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terça-feira, 5 de dezembro de 2023
Ameaça madura - Gazeta do Povo
sábado, 14 de maio de 2022
Risco de conflito nuclear está no campo das possibilidades reais
Mundialista
Urso de papel, armas de verdade
“Putin explodiu a racionalidade ao invadir a Ucrânia e aprisionou a si mesmo num labirinto”
Como é possível que Vladimir Putin, o herdeiro e modernizador desse arsenal apocalíptico, tenha se tornado um Kim Jong-un fortificado, um líder que ameaça, ou manda ameaçar, o mundo constantemente com o terror nuclear? A primeira explicação é a mais fácil: ele faz isso porque está fraco, não forte. A guerra que desfechou contra a Ucrânia tem mostrado que o urso russo é de papel. A resistência dos ucranianos não antecipa um desfecho claro, toda semana morre um general, o mundo desenvolvido caminha para se livrar da russodependência fóssil, só deficientes morais com cérebro de estegossauro têm a falta de vergonha de defender o lado de Putin. A opinião pública russa, que apoia maciçamente a obliteração da Ucrânia, começa a desconfiar que o país não está ganhando. Lembrá-la do poderio nuclear da mãe-pátria afaga egos com muitas desilusões ainda pela frente.
Publicado em VEJA, edição nº 2789, de 18 de maio de 2022
terça-feira, 1 de março de 2022
Putin recorre à ameaça nuclear porque vai mal, e não porque vai bem - Mundialista - VEJA
Ele é cínico ou fanático? Fatos apontam para a primeira opção, o que traz algum alívio para o mundo num momento de tanta tensão que faz pensar no impensável
Só de colocar a carta nuclear na mesa, Putin já está criando uma situação sem precedentes. Nem nos piores momentos da Guerra Fria líderes soviéticos usaram do mais extremo recurso retórico. Putin e seus asseclas estão falando grosso porque a invasão da Ucrânia e as sanções mais fortes do que o previsto colocam o regime russo em situação ruim.
O caso da Suíça, com seu histórico de neutralidade até durante a II Guerra mundial, já virou um exemplo da repulsa que a invasão de um país inocente está provocando ao aderir às sanções decretadas pela União Europeia. Da Shell à Fifa, os boicotes se multiplicam, atingindo interesses que pareciam inamovíveis.
Putin insinuou um estado de tensão pré-nuclear no domingo, dizendo que os responsáveis pelo arsenal nuclear russo haviam sido colocados em “prontidão especial de combate”. Com o puro ato de vocalizar estas palavras, ele exigiu que os Estados Unidos também subam o nível de alerta – o que foi desmentido pela Casa Branca, com o objetivo específico de não alimentar as tensões.
Ontem, o porta-voz Dmitri Peskov disse, sem citar nomes, que a escalada era culpa da secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss. A ministra quer ser vista como uma nova Margaret Thatcher, mas não falou nada de excepcional. Disse que se o expansionismo de Putin não for tolhido na Ucrânia, “vamos ver outros sendo ameaçados – Bálticos, Polônia, Moldova, e isso pode terminar num conflito com a Otan”.
É tudo verdade, embora a linguagem seja pouco diplomática, uma exceção compreensível diante de circunstâncias extremas como uma guerra anexacionista. Explorar declarações de líderes estrangeiros para escalar o tom de confronto entre países ocidentais e Rússia é uma das provas de cinismo em que Putin é mestre. O perigo verdadeiro seria ele ter se fanatizado ao longo de 22 anos no poder, a ponto de imaginar uma situação em que a Rússia, atacada, reagiria com as “armas do fim do mundo”, a tríade de ogivas nucleares em mísseis, aviões e submarinos. Ou até tomaria a iniciativa – a essa altura, todas as especulações são possíveis.
O discurso inacreditavelmente belicoso de Putin – é a segunda vez em uma semana em que ele evoca o uso potencial de armas nucleares – contradiz os princípios do “equilíbrio do terror”, a admissão recíproca das duas superpotências da Guerra Fria de que a destruição mútua garantida (MAD, em inglês) seria o resultado inevitável de um conflito nuclear. Mesmo que uma das partes atacasse primeiro, a outra disporia de formas de reagir, levando a hecatombe nuclear ao adversário. Diversos tratados de controle dessas armas estabeleceram tetos para seu número, mas mantiveram a múltipla capacidade de destruição do planeta.
A Rússia ficou com todo o arsenal soviético depois do fim da URSS – inclusive os mísseis que eram baseados na Ucrânia antes que ela se tornasse um país independente. Herdou também a tradição de desfilar mísseis com capacidade nuclear na Praça Vermelha – uma exibição de força que os Estados Unidos nunca fizeram.
Hoje, são 6 200 ogivas nucleares, das quais 1 456 em vetores estratégicos, ou seja, com capacidade de atingir os Estados Unidos, que tem 5 600 dessas armas de destruição em massa.
Existe uma espécie de consenso entre especialistas de que Putin está falando em arsenal nuclear como uma medida preventiva: quer garantir que não haverá nenhuma intervenção militar estrangeira na Ucrânia, um princípio declarado especificamente por Joe Biden, apesar da grande quantidade de material bélico que está sendo enviada para a Ucrânia.
Mas o que aconteceria se a guerra entrasse numa escala muito maior, com grande número de civis mortos, o presidente Volodimir Zelenski – a esta altura, um herói global [a classificação nos dá a certeza que o mundo anda carente de heróis!!! notório que o presidente ucraniano arrumou uma guerra que esperava fosse realizada por outros... e ferrou o povo ucraniano...]– fuzilado e outras atrocidades, como o uso armas de grande capacidade de destruição, mesmo convencionais?
É importante notar que, até agora, as tropas invasoras estão tendo um comportamento contido, sem recorrer à tática de terra arrasada e bombardeios indiscriminados, muito provavelmente para passar uma imagem menos maligna. Tudo isso pode mudar com uma única ordem de Putin, se vislumbrar algum sinal de que o exército russo está sendo desmoralizado. “Eu hoje estou mais preocupado do que há uma semana”, resumiu para o Vox o diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos, Hans Kristensen.
“Nada na doutrina nuclear da Rússia justifica isso”, acrescentou, falando sobre o estado de alerta das forças nucleares. Ben Wallace, oficial da reserva que hoje é secretário da Defesa do Reino Unido, disse como explicou a seu filho de doze anos que “não vai haver guerra nuclear”.“O presidente Putin que distrair atenções do que está dando errado na Ucrânia e quer lembrar a todos nós que tem um poder nuclear dissuasivo”.
Há uma semana, ninguém estava tendo que explicar isso para os filhos.
Vilma Gryzinski - Blog Mundialista - VEJA
sábado, 2 de outubro de 2021
De peito aberto, Luciano Hang domina a arena da CPI - VOZES
A CPI da Covid teve seu
ibope máximo nesta quarta-feira (29). O empresário Luciano Hang atraiu
muita atenção para a CPI e ele dominou o ambiente, como se fosse um jogo
de futebol de um contra sete. Inclusive dominando o presidente da CPI,
Omar Aziz (PSD-AM), e o relator Renan Calheiros (MDB-AL). Ele chegou a
chamar os dois pelo primeiro nome.
Luciano Hang prestou depoimento à CPI da Covid no Senado nessa quarta-feira (29)| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
E aí alguns senadores se deram conta disso, de que se não parassem com isso Hang dominaria a sessão inteira. E, claro, protestaram no grito, como sempre. É óbvio que o que perguntaram para Luciano Hang não tinha nada a ver com a CPI. O objetivo da CPI é investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia, o colapso da saúde no estado do Amazonas e a aplicação de recursos federais por estados e municípios no combate à pandemia. Ou seja, nada a ver com o Luciano Hang.
Mas o empresário aproveitou para protestar contra o tratamento desrespeitoso — ele chamou até de vil — com que a senhora mãe dele foi mencionada lá na CPI. E vejam só: Renan fez um discurso sugerindo que Luciano Hang é o "bobo da corte", mesmo tendo afirmado lá no início, quando assumiu a relatoria da CPI, que trataria todos sem valorizações pessoais, numa investigação técnica e despolitizada. [com certeza Renan após o 'banho' que levou do Hang, deve ter procurado um espelho para reconhecer o verdadeiro, o autêntico, o real bobo da corte.]
Agora o próprio Renan, em um momento de infelicidade, fez uma alegoria sobre circo durante a CPI. Disse que lembrava quando o circo chegava na cidade dele, com mágicos de capa e cartola, tirando coelhos, trapezistas, marmelada, fantasia, globo da morte, picadeiro, malabaristas, marionetes, anões, saltimbancos, domadores de pulgas. Falavam em circo mambembe e palhaços maltrapilhos. Que alegoria, hein? É como falar de corda em casa de enforcado. Ele se referia a quem? Eu não preciso nem responder.
[Mais sobre Luciano Hang no Circo Covidão e os mil dias do governo Bolsonaro]
Covidão ganha um novo alento com a ida do empresário, dono das lojas Havan.
Parece que foi por insistência do relator Renan Calheiros (MDB-AL), que
está muito preocupado com a eleição do ano que vem e precisa de
audiência; por isso, insistiu em convocar Luciano Hang.
Os outros
senadores estavam meio receosos porque, afinal, o empresário não vendeu
ou comprou nenhuma vacina; não vendeu nenhum respirador através de loja
de vinho ou de outra empresa duvidosa. Inclusive não vendeu e não
entregou nada para o Consórcio Nordeste, não superfaturou hospital de
campanha, ou seja, não tem nada a ver com a pandemia.[caso queiram atualizar a folha corrida... ops., os currículos do trio 'dono' da covidão-19, especialmente do relator Calheiros, cliquem aqui.]
O presidente Jair Bolsonaro finalmente comemorou, como ele gosta, os mil dias de governo, cercado pelo povo. Foi na Bahia e em Alagoas, onde os governadores são de oposição ao governo federal: Rui Costa (PT) e Renan Filho (MDB), filho de Renan Calheiros, respectivamente.
Bolsonaro esteve em Teixeira de Freitas (BA), onde entregou um centro poliesportivo; duas duplicações de BRs importantíssimas, a 116 e a 101; e entregou títulos de terra. Depois, em Teotônio Vilela (AL), ele entregou 200 casas populares. Foi uma apoteose nas ruas, do jeito que Bolsonaro gosta. Ele tem um prazer enorme de contrariar as pesquisas de opinião.
LEIA TAMBÉM: Ambientalistas, MP e Supremo são culpados por eletricidade cara no Brasil
Biden ignorou o conselho de generais
No Capitólio, em Washington, uma comissão do Senado ouviu generais sobre o processo de retirada das tropas americanas do Afeganistão. Eles disseram ter aconselhado o presidente Joe Biden a deixar algumas tropas naquele país para não acontecer o que aconteceu, aquele vexame todo registrado na desocupação.
Mas Biden não os ouviu. Achou que tinha que fazer pela opinião pública e saiu todo mundo de uma só vez. Deixaram para trás milhares de fuzis, helicópteros, aviões e veículos para os terroristas do Talibã, tudo pago pelo contribuinte americano. Foi um vexame! [sem pressa; Biden vai ter oportunidade para produzir mais vexames, que se somarão aos muitos que sua vice também cometerá, e os americanos vão aprender que o MAIOR DE TODOS OS VEXAMES foi eleger Biden e Kamala.
O peso do ICMS
Na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira (PP-AL) disse que quer votar um projeto para botar um ICMS fixo sobre o litro do combustível. Porque aquela média ponderada do preço final, que incide sobre tudo, é ICMS sobre tudo, sobre impostos anteriores também, e sobre um preço final dos combustíveis que é alterado quinzenalmente.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
O recado da Ford - Nas entrelinhas
Pode-se responsabilizar o governo Bolsonaro pela saída da Ford do Brasil? Por não ter feito nada para evitar, sim;[sic] mas essa não foi a causa principal
Neste episódio do encerramento das operações da Ford no Brasil há mais coisas entre o céu e a terra do que os aviões da Embraer. A propósito, a mais importante empresa de tecnologia da indústria nacional, que foi a consagração do modelo de substituição das importações, luta para sobreviver, depois do fracasso da bilionária parceria com a Boeing. A indústria de aviação passa por uma reestruturação mundial, agravada pela pandemia do novo coronavírus, que teve forte impacto no transporte de passageiros. De certa forma, a redução do fluxo de pessoas pode ajudar a volta por cima da Embraer, que produz aviões menores, como o E190, para 100 passageiros, ideal para a aviação regional. A startup EGO Airways divulgou, recentemente, que o avião brasileiro vai operar 11 rotas italianas, inicialmente, tendo por hubs os aeroportos de Forli e de Catânia, no norte e no sul da Itália, respectivamente; depois, na rota Milão-Roma.
Pode-se responsabilizar o governo Bolsonaro pela saída da Ford do Brasil? Por não ter feito nada para evitar, sim; mas essa não foi a causa principal. Em tese, poderíamos ter disputado a permanência das fábricas com a Argentina e o Uruguai, mas isso exigiria um arranjo institucional impossível de ser feito sem reforma tributária, política industrial e política de comércio exterior adequadas. Além disso, poderia ser uma solução de curto prazo, porque a indústria de automóveis passa por uma revolução tecnológica, na qual a Ford ficou para trás. Já são vendidos no Brasil, por exemplo, cerca de 20 modelos diferentes de carros elétricos Audi, Chevrolet, Nissan, Jaguar, BMW, Renault, JAC, Mercedes-Benz, BYD e Tesla. A briga boa é para produzi-los aqui no Brasil, mas, aí, surge o problema da automação: modernas plantas industriais são automatizadas, a mão de obra barata deixou de ser um atrativo.
As grandes marcas não são imortais, mesmo quando a empresa opera no país há mais de 100 anos. A Esso, com 50 anos de mercado, tinha 1,7 mil postos de combustíveis quando deixou de existir. Estava no Brasil desde 1912. No início, os postos se chamavam “Standard Oil Company of Brazil”. Não se sabe, ao certo, quando a marca e sua mascote, o tigre, foram adotados. Mas, na década de 1940, quando o Repórter Esso estreou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a marca já tinha alguma popularidade. Em 2008, a rede Esso foi comprada pela Cosan. Três anos depois, a própria Cosan se uniu à Shell, formando a Raízen. Na ocasião, Cosan e Shell anunciaram que a marca Esso seria substituída.
TecnologiaA troca de bandeira não é uma operação fácil. Só para vestir os frentistas da Esso com o uniforme da Shell a companhia precisou de 300 mil macacões e 60 mil bonés. A Raízen investiu R$ 130 milhões para trocar a bandeira pela Shell. E como será com o carro elétrico, cujas baterias são recarregadas na garagem? É melhor a Petrobras vender logo a BR Distribuidora — corre o risco de que faltem compradores interessados — e investir na exploração do pré-sal, antes que seja tarde demais. Inovação é o que mantém as empresas vivas. Para isso, precisam conversar com startups ou criar programas de pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, preferimos subsídios e reservas de mercado, que têm pernas curtas quando ocorre uma revolução tecnológica, como agora, com forte impacto na divisão internacional do trabalho.
A Blockbuster era uma companhia gigante e com uma grande clientela. Morreu de maneira surreal. Deixamos de alugar DVDs para assistir a vídeos por meio de serviço de streaming em demanda, como Netflix e o Net Now. Teve a oportunidade de comprar a Netflix em 2000 e não comprou, preferiu focar na atenção ao cliente de suas lojas. Na época, a Netflix era só um serviço de delivery de DVD. A empresa faliu em 2013. Na década de 1970, a Kodak chegou a ser dona de 80% da venda das câmeras e de 90% de filmes fotográficos. E, na mesma década, inventou o que ia falir a empresa: a câmera digital. Como ia prejudicar a venda de filmes, eles engavetaram a tecnologia. Duas décadas depois, as câmeras digitais apareceram com força e quebraram a Kodak. Faliu em 2012.
Em 2005, o Yahoo! era o maior portal de internet do mundo e chegou a valer US$ 125 bilhões. Pouco mais de 10 anos depois, a companhia foi vendida para a Verizon, por apenas US$ 4,8 bilhões. Ela poderia ser o maior portal de pesquisa da internet, mas decidiu ser um portal de mídia. O PARC (Palo Alto Research Center) da Xerox tinha objetivo de criar tecnologias inovadoras: computadores, impressão a laser, Ethernet, peer-to-peer, desktop, interfaces gráficas, mouse e muito mais. Conseguiu. Steve Jobs só criou a interface gráfica de seus computadores após uma visita ao centro da Xerox, no coração do Vale do Silício. Quem menos lucrou com essas inovações foi a própria Xerox.
MySpace, Orkut e Atari tiveram trajetórias parecidas: estagnaram e foram engolidas pela concorrência. Os dois primeiros, por Facebook e Twitter; o terceiro, pela Nintendo. Mas, nada foi mais espetacular do que a ultrapassagem do Blackberry. Chegou a ter mais de 50% do mercado de celulares nos Estados Unidos, em 2007. Contudo, naquele mesmo ano, começou a sua derrocada. O primeiro iPhone foi lançado em 29 de junho de 2007. A Blackberry ignorou as tecnologias que o concorrente estava trazendo, como o touch screen. Resultado: a Apple dominou o mercado de consumidores pessoas-físicas.
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense
sábado, 5 de outubro de 2019
"Notas fiscais de senadores detalham aviões, banquetes, carrões. Adivinha de quem é o maior gasto?" - Gazeta do Povo
Blog do Lúcio Vaz
As incríveis notas fiscais dos senadores: auxílio-avião, carrão e banquete - Notas fiscais detalham combustível e frete de avião, banquetes e carrões de senadores
Maior despesa neste ano foi feita pelo presidente do Senado,
Davi Alcolumbre
[curioso é que os senadores dos estados mais pobres, mais atrasados, com maior número de necessitados = em alguns casos famintos mesmo - são os mais pródigos com o dinheiro público;
será alguma trauma de infância?]
No Blog do Lúcio Vaz, Gazeta do Povo, leia MATÉRIA COMPLETA