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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A esquerda ama odiar - Revista Oeste

 Augusto Nunes

O negacionismo autoritário é camuflado por declarações de amor à vacina 

Bandeira do movimento Lula Livre, criado quando o ex-presidente foi condenado, em 2017, a mais de nove anos de prisão | Foto: Helissa Grundemann/Shutterstock
Bandeira do movimento Lula Livre, criado quando o ex-presidente foi condenado, em 2017, a mais de nove anos de prisão -  Foto: Helissa Grundemann/Shutterstock
 

O PT não sabe sorrir, nunca soube. Já no primeiro comício da vitória, o partido mostrou que festejar o próprio triunfo lhe dá muito menos prazer do que comemorar a derrota dos outros com insultos, provocações e pancadarias. Em vez de alegrar-se com o número de eleitores que votaram nos candidatos petistas, os militantes acham mais prazeroso contabilizar e, se possível, identificar os que não seguiram a estrela vermelha: são inimigos a castigar ou destruir. A prevalência da carranca sobre o sorriso foi oficializada no momento em que o chefe supremo do PT dividiu o Brasil em duas tribos: “nós” (os devotos da seita que tem em Lula seu único deus) e “eles” (os que não abdicaram da sensatez). Conforme as circunstâncias, o Mestre comunica a seus discípulos que o nome mudou. “Eles” viraram “golpistas” nos meses que precederam o impeachment de Dilma Rousseff, foram rebaixados a “fascistas” com a ascensão de Jair Bolsonaro e, depois da chegada ao país do vírus chinês, tornaram-se “inimigos da ciência”, “terraplanistas” e “negacionistas”.

O passaporte sanitário que documentava a aplicação de três doses de vacina não impediu que uma militante do PT, quarentona recente, fosse surpreendida pela covid-19. Inconformada com os dez dias de quarentena, caprichou num longo palavrório que batizou de “desabafo”. Examinado com atenção, revela com a precisão de tomografia computadorizada um cérebro petista atormentado pela pandemia. 
O vírus responsável pela doença sequer é mencionado. 
Como Lula ensinou, todas as mortes causadas pelo coronavírus devem ser debitadas na conta do presidente genocida, líder dessa sub-raça que “nega a ciência falando contra a vacina”. É bom que se calem, adverte a confinada involuntária, para logo ressalvar em mau português: “Desinformação não é liberdade de expressão”. Assim, os negacionistas devem suspender imediatamente conversas que ofendem a ciência e desperdiçar esse tempo tratando de assuntos menos letais. Futebol, por exemplo. Ou estética. Ou astrologia. “Você pode dar sua opinião sem matar ninguém”, lembra o desabafo. E que fique em casa quem não tomou vacina, conclui a lição, porque o vírus precisa de corpos não imunizados circulando por aí para ganhar força e gerar novas variantes.

Por odiar o convívio dos contrários, todo esquerdista brasileiro é surdo a vozes dissonantes. Por desprezar poços de certezas, sobretudo quando sonham com o assassinato dos direitos individuais e das liberdades democráticas, insisto em ver as coisas como as coisas são e a contar o caso como o caso foi. Em obediência a Lula, seus esforçados devotos qualificam de “inimigos da vacina” milhões de brasileiros que, na infância, recorreram a imunizantes para livrar-se de poliomielite, catapora, sarampo ou caxumba — e, ao longo de 2021, tomaram vacinas contra a covid-19. É o meu caso. Fui vacinado com duas doses da CoronaVac e uma da Pfizer. E afirmo que sofre de negacionismo — e negacionismo delirante — quem nega a existência de dúvidas a esclarecer, enigmas a desvendar, interrogações a desfazer. 

Criada no curtíssimo período de um ano, a vacina contra a covid-19 configura uma façanha e tanto. Mas só cretinos fundamentais não conseguem enxergar nesses imunizantes algo ainda na primeira infância e, por isso mesmo, em processo de aperfeiçoamento.
 
Os loucos por lockdowns acabam de decepcionar-se com o estudo que comprovou a ineficácia dos isolamentos radicais
Logo ficarão desolados com as respostas exigidas por outras perguntas muito oportunas. Uma delas: vacinas concebidas para combater o vírus original e suas primeiras variantes são capazes de deter o avanço da Ômicron? 
O desabafo sugere que a militante em quarentena ignora que também os totalmente vacinados podem transmitir a doença e ser infectados. Assim, não deveria descartar a hipótese de ter sido contaminada num encontro de adoradores de vacinas, todos providos de passaportes sanitários, usando máscaras e atentos a medidas de distanciamento social. Além de entusiasmados com a epidemia de autoritarismo gerada pelo Supremo Tribunal Federal na sessão que entregou o comando do combate à pandemia a governadores e prefeitos
As táticas de guerra ficaram mais confusas com a permanência no front dos ministros do STF, e desandaram de vez com a entrada em cena de promotores de Justiça e juízes de primeira instância. Só ficou fora o presidente Jair Bolsonaro, a quem coube apenas arranjar a dinheirama que financiou também as bandalheiras do Covidão.
 
Lula jura que, se estivesse na Presidência da República, salvaria o país com a reprise do medonho modelo concebido pela tirania que tanto admira. “A China só conseguiu combater o coronavírus com a rapidez que ela combateu porque tem um partido forte, porque tem um Estado forte, tem pulso, voz de comando”, desmanchou-se em afagos o ex-presidente num vídeo divulgado em junho de 2021. “Eles tomam decisões que as pessoas cumprem, coisa que nós não temos aqui.” 
Com o ex-presidiário no Palácio do Planalto, a direção da guerra provavelmente seria entregue ao ex-ministro Carlos Gabas, maior autoridade do PT no campo da saúde. No posto de secretário-geral do Consórcio do Nordeste, ele administra o combate à pandemia naquela região. Investigações de uma CPI instaurada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte confirmaram que Gabas é um incapaz capaz de tudo.

Quem acredita nesse monumento ao negacionismo está obrigado a crer que Lula foi a única vestal incorruptível no mais populoso bordel da história

Governar é escolher, e Lula escolhe sozinho. Presidente por oito anos, não recorreu a conselheiros para escalar ministros, presidentes das estatais mais lucrativas, parceiros no Congresso, empreiteiros felizes com obras federais e, no Exterior, ricaços generosos e um punhado de amigos bem mais rentáveis que o milhão sonhado por Roberto Carlos. Antes e depois da temporada no poder, escolheu dirigentes do PT, candidatos do partido a governos estaduais, prefeituras ou Câmaras Municipais, patrocinadores de palestras.  
Ficou rico sem manchar a imagem de alma viva mais pura do Brasil, talvez do mundo, venerada pela esquerda negacionista, convencida desde sempre de que Lula é o mais injustiçado dos inocentes. Bandidos são o ex-juiz Sergio Moro e os integrantes da Operação Lava Jato.
 
Para sustentar esse monumento ao negacionismo, costurou-se o enredo que mataria de inveja um Gabriel García Márquez. 
 Em 2014, o juiz Sergio Moro descobriu que, se impedisse a volta de Lula ao poder, um deputado federal que ninguém conhecia seria eleito presidente da República e o transformaria em ministro da Justiça. Ambicioso, o magistrado matriculou-se num curso da CIA que ensina a montar conspirações envolvendo o Ministério Público e a Polícia Federal. Voltou dos Estados Unidos pronto para liderar uma operação que, fingindo investigar doleiros, devassou bandalheiras consumadas por empreiteiros que prestavam serviços à Petrobras e diretores da estatal. 
 
A evolução da trama incorporou delações premiadas, bilhões de dólares devolvidos à empresa saqueada, quadrilheiros de altíssima linhagem acordados às 6 da manhã e transferidos para a gaiola antes que Lula fosse instalado na cadeia em Curitiba
O Petrolão foi uma farsa, recitam os negacionistas do PT.  
O tríplex no Guarujá nunca foi dele, os 111 fins de semana no sítio em Atibaia só atestam a beleza da amizade verdadeira, acrescentam os devotos mais fervorosos. 
E o Mensalão? Nunca existiu.

Quem acredita nesse monumento ao negacionismo de esquerda está obrigado a crer que Lula foi a única vestal incorruptível no mais populoso e diversificado bordel da história. Entre os figurões da Era Lula-Dilma que amargaram temporadas na cadeia estão um presidente do Banco do Brasil, um ex-presidente e três diretores da Petrobras, um ex-presidente dos Correios, um ex-presidente da Eletronuclear, um ex-presidente da Valec, um ex-presidente e um ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, três ex-presidentes do PT, três tesoureiros do PT, um ex-líder da bancada do partido no Senado e um ex-líder da bancada na Câmara dos Deputados. A fila de petistas lembrados com orgulho pela população carcerária é enriquecida pelos ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, além de parceiros como os ex-governadores Sérgio Cabral e Pezão. E é, merecidamente, puxada por Lula.

Aos negacionistas vocacionais somam-se os estrábicos por opção. É o caso do ex-governador Geraldo Alckmin
Na campanha presidencial de 2006, ele viu em Lula um corrupto. 
Em 2018, viu um delinquente ansioso por voltar ao local do crime. 
Só agora apareceu-lhe o estadista de quem queria ser vice desde criancinha. 
Sujeito a surtos de vigarice amnésica, o dono do PT esqueceu que achava o antigo adversário “um político fraco demais para governar qualquer coisa” e descobriu “um governante que sempre mereceu respeito”. 
O que milhões de brasileiros precisam enxergar é o perigo estacionado a um palmo do nariz: um Lula candidato a presidente, na imagem perfeita de Millôr Fernandes, é o túnel no fim da luz.

Leia também “O confisco da liberdade”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

"Pobre ciência! Foi transformada pela mídia, pela CPI, em dogma"

 Alexandre Garcia

"O que não admite experiência, contraponto, dúvida, perguntas, não é ciência, é questão de fé, como se demonstra na repetição de jaculatórias na mídia e de autos de fé nas inquisições da CPI"

O neurologista que me tratou quando bati a cabeça no chão, há alguns anos, dr. Régis Tavares, me contou que ensinava seu filho de quase cinco anos o que é combustível: a gasolina que faz o carro andar, o sol que dá vida às plantas, o gás que produz calor no fogão, o alimento que faz a pessoa se mover. O menino o interrompeu e perguntou qual é o combustível do cérebro. Antes que o pai neurologista falasse em livros, foi surpreendido com a genial resposta do próprio filho: “O combustível do cérebro são as perguntas.”

A resposta fez o dr. Régis recordar quantas perguntas modificaram o mundo e constatar que, nesses dois anos de pandemia, o que se viu foi o contrário: não questione a ciência, obedeça a ciência, não pergunte. Pobre ciência! Foi transformada pela mídia, pela CPI, em dogma, só com certezas, sem dúvidas, sem perguntas
O que não admite experiência, contraponto, dúvida, perguntas, não é ciência, é questão de fé, como se demonstra na repetição de jaculatórias na mídia e de autos de fé nas inquisições da CPI.
“Dizer que um conhecimento é inquestionável é ser menos científico do que duvidar dele”, ensina o neurologista, estudioso dos neurônios, das sinapses e do comportamento humano que é gerado no cérebro. O humano limitado, diante do universo infinito, tem a arrogância de querer limitar a verdade. 
Ainda há infinitas perguntas a desafiarem o nosso cérebro, para que ele pense e busque. Quem tem a verdade definitiva parou de perguntar, parou de descobrir, parou de evoluir. Parou. Sem combustível. Pane seca.
 
E isso tem a ver com a política, porque sofremos uma campanha para aceitar o pensamento pronto, verdade pronta — infelizmente desde a universidade, onde deveriam estar as luzes que nos levariam a buscar mais luzes no horizonte infinito. O lobo totalitário pode estar camuflado de cordeiro de ciência. 
A conspiração do não-pensar, não-perguntar é o complô do domínio, do totalitarismo, porque o pensar, o perguntar, faz cada um de nós um mundo — e querem que cada um de nós seja apenas um escravo, de um mundo único, do consenso, com resposta única, sem perguntas. 
Pergunte-se você, se o que pensa é mesmo seu ou o estão algemando em respostas sem que se possa duvidar e perguntar. 
Não deixe faltar o combustível de seu cérebro.

 Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense


terça-feira, 25 de maio de 2021

Governistas conseguem adiar votação de lei pró-maconha - Revista Oeste

Cristyan Costa

O projeto estabelece o cultivo da erva no país 'para fins medicinais'; conservadores denunciam tentativa de legalização

A base do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados conseguiu prorrogar, por 15 dias, a votação da lei que permite o cultivo da cannabis no Brasil. O movimento só foi possível graças à articulação com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Amanhã, quarta-feira 26, haverá um debate no plenário com a participação de congressistas que não são membros do colegiado especial que discute a medida.
Estudo garante que a droga é pior que o álcool
Estudo garante que a droga é pior que o álcool | Foto: Divulgação/Canva

Conforme o projeto do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), a autorização para cultivar a erva no país é restrita a “fins medicinais”. Parlamentares conservadores, porém, denunciam a tentativa da esquerda de tentar, paulatinamente, legalizar o consumo do entorpecente. Estudo publicado na revista científica American Journal of Psychiatry garante que a droga é pior para o cérebro do que o álcool.

Leia também: “O mal travestido de bondade”, artigo de Ana Paula Henkel publicado na Edição 60 da Revista Oeste

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Cassação dos cinco ministros ou da totalidade do STF? - Sérgio Alves de Oliveira

Com pedido expresso de perdão antecipado pelo uso dessa expressão  a “todos os gêneros” de brasileiros, brasileiras, ou  brasileir(e)s, conforme  preferirdes, a decisão do STF quequase” autorizou, com  cinco votos  nesse sentido, contra os outros seis que rejeitaram  a reeleição de Alcides Maia  e Davi  Alcolumbre ,às presidências, respectivamente, da Câmara dos Deputados, e do  Senado Federal, votos vencidos esses que contrariam  grotescamente o estatuído no artigo  57,parágrafo 4º ,da CF, na verdade  não passaram  de um “deboche”, de um “acinte”, de um verdadeiro chute nos “colhões(de todos os Gêneros) do povo brasileiro  que ainda consegue  usar o cérebro para “pensar”, ou seja, com a  sua finalidade “original”, tamanha inconsistência  jurídica que cerca esses malsinados votos minoritários..

Em “Política”, Aristóteles classificava as formas de governo em 2 (duas)) espécies: as PURAS, e  as   IMPURAS. As impuras seriam as formas corrompidas,degeneradas, das formas puras. Na primeira categoria das formas PURAS de governo   estariam, respectivamente, a MONARQUIA (governo legítimo de um só),a ARISTOCRACIA (governo dos mais capacitados ),e a DEMOCRACIA (governo do povo).

Dentre as formas IMPURAS, figurariam a TIRANIA,espécie  deturpada de MONARQUIA ; a OLIGARQUIA, corrupção da ARISTOCRACIA  e ; finalmente, a DEMAGOGIA,como desvio  da DEMOCRACIA.  Organizando os poderes do estado, Montesquieu classificou-os em três espécies:o “poder executivo”, o”legislativo” e o judiciário”, o primeiro destinado a governar e administrar o estado, o segundo a discutir e aprovar  as leis,[= legislar]  e o terceiro encarregado de julgar as demandas jurídicas da sociedade. Segundo o  filósofo francês , esse regime seria a “balança de freios e contrapesos” da organização política do estado.

Mas com a malsinada “quase” decisão do STF de autorizar a recondução de Maia e Alcolumbre às presidências das duas casas legislativas federais, esse tribunal superior não só estaria abolindo, se fosse o caso, o regime dos Três Poderes, concebidos  desde  Montesquieu, funcionando com equilíbrio, harmonia e independência,  na  “balança de freios e contrapesos”, adotados em todo o mundo livre, como também decretaria a instalação da TIRANIA  “livre” no Brasil, a primeira das formas impuras de governo preconizadas por Aristóteles, cuja principal características é exatamente  a concentração  deturpada dos três poderes nas mão de um só deles, ou seja, um  poder “despótico”, que seria exercido, no caso, pela Corte  Suprema do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal.

Se essa decisão minoritária tivesse prevalecido - e por muito pouco não o foi - o  Supremo Tribunal Federal  não só vestiria  a sua toga própria, como também a “toga” dos Poderes Legislativo e, pior ainda, do “Poder Constituinte  Derivado”, que seria o único com competência constitucional bastante para reformar a constituição, alterando frontalmente com essa “invasão” de competência um dispositivo muito claro escrito  na constituição, valendo-se da sua prerrogativa constitucional de “intérprete” da constituição, para ALTERÁ-LA, prerrogativa exclusiva do  Legislativo, quando investido em poder  constituinte derivado.

Esse tipo de situação, se  eventualmente acontecer, não deixou de ser previsto pelo Poder Constituinte Originário, na  Assembleia Nacional Constituinte  que aprovou a Constituição de 1988, determinando, no seu artigo 142, providências do Poder Militar, das Forças Armadas, contra eventuais “ameaças contra a Pátria” e “ataques aos poderes constitucionais”, o que sem dúvida alguma aconteceria se prosperasse essa estapafúrdia decisão da minoria do STF, investindo-se ilegitimamente na condição de poder constituinte derivado, em lugar do Poder Legislativo.

Dito artigo 142 da Constituição de 1988, aliás, repete disposições idênticas antes previstas nas constituições federais  de 1946 e 1967. Por isso a essa altura dos acontecimentos, provavelmente, os restos mortais de Górgias e Protágoras, expoentes máximos da Escola Sofista da Antiga Grécia, estejam dando cambalhotas dentro das suas tumbas, ”recalcados” com a infinita capacidade de tergiversação e de corrupção da linguagem jurídica, por parte  da minoria dos “Supremos Ministros” do STF, que garantiriam  a procedência da ação direta de inconstitucionalidade Nº ADI 6524, promovida pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, autorizando as reeleições  de Alcides Maia e Davi Alcolumbre para as presidências, respectivamente, da Câmara Federal e do Senado da República.

A única dúvida a ser levantaria  é se uma justa punição, melhor, a   ”cassação”, deveria atingir exclusivamente os cinco ministros “infratores”, ou a totalidade dos onze  ministros? 

[Respondendo a pergunta: a pena cabível nos parece seria a decretação do impeachment dos quatro ministros que votaram apoiando o golpe do Alcolumbre e Maia. Impeachment que deveria ser proposto na forma da legislação vigente, apresentado ao Senado Federal  e, se recepcionado, seria iniciado o processo legal para julgamento e, se condenados, aplicação da penalidade de 'impeachment'.

Não incluímos o ministro Kássio - não por ele ter sido indicado pelo presidente Bolsonaro = nossa posição sempre foi contra sua escolha -  devido o mesmo ter votado por um 'golpe' que não implicaria em favorecimento do deputado Maia - eleito e reeleito várias vezes, apenas de Alcolumbre que pretendia sua primeira reeleição.]

Sou pela “totalidade”das cassações,considerando os “motivos” que certamente levaram os seis ministros “vencedores”a ceder às incríveis pressões da sociedade e do próprio mundo jurídico isento.

Com certeza “Suas Excelências”, os vencedores  ,agiram    em razão das forças psicológicas explicadas na “análise  transacional”, votando contra o objeto do pedido da ADI 6524, com medo da reação das forças vivas mais decentes da sociedade, e talvez do próprio “Poder Militar”. E essa decisão que eles tomaram, contrariando os colegas minoritários, não condiz  exatamente com os seus perfis “morais”e “políticos” que já demonstraram na  Suprema Corte. Resumidamente: essa decisão majoritária do Supremo  foi para “enganar”,não  justificando contagem de qualquer mérito para os seus autores. Foi tudo na “pressão” !!!

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O empresariado brasileiro e a píton da Tanzânia - Renato Sant'Ana.



Nos EUA, uma família adotou como bichinho de estimação um filhote de píton proveniente da Tanzânia, uma cobrinha medindo um metro e meio. Descrita como tendo um apetite incomensurável, a píton era o xodó da casa. E quatro anos após a adoção já media seis metros. Um dia, desejosa de fazer um lanchinho, a serpente resolveu devorar uma menina de nove anos, que foi atacada enquanto dormia. Ora, no corpo a corpo, o atleta mais marombado não é páreo para uma píton. Mas o pai da criança, acudindo sem demora, usou um facão afiado e fez o único que poderia salvar-lhe a filha: decepou a cabeça do monstro.


 Aquela família, com tão bons sentimentos, acreditou que bastava dar carinho à píton para ela se transformar em um bichinho afetuoso, mansinho e apegado ao ser humano, como costumam ser gatos e cachorros. Essa história passou num canal da TV fechada. Fez lembrar a ingenuidade de alguns empresários que, embora defensores da liberdade, patrocinam rádios, jornais e TVs que colaboram com ideologias de corte revolucionário. Com o ar apalermado de quem afaga uma serpente, muitos acreditam que os adoradores de revoluções atuantes na mídia são inofensivos.

Pois faço um desafio que sintetiza a gravidade da coisa: mostrem uma só reportagem sobre o Foro de S. Paulo (FSP) publicada por algum veículo de grupos como Globo, Bandeirantes ou RBS, por jornais como Folha de S. Paulo e Estadão, ou por alguma das grandes revistas. E a que vem esse desafio? Ora, criado em 1990 por Fidel Castro, Hugo Chaves e Lula para o fim de espalhar ditaduras bolivarianas pelas Américas, o FSP é o comitê central das esquerdas latino-americanas.      Reúne não só partidos legalizados, mas até as FARC, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, mescla de marxismo e narcotráfico. Presença oculta nos governos de Lula e Dilma, o FSP é indissociável da grossa corrupção desvendada na Lava Jato.
          
Mas seu projeto mais bem-acabado é a Venezuela, que passou de país mais rico da região a território de mendigos: 
ditadura extremista, imprensa amordaçada, tortura, presos políticos, setor produtivo destruído, inflação de sete (sete!) dígitos, desemprego, desabastecimento e fome. Vendo agonizar o país que amam, há empresários venezuelanos que hoje se desesperam, só agora conscientes de que pecavam por falta de visão ampla, de que tinham uma calculadora no lugar do cérebro e de que estavam fazendo pacto com o diabo ao transacionar com um governo de esquerda. No Brasil, por décadas, com o culposo silêncio da mídia, articuladinhos diziam que o FSP era "teoria da conspiração". Foi o "ingênuo" Cabo Daciollo, falando como candidato num dos debates eleitorais de 2018, quem mais ajudou a tornar conhecido esse conciliábulo de parasitas.

A atitude da imprensa frente ao FSP apenas revela a natureza nada democrática dos moços que dominam as redações, quase todos amestrados por ativistas de esquerda, os seus professores na universidade. E pode piorar. Os grupos Globo e Bandeirantes já assinaram "termo de cooperação" com o China Media Group, maior grupo de comunicação do mundo e braço do Partido Comunista Chinês. Píton substituída por dragão... E uma luz de alerta se acende agora: a Argentina está afundando no mesmo abismo, devolvida que foi ao FSP nas eleições de 2019.

Parafraseando James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton em 1992, "é a natureza do animal, estúpido!". Assim como uma píton não se transforma num gatinho fofo, militantes de esquerda não viram defensores da democracia - ao menos não enquanto sua militância é remunerada. E quem remunera essa turma? Patrocinadores! Entra, aí, dinheirinho do contribuinte por mãos de governantes, sabe-se. Mas o monstro não se criaria sem as verbas de publicidade da iniciativa privada. Claro, quem produz, precisa anunciar para vender, assim como mídias necessitam de anunciantes. Mas, quem dá o diapasão nesse concerto?

Em suma, ao alimentar a corrupta serpente do socialismo, parte de nosso empresariado está fomentando um projeto que nega a propriedade privada e o livre mercado e que acaba com as liberdades individuais. Será que empreendedores, reais responsáveis pela vitalidade da economia, vão patrocinar a "argentinização" do Brasil e permitir que o Foro de S. Paulo retome o governo e, por fim, nos transforme numa Venezuela?

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo


sexta-feira, 26 de junho de 2020

TJ-RJ ignora o Supremo; democracia nele! - Reinaldo Azevedo

Folha de S. Paulo

O TJ-RJ destrambelhado e o movimento democracia já -  Concessão de foro especial a Flávio Bolsonaro ignora a regra do jogo     

O presidente Jair Bolsonaro descobriu a autocontenção só depois que a Justiça decretou a prisão de Fabrício Queiroz. A propósito: a concessão, pelo TJ-RJ, de foro especial a Flávio Bolsonaro afronta decisão do Supremo. Tem de ser revertida por meio de recurso especial ao STJ ou de reclamação ao próprio STF.  Fui contra o fim do foro especial — e apanhei muito dos bolsonaristas por isso —, mas o meu entendimento foi derrotado. Viva o colegiado! A menos que a 3ª Câmara Criminal do TJ-RJ tenha encontrado no acórdão alguma regra excetuando filhos de Bolsonaro, esse Flávio volta para as mãos do outro, o Itabaiana. Que coisa! O apreço de certos varões de Plutarco pela democracia depende mais da polícia do que da Constituição.

A luta é longa, e estamos só no começo. Enquanto o primeiro-amigo se homiziava na realidade quântica de Frederick Wassef —o buliçoso advogado que, ao mesmo tempo, abrigava e não abrigava o subtenente de milícias--, o "capitão" nos ameaçava com a cólera das legiões, secundado por fardas e pijamas verde-oliva pendurados nos cabides do Planalto. O Brasil anda tão doidão que debatíamos até a semana retrasada se um golpe, ou autogolpe, era ou não possível. 
Dar golpe para quê? 
Para render as Forças Armadas ao Comando de Rio das Pedras? 
Para transformar o país num grande Ministério da Saúde de Recrutas Zero, onde sobram coturnos e faltam médicos?

[nos espanta o excesso de liberdade, próximo ao desrespeito,  nas menções às Forças Armadas do Brasil que merecem todo o respeito de todos - especialmente dos brasileiros;
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
...
" Art. 142.....
..........
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: 
....
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;"

Torna-se recorrente menções despeitosas, ofensivas mesmo,  a oficiais das nossas FF AA, especialmente,  a oficiais da reserva, sem que a estes fiquem limitadas,  - inclusive alcançando, sem limitar, oficiais-generais.
Por favor, não entendam como uma ameaça - qualquer coisa dita nos dias atuais,  que não seja contra o presidente Bolsonaro pode caracterizar crime hediondo - e sim como uma lembrança de um passado não muito distante: lembrem-se do ex-deputado Márcio Moreira Alves e do seu discurso proferido em 1968.

Quanto ao alegado desrespeito por parte do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a uma decisão do Supremo, cabe ao Ministério Público estadual provocar uma manifestação da Suprema Corte - que esperamos ocorra em decisão colegiada,]

O Brasil já está levando pito até de fundos de investimento, alertando que o país não verá o verde do dinheiro enquanto não controlar a Amazônia em chamas. Entidades de defesa do meio ambiente e dos direitos humanos denunciaram à ombudsman da União Europeia os retrocessos em curso. Eurodeputados enviaram carta ao presidente da Câmara conclamando o Legislativo a resistir à devastação. O acordo Mercosul-UE está subindo no telhado; os investimentos externos, já minguados, podem nos abandonar de vez; o agronegócio de ponta é hoje prejudicado por madeireiros e grileiros de casaca mal cortada, que ousam falar pelo setor. E lá estávamos nós a interpretar falas e silêncios de generais. No país dos cemitérios eloquentes, fazíamos um debate com quase 60 anos de atraso. A prisão de Queiroz evidenciou o ridículo dentro do trágico.

Golpe? Autogolpe? Não percamos mais tempo com as ideias mortas que oprimem o cérebro dos vivos. Participo nesta sexta à noite do que pretende ser um grande ato virtual em defesa da democracia. Não se trata de frente ampla de partidos nem de ensaio geral para a deposição de Bolsonaro ou para a disputa eleitoral de 2022. A exemplo de outras iniciativas, como o manifesto Estamos Juntos, brasileiros se articulam em defesa da garantia dos direitos fundamentais assegurados pela Constituição, repudiando retrocessos no terreno institucional. Mas não só. O coronavírus não é professor nem guia moral. É um patógeno assassino. Mas também ensina.

E as milhares de vítimas da pandemia —todas sem vela e muitas sem sepultura— escancaram a necessidade de a democracia avançar além das garantias formais. A cor da morte na pandemia é preta. Seu lugar privilegiado na pirâmide das iniquidades é a pobreza. Não podemos mais tolerar um modelo que tenta harmonizar privilégios inaceitáveis com racismo, miséria e desigualdade aviltante. O mais provável hoje é que Bolsonaro caia. E depois? Ele lidera o desastre, mas as condições que o levaram ao poder sobreviveriam. E é nelas que mora o problema. Há que se cobrar democracia em miúdos: em políticas públicas, em atendimento aos vulneráveis, em fim de privilégios. Para que ela possa existir também para os pretos e para os pobres. E viva esta Folha, com sua campanha em defesa da democracia e com as aulas de Oscar Pilagallo sobre a ditadura militar! É preciso pensar o passado para instruir o futuro, em vez de ser esmagado por ele. Bolsonaro e seus golpistas são só o que passa.

Reitere-se: o TJ-RJ não tem licença para ignorar decisão do Supremo. É a regra do jogo, coisa dessa tal democracia.

Reinaldo Azevedo - Coluna Folha de S. Paulo




O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... -O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... -O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... -O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... -O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... -Minha coluna na Folha: O TJ-RJ destrambelhado e o movimento Democracia Já ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/06/26/minha-coluna-na-folha-o-tj-rj-destrambelhado-e-o-movimento-democracia-ja.htm?cmpid=copiaecola

segunda-feira, 22 de julho de 2019

FGTS é mais uma tentação para gastar - O Globo - Samy Dana

Se o dinheiro pertence aos trabalhadores, o mais lógico é que possam investir ou gastar como quiserem

[discordamos do acima exposto - o dinheiro pertence ao trabalhador, mas, como uma reserva seja para fazer frente a um desemprego (situação comum nos dias atuais) auxiliar na compra da casa própria, tratar uma doença séria e servir como para a adaptação após se aposentar.
 
Não pode ser liberado para  aquecer a economia - parcialmente, já que a construção civil sofre abalos ao perder uma das suas fontes de recursos, não a mais importante, mas que auxilia - visto que após o aquecimento, que não é auto sustentável, vem a queda da atividade e aquele empregado que gastou o FGTS liberado em compras, muitas vezes desnecessárias, pode ficar desempregado e sem o amparo do FGTS.
 
liberar para saque a cada dois, três anos, ainda que parcialmente, saldo das contas ativas de FGTS não é boa política - até a frequência com que se repete confirma tal entendimento.]


A liberação das contas do FGTS, planejada pelo governo, é uma boa notícia. Se o dinheiro pertence aos trabalhadores, o mais lógico é que possam dispor ou investir os valores como quiserem. Os recursos nas contas vinculadas, que ficam presos na Caixa Econômica Federal, rendem só 3% mais TR ao ano, menos até do que a poupança e pior que a inflação, ou seja, o dinheiro é corroído pelo tempo...
Mas quem recebe uma quantia inesperada, como a liberação do Fundo, também precisa ficar alerta. Um dinheiro nessas condições é um convite aos gastos, seja um celular, aquela jaqueta desejada ou fazer uma viagem, explicam Greg Kaplan, Andreas Fuster e Basit Zafar, três economistas, em artigo publicado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Considere que você ganhou inesperadamente R$ 2 mil. Ou R$ 20 mil. O que faria com o dinheiro? Aplicando essas perguntas a 2.856 consumidores americanos como parte da pesquisa mensal do Fed sobre renda e trabalho, os três autores verificaram como cada um lidaria com essa situação. Foram quatro rodadas de entrevistas, de março de 2016 a março de 2017.

Há décadas os economistas tentam entender as situações que nos levam a consumir mais. A grande maioria dos estudos usa como base o momento da compra, em uma loja, um site ou outra situação. Mas, explica o artigo, também importa como ganhamos o dinheiro gasto. Muitos consumidores tratam de maneira diferente uma quantia que faz parte da renda mensal e um valor recebido de outra fonte, como um prêmio da loteria ou o dinheiro do FGTS.A boa notícia é que nem uma em cada cinco pessoas (19%) pesquisadas pretendia gastar se o valor fosse de US$ 500, mas a média vai subindo conforme aumentam os valores. Se o ganho era de US$ 2.500, os gastadores somavam 27%. E, quando o valor passou para US$ 5 mil, 39%, ou seja, quase quatro a cada dez pessoas, se dispunham a gastar parte do dinheiro.
E quanto? Para quem iria receber US$ 500, era aceitável gastar até US$ 250 em um jantar fora, um celular ou outro mimo. Já quem ganharia US$ 2.500 considerou tudo bem gastar até US$ 1 mil. Os maiores gastadores foram os possíveis ganhadores de US$ 5 mil. Ainda que, proporcionalmente, o gasto fosse menor (30%), eles não viam qualquer problema em torrar até US$ 1.500. As respostas mudaram quando os entrevistadores perguntaram a dois grupos como gastariam o dinheiro sabendo que só seria pago dali a três meses. Desta vez havia apenas duas opções, ganhar US$ 500 ou US$ 5 mil. A proporção de gastos se mantém, mas é bem menor o percentual de pessoas dispostas a gastar. Foi perguntado ainda o que as pessoas fariam se, em vez de ganhar US$ 500 ou US$ 5 mil, pedissem o dinheiro emprestado. Só 8% disseram pretender gastar algum valor.
Os resultados completam alguns estudos recentes. Depois da crise de 2007-2008, por exemplo, o governo dos Estados Unidos pagou um bônus aos americanos para estimular o consumo. Parte das pessoas guardou o dinheiro, mas quem se dispôs a consumir gastou em média 75% do bônus, segundo pesquisa do Departamento do Trabalho. Para nos convencer a gastar, é como se nosso cérebro tentasse nos convencer também de que o dinheiro fará menos falta. Pode parecer a solução para aquele gasto que você vinha adiando, mas que tal, então, como FGTS ou suas economias, esperar três meses antes de usar? Verá que muita coisa não era tão importante assim.
Samy Dana - Jornal O Globo