Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Com
isso o Brasil acaba de tornar-se, também, o primeiro país do mundo a
ter na sua Suprema Corte de Justiça um personagem com essas credenciais.
O ministro Flávio Dino era a última pessoa que qualquer presidente poderia escolher para o STF – até porque seu desempenho como ministro da Justiça foi um desastre. Com a história do traficante “Tio Patinhas” o desastre dobrou. Mas, em vez de ir para a rua, foi para o Supremo. É assim que as coisas funcionam no governo Lula: quanto pior a performance, mais alto é o emprego.
No Supremo, o ministro Dino vai encontrar o ambiente ideal para turbinar o seu combate contra a liberdade.
Flávio
Dino no STF é um avanço a mais, talvez o mais truculento de todos, na
escalada do governo rumo ao regime totalitário – sua principal ocupação
desde foi declarado vencedor da eleição de 2022 pelo TSE.
Dino é possivelmente o mais extremista de todos os inimigos da
liberdade e dos direitos individuais no Brasil de hoje.
Só fala em
liberdade para dizer que“o Estado” tem de controlar essa mesma
liberdade; ela tem de ter “limites”, não pode beneficiar quem discorda
do governo (“inimigos da democracia”)e só pode ser usada com
“responsabilidade”. É a linguagem imutável de todas as ditaduras.
Falam
essas coisas – e depois enchem as cadeias com quem “usou mal” a
liberdade.
Os atos públicos de Dino não deixam dúvidas da sua
hostilidade fundamental ao princípio segundo o qual os seres humanos são
livres e iguais entre si.
Não admite que os cidadãos expressem
livremente seus pensamentos. Quer censurar as redes sociais.
Acha que a Polícia Federal é uma guarda privada de segurançaque tem de servir os interesses políticos do governo.
Eles integram hoje, junto com os extremistas da esquerda nacional, a
divisão blindada que joga toda a sua capacidade de fogo na luta para
transformar o Brasil num país de aiatolás – onde o consórcio Lula-STF dá
todas as ordens e a população trabalha, paga imposto e obedece.
Já abandonaram, a essa altura, qualquer preocupação com as aparências – a ficção de que defendem a democracia,
obedecem às leis e respeitam os princípios universais das sociedades
livres.
Apostam tudo, cada vez mais, num regime sustentado pela força
armada, pela polícia e pela repressão.
O
objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década
recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados,
mas semear incertezas e instabilidades
Os governantes autocráticos do Irã podem
ter nas mãos um dos palitos de fósforo capazes de incendiar seu pavio:
um “eixo de resistência”, uma rede de aliados violentos por toda a
região.
O regime iraniano passou duas décadas construindo essa
capacidade no Iraque, no Líbano, na Síria e no Iêmen.
Teerã preda lugares onde a política local é fraca, onde é fácil enviar
operadores e armas e onde nenhum ator externo é capaz de desafiá-lo, de
acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, um centro
de análise com sede em Londres.
A capacidade do Irã de provocar caos à
distância — por meio do Hamas, do Hezbollah, da infinidade de milícias
xiitas no Iraque e dos houthi, no Iêmen — pode dar mais peso a Teerã do
que suas capacidades militares convencionais, que são relativamente
fracas.
O
objetivo do regime iraniano neste momento, como ao longo da década
recente, não é provocar uma guerra direta com o Ocidente e seus aliados,
mas semear incertezas e instabilidades. No mesmo momento que trafega
num limite para se tornar uma potência nuclear, o Irã também mantém uma
ambiguidade estratégica com o eixo.
Teerã nega estar no comando ao mesmo
tempo que fornece armamentos a grupos armados, como os houthis,
dando-lhes treinamento e usando-os como fachada para conduzir ataques —
como o ataque a mísseis contra a Saudi Aramco, em 2019, que fez diminuir
temporariamente em 5% a produção global de petróleo.
O propósito é
intimidar o Ocidente tanto quanto complicar seu cálculo.
Ainda assim,
pareceu capitalizar sobre as atrocidades do Hamas e mobilizar o eixo de
resistência.
Hezbollah e Israel trocaram fogo com o apoio explícito,
respectivamente, do Irã e dos EUA.
Ao menos 19 combatentes do Hezbollah
foram mortos.
Os houthis, que controlam a capital do Iêmen, lançaram
três mísseis de cruzeiro de médio alcance e vários drones, recentemente
adquiridos do Irã, contra a cidade portuária de Eilat, em Israel
(interceptados por um destróier americano).
E milícias xiitas apoiadas
por Teerã na Síria e no Iraque ampliaram seu conflito atacando
repetidamente, com foguetes e drones, bases que abrigam soldados
americanos (Washington retirou sua presença diplomática do Iraque como
resultado).
Os aiatolás do Irã, xiitas, não podem suportar a
ideia de ser isolados enquanto Estados liderados por sunitas e Israel
passam a cooperar mais. O impulso iraniano para deslegitimar os Acordos
de Abraão continua: em uma região com ministros de Relações Exteriores
muçulmanos na Arábia Saudita,
em 18 de outubro, o Irã instou os países muçulmanos a impor um embargo
de petróleo contra Israel.
Teerã está apoiando pedidos para que o Egito
receba palestinos de Gaza, talvez na esperança de agravar tensões entre
Israel e seu mais antigo aliado árabe.
A
turbulência regional também significa mais dinheiro para o Irã, pelo
menos por agora. O preço do barril de petróleo subiu mais de US$ 5 desde
7 de outubro.
Os EUA estão ansiosos para conter a inflação
anteriormente à eleição no país, no próximo ano, e têm permitido
tacitamente ao Irã exportar mais petróleo, apesar de formalmente
manterem as sanções. “Esses barris iranianos são muito importantes” para
Joe Biden,
afirma Ahmed Mehdi, analista do setor petroleiro radicado em Londres.
A
produção chegou a 3 milhões de barris ao dia, seu nível mais alto desde
que o governo Trump impôs sanções, em 2018. Ano após ano, afirma Mehdi,
as exportações aumentaram mais de um terço.
Mas
a guerra por procuração em escalada contra os americanos e seus amigos
implica em grandes riscos para o Irã. Em Teerã, as autoridades gabam-se
afirmando que voltaram a ser “estadistas”; o presidente Ebrahim Raisi — considerado por muitos no Ocidente um pária linha-dura — conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, nos dias recentes. Os iranianos comuns estão menos impressionados.
A população do Irã está cansada das aventuras de seu regime no exterior e relutante em suportar mais sofrimento pela Palestina.
Protestos convocados pelo governo têm tido baixo comparecimento. Um
minuto de silêncio numa partida de futebol em Teerã pelos mortos em Gaza
foi interrompido por gargalhadas sonoras. “Nem Gaza, nem Líbano”,
entoaram manifestantes das janelas de suas residências. “Nós
sacrificamos nossas vidas pelo Irã.”
A guerra nas sombras do Irã é um jogo delicado, e a capacidade de Teerã de controlar seus aliados não é clara. Desde
que os EUA assassinaram Qassem Suleimani, um dos formuladores do eixo
de resistência, três anos atrás, a autonomia dos satélites iranianos.
Conforme lançam ameaças de guerra juntamente com seus foguetes, eles
poderão achar difícil recuar de sua retórica. Cada um estabeleceu
“limites” para determinar intervenção contra Israel e o Ocidente. Não
responder poderia ferir sua credibilidade com apoiadores locais. Uma
invasão terrestre de Israel a Gaza poderia fazê-los forçar a mão.
Os
aliados do Irã também têm de equilibrar suas aspirações militares com
os interesses dos países que os abrigam. De acordo com autoridades
iranianas, o presidente sírio, Bashar Assad, disse ao Hezbollah
que não tem nenhum desejo de acudir aos seus chamados por ataques
contra Israel de seu território. Do ponto de vista de Assad, o Hamas o
traiu quando se aliou à rebelião contra seu regime, em 2011, após ele
ter permitido ao grupo permanecer em segurança na Síria. Agora, Assad
não quer lutar pelo Hamas.
O
Líbano teme ser mais um peão de sacrifício. Seus xiitas são o maior
grupo religioso do país, mas suas outras 17 denominações sectárias
oficiais formam maioria. Reveladoramente, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah,
famoso por seus discursos beligerantes, evitou expressar-se
publicamente de seu bunker em Beirute desde que os combates começaram.
A
ameaça de guerra pôs fim à esperança de uma ressuscitação do turismo no
Líbano.
A firma de seguros Lloyd’s sinalizou que poderá retirar
cobertura no país, e a Middle East Airlines, maior empresa aérea
libanesa, está estacionando parte de sua frota na Turquia.
Os EUA
aconselharam seus cidadãos a deixar o Líbano. O primeiro-ministro
libanês afirmou que “a decisão sobre guerra e paz” não está em suas
mãos.
Se os
aliados do Irã atacarem interesses dos EUA, ou possivelmente Israel, o
mais provável é que os americanos retaliem inicialmente contra eles em
vez de seu financiador. Ainda assim, a aposta iraniana é alta. A decisão
do Irã de mobilizar o eixo de resistência sinaliza que, no longo prazo,
o regime ruma ao isolamento e à autocracia.
Apenas um mês atrás, Teerã
celebrava uma troca de prisioneiros com Washington e a iminente
transferência para o Irã de US$ 6 bilhões em rendimentos do petróleo
congelados.
O aiatolá Ali Khamenei
abençoou pela primeira vez conversas diretas desde que o governo Trump
abandonou o pacto nuclear.
Alguns falavam de uma nova trégua. Agora essa
perspectiva se arruinou — e as chances de uma guerra maior,
catastrófica, mesmo que ainda baixas, são perigosamente altas. /
TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Questionado se, com a participação de Irã, Rússia e China,os Brics poderiam ser vistos como um “G7 antiocidente”, Lula disse que “não podemos negar a importância geopolítica desses países”.
Ele destacou o Irã como um país “extremamente importante”, com 120 anos de relações com o Brasil.
A Pérsia já foi um baita império, sem dúvida. Mas desde a revolução dos aiatolás, quando o incompetente presidente Jimmy Carter era o líder do mundo livre, o Irã se tornou uma teocracia abjeta, que busca seu armamento nuclear para "varrer Israel do mapa".
O Irã é um país que joga gays do prédio. É esse o país tão importante para o Brasil?
Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã foram os selecionados para integrar o bloco. A escolha dessas nações, de acordo com especialistas, coloca o bloco em uma clara oposição ao Ocidente, além de evidenciar o poder de Xi Jinping, ditador da China, e a perda de protagonismo do Brasil entre os Brics.
"Sigo sem saber o que o Brics pretende além de um simbolismo poderoso […] Isso fica óbvio com a escolha do Irã, por exemplo. Pode até tornar as coisas mais difíceis", disse o economista e criador do acrônimo Brics, Jim O'Neill, em entrevista à BBC News Brasil. O Brasil lulista se esforça com muito empenho para se tornar um pária mundial,tudo isso por alinhamento ideológico com os comunistas antiocidentais.
Alguns bobocas podem falar em "pragmatismo", mas isso é balela. O Irã ocupa 23ª posição no Ranking de Exportações Brasileiras, o que representa 1,03% do que o Brasil exporta para o mundo. E na Importação o Irã ocupa a 70ª posição no Ranking, conforme dados do MDIC de Jan-Nov de 2019. Já os Estados Unidos ocupa a 2ª colocação tanto no Ranking das Exportações, como das Importações.
Faz sentido econômico provocar os americanos com esse bloco ideológico?
O esquerdista Caio Blinder, que "fez o L", lamentou a decisão lulista de atrair o Irã para o Brics: "O bloco Brics agora está bem diversificada, amplo leque, um clube que abriga regimes homofóbicos, misóginos e fundamentalistas islâmicos, além de ditaduras habituais". Ele acrescentou: "Se a a nova safra de ditaduras homofóbicas, misóginas e fundamentalistas islâmicas tivessem sido aceitas nos Brics na gestão Bolsonaro, a esquerda jurássica brasileira estaria denunciando tamanho obscurantismo".
Pois é, mas na gestão Bolsonaro, como sabemos, isso jamais teria acontecido...
Guga Chacra, que demoniza Bolsonaro, também criticou a aproximação com tais ditaduras nefastas: "Lula e as ditaduras do Brics - além de China e Rússia, agora o bloco tem também dois países com Apartheid contra as mulheres (Irã e Arábia Saudita)". Causa espanto a surpresa da turma tucana, que parece nunca ter tomado conhecimento das posturas ideológicas de Lula e seu PT, mesmo depois de 14 anos deles no poder...
O Brasil vai se afastando do Ocidente e se aproximando dos regimes mais toscos do planeta,que desrespeitam todos os direitos humanos. Mas os tucanos escreveram cartinha pela democracia com essa gente, fizeram o L para "salvar a democracia".
Agora somos aliados oficiais do Irã.
Durmam com esse barulho - e com a consciência pesada!
O Irã anunciou que dois de seus navios de guerra atracariam no Porto
do Rio de Janeiro. Mas os navios nunca chegaram. A visita, que não
aconteceu, causou barulho.
O regime dos aiatolás aproveitou o retorno do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder para usar o Brasil como
trampolim para uma jornada, que oficialmente, é de provocação aos
Estados Unidos. O que pode ter acontecido no caminho?
O jornal Folha de S.Paulo publicou uma parte da história. O Irã, que
havia pedido autorização para seus navios de guerra atracarem no Brasil
entre os dias 23 e 30 de janeiro, teria mudado de ideia e
propositalmente postergado o desembarque para que coincidisse com a
visita do presidente Lula aos Estados Unidos.
O Brasil, segundo a mesma
notícia, não aceitou ser sócio na provocação. Uma nova data prevista é
de 26 de fevereiro a 3 de março – mais de um mês de atraso em relação ao
cronograma original. A história parece esclarecida. Mas só que não.
O que fez o Irã mudar de planos? Ou quais seriam os planos do Irã? Seria mesmo apenas provocação?
Os navios que o Irã mantém neste momento, em algum lugar do Atlântico
Sul, próximo às águas territoriais de Argentina, Uruguai e Brasil, são a
fragata e um ex-petroleiro adaptado como um porta-helicópteros e que
vem a ser a maior embarcação da marinha iraniana. Este segundo é um
autêntico posto de combustível flutuante.
Capaz de transportar em
seus tanques milhões de litros de combustível (originalmente 11
milhões), o navio tem autonomia para navegar meses (os iranianos juram
que por dois anos) sem a necessidade de recorrer a fonte externa de
abastecimento. Além de autossuficiência, seus tanques são a fonte de
combustível para outras embarcações. Assim, os dois navios estão dando a
primeira volta ao mundo e incluindo o Brasil no mapa da confusão.
O regime iraniano é especialista em dissimulações. Mas a constante
busca por desestabilização por meio do jogo que une propaganda, ameaças e
segundas intenções pode não explicar completamente o esforço dos
aiatolás e sobretudo o atraso no plano de provocar o Grande Satã.
A resposta pode estar em um par de voos realizados pela Força Aérea
dos Estados Unidos apenas uma semana antes da previsão original de
chegada dos navios ao Brasil. No dia 16 de janeiro, os americanos
enviaram para América do Sul um avião cuja capacidade é identificar na
atmosfera atividade nuclear. O avião WC-135R Constant Phoenix
64-14836, também apelidado de “farejador nuclear”, partiu de Porto Rico,
passando pela borda das águas territoriais da Venezuela, Guiana,
Suriname, Guiana Francesa e parte do Brasil, mais precisamente até as
proximidades do Estado do Espírito Santo. Por sinal, o mesmíssimo
caminho que as embarcações iranianas planejam fazer para alcançar o
canal do Panamá. (ver matéria – BR-US – Aeronave de inteligência USAF WC-135, especializado em pesquisas atmosféricas realizou voo ao longo da costa brasileira)
O mesmo avião contornou a América do Sul no sentido oposto ao
anterior.Coletou dados do Mar do Caribe, da porção norte da costa da
Venezuela e das águas da Colômbia, Equador e Peru. Nessa rota, sobrevoou
o canal do Panamá, o “ponto alto” da viagem da flotilha iraniana.
O registro da baseline da radiação na América do Sul pode ter se
transformado em um problema para os aiatolás. Não é de hoje que eles
perseguem o poder de ter uma bomba atômica. Também não é de hoje que o
regime chavista e seus xerimbabos regionais dão suporte para os planos
nucleares de Teerã.
As medições prévias dos níveis de radiação da Venezuela e da rota
sul-americana dos navios iranianos não podem ser tratadas como se fossem
um capricho imperialista americano. Assim como não se deve ignorar que o
esforço do Irã para ser capaz de colocar seus navios“em qualquer
oceano” não deve ser ignorado como parte de suas trapaças visando uma
bomba atômica.
O registro dos níveis naturais de radiação de parte da América do Sul
pode ser a razão de os iranianos terem mudado o calendário e
secretamente ajustado os seus planos. Caso os seus navios estivessem
transportando material radioativo ou armas para testes offshore
(possivelmente na Venezuela), os Estados Unidos poderiam identificar as
anomalias na atmosfera em comparação com o padrão medido na região de
forma preventiva.
Nem tudo que o regime iraniano faz é, de fato, o que parece ser. A
confusão é uma de suas armas mais eficientes. Mas, nesse caso,
potencialmente nuclear, eles estariam diante de um dilema. Se depois de
anos de movimentos nas trevas eles conseguiram desenvolver um aparato
nuclear que está pronto para os testes, com o uso da Venezuela (ou
qualquer outro lugar na América do Sul e no Caribe) como base offshore
para uma explosão nuclear, os vestígios da bomba poderão ser
“farejados”.
O falecido Hugo Chávez moveu mundos e fundos para desorganizar o
mundo. Ajudar o Irã a se tornar uma potência nuclear era um de seus
objetivos. Chávez morreu em 2013 e deixou o caminho pavimentado para
muitos de seus projetos em curso. Seu sucessor, Nicolás Maduro, apesar
de menos capaz que seu criador já falecido, tem se saído muito bem no
trabalho de dar sequência ao plano.
É, evidentemente, muito fácil tratar tudo isso como teoria da
conspiração, pelo aspecto absurdo e quase fantástico que envolve as
ações dos bolivarianos e seus patronos extrarregionais. Mas é justamente
isso que eles querem que as pessoas pensem sobre os seus planos. Foi
assim que Chávez, por exemplo, chegou aonde chegou e fez o que fez.
Visto como excêntrico e palhaço, ele marchou adiante e com ele muita
gente que está no poder. Seja na Venezuela, seja fora dela.
A política externa petista nutre amizade e um perigoso nível de
cumplicidade“Sul-Sul”com regimes e governos que, sob o pretexto da
multipolaridade, não medem muitos os esforços para tocar fogo em algumas
partes do mundo. Portanto, a tolerância do Brasil – ou o apoio, embora
aparentemente o governo Lula tenha pedido ao Irã para ter um pouquinho
de compostura –à militarização da região por parte de potências que
estão do outro lado do mundo não tem como ter um resultado positivo nem
para o Brasil, nem para o seu entorno.
A tal altivez da “diplomacia Sul-Sul” na busca cega pela alternativa
aos Estados Unidos pode fazer com que o Brasil se torne um comparsa de
ações ilegais, clandestinas e potencialmente explosivas.
#13
"É fácil tratar tudo isso como conspiração, pelo aspecto e quase
fantástico que envolve as ações dos bolivarianos e seus patronos
extrarregionais. Mas é justamente isso que eles querem. Visto como
palhaço, Chávez marchou adiante e com ele muita gente que está no
poder." pic.twitter.com/QbzKpGoHwm
Há
cadáveres demais no noticiário.Concebido para matar um personagem, o ataque
ordenado por Donald Trump contra o general iraniano Qassim Suleimani, resultou
numa afronta a qualquer noção mínima de custo—benefício. No bombardeio ao
comboio de Soleimani, em território iraquiano, morreram outras quatro pessoas.
No cortejo fúnebre do general, em solo iraniano, feneceram por asfixia ou
pisoteamento mais 56 pessoas. No avião civil ucraniano abatido por militares do
Irã "por engano", carbonizaram-se 167 passageiros e nove tripulantes.
Ao admitir por pressão o erro que omitia por opção, o governo dos aiatolásreacendeu as ruas de Teerã.
Tudo
somado, desceram à cova, além de Soleimani, 236 pessoas. Não há vestígio de
caixão com a bandeira americana em cima. Suleimani tinha sangue nas mãos.
Comandava a unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Idealizava ações
terroristas, terceirizando-as. Trump alega que o general tramava atacar
embaixadas americanas. Ninguém é contra a ação antiterror, sobretudo depois que
a turma de Osama Bin Laden enfiou um par de jatos nas torres gêmeas de Nova
York. Mas Trump já asfixiava o Irã com sucesso. Fazia isso por meio de embargos
que deixaram a economia do país em frangalhos.
Ah, que saudade da Guerra Fria! Naquela época, o mundo sabia que podia
morrer a qualquer momento. Se acontecesse o pior, mísseis americanos cruzariam
com mísseis soviéticos. E as duas potências se aniquilariam mutuamente,
eliminando o resto do mundo por contaminação radioativa. Foram para o beleléu a
União Soviética e a Guerra Fria. Houve grande alívio. Mas sobreveio o fantasma
do terror, que também está associado ao flagelo atômico. A crise agora inclui
um ingrediente perturbador: a falta de nitidez. Muitos tentam reduzir a coisa a
um mero choque de civilizações. Algo como Islã versus Grande Satã. Tentativa vã
de recriar a fórmula simplificadora da Guerra Fria —dessa vez com uma potência
só.
Impossível
simplificar os interesses assentados no Oriente Médio. Nem só de petróleo é feita
a encrenca. Não se enxerga, por exemplo, uma fronteira capaz
de delimitar os
direitos de Israel e os anseios da Palestina.
Como satanizar o regime
arbitrário dos aiatolás e conviver harmoniosamente com a autocracia saudita?
Como defender a própria soberania e transformar o Iraque em Casa da Mãe Joana?
Como combater o Estado Islâmico e ameaçar destruir o patrimônio cultural persa?
Mesmo sem a formalidade de uma declaração de guerra, a tensão continua no ar.
Além do excesso de cadáveres, há muita ambiguidade. Ninguém está livre dos
efeitos colaterais do conflito. Hoje, atira-se um míssil contra um avião civil.
Amanhã ...
Josias de Souza, jornalista - Blog do Josias - UOL
Desde o fim da Guerra Fria o Irã expandiu-se no Oriente Médio, e os EUA encolheram
A ordem do presidente Donald Trump para matar o general iraniano Qassim
Suleimani expressa o fim da hegemonia americana no Oriente Médio.
Estabelecida com grande abrangência desde o fim da Guerra Fria e a
primeira Guerra do Golfo, em 1991, essa hegemonia foi perdida em grande
parte por ações e erros dos próprios americanos, involuntariamente os
principais responsáveis pela inédita expansão política e militar do Irã
naquela região.
Como resultado de grandes acontecimentos, como a derrota do Taleban no
Afeganistão, a desagregação do Iraque pós-invasão americana de 2003, a
“primavera árabe” (que sacudiu monarquias sunitas), o acordo de
potências (Rússia, China e as europeias) sobre o programa nuclear
iraniano, o fim do Estado Islâmico e a restauração do poder de Assad na
Síria, até o momento da liquidação do general, o Irã exibia uma posição
política e militar no Oriente Médio mais forte do que possuía havia
cinco anos.Levou uns 20 anos para chegar lá. O que muda agora?
A execução de Suleimani nada parece alterar na postura dos EUA diante da
complexa situação do Oriente Médio: objetivos erráticos, concentração
(uma quase obsessão) no conflito na Palestina, pouca vontade de se
envolver em guerras, abandono de aliados(de militares egípcios a
curdos).E não saber lidar com uma fratura fundamental na região: xiitas
são apenas 10% entre os muçulmanos no mundo, mas quase a metade dos
muçulmanos no Oriente Médio, o que ajuda a entender o peso dessa milenar
disputa cultural, política e sectária em todos os vizinhos do Irã.
Boa parte da capacidade de expansão que o Irã registrou desde a
Revolução de 1979 está no suporte sectário que recebeu de populações
xiitas quase sempre tratadas como minorias perigosas em países árabes
sunitas (alguns importantes para os EUA, como Arábia Saudita) – e não
tanto o aspecto ideológico, embora o “feito” da revolução conduzida
pelos aiatolás tenha sido o de virar de cabeça para baixo a relação
entre religião e Estado no mundo islâmico.
A coligação levada adiante pelo Irã, num arco que vai do Afeganistão ao
Mediterrâneo, passando pelo “coração” da região (norte do Iraque e
Síria), mostrou-se razoavelmente coesa, enquanto o bloco“anti-iraniano”
de aliados dos americanos tem motivos diversos, é mais fragmentado
geograficamente e, pelo menos nas aparências, é adversário da principal
potência militar amiga dos EUA na região,Israel,inimiga do bloco xiita
também. Embora bem menos poderoso, o Irã pode ser comparado à Rússia e à China
no papel de “revisionistas” da ordem de segurança e poder vigentes desde
o fim da Guerra Fria. Como russos e chineses, iranianos se consideram
herdeiros de civilização milenar que teria “primazia” sobre seu entorno,
mas, ao contrário do que aconteceu na Rússia e na China, no Irã a
ideologia como eixo de ação do regime não cedeu e tem como objetivo
expulsar do Oriente Médio o inimigo “Grande Satã”, tal como o líder
revolucionário Ruhollah Khomeini batizou os EUA – o grande corrompedor,
que o digam Adão e Eva.
Ocorre que a visão “estratégica” de Trump vem direto de filmes nos quais
um “Dr. Evil” precisa ser eliminado. Pena que roteiros de Hollywood se
preocupem menos com coisas como o fim de uma ordem hegemônica, isto é,
quando outros ocupam o lugar de quem antes podia fazer ou desfazer. Do
ponto de vista político e militar, Rússia e Irã derrotaram os EUA e na
guerra civil da Síria. O Irã é o virtual “ocupante” do Iraque. A
Turquia, integrante da Otan, faz o que quer. Até a monarquia saudita olha hoje com mais cuidado para Moscou e mesmo
Teerã, enquanto a China não esconde a intenção de, se puder, incluir o
Irã no seu estratégico projeto de uma nova Rota da Seda.Mas Trump acha
que matou o facínora.