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domingo, 7 de janeiro de 2024

E agora, Zelensky? A Ucrânia está cada vez mais sozinha, e o mundo perderá com isso - Gazeta do Povo

Leonardo Coutinho - VOZES

Brasil, América Latina, mundo (não necessariamente nesta ordem)

Guerra na Ucrânia E agora, Zelensky?

Os presidentes Joe Biden e Volodymyr Zelensky durante visita do norte-americano à Ucrânia, em fevereiro de 2023.

Os presidentes Joe Biden e Volodymyr Zelensky durante visita do norte-americano à Ucrânia, em fevereiro de 2023.| Foto: Adam Schultz/White House/Flickr

A neve que tinge de branco algumas paisagens da Ucrânia nos avisa que a guerra de agressão da Rússia, iniciada em fevereiro de 2022, já alcançou o seu terceiro inverno.  
O frio torna o conflito ainda mais duro e brutal. 
Mas há algo ainda mais gélido que a hostilidade do clima. Os ucranianos estão cada vez mais sozinhos.

O presidente americano, Joe Biden, avisou que, se o Congresso não aprovar novos pacotes de ajuda financeira, ele não tem como fazer isso de forma discricionária para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa. O dinheiro acabou.

A notícia trouxe o presidente Volodymyr Zelensky a Washington no mês passado, mas ele voltou para casa de mãos vazias. E possivelmente sabendo que, sem o suporte americano, a resistência ao agressor se torna um desafio ainda mais duro.

    Os ucranianos estão cada vez mais sozinhos

Não custa relembrar que, quando Biden diz que “o dinheiro acabou”, não quer dizer que os Estados Unidos estão de cofre vazio. Ele fala de orçamento – algo que os rivais dos Estados Unidos não têm como limite de ação. 
No caso ucraniano, Vladimir Putin não tem nada que o impeça de investir na guerra. Nem as sanções, que deveriam ser o dificultador, parecem ter sido capazes de parar seu expansionismo. [desde o inicio da guerra, que temos dito ser o conflito Ucrânia x Rússia uma guerra que o ex-comediante, que atualmente preside a Ucrânia, arrumou  confiando que os outros países iriam guerrear pela Ucrânia.
Enganou aos incautos, especialmente ao valoroso povo ucraniano e a alguns líderes  que estão na OTAN.
Todos confiaram que um boicote ao governo de Putin levaria a Rússia à derrota. 
Esqueceram que a Rússia é autosuficiente em petróleo e com condições de boicotar o fornecimento de gás a muitos países europeus.
Tudo nos leva a perguntar: até onde Israel vai? conseguirá o que deseja?]

Como se não bastassem as questões orçamentárias, Biden está em um ano eleitoral. E, por mais que possa parecer estranho, ajudar a Ucrânia parece ter virado uma questão tira-voto.  

Para além dos trumpistas desmiolados que acham que Putin é um cara bacana, pois enfrenta o climatismo, o globalismo e a ideologia de gênero, muitos americanos estão convencidos de que os bilhões de dólares de seus impostos, que serviram para reforçar as defesas ucranianas, seriam mais bem usados nos Estados Unidos.

Republicanos acham que o dinheiro tem de ser usado para reforçar a proteção da fronteira sul, por onde entram milhares de imigrantes ilegais, e combater a pandemia de opioides
Democratas acham que o dinheiro poderia servir para mitigar o peso dos imigrantes ilegais nas contas dos estados e cidades receptoras, como Nova York, que vive um verdadeiro caos com a gestão da invasão dos ilegais.

Veja Também:

    As várias frentes de uma mesma guerra

    É assim que Putin mexe com sua cabeça e seu coração

    O espião de Putin no Brasil será devolvido para a Rússia, com amor

De norte a sul dos polos da política americana há uma falta de compreensão de que o caos na fronteira, os opioides, a guerra na Ucrânia e em Gaza, a tensão sobre Taiwan, as estripulias de Nicolás Maduro e as ameaças do Irã fazem parte do mesmo conflito. 

São frentes distintas de uma só guerra. A barbárie do Hamas, seguida da reação de Israel, desviou o foco da Ucrânia, que por sua vez foi um laboratório para a China estudar como o mundo reagiria a uma invasão de Taiwan.

Biden está com sua reeleição ameaçada e precisa olhar para dentro se não quiser ser trucidado nas urnas. O resultado disso é um novo vácuo de influência que será preenchido pelo eixo liderado por China e Rússia. A derrota da Ucrânia será a derrota de todos nós. Quando isso ficar claro, vai ser tarde

A campanha democrata sabe que não há como derrotar Donald Trump sem fazer este ajuste de rota. Mas isso pode significar que a Ucrânia não resista até novembro, quando o presidente americano para os próximos quatro anos será conhecido. Talvez este seja o mais longo inverno.

Zelensky nunca se mostrou disposto a ceder em um acordo de paz desfavorável para os ucranianos, como o que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ensaiou mediar. Um acordo que “leve em conta a segurança da Rússia”, como chegou a afirmar o assessor presidencial e chanceler de fato, Celso Amorim.

Ainda que Zelensky resista até o fim do ano, Putin já venceu.  
Estraçalhou a Ucrânia em uma guerra longa, cara e mortal. 
Os custos russos foram igualmente enormes. Mas os ganhos são elevados. Entre eles está a torra dos estoques dos arsenais ocidentais e o desgaste da opinião pública com guerras “dos outros”
Putin já virou a vítima para muitos. Insólito, mas assustadoramente real.

A mesma coisa se aplica ao Hamas. Ainda que perca militarmente frente à reação israelense, os terroristas já venceram. Reavivaram a “causa palestina”, reacenderam o antissemitismo que estava preso no armário e ainda prestaram um serviço e tanto a Rússia e China ao abrir outra frente de batalha política e socialmente onerosa para os americanos – devido à relação dos Estados Unidos com Israel.

Zelensky está em uma grande enrascada. A derrota da Ucrânia será a derrota de todos nós. Quando isso ficar claro, vai ser tarde.


Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Leonardo Coutinho, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 27 de setembro de 2022

As instruções ambientais de uma Europa energeticamente falida - VOZES - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

A Europa, definitivamente, não se cansa de oferecer aos países inferiores mais e mais lições sobre como as sociedades devem se comportar e como devem ser governadas, é claro, porque os seus burocratas e os seus governos sabem fazer isso melhor do que ninguém. Quanto mais civilizada, responsável e globalista se torna, mais instruções a Europa tem a transmitir
A última delas é francamente assombrosa: a ministra do Meio Ambiente da Suíça propôs que as pessoas passem a tomar banho juntas, para economizar a energia gasta com o aquecimento da água. 
Não especificou quantas pessoas deveriam tomar esse tipo de banho solidário. Duas? Três? Mais? O que ela disse é que a Suíça tem de reduzir em 15% o seu consumo para evitar cortes de energia neste inverno que vem chegando. Isso mesmo: banho junto. Que tal?

 Foto: Bigstock

Imaginem se o presidente Jair Bolsonaro fizesse uma proposta dessas o que o mundo iria dizer? É melhor nem imaginar
Mas como a coisa vem da Suíça, é considerada o máximo de sabedoria, consciência ambiental e boa governança que a humanidade pode pretender. É tudo um perfeito disparate. 
 
Uma das definições mais precisas que já foram dadas sobre o papel dos governantes diz que a única função útil de sua existência é tornar a vida das pessoas mais cômoda – o resto é conversa trapaceira de ciência política. 
Temos, então, o seguinte exercício em demência: em pleno ano 2022 do século XXI, uma dirigente de um dos países tidos como um dos mais avançados do mundo propõe que a sua população se submeta ao incômodo diário de gastar menos água no banho, ou tomar menos banhos. Para que esse exagero de tomar banho todo dia?  
E qual será o próximo passo da ministra ecológica: dizer que as pessoas devem ir menos ao banheiro, para economizar a água de descarga das privadas? Já se pensou nisso.

Figuras como essa ministra, e soluções como as suas, são o resultado inevitável de anos seguidos de submissão automática dos governos civilizados, virtuosos e inclusivos da Europa ao fanatismo crescente da “causa ambiental”. Na sua aflição sem limites para parecerem ambientalmente corretíssimos com o “planeta”, caíram na irresponsabilidade em benefício de grupos politicamente desajustados, que não firam eleitos por ninguém e querem impor uma conduta a todos, abandonaram seus deveres na busca e na manutenção de fontes de energia.  

Fingiram, para agradar à militância ecológica, que era possível manter a população nos mesmíssimos níveis de conforto, sem ninguém abrir mão de nada, e ao mesmo tempo reprimir a produção de energia – um dos demônios atuais da histeria ambiental. 
Deu na única coisa que poderia dar: crise. Com a suspensão no fornecimento russo de combustíveis, a Europa se vê agora, às portas do inverno, no desespero de encontrar energia para se aquecer. 
Os governos terão, até o fim do ano, de gastar 500 bilhões de euros para conter os aumentos brutais nas contas de energia. Só conter: os aumentos dispararam, e já atingiram alturas que o consumidor mal consegue pagar, quando consegue. É um desastre para economias que já vêm sofrendo com crescimento baixo, inflação em alta, desemprego e o resto.

Enquanto isso, continuam todos de joelhos diante das seitas que militam contra “a mudança no clima”, o “consumo”, a “destruição da Amazônia” etc. – e escutam as recomendações da ministra suíça para tomar banho junto.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 12 de junho de 2022

Lojas do McDonald’s reabrem na Rússia com novo nome

Quinze unidades retomaram operação sob a nova marca, Vkusno & Tochka

Antigas lojas do McDonald’s reabriram na Rússia neste domingo, 12, com novo nome e sob administração de um grupo local após a rede americana ter deixado o país por causa da guerra na Ucrânia. A nova cadeia de restaurantes, batizada de Vkusno & Tochka (Delicioso e ponto final), também tem novo logo, que mostra um hambúrguer e fritas em um fundo verde. [alguém acreditou que o boicote era para valer? Dinheiro não tem pátria e a necessidade não tem preferência política. 
É viável que o  petróleo e gás russos consumido por países europeus, tais como Alemanha, Polônia, Bélgica  e outros  se tornem dispensáveis em questão de meses ou possam ser substituídos por petróleo e gás trazido de outras fontes a milhares de quilômetros de distância por navios? 
É possível construir milhares de quilômetros de oleodutos para substituir os navios em meses?  
Os únicos prejudicados nessa guerra são o povo ucraniano e os países que dependem dos grãos produzidos pela Ucrânia. 
O ex-comediante montou uma gigantesca comédia em que os ucranianos morrem, os aliados de palanque mandam armas, mas não mandam soldados para usá-las e as mortes de militares ucranianos fazem com que grande parte do armamento seja usado.
É uma verdade dolorosa mas que tem que ser dita.]

O McDonald’s fechou suas lojas na Rússia em março e, em maio, anunciou que deixaria o país definitivamente. As unidades, então, foram vendidas para o grupo do empresário Alexander Govor, que já operava mais de vinte restaurantes da rede na região da Sibéria.

A chegada do McDonald’s ao país, com a abertura de sua primeira loja na Praça Pushkin, em Moscou, em janeiro de 1990, se tornou símbolo da abertura da União Soviética para o Ocidente.

Neste domingo, quinze unidades foram reabertas em Moscou e no entorno da cidade. O plano, segundo anunciado pelo CEO da rede, Oleg Paroev, em coletiva de imprensa, é que 200 restaurantes retomem o atendimento até o fim de junho e todos os 850 estejam operando até o fim do verão (no Hemisfério Norte, inverno no Brasil).

De acordo com Paroev, o maquinário do McDonald’s continua em uso pelas lojas e a composição dos sanduíches não mudou.

Economia - Revista VEJA


terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

É chegada a hora de despertar - Ana Paula Henkel

Protesto de caminhoneiros no Canadá contra a obrigatoriedade de vacinação | Foto: Darryl Barton
Protesto de caminhoneiros no Canadá contra a obrigatoriedade de vacinação -  Foto: Darryl Barton 

O evento ficou mundialmente famoso devido ao filme Groundhog Day, de 1993, lançado no Brasil com o nome de Feitiço do Tempo. O roteiro apresenta o meteorologista Phil Connors, interpretado por Bill Murray, que reluta em viajar para Punxsutawney, na Pensilvânia, para cobrir as celebrações do Dia da Marmota da pequena cidade, por considerar a cobertura do tradicional evento uma perda de tempo. Já hospedado em um hotel local, ele acorda no dia seguinte e se vê preso em um looping temporal, sendo forçado a viver o feriado repetidamente. Todas as manhãs, em sua cama no Cherry Tree Inn, ele desperta com a música I Got You, Babe, de Sonny e Cher, tocando no rádio-relógio:

“They say we’re young and we don’t know / We won’t find out until we grow / Well I don’t know if all that’s true / ‘Cause you got me, and baby, I got you…”

“Dizem que somos jovens e não sabemos / Não vamos descobrir até crescermos / Bem, eu não sei se tudo isso é verdade / Porque você me tem, e baby, eu tenho você…”

Mas o filme de 1993, considerado uma das maiores comédias de todos os tempos, dirigido por Harold Ramis e produzido por Ramis e Trevor Albert, pode, no entanto, ser em alguns aspectos um ensaio sobre uma perspectiva mais atual que nunca. Em um bar local, Connor desabafa com um homem: “Eu acordo todos os dias, bem aqui em Punxsutawney, e é sempre 2 de fevereiro. E não há nada que eu possa fazer sobre isso. O que você faria se estivesse preso em um lugar, e todos os dias fossem exatamente iguais, e nada do que você fizesse importasse?”

Os dias continuam a se repetir e, sem esperança, Connors decide se comportar da pior maneira possível, já que “nada muda”. E este é o dispositivo quase escondido no filme, que acaba se tornando atemporal, como um perfeito atalho para os dias atuais, no melhor sentido de “a mesma coisa de sempre em um dia diferente”. Connors passa um número desconhecido de dias repetindo exatamente o mesmo dia várias vezes. Todas as outras pessoas vivenciam aquele dia pela “primeira” vez, enquanto Connors tem de encarar sua rotina como Sísifo, personagem da mitologia grega condenado a empurrar eternamente uma enorme pedra morro acima que, ao atingir o seu topo, cai novamente, fazendo esse processo ser repetido por toda a eternidade.

Há exatos dois anos, escrevemos sobre liberdade, sobre autonomia, sobre direitos, sobre a verdade, sobre uma pandemia que devorou o intelecto humano

O que poderia ser apenas um filme de comédia, muitas vezes tachado de tolo, na verdade mostra algumas pistas de um possível mistério central que nos aproxima de um arco moralmente mais denso e poderoso para o personagem principal. 
Quando Connors percebe que não é louco e que pode, na verdade, viver para sempre sem consequências (se não há amanhã, como ser punido?), ele se entrega ao seu “eu adolescente”. Fuma dezenas de cigarros sem medo de julgamentos ou doenças, dirige embriagado, usa um leque de mentiras para levar muitas mulheres para a cama, rouba dinheiro e se perverte de uma maneira descontrolada. Depois de mais uma noite de orgias e bebedeira, ele declara: “Não vou mais jogar pelas regras deles!”.

Algum tempo depois de abusar de uma liberdade que acreditava ter, Connors é tomado por um vazio inexplicável e se torna suicida, percebendo que toda a gratificação material e sexual do mundo não se sustenta espiritualmente. De qualquer forma, ele culpa a marmota e, em um pacto de assassinato-suicídio, mata o roedor. Mas nem isso faz com que Connors acorde de seu pesadelo. Depois de inúmeras tentativas de tirar sua própria vida, ele continua acordando no dia seguinte, sem ser o dia seguinte. No fim, exausto e sem expectativas de sair daquela maldição, resolve dar uma guinada. Começa a tocar piano, ler poesia, decide ajudar os moradores locais em assuntos grandes e pequenos, incluindo pegar um menino que cai de uma árvore todos os dias, mas que nunca lhe agradece, apaixona-se pela pessoa que jamais imaginaria se apaixonar; e começa a prestar atenção no amor em várias camadas e vertentes.

Ele, então, descobre que há algumas coisas que não pode mudar, mesmo repetindo-as todos os dias. E, em sua dedicação pelo seu presente, finalmente acorda em 3 de fevereiro, destravando o ciclo interminável do Dia da Marmota. A maldição é suspensa quando Phil Connors agradece pelo dia em que acabou de viver, deixando o melhor que podia no presente, mesmo sabendo que teria de repetir tudo mais uma vez no dia seguinte. Connors lentamente percebe que o que faz a vida valer a pena não é o que você obtém dela, mas o que você coloca nela.

Uma das ideias centrais de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão cuja obra exerceu uma influência profunda na história intelectual moderna, é imaginar a vida como uma repetição sem fim dos mesmos eventos que repetimos. 
Como isso moldaria suas ações? 
O que você escolheria para viver por toda a eternidade? 
Mas esse existencialismo não explica o apelo mais amplo de um filme aparentemente bobo que conversa com nossa atual realidade e sociedade. É na ressonância religiosa, que tanto tentam expurgar de nossa vida cotidiana (vide as eternas ordens de lockdowns para igrejas e templos, a tentativa da diminuição da importância da fé), que o filme chamou minha atenção na última vez a que o assisti. Connors vai para sua própria versão do inferno, do qual ele é libertado ao abandonar seu egoísmo e se comprometer com atos de amor da vida real de quem está à sua volta.

Peças inesperadas no tabuleiro
Desde 2020, quando sento semanalmente para pensar no assunto que abordarei em meu artigo semanal, às vezes tenho a sensação de que estamos vivendo no filme de 1993, no Dia da Marmota
O que você faria se estivesse preso em um lugar, e todos os dias fossem exatamente iguais? 
Há exatos dois anos, escrevemos sobre liberdade, sobre autonomia, sobre direitos, sobre a verdade, sobre uma pandemia que devorou o intelecto humano e sobre personagens que continuam desafiando as novas leis do silêncio impostas ao mundo. Martin Kulldorff, Jonathan Isaac, Robert Malone, Joe Rogan, Eric Clapton, Novak Djokovic, Aaron Rodgers, Nicki Minaj, quantos nomes temos trazido para demonstrar a bravura de homens e mulheres que continuam, com declarações firmes, expondo os covardes. 
Nomes que decidiram não aceitar mais as guilhotinas virtuais e a imposição de que todos nós temos de sentar no sofá quente dos lobbies. Mas, mesmo depois de tantos excepcionais exemplos, o que mudou? Estamos vivendo um eterno Dia da Marmota? Aonde vamos chegar? Estamos, realmente, fazendo tudo o que podemos fazer para estancar essa insanidade? 
O que você fez, aí mesmo, perto de você, para quebrar esse ciclo medonho?

Em toda revolução importante, e acredito que estamos dentro de uma, peças inesperadas podem surgir. A última movimentação nesse tabuleiro, crucial para a sobrevivência da liberdade como a conhecemos no mundo, foi brilhantemente feita pelos canadenses, mais especificamente os caminhoneiros canadenses. O que começou como um protesto local, ignorado pela mídia, agora se transformou em uma manifestação mundial contra o fascismo da covid. Após as medidas do governo canadense de impor vacinas para caminhoneiros que cruzam a fronteira EUA–Canadá, os motoristas lançaram um movimento de protesto apelidado de “Freedom Convoy”, que começou na Província da Colúmbia Britânica, no início da semana passada, e chegou à capital canadense, Ottawa, na última sexta-feira.

(...)

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, saiu às pressas da capital para um destino não informado e disse essa semana que os manifestantes que estavam em Ottawa eram uma “pequena minoria de marginais” que mantêm “visões inaceitáveis que não representam as opiniões dos canadenses que pensam nos outros”. Tamara Lich, uma das principais organizadoras do grupo Freedom Convoy 2022, disse, em um vídeo postado na conta do Facebook do grupo — perfil que foi derrubado pela plataforma: “Este é um evento familiar, seremos pacíficos e não instigaremos nada. Estamos todos preparados para ficar aqui o tempo que for preciso. Estamos juntos para recuperar nossas liberdades”.

(...) 

Na Holanda, motoristas realizaram seu próprio protesto de comboio, “tudo e todos sobre rodas” são bem-vindos. Aqui nos EUA, caminhoneiros planejam o início de um grande comboio, que deverá sair da Califórnia nas próximas semanas e atravessar o país até a capital, Washington, DC, para protestar contra a tirania do inútil passaporte vacinal, que não bloqueia a transmissão do vírus.
Achatar a curva, lockdown, vacina, tranca tudo e não questiona nada, transmissões em alta, nova cepa, passaporte vacinal, agora vamos achatar a curva, lockdown, vacina, tranca tudo e não questiona nada, transmissões em alta, passaporte vacinal…  
E o rádio-relógio continua tocando a mesma música. E a vida segue imitando a arte. E se o amanhã que deixaremos para os nossos filhos for o mesmo de hoje? 
Um conto draconiano que sufoca qualquer palavra contra os tiranos? 
Uma repetição sem inspiração, sem propósito e sem esperança?
 
(...)

Não dá mais para procrastinarmos o encontro com a realidade, que vai requerer um esforço de todos nós. Cada dia que vivemos não é tão diferente do anterior. No entanto, as mudanças existem e estão nos detalhes que precisam da nossa coragem para ser exaltados e para seguir seu caminho da transformação. Às vezes, só estamos entediados e repetindo nossos maus hábitos porque estamos no piloto automático, dentro no nosso próprio feitiço do tempo. E nos acomodamos, ouvindo a música de Sonny e Cher, esperando que o feitiço se quebre sozinho… “Dizem que somos jovens e não sabemos / Não vamos descobrir até crescermos…”.

Nessa tragicomédia que estamos vivendo, o que fazemos, de fato, como os caminhoneiros canadenses, para quebrar o feitiço que tentam nos impor nos últimos dois anos? 
Os tempos são assustadores, mas a inspiração está por toda parte. Não interessa mais se tudo não passa de um sonho ruim ou um pesadelo. É chegada a hora de despertar.

Leia também “É assim que as coisas mudam”

MATÉRIA COMPLETA - Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


domingo, 31 de maio de 2020

Moro ironiza ato contra o STF: ‘Tão loucos, mas, ainda bem, tão poucos’ - VEJA

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Mendes segue Constituição e é espancado: Barroso a rasga e é aplaudido. No filme de faroeste, há quem torça para o bandido…



O Supremo, nesta terça, foi palco, com efeito, de duas posturas distintas. Uma delas conta com o apoio de boa parte da imprensa e das redes sociais — em especial aqueles setores afinados com a direita xucra e o militontismo juvenil com espinhas e brotoejas no pensamento. A outra, ao contrário, fez secretar o fel desses nichos radicalizados que se manifestam nas redes e que vomitam como quem pensa e pensam como quem vomita. 

Atenção! O ministro que está apanhando é aquele que está cumprindo a Constituição; o que está sendo aplaudido é aquele que a está jogando no lixo.
E quem apanha por seguir a lei? Gilmar Mendes.
E quem é aplaudido por rasga-la? Roberto Barroso.
Este rapaz está em pleno delírio de potência! Se a TV Globo fizer mais umas duas reportagens lhe cantando as glórias, é capaz de pegar um cavalo branco e resolver invadir a Rússia no inverno. O Napoleão de toga está impossível.

Vamos ver. Mendes concedeu liminar a duas ADPFs (Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental), acatando a tese de que parte do Artigo 260 do Código de Processo Penal, que permite a condução coercitiva do investigado para simples interrogatório, fere a Constituição. Em síntese: se a Carta assegura o direito ao silêncio, ninguém pode ser levado à força para ser interrogado. Tal prática agrediria a fundamento da livre locomoção e da presunção da não-culpabilidade. A liminar, dita “ad referendum do plenário”, terá de ser examinada pelos demais ministros.

Ah, sim: a Lava Jato estrilou porque só Sérgio Moro determinou imodestas 222 conduções coercitivas. E, atenção!, o tal Artigo 260 do CPP, ainda que em desacordo com a Constituição, exige que uma intimação tenha sido ignorada para que, então, se possa usar a força policial. Moro seguiu a lei naqueles 222 casos, incluindo o de Lula? Resposta: Não!  Assim, ao conceder a liminar, Mendes está apenas aplicando dois diplomas legais: a Constituição e o próprio Artigo 260 do CPP, impugnado parcialmente por ele. Não obstante, está levando porrada de todo lado, em especial dos imbecis.

O argumento mais canhestro é que sustenta que sua decisão é descabida porque, afinal, a condução coercitiva está prevista em lei. Ora, é claro que está! Ou não poderia ser questionada por uma ADPF, que serve justamente para apontar aspectos da legislação que sobreviveram em desacordo com fundamentos da Carta Magna. Minha recomendação aos jornalistas: que ouçam menos os procuradores e juízes, que são partes interessadas no caso, e leiam a decisão do ministro.

Barroso E agora vamos ao incrível Roberto Barroso, que decidiu fazer pouco caso do tribunal. Vocês sabem que está em julgamento no STF uma questão de ordem por ele próprio proposta que limita a foro especial de deputados federais e senadores a crimes cometidos no curso do mandato e em função dele. O que não se enquadrar nesses critérios vai para a primeira instância.

A decisão é estúpida e vai gerar uma confusão dos diabos, mas já há maioria formada de sete ministros. Acompanharam Barroso os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Alexandre de Moraes alinhou seu voto apenas parcialmente. Dias Toffoli pediu vista no dia 23 de novembro, e Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes ainda não votaram.

Atenção! Enquanto o julgamento não for encerrado e proclamado o resultado, prossegue o entendimento da norma legal que estava em curso. Não para Barroso, que, mais uma vez, resolveu ter a sua própria Constituição, o seu próprio Regimento Interno do Supremo, as suas próprias leis… Um dia ele usará esses procedimentos contra a direita xucra que agora toca flauta para ele. Será divertido. Vamos ver quem aparecerá para defender os valentes.

O doutor remeteu para primeira instância um inquérito sobre o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), suspeito de irregularidades quando era vereador em Natal (RN) em 2005 e 2006, alegando que a maioria no Supremo já está formada.  É um acinte! É um deboche! É um escárnio. Do ponto de vista legal — e Barroso está lá para zelar pela legalidade —, a interpretação da Constituição segue sendo a mesma. Tanto o julgamento não está concluído que, até que não haja a proclamação do resultado, ministros podem mudar seu voto.

“Ah, isso não aconteceria…” Sim, também acho que não! Mas um ministro não é um adivinho nem um antecipador de julgamentos. A sua decisão de enviar o caso para a primeira instância é simplesmente inconstitucional nos moldes que temos.  Não obstante, ora vejam, aquele que sapateia sobre a Constituição está sendo aplaudido, e o que decide seguir a Carta é atacado.
Num filme de faroeste, essa gente não teria nenhuma dúvida em torcer para o bandido.

Blog do Reinaldo Azevedo
 



quarta-feira, 22 de junho de 2016

“O inverno da nossa desesperança”



Os desdobramentos da Lava Jato mostram que a primeira semana da estação será de repouso para alguns parlamentares e de tensão para os eleitores

Eis que, num raro momento de alegria, virtudes e defeitos de nossos políticos se fundem e prometem alguns dias de repouso, a semana com apenas dois dias de trabalho para eles, graças às festas juninas, e a oferta de  um certo fôlego para nós. Não deu certo: a política, hoje, só em parte se faz no Congresso. A Polícia Federal também a faz: prendeu quatro empresários de farto sobrenome, ligados ao avião de Campos que caiu durante a campanha e suspeitos de integrar uma organização criminosa, lançou suspeitas sobre outros figurões, inclusive um senador de família tradicional que foi ministro de Dilma, apurou ligações entre a morte do candidato presidencial Eduardo Campos e a colheita de propinas tão fartas quanto os sobrenomes, e envolveu a OAS num repasse de verbas para sabe-se lá o que. De acordo com a Federal, a operação começou com o caso do avião. “Mas agora queremos desarticular toda essa organização. Quem são os envolvidos, o que fizeram e quem foram os beneficiados”.

E, aproveitando o finzinho dos dias de trabalho desta semana, Eduardo Cunha mostrou que político ainda pode gerar confusão. Deu entrevista dizendo que não renuncia à Presidência da Câmara (da qual foi afastado); não faz delação premiada, porque não praticou nenhum crime; e não tem motivo para ser cassado. Ponto final. A semana que deu início ao inverno será de repouso para alguns parlamentares e de tensão para os eleitores.

Como é a ficha dele
Cunha age com habilidade: se renunciar, continua na situação atual, de presidente afastado, e demonstra que tem algo a esconder. Mas já se sabe que é beneficiário de contas na Suíça, já enfrenta multas por movimentação internacional irregular de dinheiro, já tem mulher e filha envolvidas no caso, ambas sujeitas ao juiz Sérgio Moro. É provável que hoje o Supremo Tribunal Federal  decida autorizar uma segunda acusação proveniente da Operação Lava Jato – manutenção de contas clandestinas no Exterior com dinheiro de propinas oriundas de negócios com a Petrobras.

Ação dos políticos
Frase do ex-presidente Lula: “Quanto mais me provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato em 2018”. [presidiário pode ser candidato?]

E se não provocarem? Vai aposentar-se, como prometeu antes de se candidatar à reeleição, dedicar-se à caça e preparo de coelhos em Los Fubangos ─ o seu sítio, o que é confirmadamente seu, hoje abandonado em favor de outras propriedades que, embora sejam dele, não são dele? Alguém imagina Lula quietinho numa eleição, oferecendo chá com torradas aos visitantes e, como conselhos, temperança e amor ao próximo?

 Ação empresarial
Os fatos como os fatos são: para dar conta do matagal de propinas no Brasil e no Exterior, a Odebrecht comprou um banco no paraíso fiscal de Antígua, na América Central. O Meinl Bank Antigua, que antes tinha sido a base off-shore de um antigo banco austríaco, chegou a controlar 42 contas no Exterior, administrando entradas e saídas de fundos secretos – um pouco mais de US$ 130 milhões, ao mesmo tempo.

Ação prática
Por mais precisas que sejam, as delações jamais terminam: sempre sobra uma peninha (que, nas palavras do ministro Teori Zavascki, quando são puxadas revelam mais uma galinha), O mercado está na expectativa de novas revelações de Sérgio Machado sobre pedras preciosas na lavagem de dinheiro. São muito práticas: substituem milhares de dólares e são difíceis de monitorar. Há quem diga que boa parte do ótimo relacionamento dos governos petistas com Angola envolve diamantes, e com um toque religioso que aparece até no nome das instituições financeiras envolvidas. Delação premiada deve incluir tudo – inclusive temas delicados como esse.

Ação oficial
Ah, as relações sociais do Brasil dilmista com os países pobres, mas amigos, irmãos e cooperativos! Angola, que transformou a filha do seu presidente em mulher mais rica da África, recebeu R$ 14 bilhões; a Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, R$ 11 bilhões. Seguem-se República Dominicana, R$ 8 bilhões; Argentina, R$ 7,8 bilhões; Cuba, R$ 3 bilhões; Peru, R$ 2 bilhões; Moçambique, R$ 1,5 bilhão. No total, incluindo empréstimos menores, R$ 50,5 bilhões ─ quase um terço do déficit público que inferniza o atual governo e que foi responsável por boa parte da crise que consumiu o governo Dilma.

Sem comentários
Diante do bloqueio de vastas verbas oficiais para as vastas viagens de Dilma, grupos petistas estão estudando o crowdfunding a velha e popular vaquinha. [vale um alerta para os estúpidos militontos petistas: fizeram uma vaquinha para o Zé Dirceu, quando em pouco mais de dois anos ele já tinha roubado quase R$ 30 BI; quem garante que a Dilma não se apropriou de muito mais. Começam a surgir provas de que ela recebeu grana suja para a campanha, tem a Refinaria de Pasadena e outras suspeitas.
Ou os petistas querem mais uma vez das uma de otários? o que fizeram quando da vaquinha para o 'guerrilheiro de festim'.] Contenha-se, caro leitor, e não faça comentários engraçadinhos sobre fazer vaquinha para financiar as viagens da presidente afastada.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann