). A fibra do caju, coproduto abundante nas fábricas de suco,
normalmente descartada, é utilizada cada vez mais em hambúrgueres,
bolinhos e quibes vegetarianos, com tecnologias da Embrapa.
A castanha-de-caju, ótimo aperitivo, é utilizada em doces e pratos, como o vatapá.É
para notar que no olho deste pomo tão formoso cria a natureza outra
fruta, parda, a que chamamos castanha, que é da feição e tamanho de um
rim de cabrito (GSS).As primeiras exportações, no início
do século 20, foram da Índia aos Estados Unidos. Hoje, seu mercado
mundial movimenta mais de US$ 5 bilhões ao ano, sendo produzido em mais
de 40 países.
A área mundial de cajueiros é da ordem de 7,1 milhões de hectares,
com maior concentração na África: 56% da castanha-de-caju produzida no
mundo. Em área cultivada, o Brasil está na sexta posição, dos quais
99,7% no Nordeste.
O Vietnã, sem grandes áreas cultivadas, tem elevada produtividade
(1.241 quilos por hectare — kg/ha), lidera as exportações mundiais e
processa 1 milhão e 820 mil toneladas, 80% importados da África.
A castanha serve ainda à fabricação de produtos
vegetarianos e veganos, como “leites” vegetais, “iogurtes” e até
“queijos”, por pequenas e grandes indústrias de alimentos
Os EUA respondem por 20% do consumo mundial; a Europa, 16%; e a
China, 9%. A Índia, maior consumidor, com 38%, importa 55%(1 milhão e
550 mil toneladas).O Brasil, preocupa: de quinto maior produtor mundial
em 2011, caiu para a 14ª posição em 2016, com 1,5% do total produzido.
Os sistemas de produção do cajueiro precisam evoluir muito em
genética e tecnologia. A produção nacional de castanha declinou 2% ao
ano entre 2017 e 2021, com uma diminuição de área de 4% ao ano, apesar
do aumento anual de 1,3% na produtividade. Produtores e Embrapa sistematizam inovações para a cajucultura ganhar eficiência e produtividade. Com falta de castanha nas indústrias, até São Paulo amplia o plantio do caju nas regiões mais quentes do Estado.
Na indústria processadora, o índice de quebra de castanhas é alto e gera, com tecnologias de extração
adequadas, um óleo comestível de qualidade e elevado valor agregado. A
castanha serve ainda à fabricação de produtos vegetarianos e veganos,
como “leites” vegetais, “iogurtes” e até “queijos”, por pequenas e
grandes indústrias de alimentos.
A casca da castanha fornece um óleo industrial, negro e viscoso, o LCC (líquido da castanha-de-caju) e faz parte da química verde.
Ele corresponde a cerca de 25% do peso da casca. Formado por ácido
anacárdico, cardanol, cardol e 2-metilcardol, é rico em fenóis. Deita essa casca um óleo tão forte que aonde toca na carne faz empola, o qual óleo é da cor de azeite, e tem o cheiro mui forte (GSS).
Dada sua composição química, o LCC tem várias aplicações, de larvicida a
verniz, até em sensores eletroquímicos. E exige cuidados dos
produtores. O azeite que tem na casca (faz) pelar as mãos a quem as quebra. “Queima” e marca as castanhas, desvalorizando-as.
O tronco produz uma resina amarela, a goma do
cajueiro, com usos farmacêuticos. Confere proteção tópica e tem ação
anti-inflamatória sobre amucosa do esôfago.
Substitui a goma arábica nas cápsulas para comprimidos, com a vantagem
de não apresentar açúcares, interessante em medicamentos para
diabéticos. Também é usada na indústria alimentar e do papel. Cria-se
nestas árvores uma resina muito alva, da qual as mulheres se aproveitam
para fazerem alcorce de açúcar em lugar de alquitira (GSS). Alquitira é a goma mucilaginosa do astrágalo (Astracantha gummifera), espessante em loções, geleias, sorvetes etc., substituída aqui pela resina.
A casca, comercializada desidratada,
é usada em chás como adstringente e tônico. Popular, ela serve para
tratar tosse, catarro e fraqueza. É um excelente antisséptico,
bactericida e efetiva no tratamento de cáries.
Caju or not caju? Há muita coisa feita de caju. Do erótico Soneto ao Caju de Vinicius de Moraes à Chuva do Caju dos meteorologistas. Até novena católica. A Novena do Caju
é cerimônia sensual, cantada e dançada, durante os festejos em louvor a
Nossa Senhora da Conceição, no 8 de dezembro, ou a Santa Luzia, no 13.
Tambor e pífaro acompanham o canto dos fiéis em frente ao altar da
santa, numa casa de família. Ao final, o dono da casa convida todos a
beijarem os pés da imagem. Quando terminam, a dança começa. A Novena do
Caju ocorre do Pará à Paraíba, associada à frutificação do caju, em
pleno Advento. Como se diz no Nordeste: tanta novena e tanto caju… faz
lama.
No litoral do Nordeste, a colheita do milho conclui-se em novembro. A Confederação da Agricultura e Pecuária prevê crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto da agropecuária em 2022,
em parte pela expansão de milho e trigo. O agro brasileiro é
persistente e entra confiante no Tempo do Advento. Seja qual for o
clima, o tempo ou a temperatura, o agronegócio seguirá o preceito tão
presente nos regimentos reais das naus portuguesas: prepara-te para o pior, espera o melhor e cuida do que vier. Quem planta caju não colhe manga.
O boicote de Xi Jinping às sanções pode dar sobrevida à postura bélica de Putin
Do sequestro de ativos detidos por
oligarcas próximos ao Kremlin até o bloqueio à movimentação de reservas do
Banco Central da Rússia, os países ocidentais aplicaram contra Moscou uma
espiral inédita de sanções econômicas, que visam enfraquecer o presidente
Vladimir Putin no plano doméstico.
Idilicamente, o cerco pode acelerar a transição
política em um governo que usurpa a democracia e viola o direito internacional.
No mínimo, as punições anunciadas constrangem Putin com seus eleitores e
demonstram os custos de agredir outras nações sem nenhuma justificativa
plausível.
Pela primeira vez, no entanto, o mundo testa também a capacidade de
uma autocracia instalada em potência bélica - não uma ditadura
latino-americana, uma ilha de corrupção na África ou um emirado absolutista no
Golfo Pérsico - sobreviver escorando-se na neutralidade ou no apoio tácito da
China. Pequim pode ter se tornado o fiel da balança.
É de se colocar em perspectiva, sim, que as
sanções adotadas até agora estão longe de constituir uma resposta ideal.
Restrições econômicas de todos os lados resultam em sofrimento de toda a
população russa.
Não se pode desprezar ainda o fato de que podem ajudar o
próprio Putin a reforçar internamente, com sua máquina de desinformação, o
discurso de que é uma vítima do Ocidente e luta apenas para resistir às
tentativas de avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Transcrevemos e linkamos do O Globo, por todo o complexo Globo ser, notoriamente, Ucrânia.]
O cerceamento à Rússia, contudo, ocorre em
velocidade e amplitude épicas. Em menos de dez dias houve exclusão do sistema
Swift de pagamentos internacionais, proibição à compra de nova dívida soberana,
fechamento de espaço aéreo para voos comerciais, quase metade das reservas do
BC russo teve seu uso inviabilizado. Companhias de navegação que respondem por
47% do tráfego global de contêineres decidiram paralisar fretes. Dezenas de
empresas americanas e europeias anunciaram suspensão dos negócios. Petroleiras
como Shell, BP, Total e Equinor se comprometeram a não mais alocar capital no
país. Nike, Ikea e Spotify interromperam suas atividades. A lista aumenta dia
após dia.
Os efeitos na economia russa já apareceram.
O BC mais do que dobrou a taxa de juros (para 20% ao ano), o valor do rublo
caiu para um mínimo histórico, há corrida bancária e a Bolsa de Moscou passou a
semana inteira fechada. O colchão financeiro preparado pela Rússia para
enfrentar a guerra parece não ser suficiente. Ela empobrecerá muito, e
rapidamente. Não à toa, em reunião ministerial parcialmente televisionada na
sexta-feira, Putin acusou o golpe: "Não temos más intenções acerca dos
nossos vizinhos. Eu gostaria também de aconselhá-los a não escalar a situação,
a não introduzir nenhuma restrição".
De acordo com o instituto de pesquisas
russo Levada Center, 52% dos cidadãos no país temem repressão das autoridades e
58% receiam sofrer prisões arbitrárias - os índices mais altos desde 1994. Por
isso, impressiona que protestos tenham sido registradas em 48 cidades
diferentes. A filha do porta-voz de Putin escreveu "não à guerra" em
seu perfil numa rede social. Esportistas e celebridades têm se manifestado.
Nesse ritmo, o apoio da classe média a Putin ficará cada vez mais corroído.
Nada disso garante que Putin aceite um
cessar-fogo e, muito menos, uma paz duradoura com seus vizinhos. Trata-se,
porém, do único caminho para pressioná-lo sem o impensável emprego de tropas da
Otan. O problema é a resistência da China em aderir às sanções. Os países do
eixo Ásia-Pacífico absorvem hoje 30% das exportações russas. Pequim já tem mais
investimentos na Rússia do que a Alemanha. Putin e Xi Jinping, que já se
encontraram 38 vezes e se chamaram de "melhores amigos", anunciaram a
construção de um "superduto"que levará gás da Sibéria ao norte da
China.
O boicote de Xi às sanções, pelo peso da
aliança formada entre os dois países, pode dar sobrevida à postura bélica de
Putin e impedir o declínio do regime russo. Ao mesmo tempo, aumentará a
desconfiança do Ocidente com a China e a percepção - já alimentada durante a
pandemia - de que é preciso tomar cuidado com as cadeias de valor dependentes
do gigante asiático. Uma divisão do mundo em dois eixos apartados, no qual
suspeitas prevalecem sobre cooperação e integração, é péssimo para o futuro da
economia e da estabilidade globais.
O pacote, recorde na Inglaterra, inclui segurança para proteger os filhos da princesa Haya do próprio pai, o emir de Dubai
Nem os ex-casais russos que eventualmente disputam milhões nos tribunais ingleses conseguiram competir em matéria de revelações escandalosas – ou apenas estonteantes, pelas quantias envolvidas – com o divórcio da princesa Haya e do xeque Mohammed Bin Rashid Al-Makhtoum, que além de reinar sobre Dubai também é primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, a constelação de micro países do Golfo Pérsico movidos a petrodólares.
Não adiantou a cara feia: Al-Makhtoum tentou, mas não conseguiu escapar de um divórcio à inglesa Ali Haider/EFE
A decisão já saiu: o xeque vai ter que participar com 700 milhões de dólares para manter o padrão de vida de Haya e dos dois filhos menores, Jalila, de 14 anos, e Zayed, de nove. E que padrão. Um exemplo: durante umas férias em que as coisas ainda corriam bem, o casal gastou o equivalente a 2,6 milhões de dólares só em morangos.
Entre outros pertences, Haya, que é filha do falecido rei Hussein da Jordânia e deu um salto quântico em matéria de status financeiro quando se tornou a sexta mulher – concomitante – do xeque, pediu a devolução de suas roupas de alta costura avaliadas em 85 milhões de dólares. As joias são mais modestas: só 25 milhões de dólares. Empregados para servir mãe e filhos, 80. Mesada das crianças, 13 milhões de dólares por ano.
Haya saiu escondida de Dubai em 2019 e se instalou em seu palacete em Londres, dizendo temer o marido, acusado de mandar sequestrar duas de suas próprias filhas para impedir que escapassem de sua esfera de influência. Na época, o xeque, que faz poesia pela internet, insinuou deslealdades. Muito possivelmente já sabia que Haya havia tido um caso com um segurança da equipe inglesa, Russell Flowers, um ex-militar bonitão.Durante o processo, vieram à tona detalhes dolorosos. Haya foi chantageada pelos seguranças para que não revelassem o romance.
“Amigos” de Flowers dizem que não foi exatamente assim: ele assinou um contrato de confidencialidade, equivalente a 1,6 milhão de dólares, para não falar sobre o assunto até o fim da vida.
O xeque, que é dono da maior rede de haras do mundo e através do mundo das corridas de cavalo se aproximou da família real inglesa, não ficou sentando, quietinho, enquanto corria o processo, obviamente com os mais caros advogados do mercado londrino. Mandou espionar, justamente, a chefe da equipe contratada por Haya, Fiona Shakleton, que é membro da Câmara dos Lordes. Seus agentes usaram tecnologia vendida pelo NSO Group, empresa israelense já enrolada na espionagem do saudita Jamal Khashoggi, morto e esquartejado no consulado em Istambul.
Os advogados do xeque tentaram evitar reiteradamente que a espionagem fosse revelada, invocando inclusive a condição de governante estrangeiro de Al-Makhtoum. Perderam. A própria NSO, através de seus representantes, informou ao tribunal que havia detectado um uso “não contratual” do Pegasus, o incrível software que invade qualquer celular no mundo e é vendido para combater terrorismo e outras ameaças à segurança de estado.
Outra revelação de derrubar o queixo: o emir de Dubai tentou comprar um palacete vizinho ao da ex-mulher só para espioná-la melhor. Por causa dessas manobras, Al-Makhtoum foi considerado uma ameaça aos próprios filhos e a enorme quantia destinada a segurança na sentença de divórcio visa a protegê-los do próprio pai. O juiz Philip Moor disse que, de maneira “única”, a “maior ameaça” à princesa e às crianças provém do próprio xeque e “não de fontes externas”.
As varas de família são extremamente favoráveis às mulheres em processos de divórcio, em especial no que diz respeito à divisão meio a meio do patrimônio e à manutenção do padrão de vida que desfrutavam durante o casamento. Por isso, estrangeiras com residência no país recorrem às cortes de Sua Majestade. Existe até uma expressão, “turismo de divórcio”.
As esposas de oligarcas russos e milionários árabes pegam carona nesse sistema. No processo que era recorde até o de Haya, a mulher do magnata russo do gás Farkhad Arkhmedov, Tatiana, ganhou exatamente 41,5% do seu patrimônio de 1,3 bilhão de dólares. Ele não pagou e a mãe processou o próprio filho, Timur, por conspirar com o pai para esconder a fortuna, um caso de descrer na espécie humana, como tantos outros dessa esfera.
A fortuna pessoal de Al-Makhtoum é calculada em quatro bilhões de dólares, mas obviamente ele e a numerosa família desfrutam também das benesses de estado. O emir, um título equivalente ao de príncipe e comandante, construiu uma cidade-estado cheia de atrações turísticas mirabolantes e vantagens para empresas estrangeiras, um modelo afetado pela pandemia, mas que mira no longo prazo, num mundo pós-combustíveis fósseis.
A modernidade de Dubai convive com o estilo de vida bem tradicional dos muçulmanos mais conservadores, com estrita separação entre os sexos fora da família e mulheres cobertas por um manto negro da cabeça aos pés quando saem à rua. Nos velhos tempos, Haya poderia sofrer a pena capital reservada às mulheres infiéis. Se tivesse continuado em Dubai, provavelmente seria confinada em algum palácio sem nenhum acesso ao mundo exterior – como aconteceu com as filhas rebeldes do xeque, agora aparentemente “reformadas”.
Em Londres,estará livre para desfrutar o dinheiro que o ex-marido, muito contra a vontade, terá que dar.O pacote é vitalício e inclui até 7 milhões de dólares para que a princesa jordaniana, que já foi amazona competitiva, compre e mantenha cavalos de raça. Também vai dar para pagar os morangos, embora seja difícil imaginar como um ser humano gasta mais de dois milhões de dólares nisso numa temporada de férias.
Este olhar tão à frente, nas eleições do ano que vem, só
atrapalha.O Brasil é quem perde, perdemos todos nós. Mais de um ano de
campanha eleitoral acaba relegando a segundo plano o combate àquilo que
realmente dificulta o desenvolvimento, o crescimento do país. Tantas reformas
em compasso de espera, emperradas por um jogo político quase sempre sujo,
desonesto... É uma tristeza.
O que dá para fazer,
diante disso?Alguém acredita que o Congresso vai trabalhar pelo país no
ano que vem? Com tantos interesses egoístas e oportunistas, isso é
difícil. Acabam nos empurrando para uma definição sobre nossa intenção
de voto. O eleitor mais atento pode, pelo menos, ir construindo um
desejo claro e coerente, na disputa pela Presidência da República.
Já
que se apresentam tão cedo alguns possíveis candidatos a presidente,
vamos atentar para o que eles andam dizendo por aí, o que têm feito e o
que fizeram
Como numa prova de múltipla escolha, melhor eliminar logo as
respostas erradas, falsas. No caso em questão, riscam-se os hipócritas e
incoerentes, os fingidos, mentirosos, os dissimulados. E como identificá-los?
Simples. Já que se apresentam tão cedo alguns possíveis candidatos a presidente,
vamos atentar para o que eles andam dizendo por aí, o que têm feito e o que
fizeram.
Alguém com senso crítico intactoeliminaria imediatamente da corrida eleitoral o“descondenado”Lula. É impossível acreditar em sua honestidade, e nem é preciso dizer por
quê. Passemos às suas ideias políticas... Elas são mofadas, nunca deram
certo, nunca darão. Precisamos de menos Estado. E o apreço de Lula pela
democracia é nenhum, inexiste. Apoiador de ditadores na África, no Golfo
Pérsico, na China, na Venezuela, em Cuba, na Nicarágua...
Fala abertamente em censura, numa conversa mole sobre regulamentação da
mídia, da internet. É o maior cara de pau deste país.
Sergio Moro já disse que Lula flerta com o autoritarismo. Pegou leve. E ele, o ex-juiz, faz o quê? Quando ministro da Justiça, criou com Mandetta uma lei que prevê vacinação compulsória contra Covid...
Calou-se diante do “fecha tudo”, das agressões à Constituição.
Gente
impedida de tocar seus negócios, gente impedida de trabalhar, de ir e
vir. O que disse Moro sobre as prisões em praças, praias, sobre a
violência de policiais e guardas municipais contra inocentes? Ele não
disse nada.
Nenhuma palavra também contra a censura, a
perseguição a veículos e profissionais de comunicação imposta pelo STF,
nada sobre prisões ilegais ordenadas por um ministro do Supremo.
Moro talvez até concorde com a anulação de suas sentenças contra Lula,
ache compreensível terem decidido por sua suspeição...E talvez acredite
até hoje que prerrogativas constitucionais do presidente da República
devem ser ignoradas. Desse jeito, não precisa nem apresentar seu plano
de governo.
O
presidente Jair Bolsonaro está de volta ao Brasil depois de uma exitosa
e produtiva visita a países árabes do Golfo Pérsico riquíssimos em
petrodólares. A viagem começou pelos Emirados Árabes, em Dubai, na Expo
2020, e foi um sucesso. Fez amizade com os príncipes, almoçou com
empresários e teve o Dia do Brasil, no dia 15 de novembro. Também foram
fechados negócios, com a venda de aviões e material bélico brasileiros.
Bolsonaro
visita o evento Dubai Air Show: comitiva presidencial fechou acordos e
apresentou produtos brasileiros aos países árabes| Foto: Alan Santos/PR
Os
árabes compraram também alimentos, principalmente frango, além de café e
mate. Também houve intenções de investimentos em infraestrutura e em
papéis do agro. Dali ele foi para o Bahrein, onde inaugurou uma
embaixada brasileira, liderou uma motociata e foi muito bem
recepcionado. Os chefes de Estado estavam de braços abertos para os
brasileiros. Saudação na rua do povo e crianças com a bandeirinha
brasileira, foi uma festa.
E no Catar, onde vai ter
Copa do Mundo no ano que vem, Bolsonaro se encontrou com o presidente da
Fifa, Gianni Infantino. Ele ganhou uma bola e uma camisa da Fifa com o
seu nome. Como retribuição, Bolsonaro o presenteou com uma camisa
canarinho. Eles visitaram juntos um estádio maravilhoso, que já está
pronto um ano antes da competição. Chegaram a bater bola no gramado.
Filiação a novo partido Agora que Bolsonaro está de volta todos estão esperando para saber como vai ficar a filiação partidária do presidente. Ele viajou ao Oriente Médio sob o anúncio de que assinaria a ficha no próximo dia 22 para entrar no Partido Liberal (PL).
Mas lá pelas tantas, Bolsonaro e
Valdemar Costa Neto, o manda-chuva do PL, se desentenderam
principalmente por causa do apoio do partido a Rodrigo Garcia, candidato
de João Doria ao governo de São Paulo. Mas todos sabem que o candidato
de Bolsonaro é o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. E
tem mais divergências em Alagoas, no Piauí, no Amazonas…
Mas
agora as lideranças do PL se reuniram e anunciaram que estão dando
carta branca para Valdemar Costa Neto negociar o que quiser com o
presidente Bolsonaro para não perdê-lo. Afinal, ele é o candidato que
puxa voto. Só lembrar que na eleição passada elegeu os governadores do
Rio de Janeiro e o de São Paulo, só pra citar alguns.
A
tradução dessa carta branca é aceitar qualquer condição de Bolsonaro
para entrar no partido. Afinal, o partido precisa do presidente da
República mais do que Bolsonaro precisa do PL. Ele tem ainda a opção do
Partido Progressista (PP), em que esteve por 11 anos e que é uma legenda
que tem muitos prefeitos e deputados pelo país.
O PL
tem a terceira bancada da Câmara em tamanho, com 43 deputados, que têm
uma fidelidade de 88% nas votações. Um deles, talvez o mais fiel, é o
Marco Feliciano (SP). E no Senado, o partido tem quatro senadores com
uma fidelidade de 84% nas votações. Um dos mais conhecidos é Jorginho
Mello, de Santa Catarina. E o partido ainda tem 347 prefeitos.
Partido é tudo igual Um amigo me questionou por que tanta celeuma com o PL, já que ele não é tão diferente dos outros partidos, e eu concordei. Pode ser que todos
sejam mais ou menos iguais, tem lá o chefão e os seus problemas de um
modo geral. Não há muita diferença, infelizmente, partidos no Brasil são
agremiações, não são conjuntos de doutrinas políticas. São interesses
momentâneos, às vezes fisiológicos, e união de gente que tem o mesmo
interesse.
Tudo de bom: acordo entre Israel e Emirados Árabes Unidos abre uma fase promissora e “tira da pauta” a anexação de territórios palestinos
“Mensagem de amor de Telavive”. Assim a prefeitura da cidade ilustrou a fachada de luzes nas cores de Israel e dos Emirados Árabes Unidos – os Emirados, para simplificar. Uma semana antes, a iluminação em forma da bandeira do Líbano, em solidariedade aos mortos na grande explosão do porto de Beirute, provocou reações furiosas. Israelenses de direita consideraram um ato de traição, uma vez que o Líbano continua a não aceitar um tratado de paz com Israel, e libaneses muito mais extremistas reagiram: “Vamos iluminar Telavive com nossos mísseis”. O clima completamente diferente que cerca a aproximação oficial entre Israel e os Emirados é um dos raros momentos em que o Oriente Médio produz uma notícia boa. A aproximação é produto de um longo processo de acerto entre interesses comuns. Israel não precisou pagar com a devolução de territórios, como aconteceu com o Sinai reintegrado ao Egito, em 1979. O retorno de Yasser Arafat e a transferência de territórios à Autoridade Palestina, em 1994, também envolveu essa “troca de paz por terra”. Foi uma experiência infeliz, fracassada ou condenada na opinião de muitos israelenses, decepcionados com a militarização e os atentados terroristas provocados pelos novos “aliados”. A maioria dos palestinos também se decepcionou por não conseguir o Estado independente que deveria estar na continuidade dos acordos. Romper o tabu e se acertar com Israel sem ter o interesse premente de uma troca territorial é um passo muito importante não apenas pelo resultado presente como também pelo que antecipa como futuro: a aceitação de Israel como um país “normal”, não uma entidade odiada a ser varrida do mapa ou, na falta de capacidade para fazer isso, hostilizada e rejeitada. Por que o entendimento foi recebido com tanta má vontade em vários setores? Primeiro, porque é uma conquista de dois governantes abominados, Donald Trump e Benjamin Netanyahu. O terceiro integrante do acordo, o príncipe Mohammed Bin Zayed, herdeiro de Abu Dabi e líder do pequeno e rico colar de emirados que foram uma entidade comum às margens do Golfo Pérsico, tampouco é uma flor da democracia e das liberdades fundamentais – ninguém é nessa região do mundo. Segundo, porque nada é capaz de satisfazer as expectativas dos palestinos e de seus simpatizantes. [as expectativas dos palestinos são simples de satisfazer: querem apenas não ser estrangeiros em sua própria terra, vítimas de invasões de 'agricultores' - colônias de israelenses na Cisjordânia - 'agricultores' que contam com um apoio de um poderoso exército. o número de mortos na explosão em Beirute, é muitas vezes inferior ao de civis palestinos mortos pelas chamadas Forças de Defesa de Israel - que utilizam aviões de última geração e poderosos blindados, para se 'defender' de civis palestinos desarmados e em sua própria terra - ou migalhas que lhe foram concedidas. Israel tem direito a um território, mas, não pode exercer tal direito tomando terras do mais fraco.] O primeiro-ministro de Israel estava a poucos dias de anunciar a anexação das faixas de território palestinoque, na prática, já são anexadas pela presença de enclaves residenciais habitados por judeus. Como bom negociador, Bibi mais do que insinuou que anexaria também todo o lado ocidental do vale do rio Jordão. Uma cartada que saiu rapidamente da mesa. Sobre a anexação das áreas sob controle total de Israel, Bibi sustenta que não foi eliminada EmMundialista - Blog de Vilma Gryzinski - VEJA - MATÉRIA COMPLETA
A Palestina será o que Benjamin Netanyahu quiser. Se o primeiro-ministro de Israel quiser anexar a Cisjordânia, nenhuma pressão externa ou interna o impedirá. Se optar por não anexar, será porque calculou ser melhor esperar vislumbrando vantagens. O premier é um dos maiores vencedores da história política mundial. Conseguiu arquitetar o Oriente Médio dos seus sonhos. Não será diferente agora.
Netanyahu queria isolar o Irã. Conseguiu. Netanyahu queria que os EUA se retirassem do acordo nuclear firmado pelas grandes potências e o regime de Teerã. Conseguiu. Netanyahu queria que os EUA transferissem a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Conseguiu. Netanyahu queria que o presidente Donald Trump reconhecesse as Colinas do Golã, uma região síria ocupada por Israel, como território israelense. Conseguiu. Netanyahu queria se aproximar das nações árabes do Golfo Pérsico. Conseguiu. Netanyahu conseguiu destruir sucessivamente todos os seus rivais políticos à esquerda e à direita. A lista é longa: Ehud Barak, Ehud Olmert, Tzipi Livni, Avigdor Lieberman, Yair Lapid, Naftali Bennet. O último, Benny Gantz, virou seu aliado e refém. Netanyahu está no poder há 11 anos seguidos. Conseguiu permanecer no cargo mesmo indiciado por corrupção. Sou crítico de Netanyahu. Discordo de suas posições em muitos temas de política interna israelense, assim como em política internacional. Mas, diferentemente de Donald Trump e Jair Bolsonaro, o premier israelense é genial, habilidoso e imbatível. Alguns dirão que sua performance no combate à Covid-19 foi decepcionante. Sem dúvida, os resultados ficaram aquém do esperado, longe de se compararem aos da premier da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Mas, ainda assim, não dá para comparar com os desempenhos catastróficos e vergonhosos dos presidentes brasileiro e americano. Além disso, o líder israelense não é negacionista e anticiência. No caso da anexação da Cisjordânia, sabemos que na prática muda pouco. Já existe uma ocupação com a presença de mais de 100 assentamentos, onde vivem 400 mil colonos israelenses, sem falar na presença militar. Isso sem contar as outras centenas de milhares que vivem em Jerusalém Oriental, reivindicada pelos palestinos como parte de um futuro Estado.Os palestinos já enfrentam há décadas obstáculos para circular entre cidades como Nablus e Ramallah. A Autoridade Nacional Palestina não é um governo. Trata-se de uma administração burocrática, corrupta e com poderes restritos, sendo dependente de Israel e dos EUA. O grupo terrorista Hamas, por sua vez, opera pouco na Cisjordânia. Seu poder se concentra na Faixa de Gaza, onde exerce uma ditadura extremista e miliciana, ao mesmo tempo em que israelenses e egípcios mantêm um cerco ao território, onde sobrevivem 1,8 milhão de palestinos.
Civil palestino, armado com estilingue, enfrenta aviões caça da Força Aérea de Israel em um combate desproporcional
O sonho legítimo de um Estado palestino acabou, com anexação ou sem anexação. Com Joe Biden ou com Trump no poder em Washington. Com Mahmoud Abbas ou com Marwan Barghouti em Ramallah. O que interessa é Netanyahu, enquanto ele estiver no poder. E o líder israelense nunca quis o estabelecimento da Palestina. No máximo, uns bantustões em porções da Cisjordânia, sem soberania nacional e, óbvio, sem concessão de cidadania israelense aos palestinos. [Netanyahu, além de levar o exército israelense a agir de forma covarde, quando ataca civis palestinos desarmados, usa os civis palestinos como forma de se livras dos problemas internos que afetam seu governo.] Guga Chacra, colunista - O Globo
Pelo
visto, os árabes do Golfo Pérsico não temem o aumento do nível dos oceanos
devido à mudança climática. Constroem prédios cada vez mais altos, ao nível do
mar. Por
que será? Ignorância
e falta de informação é que não deve ser. Eu
gostaria de ouvir os engenheiros e empresários de Dubai explicando isso numa
Cúpula sobre o Clima, se eles não estão com medo do degelo das calotas polares
e da Groenlândia (outrora Green Land), que inundariam todas as cidades
costeiras do mundo, como NY, Rio e - obviamente - Dubai.
Um
cubo de gelo jogado numa piscina transbordaria uma piscina? Pois parece ser
isso que tentam nos provar. Há
muitas coisas com que possamos nos preocupar com respeito ao clima terrestre,
evitando desertificação de áreas extensas, emissão de poluentes na atmosfera,
poluição dos oceanos (nossa principal fonte de oxigênio), embora muitas das manifestações
da natureza não sejam controláveis pelo ser humano, como terremotos e furacões.
Muito
do que se noticia sobre mudança climática me parece ser puro embuste.
Principalmente se for para atacar o agronegócio brasileiro - um sucesso mundial
absoluto - e, especialmente, o presidente Bolsonaro, "queimado" pelo
presidente francês Emmanuel Macron, que leva a tiracolo o cacique para gringo
ver, Raoni, em criminosa campanha mundial contra os interesses e a soberania do
Brasil no caso da Amazônia.
E vem
aí o Sínodo sobre a Amazônia, no Vaticano, em outubro, para jogar mais um pouco
de gasolina nas queimadas que estão sendo apagadas por militares, bombeiros e
as primeiras chuvas da primavera.O
interessante é que existem cerca de 15.000 ONGs operando na Amazônia.Se cada
ONG tiver em média 10 componentes, seriam 150.000 baldes de água para apagar as
queimadas.[considerando baldes pequenos, com 10 litros de capacidade, seriam 1.500.000 litros = capacidade média equivalente a 1.000 aviões usados no combate às queimadas.] Alguém viu um ongueiro, um único ongueiro com balde na mão?
É
mais fácil achar um ongueiro com tocha na mão, em vez de balde d'água, já que
Bolsonaro fechou a torneira de recursos monetários para muita ONG fajuta. O
Outubro Vermelho do Vaticano promete!