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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Fake news, injúria e conspiração - Fernando Gabeira

Em Blog

Decretaram minha morte e reclamam por eu não ter levado a sentença a sério 

domingo, 8 de dezembro de 2019

O dever de controle sobre a Polícia – Editorial - O Estado de S. Paulo

Diante da tragédia ocorrida no baile funk, em Paraisópolis, é imprescindível, que protocolos e procedimentos de ação sejam revistos

Na quinta-feira passada, o governador João Doria fez um importante recuo na sua avaliação sobre a atuação da Polícia Militar num baile funk em Paraisópolis, quando 9 pessoas morreram e 12 ficaram feridas. [importante: nenhuma das vítimas , as vivas e as mortas, sofreu ferimentos de tiros ou arma branca;
a acusação que recai sobre a Polícia é de ter agido com uso excessivo da força - tudo bem, a Polícia não pode usar força além da necessária, mas, também, é inaceitável que sofra baixas decorrente de se acovardar diante do abuso de injusta agressão do outro lado (consta que os primeiros policiais ao entrar na área do baile, foram cercados pela turba exaltada, tiveram que pedir reforços,no que foram atendidos pelo Grupo Tático, ao que tudo indica - depoimentos na maior parte de moradores da favela e que, de forma espontânea ou por coação, sempre depõe contra a polícia - fez uso excessivo da força.
Vale ressaltar que as mortes foram causadas por ferimentos causados por pisoteio, que é atribuído ao temor infundido pela ação do grupo Tático.
A polícia não tem o direito de sair espancando, atiranto, matando ou ferindo, sem justa razão, mas, também não está obrigada a apanhar passivamente.] O reconhecimento de que erros foram cometidos não desprestigia e tampouco desautoriza a corporação policial. Trata-se, na verdade, de uma demonstração de compromisso com o aprimoramento da Polícia Militar, o que contribui para fortalecer a imagem da instituição.

Num primeiro momento, o governador afastou qualquer responsabilidade da Polícia Militar pelas mortes ocorridas. “A letalidade não foi provocada pela Polícia Militar, e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo o baile funk. É preciso cuidado para não inverter o processo”, disse João Doria no domingo passado. Na ocasião, o governador afirmou que seriam mantidos os protocolos de atuação da Polícia Militar. [por ocupar um cargo político, o governador mudou o tom do discurso, apesar de nenhum fato apresentado - falamos de fatos, não de versões - justificar a guinada governamental.] 

Eram muitas, no entanto, as evidências de que a atuação policial em Paraisópolis foi, no mínimo, imprudente. Segundo o relato da própria Polícia, agentes de segurança pública colocaram em risco a vida e a integridade de 5 mil pessoas para perseguir dois suspeitos no meio de um baile funk. Além disso, vídeos feitos por moradores da região evidenciaram condutas violentas e totalmente desproporcionais de policiais militares nas proximidades da festa.  Um desses vídeos, gravado em outubro do ano passado, [o incidente ocorreu na madrugada de domingo passado, 1º de dezembro, qual a razão de apresentar como 'prova' um vídeo gravado em outubro passado? 
indiscutivelmente, foi provado que alguns dos vídeos apresentados como gravados no domingo passado, na favela Paraisópolis, foram gravados na favela Heliópolis. 
Recai sobre a polícia acusação de alguns policiais terem efetuados disparos contra um cidadão que escondido em uma viela efetuou disparos contra a polícia - o que queriam? que os policiais, fossem com rosas ao encontro do atirador?]
chamou especialmente a atenção do governador. “Eu mesmo fiquei muito chocado quando vi as imagens”, disse João Doria, para quem as agressões aconteceram “gratuitamente”. No vídeo, um policial agride várias pessoas, inclusive um rapaz de muletas. Após a agressão, o agente sorria. “Aquele policial não representa a melhor Polícia Militar do País e tristemente fez o mau papel”, afirmou o governador. Em relação à tragédia de domingo passado, João Doria admitiu a possibilidade de falhas na conduta dos policiais militares. “Se existirem falhas, e elas forem apontadas, aqueles que falharam serão punidos”, afirmou.

O mais importante, no entanto, foi o anúncio de que os protocolos serão revistos. “Independentemente disso (se houve falhas de agentes), a Polícia Militar e a Polícia Civil já foram orientadas a rever protocolos e identificar procedimentos que possam melhorar e inibir, se não acabar, com qualquer perspectiva da utilização de violência e de uso desproporcional de força”, anunciou João Doria.

Diante da tragédia ocorrida no baile funk em Paraisópolis – nove pessoas morreram em razão de tumulto surgido a partir de uma ação da Polícia Militar – é imprescindível que protocolos e procedimentos de ação sejam revistos. É simplesmente inaceitável que policiais – agentes públicos treinados para promover a segurança pública – atuem de forma imprudente e desproporcional à ameaça.

As investigações devem ser feitas com rigor e agilidade, de forma a revelar as causas, os responsáveis e as circunstâncias de tão desastroso desfecho. No entanto, já agora, com as informações disponíveis, é de justiça reconhecer que foi flagrantemente equivocada a atuação policial em Paraisópolis. Por isso, ainda que não tenha vindo num primeiro momento, a reação do governador João Doria de não negar as evidências e reconhecer a ocorrência de falhas, bem como a necessidade de rever critérios e procedimentos, é digna de nota.



 As forças policiais precisam ser bem treinadas. [a polícia inglesa, destaque para a Scotland Yard] é conhecida por ser bem treinada, não ser violenta, só em situações especiais seus agentes usam armas de fogo.
Mesmo com tantos bons predicados, no mês passado, um individuo esfaqueou Londres, várias pessoas, até ser detido por populares. Quando já estava controlado, a polícia chegou e pós afastar os populares que continham o agressor, matou o esfaqueador.] expulsou os populares   Para que sejam eficientes e atuem sempre dentro da lei, os agentes devem saber o que fazer e como fazer. No entanto, as forças policiais não exigem apenas treinamento, como se uma atuação adequada fosse mera questão técnica. As forças policiais exigem um contínuo cuidado por parte das autoridades. Assim como o exercício do poder, o da violência por parte do Estado sempre requer controle. Que as autoridades políticas estejam atentas, para garantir que as forças policiais atuem sempre dentro da mais escorreita legalidade. No cumprimento desse dever, é imprescindível não fechar os olhos quando alguns agentes atuam fora dos limites da prudência e da lei.

Editorial - O Estado de S. Paulo


sábado, 16 de março de 2019

PF tem tecnologia para identificar usuários da ‘dark web’

Núcleo de investigações cibernéticas do Ministério Público paulista apura se atiradores de Suzano mantiveram contatos em fóruns hospedados em espaço virtual com acesso restrito

A Polícia Federal desenvolveu nos últimos anos uma metodologia de investigação para identificar os usuários da dark web, parte da internet cujo acesso é possível apenas com tecnologia que esconde a identificação do usuário. A utilização da dark web pelo dois atiradores para planejar o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, que terminou com dez mortos e 11 feridos, na quarta-feira, 13, é uma das linhas de investigação do Ministério Público de São Paulo.


Tela do site extremista Dogolachan. FOTO: REPRODUÇÃO

O núcleo de investigações cibernéticas do MP paulista vai apurar se Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e o adolescente G.T.M., de 17 anos, responsáveis pelo ataque, mantiveram contatos em fóruns da dark web com pessoas que contribuíram no planejamento do crime ou no fornecimento das armas. A ação dos dois foi comemorada em um fórum localizado nessa parte da internet, que conta com um sistema de acesso específico que busca dificultar a identificação e os rastros dos seus usuários por meio de ferramentas como criptografia e embaralhamento de IPs, espécie de “CEP” do usuário na rede.

O Estado falou com investigadores e peritos com experiência nesse tipo de investigação que confirmaram se tratar de um tipo de apuração muito complexa. Segundo eles, não há anonimato na rede e é possível encontrar e identificar os criminosos que se escondem na dark web. A pricipal dificuldade nesses casos, segundo relato de peritos criminais ao Estado, é mapear a “infraestrutura” envolvida na hospedagem e armazenamento dos dados. Como o IP, responsável por identificar quem é o usuário da rede, fica sobreposto por várias camadas de “protocolos”, é necessário um trabalho exaustivo para identificar os servidores em que as informações se encontram. Após o mapeamento, é necessário conseguir autorização para acioná-los. De posse da autorização judicial, começa, diz um investigador, a apuração tradicional.

Com a ajuda de ferramentas desenvolvidas pela própria PF, como o Iped, esses dados, normalmente em grandes quantidades, são espelhados e se dá início ao trabalho de análise.

Histórico
Em 2014, pela primeira vez na América Latina, a PF conseguiu mapear usuários da dark web que se valiam do anonimato para disseminar pornografia infantil. A operação batizada de Darknet resultou na prisão de 55 pessoas em 18 estados e no Distrito Federal. Além disso, os investigadores brasileiros conseguiram avisar outros cinco países – Portugal, Itália, Colômbia, México e Venezuela – sobre o envolvimento de seus cidadãos no esquema.

“Apesar da triste realidade de encontrarmos tantos abusadores, também é uma conquista para a sociedade a possibilidade de podermos investigar esses crimes”, disse à época a delegada Diana Calazans Mann. “Poucas polícias no mundo obtiveram êxito em investigações na dark web, como o FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal Australiana”, disse a PF em nota divulgada em novembro de 2016, após a segunda fase da operação.

MATÉRIA COMPLETA em O Estado de S. Paulo




 

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Polícia não pode perseguir bandido e crime cresce em Londres

Não é nada parecido com os índices brasileiros, mas assaltantes em motos e gangues de jovens aproveitam os absurdos do policiamento politicamente correto 

[o Brasil já está pior que Londres e tudo devido a nefasta  influência das criminosas ONGs de direitos humanos - especializadas em defender direitos dos bandidos e retirar direitos da polícia e das pessoas de BEM.]

Motoboys brasileiros em Londres estão preocupados. “Isso aqui não era assim, não”, dizem quase que unanimemente.  Não é qualquer lugar que consegue impressionar brasileiros, mas as autoridades londrinas estão se esforçando para piorar a vida na metrópole global que continua a ser um dos lugares mais seguros do mundo. O aumento “galopante” inclui 35 homicídios de jovens, geralmente a facadas, nos últimos doze meses (25%), assaltos em geral (30%) e assaltos com uso de motos (50%). No mês de fevereiro, um marco simbólico foi cruzado: houve ao todo 15 homicídios em Londres, contra 11 em Nova York. [já em Brasília, capital do Brasil e governada por Rodrigo Rollemberg,  que fez os índices de criminalidade e de impunidade bombarem - ocorre uma média de 15 homicídios em uma semana e não precisa ser das mais violentas.] 
 
Os crimes contra entregadores de comida que assustam os motoboys brasileiros ganharam um aspecto particularmente cruel. O uso de ácido, uma prática monstruosa originalmente de imigrantes paquistaneses contra mulheres que “saíssem da linha”, migrou para a criminalidade comum.  Um entregador pode ficar deformado ou cego com um jato de ácido jogado no rosto, por causa da moto ou bicicleta.  Excepcionalmente, pode ser salvo por um herói de ficção como Benedict Cumberbatch, o Sherlock Holmes da série de tevê.
O ator saltou do Uber onde estava com a mulher e enfrentou quatro assaltantes que espancavam um entregador do Deliveroo, a onipresente rede.

Houve um certo entrevero físico. Acreditem, a cena aconteceu em Marylebone, perto de Baker Street, a rua do prodigioso e fictício detetive.  Outros crimes recentes: joalheira assaltada por um bando de bandidos de moto e martelos em plena Oxford Street,; senhora de cem anos morta em queda ao ser atacada na rua por um ladrão; outra mulher, de 24 anos, em estado de coma por traumatismo craniano sofrido em assalto; câmera de equipe de televisão australiana roubada quando fazia uma gravação externa; comediante famoso agredido por assaltantes que arrebentaram a marretadas a janela de seu Land Rover, onde estava com o filho, e levaram o Rolex.   Qualquer brasileiro consegue se identificar – e ficar revoltado – com cenas assim. Os crimes que chamam atenção em Londres atualmente são de natureza diferente.

As mortes a facadas são produto de brigas de gangues de jovens que ficam se desafiando pelas redes sociais até partir para a violência. Brigas de escola, de muitos anos, viram incidentes letais e geram um ciclo de vinganças. Praticamente 100% são da categoria chamada BAM (Black And Other Minorities, ou negros e outras minorias). Concentram-se, obviamente, em áreas de bairros mais pobres. Em nenhum lugar esta informação é dita claramente, nem por autoridades policiais nem pela imprensa devido ao medo de que isso possa ser interpretado como uma forma de discriminação. Policiais, por exemplo, podem ser mandados para a reeducação politicamente correta a qualquer desvio. No mundo real, todos sabem, evidentemente, disso – inclusive mães que pedem proteção para seus filhos em áreas de risco.  Quando Cressida Dick foi nomeada chefe da Scotland Yard, a esquerda a recebeu de braços abertos, relevando sua atuação na morte, por trágico engano, do mineiro Jean Charles de Menezes.

Já dava para desconfiar que rumo o negócio tomaria quando o Guardian escreveu que ela representava uma “mudança transformativa na sociologia e na direção do policiamento britânico”.  Em poucos casos nas brigas de jovens, são usadas armas de fogo, de acesso dificílimo. Na Grã-Bretanha, a proibição às armas atinge também os bandidos, o que faz uma enorme diferença. Mas não impede maluquices de autoridades como a do juiz Nick Madge, que sugeriu tirar a ponta e o gume de facas comuns. “Toda cozinha tem facas que são armas assassinas em potencial. Fora alguns profissionais, quem precisa de facas tão afiadas?”.  Outra maluquice que permitiu o aumento dos assaltantes de moto. Existe uma lei que automaticamente gera processos contra policiais que provoquem acidentes com ferimentos ou morte na perseguição de carro a criminosos.

Quanto tempo os bandidos levaram para descobrir que, se fossem perseguidos pela polícia, bastava tirar o capacete e largar o pé na velocidade para criar um acidente em potencial? Com medo de sofrer um processo e até perder a carreira, os policiais paravam.
Esta lei foi alterada, mas a impunidade alimentou a onda que gera uma média de 60 assaltos do tipo por dia.  Os bandidos motoqueiros arrancam celulares ou bolsas com a tranquilidade de quem sabe que nada vai acontecer e agora estão partido para projetos mais ambiciosos, como assaltos em grupo a joalherias.  Uma única gangue roubou cem pessoas num período de 16 dias, concentrando-se em Oxford Street, Kensington e Chelsea, entre outros bairros chiques.  Um dos assaltados foi George Osborne, ex-ministro da Economia e diretor de redação do Evening Standard, o jornal distribuído nas entradas de metrô. O chefe da gangue pegou 18 anos de prisão. Dois menores, quatro anos em instituição. Todos riram ao ouvir as sentenças.

Um estudo encomendado pelo conselho municipal, as subprefeituras que efetivamente têm poderes administrativos, de Waltham Forest fez um retrato da gangue mais conhecida do bairro periférico, os “Meninos de Mali”. A gangue atua no ramo do tráfico de drogas com tanto sucesso que começou a operar no sistema de franquias. Apesar do nome, os chefões são somalianos mais velhos que comandam os peões de rua. É crescente o uso de mulheres e meninas como entregadoras de drogas, já que têm menos chances de ser revistadas, e na exploração sexual.  “São a gangue mais violenta, implacável e orientada para os negócios, mas também a que opera mais nas sombras, fazendo um esforço para não aparecer no radar da polícia e das autoridades locais”, diz o estudo.
Será que os londrinos vão perceber para onde caminham as coisas ou vão limar suas facas de cozinha?

Blog Mundialista - Veja

sexta-feira, 21 de abril de 2017

O direito de atirar: quando policiais em ação podem abrir fogo

Balear criminosos rendidos, mas não necessariamente desativados, e comemorar sua morte não são provas, em si, de que houve crime ou abuso

A morte do policial desarmado: terrorista imobilizado depois de esfaquear vítima que fazia segurança, só com boa vontade, na entrada do Parlamento britânico (Stefan Rousseau/PA Images/Getty Images)
 
O caso da morte a bala de dois homens armados e “deitados” em Acari ainda terá muitos desdobramentos na Justiça. Vamos comentar episódios de tipo similar em outros países, começando com três pontos referentes à mortes no Rio de Janeiro:

1.Os tiros disparados por dois policiais militares não parecem ter sido à queima-roupa. Profissionais da informação podem ter chiliques à simples menção de uma arma de fogo, mas precisam fazer jus à descrição de suas habilidades.
Tiros à queima roupa são disparados a uma distância de 40 a 50 centímetros. No caso é importante usar a expressão no sentido estrito. Palavras, como tiros e ideias, têm consequências. Peritos em medicina legal determinarão esse e outros aspectos técnicos.

2-Comemorar a morte de sujeitos que pouco antes estavam tentando matá-los faz parte da rotina de policiais ou militares que atuam em campo.
Aliás, muitas pessoas que vão ser policiais ou militares gostam de “quebrar coisas e matar gente”, como dizem os marines americanos, e procuram uma profissão onde possam fazer isso legalmente. Se não o fizerem legalmente, estão lascados nos países onde vigora o estado de direito.

O general John Mattis, hoje um controlado, calado e muito ativo secretário da Defesa, ganhou o apelido de Cachorro Louco quando comandava os fuzileiros navais por declarações assim: “A primeira vez que você detona alguém não é um evento de pouca importância. Tendo disso isso, tem alguns desgraçados nesse mundo que simplesmente precisam levar bala. Existem caçadores e existem vítimas. Cada um aqui, através da própria disciplina, determina se e caçador ou se é vítima.”
Não usou exatamente a palavra “desgraçados”.

3-Vídeos que capturam o momento de uma cena de grande impacto causam exatamente isso: grande impacto. Mas não contam a história toda. Isso compete aos responsáveis pelos processos judiciais devidos. A imprensa pode e deve participar disso tudo, de preferência tendo alguma noção, ainda que vaga, dos principais elementos envolvidos.
Um dos vídeos mais impressionantes da complicada história envolvendo negros mortos por policiais nos Estados Unidos mostra os momentos que precedem a morte de Tamir Rice num parque de Cleveland, em novembro de 2014.

O policial que atirou nele não sabia os seguintes fatos: Tamir tinha 12 anos e a arma que ele usava em movimentos agressivos era uma réplica; portanto, não poderia causar mais uma das trágicas matanças em escolas e lugares públicos dos Estados Unidos.
Um júri formado por cidadãos comuns, geralmente escolhidos antes dos casos que vão analisar, concluiu que não havia motivos para enquadrar os dois policiais, o que atirou e o que conduzia o carro-patrulha, na categoria homicídio doloso por motivo fútil. Portanto, não foram levados a julgamento na esfera criminal.

Esses júris populares funcionam de uma maneira específica nos Estados Unidos. São 31 pessoas que ouvem os promotores, uma ou duas testemunhas (geralmente, o policial que fez o boletim de ocorrência e a vítima, se estiver viva) e os peritos responsáveis pelos aspectos técnicos.
Com base nisso, decidem se existem indícios suficientes, ou “causa provável”,  que justifiquem o indiciamento dos acusados. Se concluem que sim, começam os caros e demorados processos, evidentemente com todas as garantias devidas.
O indiciamento de policiais americanos tem um índice relativamente baixo por causa de uma antiga decisão da Suprema Corte justificando o uso letal da força quando um agente tem um medo razoável de sofrer danos físicos.

A ideia de que “júris brancos protegem policiais e demonstram preconceito contra negros” não é sustentada devido a dois elementos: como já dito, os jurados são escolhidos antecipadamente; em vários casos recentes ocorridos durante o governo Obama, o Departamento da Justiça, sob o comando do secretário Eric Holder, deslocou centenas de agentes do FBI para investigar se as mortes poderiam ser consideradas “crimes de ódio” e, portanto, julgadas pela justiça federal. Não ocorreu isso em nenhum caso.

4-É evidente que o tipo de sociedade onde acontecem episódios assim influencia a ação dos policiais. Parece quase impossível imaginar, por exemplo, que um policial americano – ou um brasileiro – fosse morto a facadas antes de que ele e seus colegas reagissem como aconteceu em Londres com Keith Palmer.

O assassino terrorista, Khalid Masood, nome que escolheu depois de abandonar a identidade      original, Adrian Russell Elms, e passar a praticar o islamismo radical, já havia atropelado dezenas de pessoas na ponte de Westminster e batido o carro na grade de uma das entradas do Parlamento britânico. Saiu correndo a pé, entrou no pátio e esfaqueou Palmer pelas costas, acertando na nuca e na cabeça. Não foi exatamente um ataque surpresa.

Palmer era um policial típico, desarmado, colocado na entrada de um dos prédios mais visados do universo terrorista. Masood foi morto por um agente do Serviço de Proteção a Autoridades que acompanhava o ministro da Defesa, Michael Fallon. O segurança passava por acaso no lugar do ataque.  Em questão de poucos minutos, policiais armados e espantosamente rápidos assumiram o controle. Também “brotaram” agentes à paisana que estão presentes, hoje, em todos os países europeus. Isso foi visto em atentados recentes em Paris, Bruxelas, Berlim, Estocolmo, Londres e Paris de novo.

Em todos os casos, os terroristas costumam ser neutralizados, como se diz na linguagem policial, de maneira rápida, eficaz e sem vítimas colaterais, um sinal do ótimo treinamento que os agentes recebem. O sistema reinante em Paris não é, obviamente, o mesmo de Acari.  O episódio mais grave de intervenção desastrosamente demorada, com trágico aumento de vítimas, aconteceu no ataque terrorista ao Bataclan, a casa de shows onde houve o maior número de mortos, 89. O motivo foi gravíssima falha no comando da operação.

Os responsáveis, estivessem ou não na cadeia de comando naquele dia trágico de novembro de 2015, deveriam ter sido demitidos. O governo de François Hollande, que tem reagido de maneira digna aos ataques quase mensais dos últimos anos, não é exatamente conhecido pelo destemor em enfrentar problemas graves. Mas o policiamento pesado, incluindo o uso de 8 000 militares, tem impedido ataques graves em Paris.

5-Cressida Dick, a nova chefe da Scotland Yard, é contra o método chamado de Policiamento Total, no qual a polícia mostra ostensivamente os músculos e a presença. Outra: “Espero realmente não viver para ver um grande aumento de policiais armados, embora estejamos em meio a um pico devido à ameaça terrorista.”

Vegetariana e oxfordiana que vive com outra policial do alto escalão, Cressida Dick, de 56 anos e sobrenome irreproduzível pelos jornais ingleses, foi protegida pela imprensa de esquerda porque foi nomeada para o cargo pelo prefeito Sadiq Khan, do Partido Trabalhista, uma espécie melhorada de Fernando Haddad.

O “pecado” de Cressida foi um caso trágico de equivoco no uso da força letal. Os brasileiros conhecem o episódio pois a vitima foi o eletricista mineiro Jean Charles de Menezes, morto numa estação de metrô por policiais à paisana em 22 de julho de 2005.
A equipe anti-terrorista era comandada por Cressida Dick. Jean Charles foi confundido com um terrorista prestes a agir. Apenas duas semanas antes no qual quatro terroristas-suicidas  haviam matado 52 pessoas com bombas no metrô e em um ônibus.

A chefe da Scotland Yard disse recentemente que “a morte de Jean Charles foi uma coisa terrível, terrível”. A justiça decidiu, com razão, que os envolvidos não agiram de má fé. Ou seja, tinham a convicção – equivocada, mas não perversa – de que estava a ponto de deixar uma mochila com explosivos num trem do metrô. Nada pode recuperar a perda de sua vida, mas a decisão parece justa. Não aconteceu nada parecido desde então. O mais importante do caso de Acari é o que fazer para que não aconteçam mais mortes como a de Maria Eduarda, a linda adolescente mortalmente baleada no tiroteio.

Fonte: Revista VEJA