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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Bispo da CNBB quer pisar na cabeça do "Jararaca" Lula


Dom Darci Nicioli é visto como nome em ascensão na CNBB, que está reunida para eleger cúpula 

 'Bispo da jararaca' diz que igreja não é de esquerda nem de direita e volta a atacar PT

Nome em ascensão na estrutura de poder da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o bispo Darci Nicioli, 60, saltou no noticiário político três anos atrás, com um sermão em que falava sobre "pisar na cabeça" da serpente.

O ex-bispo auxiliar da Arquidiocese de Aparecida (transferido pelo Vaticano após a barulhenta fala) volta agora aos holofotes como um dos cotados para a cúpula da CNBB, entidade que elegerá nos próximos dias seus novos presidente, vice e secretário-geral. A posse será na sexta-feira (10).
Era uma referência ao discurso feito dois dias antes, em março de 2016, pelo ex-presidente Lula (PT), já acuado pela Lava Jato. "Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, e a jararaca está viva como sempre esteve", bradou o petista.
Amém! 
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Aparecida, dom Darci José Nicioli, pregou, no último domingo (06/03/2016), que os fiéis atentem para a luta do "bem contra o mal" e "a graça de pisar a cabeça da serpente". “Peço meu irmão e minha irmã, a graça de pisar na cabeça da serpente. De todas as víboras que insistem e persistem em nossas vidas. Daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem por Cristo nosso senhor. Amém”, disse o clérigo durante a missa. Após a homília, o bispo dedicou parte da missa para falar com os fiéis sobre o "bem sobre o mal". Ele citou um trecho da Bíblia que diz que Maria, mãe de Jesus Cristo, pisou na cabeça da serpente e “o mal não a tocou”. E disse: “É hora de voltar à casa do Pai. Pisar a cabeça da serpente. De todas as serpentes. Anular a força do mal e vencer o mal pelo bem. Coragem”, pediu D. Darci. 
O bispo evitou comentar a questão política da fala. Disse que a interpretação e “as aplicações práticas ficam a cargo de cada fiel”. O bispo, por meio da assessoria da arquidiocese, se justificou: “A oração foi na sequência da homília, refletindo sobre a Misericórdia de Deus que não é paternalista, mas que pede de nós uma atitude: anular o mal em nossa vida! Indiquei Maria como modelo a ser seguido, pois Ela pisou a cabeça da serpente”, afirmou explicando ainda que ‘devemos eliminar o mal, todo o mal em nossa vida”. Sobre a citação da jararaca, disse: “Livrar-nos das víboras, das jararacas, que são personificação do mal. A interpretação e as aplicações práticas ficam a cargo de cada fiel ouvinte”.


Hoje arcebispo de Diamantina (MG), ele falou com a Folha na quarta-feira (1º), em Aparecida (SP), após a abertura da assembleia anual da conferência, marcada em 2019 pelo clima de cisão política na sociedade e no clero. O discurso oficial é o de que os membros estão em comunhão.

PERGUNTA - O sr. é considerado por pessoas que acompanham as movimentações na CNBB como integrante do grupo conservador. É verdade?

DARCI NICIOLI - Depende muito do mês. Eu sou o bispo tido como "o bispo da jararaca", por causa daquele episódio em que eu fui crítico ao PT e ao Lula. E agora me colocam, não sei de onde tiraram isso, como uma linha mais conservadora. Mas eu sou da direção atual da CNBB [considerada progressista]!

P. - Seria coerente o sr. ser chamado de conservador depois da fala contrária ao ex-presidente Lula, não?
DN - Acho que naquela época era o contrário, né? Disseram que era um bispo muito avançado, para arvorar-se a fazer um discurso como aquele.

Quem disse que PT é modernidade e é progressismo? Quer coisa mais antiga do que um passado político não ser capaz de fazer o mea culpa dos seus erros? Isso é tão antigo quanto o homem que não reconhece seu pecado. Isso fez com que o PT perdesse as suas bases. Isso é progressismo? Isso é antiquado. Quer coisa mais antiga do que a corrupção?

P. - O sr. pode explicar sua transferência para Diamantina após a polêmica? Foi uma punição ou uma promoção?

DN - [Sorrindo] É muito interessante. Nós tivemos três interpretações disso. A primeira foi: "Ele foi corajoso, o papa o promoveu, foi de bispo auxiliar para arcebispo"; a outra: "Ele falou o que não devia, então o papa o puniu, o mandou para o interior"; ou então: "Ele já sabia, portanto chutou o pau da barraca".

São interpretações que não procedem. A escolha de um bispo acontece num processo longo, de quase um ano. Eu fiquei sabendo de Diamantina quase um mês e meio antes [do sermão].

P. - Há alas conservadora e progressista na CNBB?
DN - É normal isso numa agremiação. É normal que haja pessoas que tenham um determinado alinhamento. Cada bispo responde dentro da sua realidade. Vai ser bispo na Amazônia, para ver como é preciso ser mais aguerrido. Vai ser bispo no Nordeste.

Eu estou no portal do Vale do Jequitinhonha, naquelas cidadezinhas que não têm esperança alguma, não têm meio de transporte, não têm como produzir, não têm emprego. Eu não posso me permitir nem ser progressista nem tradicional, eu preciso ser gente.

P. - O sr. tem intenção de colocar seu nome como candidato na eleição da nova diretoria?
DN - Não existe disputa de cargos entre nós. Mesmo porque, para nós, cargo é serviço. Você não ganha jetons, só trabalho. Não devemos procurar, mas também nunca negar. Se a CNBB me chamar, estarei disponível.

P. - Qual é a igreja que se reúne neste momento para a assembleia?
DN - Uma igreja que tem consciência da sua missionariedade, que vive o seu tempo, assume os desafios do seu tempo e cumpre com a sua missão, que é anunciar a boa-nova do Nosso Senhor Jesus Cristo.

P. - Quais são os desafios hoje?
DN - Nós temos no Brasil uma dificuldade, muito grande e já histórica, que é a desigualdade de renda. É um descalabro. Temos que enfrentar. Outra questão, ligada a essa, é a dos 13 milhões de desempregados. É preciso que, num Brasil onde há grande desilusão com o Estado, a igreja faça o seu papel de não deixar que o povo se desespere.

P. - O que a igreja pode fazer concretamente?
DN - Como CNBB, nós vemos a realidade, estudamos sobre ela e propomos estratégias. E é muito importante para nós não deixar que, num Brasil desorganizado assim, o povo perca a esperança. Nós entendemos esperança como resgate da dignidade, para que ninguém fique à margem nessa sociedade.

P. - Não é uma utopia?"É uma utopia, mas digna, uma bandeira digna de ser levantada. Como é que pode, num país que é o celeiro do mundo, nós ainda convivermos com a fome?

DN - Aí entra o trabalho social da igreja nos hospitais, nas casas de recuperação, o trabalho da Caritas, da Pastoral da Criança.E nós estamos falhos no sentido de marketing da igreja. Se nós resgatarmos a verdade da grandeza da obra social da igreja no Brasil, estaremos mostrando uma coisa desconhecida de todo o povo.

P. - O sr. considera desconhecida?
DN - Sim. Tanto é que não há setores do governo que questionam sobre a isenção de impostos que a igreja tem? [Na semana passada, em entrevista à Folha de S.Paulo, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, falou em um novo tributo que atingiria igrejas; Bolsonaro o desautorizou.] Há um desconhecimento, inclusive do próprio governo, que é incapaz de nos substituir no trabalho imenso que é feito porque desconhece as atividades que a igreja faz.

P. - O sr. quer dizer que há trabalhos que o Estado deveria executar e a igreja os assume?
DN - Mas não há nem dúvida. Nós substituímos o Estado no serviço social. E não é só no serviço de caridade imediata, que também é importante, mas também de organização da sociedade para que enfrente as dificuldades.Enquanto nós não politizarmos mais a base, não sairemos disso. E falo de política com P maiúsculo, não somente política partidária, mas política enquanto exercício de construção da casa comum.Esse é o serviço que a igreja tem feito historicamente no Brasil, e continua fazendo apesar dos pesares, daquilo que se acusa sobre a CNBB, de que é partidária, que toma uma bandeira ou outra. Isso não corresponde à verdade.

P. - A CNBB dará, como se especula, uma guinada conservadora?
DN - O governo foi constituído democraticamente, e como tal tem que ser respeitado. Mas não quer dizer que tudo aquilo que o governo tem feito está sendo coerente com aquilo que o Brasil mais precisa. Ora, naquilo que ele está acertando, por que não se alinhar com ele e aplaudi-lo? E, naquilo que porventura entendemos que não vai beneficiar o povo, por que não oferecermos outra proposta? Não é fazer oposição por oposição, que isso não leva a nada.

P. - Que pontos mereceriam ser aplaudidos no governo Bolsonaro?
DN - Há um esforço muito grande de colocar em ordem a economia e estancar a violência. Ora, nesse sentido, nós podemos muito bem pinçar os pontos que estão sendo acertados e dizer: "Que bom, o caminho é por aqui". Mas nós temos elementos do governo que colocam em risco a educação, por exemplo.

P. - Então o sr. acha que a educação não vai bem neste governo até agora?
DN - Historicamente, a educação não tem ido bem. E este governo ainda não encontrou, a meu ver, o caminho ideal, adequado.

Diário de Pernambuco

 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A esperança de nada ser como antes

Bolsonaro depende mais de Moro do que de Guedes


Desde Deodoro da Fonseca, não houve presidente assim. Jair Bolsonaro ganhou sem alianças e montou um ministério excludente. Exceção ao titular da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, de origem cearense, não há nordestinos em um primeiro escalão com quatro paranaenses, quatro gaúchos, quatro fluminenses, dois políticos do Mato Grosso do Sul e um colombiano.
[a Constituição Federal determina:
"... Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;..."


"...Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos. ..]

[as exigências constitucionais para ser nomeado ministro de Estado foram rigorosamente cumpridas.

O fato de não ser exigido que os brasileiros sejam 'natos' permite a nomeação do colombiano.]
 
Mesmo que se desconte a falta de equilíbrio regional, é uma pasta que não lança pontes para quem não votou em sua chapa no segundo turno. [não há razão para oferecer amizade aos que não votaram; 
se estes, fazendo o seu 'mea culpa', procurarem os vencedores poderão até ser recebidos e se merecerem, por competência, poderão até serem agraciados com um cargo.]
 
Bolsonaro é visto por alguns como um presidente tutelado, mas a rigor cedeu pouco. Arquitetou o governo como se propôs, atendendo fartamente aos setores que sustentaram sua campanha: militares da reserva, com vínculos importantes na caserna, e radicais da internet. Foi obrigado [será que foi???] a manter o Ministério de Direitos Humanos, e o entregou a uma pastora pentecostal. Teve que deixar o Ministério do Meio Ambiente e o destinou para um aliado da bancada ruralista.

Paulo Guedes é fiador de um contrato estabelecido quase um ano antes da eleição, mas há aí uma relação de interdependência. Uma agenda como a que o futuro ministro da Economia pretende engatar necessita de um presidente popular que consiga administrar expectativas. Não há outro modo de implantar um ajuste fiscal amargo sem explosão social.  O principal gesto de Bolsonaro para o mundo exterior, não irrelevante, frise-se, foi convidar Sergio Moro. Bolsonaro não poderá ter o anticomunismo, ou mesmo o antipetismo, como seu principal lastro, à medida que Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni forem gerando agendas negativas com reformas econômicas amargas e pactuações no Congresso.
É Moro que sinaliza para a esperança de nada ser como antes. Da sua capacidade de gerar fatos positivos dependerá parte do sucesso de Bolsonaro e do próprio Paulo Guedes.

Fim de ciclo
“A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”, disse Ulysses Guimarães no discurso de promulgação da Constituição de 1988, já no final de sua fala, na hora dos agradecimentos. Era um discurso que procurava situar a importância daquele momento histórico como um dos últimos atos de encerramento de um ciclo, o do regime militar. Ulysses proclamou que a elite política de então, reunida na Assembleia Nacional Constituinte, tinha “ódio da ditadura, ódio e nojo”.

A releitura deste discurso em um dia como o de ontem, quando se completou 50 anos do AI-5 e se divulgou a notícia da morte da viúva de Paiva, tem um sabor arqueológico indisfarçável. Estamos em outra era. Ulysses desmoralizava a era passada do ponto de vista objetivo e moral. O país hoje está cheio de ódio e nojo, e o grupo político que soube empalmar o poder aproveitou-se disso, mas claramente não é à ditadura. O manifesto de Ulysses em 1988 era abrangente como o é a Constituição em vigor, luz de estrela já extinta. No mesmo discurso em que bateu o prego no caixão de 1964, o deputado falecido em 1992 afirmou que “a corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública”.

Primeiro mandamento. Ulysses parecia perceber onde claudicava a nova ordem que se abria, produto de uma transição rara na América Latina, em que os militares se retiraram sob o manto de uma anistia que liberou a todos de qualquer autocrítica sobre o que havia se passado nas décadas anteriores. A corrupção e o asco que ela desperta nunca foram um fator irrelevante no jogo político brasileiro. É preciso lembrar que a imagem do regime militar em seu encerramento neste aspecto também estava comprometida. A do regime democrático que se encerrou em 1964 também.  Toda ruptura foi marcada pela esperança do saneamento, invariavelmente frustrada.

Ao tomar o poder com a revolução de 1930, lá estava esta semente plantada no discurso de Getúlio Vargas: “Comecemos por desmontar a máquina do filhotismo parasitário, com toda a sua descendência espúria. Para o exercício das funções públicas, não deve mais prevalecer o critério puramente político. Confiemo-las aos homens capazes e de reconhecida idoneidade moral”, afirma, em uma fala onde prometeu extirpar ou inutilizar os agentes da corrupção “por todos os meios adequados”.  Getúlio é um exemplo longínquo, os mais recentes dispensam maiores apresentações, como o de Janio Quadros e Collor.

Ódio e nojo em relação ao que passou sempre marcam os fins de ciclo, seja a uma elite que não entregou o que prometeu, seja a uma ditadura brutal, que provocou e mascarou assassínios em seus porões, como foi a de algumas décadas atrás. Jair Bolsonaro está às vésperas de tomar posse esforçando-se para explicar as nebulosas movimentações que aconteciam no gabinete do filho na Assembleia Legislativa, mas portador de uma grande esperança, como mostrou a pesquisa de ontem do Ibope.

Um contingente poderoso de eleitores acha que Bolsonaro não vai roubar e não vai deixar roubar e pensa que este deveria ser de fato o primeiro mandamento. No levantamento encomendado pela CNI, 64% dos entrevistados acham que Bolsonaro será um bom ou ótimo presidente e 37% pensam que a corrupção é um problema que será atenuado sob seu governo.

Saúde e o desemprego vêm na frente da corrupção como o problema mais citado, mas o conjunto dos dados induz a pensar que o eleitor intui que Bolsonaro terá desempenho melhor em outras áreas. Os eleitores que acham que os males da saúde serão suavizados é de 31%.

Cesar Felicio - Valor Econômico

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Tiros no pé

Bolsonaro tem a responsabilidade da liderança


Essa eleição é tão atípica que os disputantes do segundo turno, além de terem índices de rejeição semelhantemente altos, vivem às voltas com problemas que seus próprios aliados ou seguidores criam. São campanhas desorganizadas, a do PT pela fragilidade das posições que foram mudando ao longo da campanha de maneira patética, até fazer desaparecer por completo a cara do ex-presidente Lula. A de Bolsonaro, por soberba, pois já se consideram dentro do Palácio do Planalto.

Os candidatos têm que se haver também com seus passados políticos, Haddad não exatamente com o seu, que é escasso, mas com o do PT. Aceitando o papel de poste de Lula, levou consigo toda a rejeição ao próprio Lula e ao PT, e não tem luz própria para compensar essas perdas.  Já Bolsonaro está sempre às voltas com suas declarações, passadas e presentes.  Impossível esquecer que ele se declarou a favor da tortura, que elogiou o torturador Brilhante Ulstra, que disse que não estupraria a deputada Maria do Rosário porque ela não merecia.

Não faz sentido para um político que busca a presidência da República pelo voto direto defender a ditadura militar. Assim como o PT teria que fazer o mea culpa para tentar se recolocar no cenário político, livrando-se dos erros do passado, também Bolsonaro deveria ter formalmente renegado suas palavras, para ganhar governabilidade e uma imagem externa não tão degradante quanto a que os grandes meios de comunicação internacionais divulgam.

Mas o PT não pode admitir que houve grande roubalheira sob seus auspícios porque, além de perder a narrativa política, teria que abandonar Lula à sua própria sorte. Já Bolsonaro perderia uma parte ponderável de seus apoiadores, especialmente entre os seus companheiros militares. Por isto estão sempre às voltas com fogo amigo, com militantes sendo incentivados a atos radicais pela retórica agressiva de seus líderes. Bolsonaro continua às voltas com as frases irresponsáveis de seu filho, e com reflexos da própria linguagem desabrida.

Defender que os “vermelhos” sejam expulsos do país se não se enquadrarem às decisões da maioria não indica um presidente democrático. Nem o conceito várias vezes defendido de que as minorias têm que se submeter à maioria. Defender a extinção da Folha de S. Paulo, ou não aceitar críticas dos meios de comunicação, é incentivo a atitudes violentas de seguidores, como as ameaças que jornalistas da Folha estão sofrendo devido à reportagem, repito, inconclusiva, sobre o uso ilegal do WhatsApp.

A discussão política, Bolsonaro tem a responsabilidade da liderança. Assim como Haddad, que criticou Bolsonaro por esquivar-se da responsabilidade, não pode ser culpado pela  tentativa de assassinato contra Bolsonaro, e nem pela automutilação, segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, de uma mulher que acusou falsamente bolsonaristas de marca-la à faca em seu corpo a suástica.

Essa fake news é apenas uma das muitas que, nos últimos dias, abalaram o discurso do PT, a mais grave a acusação de ter sido torturador, feita por Haddad ao vice de Bolsonaro, General Mourão. Sem que Haddad se desculpasse, como pelo menos fez o cantor Geraldo Azevedo, origem da denúncia falsa.  Os tiros no próprio pé que a campanha petista sofreu nos últimos dias mostram como bateu o desespero. Primeiro foi o senador eleito e ex-governador do Ceará Cid Gomes que, chamado a falar em uma solenidade em favor de Haddad, acabou revelando todo seu constrangimento. O que seria uma homenagem, foi o estopim de um desabafo.

Entre outras coisas, disse que se o PT não fizer um mea culpa, será "bem feito perder a eleição". Ao ouvir a reação de um petista, ele emendou: "Pois tu vai perder a eleição. (...) É bem feito perder a eleição!". Quando os militantes começaram a cantar o nome de Lula, Cid não se conteve: “Lula tá preso, babaca. Tá preso”.  Já na terça-feira à noite, nos Arcos da Lapa, uma reunião de artistas com a presença de Haddad teve no rapper Mano Brown seu ponto alto, embora negativo para o PT. Na mesma linha de Cid Gomes, Mano Brown disse que se o PT "não conseguiu falar a língua do povo, tem que perder mesmo".

Depois de criticar o ambiente festivo, advertiu o rapper: "Tá tendo quase 30 milhões de votos pra tirar. Não estou pessimista. Sou realista. Está perdido mesmo”.


Merval Pereira - O Globo
 

Erro de Lula 1: Ex-presidente escreve da prisão carta em defesa de voto em Haddad, mas erra no foco ao confundir partido com frente ampla

Lula escreveu uma carta dirigida a todos os brasileiros que tinha a intenção de ser, digamos, uma espécie de chamamento para a formação de uma frente suprapartidária contra Jair Bolsonaro (PSL). É impressionante! Repetindo o que já é um clichê, o PT parece não aprender nada nem esquecer nada. Vá lá: já disse aqui que o partido tem assegurado o seu lugar de poder: vai comandar a oposição a Bolsonaro caso não vença a eleição e não parece que vá vencer. Sua estratégia, em parte ao menos, é vitoriosa. Se, no entanto, o intuito de agora era fazer a tal frente, ainda que sem eleitores, é claro que os termos da carta de Lula estão completamente fora de foco. Confunde frente ampla com partido. Abaixo, destaco alguns trechos, com comentários.

Chegamos ao final das eleições diante da ameaça de um enorme retrocesso para o país, a democracia e nossa gente tão sofrida. É o momento de unir o povo, os democratas, todos e todas em torno da candidatura de Fernando Haddad, para retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão social e defender a opção do Brasil pela democracia.
 
Ok. Nada de errado nesse trecho. Afinal, o objetivo da carta é mesmo pedir votos para Fernando Haddad. Faz aí a coisa certa: um apelo acima dos partidos, dirigindo-se àqueles que chama “os democratas”. Com efeito, vários eleitores e lideranças não-petistas poderiam se sentir de algum modo contempladas pela carta. Mas aí a coisa desanda.


Para derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, juntaram todas as forças da imprensa, com a Rede Globo à frente, e de setores parciais do Judiciário, para associar o PT à corrupção. Foram horas e horas no Jornal Nacional e em todos os noticiários da Globo tentando dizer que a corrupção na Petrobrás e no país teria sido inventada por nós.

Pouco importa se a rusga de Lula é com a TV Globo ou com outro meio de comunicação qualquer. Vejam aí exercitada a velha tese do golpe. Ora, o objetivo da carta não era buscar eleitores antibolsonaristas que não se identificam com o PT? Afinal, os petistas já votam em Haddad. O que pretende o ex-presidente? Que eventuais apoiadores do impeachment de Dilma — que só caiu porque afundou o país na recessão e no desemprego — façam antes um mea culpa para votar em Haddad? Ademais, na crítica à imprensa, ele e Bolsonaro poderiam dar as mãos, não é mesmo?

 
Continua aqui

Blog do Reinaldo Azevedo
 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Maior “erro” do governo é uma das maiores mentiras de Dilma Rousseff

Ela sempre soube de tudo

A repórter Andréia Sadi, da Globonews, perguntou a Dilma Rousseff na quinta-feira (7), em um café da manhã da suposta presidente com jornalistas no Palácio do Planalto, qual foi o maior erro do governo, já que as críticas apontam a dificuldade de seus integrantes em fazer mea culpa.


Dilma Rousseff e seu arrecadador de campanha, o hoje ministro Edinho Silva: mesa farta, ao contrário do café da manhã dos brasileiros

“Maior erro foi não ter percebido o tamanho da desaceleração da economia em 2014, que refletiu em 2015″, respondeu Dilma, entre um pãozinho e outro.

Essa mentira descarada, que insulta a inteligência dos brasileiros, não é nova, mas precisa ser registrada como uma das maiores da história deste governo, até porque confirma um método – um modus operandi dos petistas.
 Vai um pãozinho aí?
 
2014 foi um ano eleitoral.
Dilma sabia da desaceleração da economia, mas, para se reeleger, negou à população a existência do problemainclusive maquiando as contas públicas com o crime das pedaladas fiscais -, enquanto todos os analistas econômicos e até seu adversário tucano Aécio Neves o apontavam insistentemente.

O método Dilma é contar mentiras para manter o poder e depois dourá-las como meros erros de avaliação, amenizando a própria responsabilidade com a terceirização da culpa para fatores externos (“queda brutal dos preços das commodities”) e internos (“a pior seca desde o momento que nós começamos a registrar” e a crise política atribuída à oposição).

Se a inflação fechou 2015 em 10,67%, a maior desde 2002, é porque o maior erro (de grande parte) do Brasil foi não ter percebido a tempo o tamanho desse embuste.

Fonte:  Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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